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2.4. RESUMO

3.7.2. O Subsistema da Normalização

A normalização assume-se como um dos vectores estratégicos utilizados para tornar mais fiáveis e transparentes as trocas comerciais. Como subsistema, ele visa apoiar a elaboração de normas e outros documentos de carácter normativo de âmbito nacional, europeu e internacional.

Corporizando uma desconcentração do SPQ, este subsistema conta já com muitos Organismos com funções de Normalização Sectorial (ONS), devidamente reconhecidos pelo ONN, incumbidos de assumir a coordenação das actividades das Comissões Técnicas, a quem compete elaborar as normas do sector que representam.

A homologação das normas portuguesas rege-se pelas directivas e recomendações do CNQ, respeitando o consenso das partes interessadas e a adopção das normas nacionais, europeias e internacionais devem respeitar os acordos estabelecidos e seguir as metodologias do SPQ.

Importa referir que, à luz do diploma já citado (nº. 5 do artº. 24) “só são consideradas normas portuguesas os documentos elaborados de acordo com este diploma, com as directivas e com as recomendações do CNQ aplicáveis e homologadas pelo organismo nacional de normalização.”

Atenta a definição de norma e de normalização, pretende-se com esta, dependendo do produto ou serviço:

‰ fixar características (mínimas) a que um produto ou serviço deve obedecer para satisfazer o seu utilizador na vertente da sua aptidão ao fim e da sua segurança intrínseca;

‰ facilidade de entendimento

‰ garantia da intermutabilidade dos diversos produtos independentemente do fabricante; ‰ redução de modelos produzidos, retirando vantagens da simplificação das

encomendas;

‰ estabelecimento de condições e requisitos por forma a garantir a segurança (pessoas e bens);

‰ unificação de métodos de ensaio na verificação das características dos produtos; ‰ linguagem comum entre as entidades envolvidas;

‰ elemento-base de uma certificação

Por vezes pode pensar-se que a normalização pode constituir entraves ao progresso e à inovação, visto sob a perspectiva da burocracia processual. Nem sequer é justificado o encarecimento dos

produtos devido(?!) ao facto de obedecerem a normas. Bem pelo contrário, atente-se às vantagens da normalização:

Tabela 3.7.2.: Vantagens da normalização

Na empresa Na gestão da qualidade Na organização do mercado nacional Na regulação de trocas comerciais 1.Normalização das peças

constituintes dos produtos 2. Redução da variedade de sobressalentes

3. Substituição mais rápida de peças avariadas

4. Diminuição dos custos de assistência pós-venda

5. Redução dos custos por redução do capital imobilizado nos stocks

1. Especificações precisas nas encomendas 2. Regras bem definidas para a inspecção e ensaio 1. Melhoria da qualidade dos produtos 2. Melhoria da cadeia de fornecimento (de serviços) 3. Permite defesa dos consumidores 4. Permite defesa da saúde, do ambiente, dos bens e dos serviços

1. Promoção das exportações (referência às normas) 2. Unificação técnica dos mercados 3. Liberalização das trocas comerciais

Nos anos mais recentes parece inquestionável a intensificação da actividade normativa a nível europeu, cuja ideia subjacente se situa na necessidade de edificar um Mercado Único – harmonizado em produtos, empresas e serviços – onde se faça a livre circulação e se garanta a qualidade. Portugal reagiu a este incremento normativo e promoveu uma rede de ONS, devidamente reconhecidos pelo IPQ.

Para a elaboração de normas e outros documentos normativos de âmbito nacional, europeu e internacional, bem como a adopção e gestão de NP e outros documentos normativos de âmbito nacional, regional e internacional, o Subsistema em presença apoia-se numa estrutura que envolve o CNQ e o IPQ (como ONN), os ONS que asseguram e coordenam as actividades de normalização em domínios específicos e as CT’s.

Compete ao IPQ coordenar a actividade normativa a nível nacional, planeando a elaboração de normas com os ONS e responsabilizando-se pela aprovação e homologação das normas nacionais.

As CT’s emergem no Subsistema como verdadeiros berços de todo o trabalho de normalização, de cuja participação emanam benefícios consideráveis:

• informações privilegiadas

• conhecimento prévio de novas tendências

• acesso a toda a documentação (de trabalho, de projectos de normas, entre outros). Fonte: SNN, IPQ

Corporizam as mesmas CT’s local predilecto de intercâmbio de ideias e conhecimento, para além da intervenção no que se refere à elaboração de normas europeias e internacionais.

De entre todas as Comissões Técnicas – e porque no enquadramento deste trabalho – destaque-se a CT 80 (Garantia e Gestão da Qualidade) que é responsável pela elaboração das normas portuguesas da série NP EN ISO 9000, seguindo de perto a filosofia da do Comité ISO/TC 176, das normas da série ISO/IEC 17025 (acreditação de laboratórios), das normas NP EN ISO 19011 (relativa a auditorias da gestão da qualidade e da gestão ambiental), das ISO 14001 (relativas à gestão ambiental) e da norma NP 4239 (base para a quantificação dos custos da qualidade), entre outras.

Elencam-se de seguida os considerados principais organismos nacionais de normalização sectorial, cruzando-os com as Comissões Técnicas Portuguesas de Normalização em que intervêm activamente e que, nesse âmbito, são responsáveis.

Tabela 3.7.2.1.: Principais organismos nacionais de normalização sectorial

ONS Designação CT

ABIMOTA Associação Nacional dos Industriais de Bicicletas, Ciclomotores, Motociclos e Acessórios CT 103

APGC Associação Portuguesa de Gases Combustíveis CT 38, 100, 101, 102 e 106 APIB Associação Portuguesa dos Industriais de Borracha CT 76

APIP Associação Portuguesa da Indústria dos Plásticos CT 58 APMI Associação Portuguesa de Manutenção Industrial CT 94

APQ Associação Portuguesa para a Qualidade CT 80

CATIM Centro de Apoio Tecnológico à Indústria Metalomecânica CT 18, 33, 36, 40, 99, 117 e 122 CITEVE Centro Tecnológico das Indústrias Têxteis CT 4

CTCV Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro

DGA Direcção-Geral do Ambiente CT 28, 71 e 72

DGE Direcção-Geral de Energia CT 63

ICP Instituto das Comunicações de Portugal CT 46

IEP Instituto Electrotécnico Português 42 CT’s do sector electrotécnico INEGI Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial CT 9

ISQ Instituto de Soldadura e Qualidade CT 19, 81, 84 e 111

LNEC Laboratório Nacional de Engenharia Civil CT 90 e 115

PORTUCEL

INDUSTRIAL Empresa Produtora de Celulose, S.A. CT 6

124 INETI Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial CT 54 IST Instituto Superior Técnico

TABAQUEIRA Empresa Industrial de Tabacos, S.A. CT 44

CTIMM Centro Tecnológico das Indústrias de Madeira e Mobiliário CT 14 e 74

Fonte: SNN, IPQ São os seguintes os três tipos de Organismos de Normalização:

- Organismos de Normalização Internacional (ONI); caso da ISO e CEI;

- Organismos de Normalização Regional (ONR); caso do CEN, do CENELEC e do ETSI; - Organismos de Normalização Nacional (ONN); caso do IPQ em Portugal.

As NP podem ser simples traduções de normas internacionais, mas podem ocorrer modificações, podendo ainda as Comissões Técnicas Portuguesas de Normalização elaborar sobre o mesmo assunto normas puramente nacionais. A adopção de normas europeias por parte dos países membros tornou-se obrigatória a partir de 1989.

Nesse sentido, é importante sintetizar os conteúdos inerentes à actividade do ONN:

a) editar as normas portuguesas

b) desenvolver actividades de informação, formação e de sensibilização na área da normalização

c) publicar regularmente listas actualizadas das NP

d) divulgar a publicação das normas europeias e internacionais e de todos os documentos correlacionados

e) estabelecer as condições relacionadas com os direitos de autor de todas as normas publicadas

f) coordenar as iniciativas das diversas entidades com competência regulamentar na matéria relativas à revisão e revogação de normas portuguesas.

Em síntese, compete ao IPQ o reconhecimento destas entidades, bem como chamar a si a responsabilidade de velar pela unidade de doutrina e de acção.

Não estão sujeitas ao reconhecimento IPQ as ONS cujas atribuições são definidas em lei orgânica específica, caso da Agência para a Qualidade Alimentar, recém-criada.

O estudo e elaboração de normas caracteriza-se por implicar o acompanhamento da normalização regional (CEN, CENLEC, etc.) e internacional (ISO, CEI);

As versões portuguesas das normas europeias ou internacionais dispensam qualquer inquérito publico, competindo ao IPQ a preparação de um Plano Anual de Normalização, cujas prioridades passam por um acompanhamento das actividades de normalização europeia/internacional traduzido por:

- elaborar referenciais portugueses com base nos documentos normativos europeus que se revelem necessários;

- rever (ou anular mesmo) todos os referenciais portugueses que não evidenciem a necessária harmonização com as regras CEN/CENELEC/ETSI/ISO/IEC;

- Participar nos trabalhos dos Comités Técnicos europeus/internacionais, com peritos, representando as CT da Normalização Portuguesa;

- participar sempre que se trate de matérias nacionais de interesse relevantes

É ainda da sua competência a elaboração de documentos normativos justificada pela importância nacional:

- caso de áreas de interesse e não cobertas pelas preocupações da normalização europeia ou internacional;

- perante o interesse na produção de normas de apoio à regulamentação/certificação;

- perante a necessidade de revisão/anulação de documentos na perspectiva da renovação normativa;

A Comissão Técnica Nacional para a Gestão da Qualidade e garantia da Qualidade é a CT 80. O seu objectivo prende-se com dotar a actividade económica e social de documentos normativos que possibilitem a melhoria contínua da qualidade nas organizações, nos produtos e nos serviços, aumentando a produtividade e a satisfação dos clientes, pela aportar de metodologias, técnicas e ferramentas que facilitem a Qualidade.

A estrutura daquela CT 80 assenta em 4 GT:

• terminologia • revisão de normas

• auditorias

• métodos estatísticos

Para além desses quatro Grupos de Trabalho da Comissão Técnica da Qualidade, ela muniu-se de um grupo de Task Forces1,