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2 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

3.3 O delineamento da pesquisa

3.3.1 Sujeitos e lócus da pesquisa

Os sujeitos participantes dessa pesquisa são docentes da rede básica de ensino da cidade de Natal/RN. Foram selecionadas quatro (04) docentes que lecionavam em turmas de alfabetização de jovens e adultos, na modalidade EJA, 1º segmento. As quatro docentes são de duas escolas da rede municipal de ensino. A primeira instituição da pesquisa se situa na zona norte de Natal e a segunda instituição, na zona sul desta cidade.

Como critério de seleção das participantes da pesquisa, elencamos os seguintes:

• Docentes no exercício de suas atividades, lotados nas instituições de ensino da rede básica de Natal, estado do Rio Grande do Norte;

• Docentes que estejam exercendo suas funções em turmas da Educação de Jovens e Adultos, do 1º segmento desta modalidade;

• Docentes que estejam desenvolvendo práticas de alfabetização de jovens e adultos.

Como critérios para escolha das instituições foram considerados os seguintes: • Instituições que oferecessem a modalidade EJA (1º segmento);

• Instituições que apresentassem realidades distintas em termos de localização e público alvo da EJA;

• Instituições que se disponibilizassem a contribuir para a pesquisa.

Conforme os critérios mencionados, selecionamos duas instituições de diferentes zonas da cidade para promover um contraponto quanto as condições de elaboração da representação social sobre alfabetização. Dessa forma, a primeira instituição da pesquisa situa-se na zona norte de Natal, no maior bairro desta cidade – Nossa Senhora da Apresentação. Atende um público bem variado do 1º ao 2º segmento da EJA. No entanto, no 1º segmento, o qual desenvolvemos esse estudo, comporta faixa etárias variadas dos estudantes, atendendo sujeitos de 15 a 70 anos (idades dos estudantes no momento da pesquisa). Nessa instituição haviam três turmas do 1º segmento da EJA. Como nosso critério seria realizar o estudo com todos os professores alfabetizadores, decidimos selecionar as três docentes. Porém, no ano da pesquisa houveram vários contratempos, como greve, pedido de exoneração docente que não possibilitaram o estudo com todas as docentes. Sendo assim, realizamos a pesquisa com duas docentes dessa escola, visto que uma saiu da instituição e a sua substituição demorou bastante, o que ocasionou a junção de turmas para que os estudantes não ficassem sem aula.

A segunda instituição colaboradora da pesquisa situa-se na zona sul de Natal, no bairro Nova Descoberta. Atende também o 1º e 2º segmento da modalidade EJA. Nessa instituição haviam duas turmas do 1º segmento, as quais correspondiam a alfabetização de jovens e adultos. O público dessa escola é caracterizado por sujeitos mais adultos e idosos. Realizamos o estudo com as duas docentes alfabetizadoras dessa instituição.

Por questões éticas e, atendendo aos pedidos das participantes da pesquisa, não revelaremos os nomes das docentes nem das instituições nas quais desenvolvemos o estudo. Apenas as zonas as quais se situam as escolas e os nomes dos bairros foram revelados, a fim de melhor caracterizar o campo, sem perder de vista suas características, mas resguardando as identidades de seus sujeitos. Assim, utilizaremos nomes fictícios para caracterizar as

participantes. Para nomear as participantes escolhemos os nomes de conceitos desenvolvidos por Paulo Freire, como: Esperança, Transformação, Libertação e Dialógica. Termos estes que compreendem o processo de alfabetização de jovens e adultos.

Portanto, definimos por escola as participantes do estudo; na escola 1 estão as docentes da instituição localizada na zona norte de Natal e são nomeadas pelos seguintes codinomes: Esperança e Transformação. Na escola 2, estão as docentes da instituição situada na zona sul e são nomeadas respectivamente de: Libertação e Dialógica.

A seguir, apresentamos um quadro com o perfil desses sujeitos que foi possível construir por meio de um questionário aplicado com questões de ordem pessoal e de caracterização das participantes.

Quadro 6 – Caracterização das participantes da pesquisa

Esperança Transformação Libertação Dialógica

Idade 37 anos 29 anos 49 anos 47 anos

Gênero Feminino Feminino Feminino Feminino

Curso de formação

Pedagogia Pedagogia Magistério e

Letras Pedagogia Formação acadêmica Instituição pública estadual Instituição pública federal Instituição privada Instituição privada Instituição que se formou

UERN UFRN Universidade

potiguar Universidade Estadual do Vale do Acaraú (UVA) Ano de conclusão do curso 2002 2011 2000 __________ Nível de formação Especialização Mestre (cursando doutorado) Especialização __________ Participação em formação continuada

Sim Não Não Sim

Se sim, em que curso? Internet intermediária __________ __________ Alfabetização e Letramento Tempo de atuação nos anos iniciais

10 anos 5 anos 15 anos 15 anos

Tempo de profissão

10 anos 10 anos 33 anos 20 anos

Tempo de atuação na EJA

Tempo de atuação na escola atual

7 anos 1 ano 27 anos 6 anos

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

Conforme o quadro apresentado foi possível caracterizar o perfil das docentes que atuam na modalidade EJA, 1º segmento, em turmas de alfabetização. As docentes têm idade entre 29 a 49 anos; três são pedagogas e uma possui magistério e formação em letras; duas delas se formaram em instituições públicas (UFRN e UERN) e duas em instituições privadas (UVA e UNP); duas das participantes possuem especialização, uma possui mestrado e cursa o doutorado e somente uma não possui pós-graduação.

Duas participavam (no momento da pesquisa) de formação continuada, uma em curso de informática e outra num curso de alfabetização e letramento. Duas das participantes não estavam envolvidas com nenhuma atividade de formação continuada no momento da pesquisa. O tempo de atuação das docentes nos Anos Iniciais é de 5 a 15 anos; o tempo de atuação na profissão como um todo varia de 10 a 33 anos; o tempo de atuação na EJA está entre 7 meses a 9 anos. E o tempo de atuação nas escolas da pesquisa está entre 1 a 27 anos.

Assim, o perfil caracterizado das participantes da pesquisa nos possibilita compreender seus contextos formativos e suas experiências enquanto docentes, o que contribui para nossa análise e interpretações do contexto de produção da representação social sobre a alfabetização que serão discutidos no decorrer do trabalho.