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1 A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO: TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS

3.3 SUJEITOS: CRITÉRIOS DE SELEÇÃO

Dentre os 38 professores que compunham o quadro da escola, dez participaram da pesquisa, nove atuavam no sexto e uma docente no quinto ano do ensino fundamental. Desses professores, oito eram do sexo feminino e dois do sexo masculino, seis com curso superior, três especialistas e um mestre. Dos 69 alunos das duas turmas, 55 foram pesquisados: 29 do sexo feminino e 26 do masculino. Além dessas pessoas, havia cinco gestores, considerados o diretor, duas coordenadoras do Projeto UCA e duas coordenadoras pedagógicas. Tivemos a participação de quatro pais de alunos – três do sexo feminino e um do masculino – e da formadora UCA na escola, que está no projeto desde a sua concepção na fase de experimento.

Quadro 3 - Público estudado

Sujeitos participantes da pesquisa

Segmento Quantitativo Alunos

55

20 do 5º ano do ensino fundamental 35 do 6º ano do ensino fundamental

Gestores 05

2 coordenadoras do Projeto UCA 1 coordenadora pedagógica 1 diretor escolar

1 orientadora educacional Pais de

alunos

04 2 do 5º ano do ensino fundamental 2 do 6º ano do ensino fundamental

Professores 10 1 professora do 5º ano do ensino fundamental 9 professores do 6º ano do ensino fundamental Formadora

UCA

01

Fonte: Sonia Maria de Sousa Fabricio Neiva.

O quadro 3 apresenta o total geral dos sujeitos da pesquisa, composto por alunos das duas turmas investigadas, duas gestoras do Projeto UCA, a coordenadora pedagógica responsável pelo quinto e sexto ano, a orientadora educacional e o diretor. Esclarecemos que no sexto ano havia três coordenadoras, uma para área de humanas, outra para área de ciências da natureza e outra para a área de linguagens. Apenas a coordenadora pedagógica da área de linguagens participou da pesquisa. As outras duas estavam de licença médica.

Quadro 4 - Informações sobre docentes das turmas investigadas

Perfil do Professor Dados Profissionais

Cód. Sexo Formação Nível de escolaridade Tempo que atua como docente Tempo que atua na escola Área de atuação P1 F Licenciada em Geografia

Superior 6 anos 1 ano Geografia

P2 F Biologia Superior 12 anos 4 anos Biológicas/Exatas P3 F História Mestre 20 anos Este ano História/Geografia P4 F Letras Especialista 15 anos 7 anos Língua

Portuguesa/Ensino Religioso P5 M História Superior 16 anos 8 meses História/Artes

P6 M Educação

Física

Superior 6 meses 1 mês Educação Física P7 F Letras Especialista 17 anos 4 anos Língua Portuguesa

P8 F Letras

Inglês Português

Especialista 20 anos 2 anos Língua Inglesa/ Português P9 F Matemática Superior 7 anos 4 anos Ciências da

Natureza P10 F Pedagogia Superior 22 anos 8 anos Ensino

Fundamental Fonte: elaborado por Sonia Maria de Sousa Fabricio Neiva.

Dos professores investigados, P1 era contratada e estava na escola há um ano era a única professora do sexto ano que estava utilizando o laptop no período em que realizamos a pesquisa. No sexto ano havia um professor por disciplina, e no quinto ano P10 era responsável pelo trabalho em todas as disciplinas. Havia professores que ministravam disciplinas em outra área que não a de sua formação: P4, habilitada em Letras, lecionava Ensino Religioso; P5, habilitado em História, ministrava Arte.

Quadro 5 - Dados dos gestores

Perfil do professor Dados profissionais

Nome Sexo Formação Nível de escolaridade Tempo que atua na escola Área de atuação G1 F Pedagogia Especialização em Supervisão Educacional 01 ano Coordenação UCA G2 F Licenciada em História e Pedagogia Mestre em Educação 09 anos Coordenação UCA G3 F Pedagogia Especialização em Gestão Escolar 15 anos Orientação Educacional G4 F Pedagogia Especialização em Gestão Escolar 15 anos Coordenação pedagógica G5 M Matemática Mestre em Desenvolvimento Regional Um ano e meio Direção

Fonte: elaborado por Sonia Maria de Sousa Fabricio Neiva.

Dos gestores pesquisados, três eram habilitados em Pedagogia, uma em História e Pedagogia e outro em Matemática. Três são do sexo feminino e um do sexo masculino. Dois possuem mestrado e três têm especialização, sendo duas em gestão escolar e uma em supervisão educacional.

Quadro 6 - Turmas investigadas

5º ano 6º ano Total de alunos Sexo Responderam ao questionário Total de alunos Sexo Responderam ao questionário F M F M 29 08 12 20 40 21 1 4 35

Fonte: elaborado por Sonia Maria de Sousa Fabricio Neiva.

Dos 69 alunos das duas turmas, 55 participaram, sendo 29 do sexo feminino e 26 masculino. O questionário foi aplicado em dias alternados, no quinto ano pela própria professora e no sexto ano pela pesquisadora.

Quadro 7 - Família

Pais de alunos

Identificação Sexo Série do(a) filho(a)

GF1 Feminino 6º ano

GF2 Masculino 6º ano

GF3 Feminino 5º ano

GF4 Feminino 5º ano

Fonte: elaborado por Sonia Maria de Sousa Fabricio Neiva.

As opiniões dos pais podem trazer informações importantes que, confrontadas com as dos outros sujeitos da pesquisa, constituem-se em dados acerca da prática pedagógica efetivada no Colégio Dom Alano Marie Du Noday.

Quadro 8 - Formadora UCA na escola

Nome Sexo Formação

FE Feminino Pedagogia e Administração Escolar, especialista em Informática na Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Fonte: elaborado por Sonia Maria de Sousa Fabricio Neiva.

As pessoas envolvidas tanto no processo de inserção do laptop em sala de aula quanto na elaboração do projeto pedagógico eram as mais indicadas para dizer sobre o que estava acontecendo, elencando os sucessos e limites, contradições, consensos e dissensos existentes no cotidiano escolar. Era preciso compreender que a direção da escola, os professores, os gestores, os alunos e os pais estavam diretamente ligados a esse processo. A questão delimitadora, o interesse pelo estudo e os princípios para o uso pedagógico do laptop na educação escolar influenciaram na escolha dos sujeitos da pesquisa.

A opção metodológica apresentada, o objeto do estudo, a preocupação em compreender o papel pedagógico do laptop em sala de aula como elemento que desencadeia discussão sobre as práticas pedagógicas justificam a escolha de investigar o ensino fundamental. Essa etapa da educação é pilar para as ações futuras dos alunos na continuidade dos estudos e nas situações cotidianas da vida. Requer um trabalho que auxilie na caminhada dos sujeitos aprendizes rumo à construção do conhecimento e a formação humana cidadã, orientados por um professor, cujo papel é o de facilitador e incentivador.

Interessou-nos investigar os alunos, os professores do quinto e sexto anos, os gestores, os pais de alunos. Os estudos do quinto ano, pelo fato de os alunos terem uma trajetória escolar, estão numa fase em que prevalece a curiosidade, interesse e facilidade em manusear os aparatos tecnológicos. Presume-se que estão caminhando em direção à construção da autonomia e é o momento de transição para os anos finais do ensino fundamental. A turma conta com um professor para trabalhar todos os conteúdos. O sexto, por ser subsequente ao quinto, contar com vários professores e ser o ano em que se inicia o segundo segmento do ensino fundamental, possibilita ver o trabalho pedagógico desenvolvido pelo docente do quinto ano e pelos professores do sexto, detectando as limitações, os avanços, os momentos de troca de ideias e de planejamento. Instala-se aí a possibilidade de identificar a prática pedagógica que revela a concepção de currículo e a organização do trabalho pedagógico nela incluídas.

Pela experiência, esperamos que os alunos do quinto e sexto anos tenham interesse em agir para aprender pela experimentação, analisando, comparando, deduzindo, inferindo, fazendo uso do raciocínio crítico. O laptop em sala de aula representa a possibilidade de acesso à informação e de experimentação ante os desafios do cotidiano escolar. Por isso, é importante ouvir professores, alunos, equipe gestora e pais sobre como a prática pedagógica está se efetivando. Eles são os autores e sujeitos dessa prática.

A abordagem qualitativa amplia-se para reconhecer parcerias com os sujeitos envolvidos e concretiza-se quando o pesquisador estabelece uma rede de comunicação e interpretação entre cenário da pesquisa, sujeitos com suas histórias, processos e ações desenvolvidas coletivamente (BORBA, 2001, p.68).

Os professores, como preconiza Lévy (1999, p.171), “têm o papel de acompanhamento e gestão das aprendizagens” nessa perspectiva estimulam a socialização de experiências, o trabalho colaborativo e a “pilotagem personalizada dos percursos de aprendizagem” (LÉVY,1999, p.171). Os docentes têm informações relevantes, pois seu trabalho consiste em implantar, acompanhar e avaliar a repercussão do uso do laptop educacional em sala de aula. São responsáveis pelo planejamento e realização das ações cotidianas com os alunos. São a ponte entre os alunos, a equipe gestora e os pais dos alunos.

Os pais podem trazer contribuições relevantes, porque a participação da família na escola é uma importante conquista que ainda não foi bem-assimilada. A abertura da escola à comunidade e aos pais se relaciona à emergência da gestão democrática nos sistemas

escolares, que é pensada para ouvir os sujeitos envolvidos na escola, propiciar ações que auxiliem na qualidade do trabalho pedagógico na troca de ideias entre pais e escola, por meio das quais cada um possa não só emitir opinião como participar das decisões.

A equipe pedagógica da escola, por intermédio dos gestores e coordenadores, também foi ouvida, haja vista que a gestão é o cerne para o êxito das ações escolares. Sua contribuição é fundamental para articular o projeto pedagógico, instrumento que norteia todo o trabalho escolar. E por serem líderes que suas posturas interferem nas práticas pedagógicas.

A formadora do projeto na escola tem experiência em formação de professores, tecnologias educacionais, gestão escolar, ensino-aprendizagem e acompanha o projeto desde o experimento.