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A composição da amostra partiu do delineamento das instituições da rede de proteção com as informações do Conselho Tutelar e do Catálogo da Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente de Uberaba produzido pela equipe do Programa de Ações Integradas e Referenciais de Enfrentamento à Violência Sexual Infanto-Juvenil (PAIR) (IWAMOTO; MIRANZI, 2008).

Cabe ressaltar que o delineamento da amostra, inicialmente composta por 39 sujeitos, foi ampliado. Alguns coordenadores das ESF´s, dos CRAS´s e de algumas instituições do terceiro setor se posicionaram como responsáveis pela partilha com suas respectivas equipes das informações, reflexões, avaliações das atividades desenvolvidas e da relação com a rede. Sugerindo que estas contribuíssem e ampliassem as perspectivas e impressões dos temas propostos pelo Roteiro de Entrevista. Nesse sentido, algumas entrevistas que foram agendadas com apenas um indivíduo foram realizadas com 02 ou mais sujeitos. Assim, a pesquisa contou com a participação efetiva de 50 sujeitos, dos quais 33 integram os serviços públicos, 9 são de instituições da sociedade civil, e 8 do Conselho Tutelar.

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Tipo/Sujeito Setor/Área Nível/Área de Atuação Profissional Total Conselho

Tutelar Defesa Defesa

Conselheiro Tutelar 5 Funcionário do Conselho Tutelar 3 Estatais Assistência Social

Proteção Social Básica

Assistentes Sociais 4 Coordenadores/as 8 Psicólogos/as 3 Proteção Social Especial - Média Complexidade Assistentes Sociais 1 Coordenadores/as 1 Coordenador/a de Programas Públicos PROBEM 1 PROJOVEM 1

Saúde Atenção Primária

Enfermeira/o 6

Assistente Social 1

Agente Comunitário de Saúde 5

Atenção Secundária Assistente Social 1

Sistema de Justiça Ministério Público da Infância e

da Juventude 1

Sociedade Civil

Terceiro Setor

Dependência Química Coordenador/a 3

Psicólogo/a 1

Acolhimento

Institucional Coordenador/a 1

Múltiplos Serviços Coordenador/a 3

Psicólogo/a 1

Quadro 1 – Profissionais dos serviços públicos entrevistados para compor a amostra da pesquisa. Fonte: Arquivos do pesquisador

Os critérios de seleção dos sujeitos foram: atuar nas instituições ou programa, públicos ou da sociedade civil, na rede de proteção social. No caso dos serviços e programas sociais públicos, ao obtermos as autorizações das Secretarias de Saúde e de Desenvolvimento Social agendamos, via telefonema, entrevistas com os profissionais de acordo com sua disponibilidade horária, preferencialmente no ambiente de desenvolvimento de suas atividades, posto não intencionarmos impedir a realização das mesmas. Já com as ONG´s agendamos, também via telefone, a entrevista com a coordenação das mesmas. Nos três casos, o responsável pelas equipes ou o coordenador solicitou a presença de um ou mais profissionais ou técnicos sociais no momento da entrevista, afim de que estes contribuíssem com o estudo.

O Conselho Tutelar é um dos sujeitos centrais da pesquisa. Os conselheiros foram entrevistados com um roteiro de entrevistas semi-estruturado, após a leitura do TCLE

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(APÊNDICE B e A, respectivamente). Por seu turno, os funcionários do Conselho também foram entrevistados após a apresentação do TCLE (APÊNDICE C e A, respectivamente).

Em relação às estatais, a seleção desses profissionais reside no fato de que o Conselho Tutelar encaminhou muitas de suas demandas para serviços e/ou organizações públicas municipais, sejam do setor saúde, da assistência social ou para os programas públicos (PROJOVEM Adolescente e PROBEM), ou ainda, para o Juizado da Infância e da Juventude da Comarca, nas situações que requereram inserção no programa de Liberdade Assistida ou de recomendação para acolhimento institucional temporário.

É importante observar que o setor saúde está representado por dois dos três níveis de atenção: primário e secundário. O primário é relevante dada a proximidade dos profissionais das ESF ´s ou do NASF com os núcleos familiares e suas respectivas comunidades. E o secundário como local de convergência das urgências, das quais motivadas por violências, oriundas dos muitos bairros.

O mesmo pode ser observado no setor da assistência social, cujos Centros de Referência em Assistência Social promovem a proteção social no nível primário, posto que integram o Programa de Atenção Integral à Família (PAIF); e o Centro de Referência Especializada em Assistência Social (CREAS) no secundário, cuja proteção social é exercida em casos agudos, como violência sexual ou violência doméstica, por exemplo.

Quanto aos sujeitos que atuam em instituições privadas que compuseram a amostra da pesquisa e que atendem as demandas oriundas de rede de responsabilização e de defesa relacionados aos adolescentes adictos de drogas entrevistamos 3 coordenadores.

A instituição que é coordenada pelo C-TS 1 surgiu da necessidade da separação dos adolescentes dependentes químicos dos adultos no interior das Comunidades Terapêuticas. Atende adolescentes de Uberaba e região sob determinação judicial ou pela procura espontânea do dependente.

A entidade coordenada pelo C-TS 2 responde à demanda por um espaço que acolhesse as adolescentes dependentes químicos e que tiveram seus direitos violados ou mesmo mulheres adultas em condição de vulnerabilidade.

Por seu turno, a entidade coordenada pelo C-TS 3 é uma das mais antigas instituições dessa natureza na cidade e atende adolescentes a partir dos 16 anos de idade, que procurem a Comunidade voluntariamente.

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A seleção dessas três entidades se deu pelo tipo de público atendido – adolescentes encaminhados pelo Conselho Tutelar, por determinação judicial; adolescentes do sexo masculino e do sexo feminino ou por serem precursoras no atendimento a adictos de drogas.

Outra entidade do terceiro setor abordada nas entrevistas oferece serviço relevante na rede de proteção social: o acolhimento institucional de crianças e adolescentes vítimas de violência intrafamiliar sob determinação judicial.

Essas instituições são oriundas da mobilização da sociedade civil ante os limites de alcance dos programas e/ou projetos geridos pelo poder público e permitiram-nos verificar os vínculos mantidos com o Conselho Tutelar e com o Juizado da Infância e da Juventude por ocasião dos encaminhamentos.

Esse amplo conjunto de sujeitos será identificado por uma combinação de letras e números. Essa combinação promove a identificação da função do sujeito e o setor em que atua,à asà oàpe iteàide tifi a à o de àest àlo alizadaàaàU idadeàouàO g oàdeàatuaç oà no tecido urbano. Assim, com o objetivo de melhor caracterizarmos as respostas e, ao mesmo tempo, garantirmos o anonimato dos sujeitos do estudo, conforme preconizado pela Resolução 196/96 teremos ao longo do texto, como expõe o Quadro 2:

Organizações/Programas

/Setores Profissionais Sigla

Conselho Tutelar Conselheiros Tutelares CTr

Funcionários do Conselho Tutelar FCTr

Profissionais do setor saúde (UPA; ESF; NASF e UMS)

Enfermeira/o de Equipe Saúde da Família E-SF

Agente Comunitário de Saúde A-SF

Assistente Social da Saúde AS-S

Enfermeira/o de Unidade Matricial E-MS

Profissionais do setor assistência social (CRAS,

CREAS, PROJOVEM Adolescente, PROBEM):

Coordenador/a de Unidade de Proteção Social C-PS

Coordenador/a de Programa Social C-PrS

Assistente Social de Unidade de Proteção Social AS-PS Psicólogo de Unidade de Proteção Social P-PS

Profissionais de Organizações do Terceiro Setor

Coordenador/a de Instituição do Terceiro Setor C-TS Psicólogo/a de Instituição do Terceiro Setor P-TS

Judiciário Representantes do Ministério Público da Infância e

da Juventude P-IJ

Quadro 2 - Distribuição das siglas dos profissionais entrevistados de acordo com as instituições, programas ou setores de atuação.

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