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6.1. DIMENSÃO DA AMOSTRA E SISTEMA DE RECRUTAMENTO

Para alcançar os objetivos enunciados constituímos uma amostra pertencente aos agrupamentos já anteriormente referidos. Participaram neste estudo 15 professores, de ambos os sexos, 4 (26,66%) do sexo masculino e 11 (73,33%) do sexo feminino). Procurou ter-se o maior número de sujeitos do sexo masculino, uma vez que a profissão é maioritariamente feminina e pretendia-se também obter a visão do género mencionado.

A técnica de amostragem é não probabilista, ou seja, tal como refere Carmo e Ferreira (1998:197), dá-nos acesso a “um grupo de indivíduos que esteja disponível ou um grupo de voluntários” que aceitem colaborar no nosso estudo.

Os docentes foram selecionados pela investigadora, o que tornou mais fácil a explicação da natureza e objetivos do estudo. Os 15 docentes que constituem a amostra pertencem aos cinco níveis de ensino do Ensino Básico: pré-escolar; 1º Ciclo; 2º Ciclo, 3º Ciclo e Secundário numa proporção de cinco docentes por cada nível, pertencendo 4 ao Agrupamento Alexandre Herculano (com menos um docente por não ter ensino secundário), 5 ao agrupamento Ginestal Machado e 6 ao Agrupamento Sá da Bandeira. Apenas 4 docentes eram conhecidos da investigadora, uma vez que pertencem ao seu Agrupamento, os outros 11 docentes dos outros dois Agrupamentos foram indicados à investigadora por colegas conhecidos da própria e que neles trabalham facultando-lhe assim os contatos dos mesmos de modo a poder indagar da sua disponibilidade para participação no estudo.

Os docentes foram contatados primeiramente por email expondo-se nele os objetivos do estudo e inquirindo também sobre a disponibilidade temporal dos mesmos. Numa segunda fase delineou-se quando e onde realizar a entrevista. No dia de realização da entrevista a mesma foi sempre precedida pela assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, seguindo-se o preenchimento do inquérito biográfico e das escalas já mencionadas.

Relativamente aos dados obtidos com o inquérito biográfico foram condensados numa tabela organizada por categorias (Tabela III) – Caraterização Pessoal e Profissional dos inquiridos, anexo XII, onde se caraterizou pessoal e profissionalmente os inquiridos do estudo. Deste modo foi mais fácil relacionar os mesmos com os dados obtidos na análise de conteúdo das entrevistas e com os resultados quantitativos das escalas.

Essa recolha de elementos, que regista os perfis pessoais e profissionais dos inquiridos permitiu-nos verificar que o grupo etário com 50 e mais anos apresenta valores mais significativos, com 53,33% em oposição a 13,33% para os sujeitos com 30 a 45 anos, situando-se a média de idades nos 50,2, sendo 26,67% do sexo masculino e 73,33% do sexo feminino, ou não fosse esta classe profissional, uma classe predominantemente feminina.

Ao analisarmos as habilitações literárias verificamos que 14 dos nossos inquiridos possuem licenciatura, ou seja 93,33% da amostra e apenas 1, correspondente a 6,66% possui bacharelato. Quanto a habilitações complementares, 3 têm mestrado completo e um encontra- se a frequentar, no seu 2º ano. Existem ainda dois docentes com outras pós-graduações.

No que respeita ao tempo de serviço 40% tem entre 15 a 25 anos de serviço,33,33% de 25 a 29 anos e 26,67% têm mais de 30 anos de serviço. Estes resultados permitem-nos concluir que estamos perante um corpo docente com muita experiência na docência. Os escalões onde se encontram vão do 3º ao 9º, curiosamente 20% da amostra em cada um deles.

Quanto à sua situação profissional verifica-se um corpo docente muito estável, onde 86,66% pertencem ao quadro de agrupamento e apenas 13,33% ao quadro de Zona Pedagógica, sendo que 20% estão há mais de 20 anos no agrupamento atual, 53,33% entre 11 a 20 anos, 20% entre 5 e 10 anos e apenas 6,66% estão há menos de 5 anos no agrupamento atual.

Como já referido anteriormente os docentes da nossa amostra são dos 5 ciclos de ensino do ensino básico e secundário e procurámos que fossem de áreas disciplinares diferenciadas. Assim, registamos áreas como a Geografia, a História, o Português, o Inglês, o Espanhol e a Educação Física, além das áreas de conteúdo específicas do Pré-Escolar ou as disciplinas próprias do 1º Ciclo.

Verificamos também que os docentes ocupam atualmente funções de direção, como Adjunto do Diretor ou nas estruturas intermédias como o cargo de Coordenador de Departamento. Outros são Diretores de Turma há vários anos e ainda encontramos cargos como: Delegado de Grupo, Representante de área disciplinar e Coordenador de Equipa Autoavaliação. Verificamos também que ao longo das suas carreiras ocuparam funções de relevo, quer diretivas quer de coordenação, quer de formação ou de avaliação ou mesmo de órgãos de decisão como o Conselho Geral.

6.2. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO

 Ser docente;

 Consentir e revelar disponibilidade para participar no estudo;

 Estar na profissão há algum tempo para poder comparar o antes e depois das alterações sociais e educacionais recentes;

 Trabalhar num dos três agrupamentos da cidade de Santarém.

6.3. PROCEDIMENTOS FORMAIS E ÉTICOS

A palavra ética deriva do latim ethica e do grego ethiké, que no seu sentido mais lato significa ciência da moral e a arte de cada indivíduo gerir a sua conduta uma vez inserido numa sociedade. Enquanto disciplina filosófica, segundo o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora (1990:708), a ética

“procura determinar a finalidade da vida humana e os meios de a alcançar”, é a “ciência que tem por objeto o juízo de apreciação com vista á distinção entre o bem e o mal”, é “a ciência da moral”.

Quando falamos de ética, existem conceitos que lhe estão intimamente ligados, tais como o direito ao anonimato e á confidencialidade. Segundo Streubert e Carpenter (2002), os investigadores devem respeitar princípios importantes quando fazem investigação, pois os participantes não podem de forma alguma ser prejudicados, esta ideia relaciona-se com o princípio da não maleficência. Os mesmos autores referem ainda que a participação dos entrevistados deve ser voluntária e consciente, facto que é sustentado pelo princípio da autonomia. Quando se leva a cabo qualquer tipo de investigação que envolva a participação da pessoa humana, deve assegurar-se aos participantes, a confidencialidade e o anonimato das informações prestadas, como já foi referido anteriormente, garantindo que os seus dados pessoais, não serão divulgados ou partilhados sem a sua expressa autorização. Os participantes de qualquer estudo devem ser sempre tratados com dignidade e respeito, conforme ditam os princípios de humanitarismo e justiça.

Relativamente ao trabalho, é de referir que todos os dados colhidos durante o estudo foram tratados de forma confidencial. Os resultados da investigação são apresentados através deste documento, mas os participantes não são nem serão nunca identificados de forma individual. Estas garantias ficaram bem patentes nos documentos: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, assinados pelos participantes e pela Declaração do Consentimento, da própria investigadora.

Considerou-se importante referir, no início de cada entrevista, elucidando os participantes acerca dos objetivos do estudo, bem como, os motivos, explicando-lhes que os dados colhidos não seriam indevidamente divulgados. Tratando-se de pessoas adultas, conscientes e lúcidas, optou-se por informá-las primeiramente, de forma oral, da intenção do estudo.