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Attadia e Martins (2003) propõem algumas características da medição de desempenho de acordo com cada nível de evolução de melhoria contínua do modelo de Bessant et al. (2001), como mostra o Quadro 3.4.

QUADRO 3.4 Características da MD para suportar a evolução da MC

Medição de Desempenho Estágio de Melhoria Contínua

Recorte10 Finalidade Características

Pré-Melhoria Contínua

medidas individuais monitoramento de atividades específicas

medidas locais (específicas para uma determinada atividade).

Melhoria Contínua Estruturada

conjunto de medidas de desempenho controle dos processos (atividades e resultados) medidas não-financeiras de entrada e saída

Melhoria Contínua Orientada

sistema de medição de desempenho

implementação de melhorias reativas

medidas financeiras e não- financeiras balanceadas e alinhadas funcionalmente

Melhoria Contínua Pró-Ativa

sistema de medição de desempenho coerente com o ambiente implementação de melhorias pró- ativas

medidas financeiras e não financeiras balanceadas, alinhadas funcionalmente e ligadas por relações de causa e efeito. Medidas de satisfação de stakeholders e medidas de desempenho preditivas.

Capacidade Total de Melhoria Contínua sistema de medição de desempenho voltado para o aprendizado Implementação de mudanças ou transformações de negócio Medidas de desempenho sobre aspectos intangíveis do negócio (competências e capacidades organizacionais)

FONTE: Attadia e Martins (2003, p. 40)

Conforme visto no Quadro 3.4, a medição de desempenho necessita apresentar certas características mínimas para suportar as práticas em cada nível de evolução de MC (ATTADIA e MARTINS, 2003). Quanto mais a organização desenvolve suas habilidades e práticas de MC mais ela a tem como parte de sua estratégia, como foi mostrado no modelo de evolução da MC, de Bessant et al (2001). Assim, a medição de desempenho precisa apresentar características diferentes a cada estágio.

Com o intuito de corroborar com o modelo proposto por Attadia e Martins (2003) e Kueng e Wettstein (2002), foi elaborado um gráfico, ilustrado na Figura 3.9, relacionando a estrutura e os níveis de maturidade da medição de desempenho e os estágios de evolução da melhoria contínua proposto por Bessant et al. (2001).

A relação entre os modelos mostra que, para cada estágio da MC, há um nível ou mesmo uma transição de nível da MD. No entanto, conforme visto no tópico

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anterior, as organizações podem apresentar características de dimensões para níveis diferentes de MD, e isso também pode ocorrer quando relacionado ao nível de MC.

Es tági o de Ev ol uç ão d a M el hor ia C ont ín ua Indicadores Individuais Conjunto de Indicadores SMD SMD coerente ao Ambiente SMD voltado ao aprendizado ad-hoc Em

desenvolvimento Desenvolvido Maduro

Melhoria Contínua Estruturada

Pré-Melhoria Contínua

Estrutura da Medição de Desempenho Nível de Maturidade da Medição de Desempenho

Melhoria Contínua Orientada Melhoria Contínua Pró-Ativa Capacidade Total da Melhoria Contínua Es tági o de Ev ol uç ão d a M el hor ia C ont ín ua Indicadores Individuais Conjunto de Indicadores SMD SMD coerente ao Ambiente SMD voltado ao aprendizado ad-hoc Em

desenvolvimento Desenvolvido Maduro

Melhoria Contínua Estruturada

Pré-Melhoria Contínua

Estrutura da Medição de Desempenho Nível de Maturidade da Medição de Desempenho

Melhoria Contínua Orientada Melhoria Contínua Pró-Ativa Capacidade Total da Melhoria Contínua

Fonte: Elaborada pela autora

FIGURA 3.9 Relação entre a estrutura da MD, o nível de maturidade da MD e estágio de evolução da MC

Como mostra a Figura 3.9, para cada nível de maturidade da MD há um tipo de estrutura em relação aos indicadores de desempenho, podendo, algumas vezes, em um mesmo nível, apresentar dois tipos de estrutura, significando uma transição, apesar de os demais aspectos das dimensões selecionadas por Kueng et al.(2001), para formar o modelo em um dado nível, estarem mais desenvolvidos, como a identificação dos recursos de dados, a criação da base de dados, procedimentos de comunicação e outros.

Além disso, em relação aos estágios melhoria contínua, como retrata o modelo de Attadia e Martins (2003), cada estágio precisa ter uma estrutura mínima para ser capaz de sustentar as atividades de MC. Porém, pode ocorrer que uma empresa apresente características mais desenvolvidas no nível de maturidade da medição de

desempenho e não tenha habilidades para as atividades do processo de melhoria contínua coerente com ele; o contrário também pode ser possível, mas somente em alguns estágios da MC.

Sendo assim, a organização pode se concentrar no estágio de pré-MC e o SMD ter um escopo de MD mais amplo, sua coleta de dados é segura e consistente, e o armazenamento dos dados é organizado. Todavia, a comunicação, a utilização e a qualidade do processo de MD não são confiáveis e consistentes; dessa forma, as características para a maturidade do SMD são diversas e classificadas em vários níveis diferentes.

Vale observar a dificuldade de uma classificação exata de uma empresa em determinado nível, tanto de melhoria contínua como de medição de desempenho, visto que a empresa pode encontrar-se em transição, de um nível para o outro, e, desse modo, ter várias características referentes a um nível, mas possuir pelo menos um aspecto do estágio inferior ou superior.

Porém, é interessante ressaltar que a estrutura da medição de desempenho é a única variável desse modelo que se pode identificar em uma empresa. Além disso, ela precisa pelo menos ser coerente no que tange ao suporte às atividades do processo de melhoria contínua, para que este fator se torne um facilitador no desenvolvimento das capacidades e competências em busca de melhores resultados organizacionais, entre os negócios, as pessoas e os recursos.

Este capítulo enumerou alguns itens necessários para a formação da medição de desempenho para suportar as atividades do processo de melhoria contínua, bem como a função de facilitar a comparação dos resultados alcançados com os objetivos propostos, fazendo parte do sistema de informação de uma empresa, assim como mostrou a estrutura de um sistema de medição de desempenho, no modelo de Attadia e Martins (2003), com os elementos fundamentais e a relação deles com os estágios de evolução da melhoria contínua, sugeridos por Bessant et al. (2001).

Além dessa estrutura, Kueng et al.(2001) levantaram outros aspectos, como as atividades, o sistema de informação do qual a MD faz parte, a tecnologia e as pessoas envolvidas, que deram origem à proposta dos níveis de maturidade da MD.

Essas três propostas trouxeram um modelo que relaciona todas as características envolvidas, mostrando que haverá um tipo de nível de maturidade da

medição de desempenho para um estágio da melhoria contínua, bem como uma estrutura da MD. Porém, essa relação não será sempre exata, uma vez que as empresas podem apresentar características de transição entre os níveis de evolução e maturidade.

4 MÉTODO DE PESQUISA

Toda pesquisa constitui-se num procedimento racional e sistemático, cujo objetivo é proporcionar respostas para problemas propostos. Para o seu desenvolvimento é necessário o uso cuidadoso de métodos, processos e técnicas (DIEHL e TATIM, 2004).

Para tanto, neste capítulo são feitos um estudo e uma avaliação de alguns métodos, processos e técnicas, com o propósito de identificar a melhor maneira de conduzir a pesquisa proposta nesta dissertação e atingir conhecimentos que agreguem valor ao problema levantado pela questão de pesquisa colocada na Introdução.