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Técnicas de coleta de dados

No documento UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (páginas 81-85)

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.3 DELIMITAÇÃO E DESENHO DA PESQUISA

3.3.3. Técnicas de coleta de dados

Considerando o caráter qualitativo da pesquisa, que permite o uso de variadas fontes de informações, os dados para este estudo foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas; de observação não participante; e de análise de documentos.

A entrevista é uma parte essencial de muitos tipos de pesquisa social, conforme Marconi e Lakatos (2010).

A entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional. É um procedimento utilizado na investigação social, para a coleta de dados ou para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de um problema social. (MARCONI; LAKATOS, 2010, p.

195).

A entrevista semiestruturada dá ampla liberdade tanto ao entrevistador quanto ao entrevistado e, ao mesmo tempo, garante que todos os temas relevantes sejam tratados e todas as informações necessárias recolhidas, porém, isso só é possível quando os sujeitos são ouvidos a partir de sua lógica e exposição de razões.

(CORBETTA, 2003; GODOI; BALSINI, 2010; BREAKWELL, 2010).

Na primeira instituição pesquisada, que será denominada aqui de Instituição A, as entrevistas foram realizadas durante os meses de Julho e Outubro de 2016. Na

segunda instituição, a Instituição B, as entrevistas foram realizadas durante o mês de Outubro de 2016. Foram entrevistados dez docentes da Instituição A, e dez docentes da Instituição B, totalizando vinte entrevistas. Durante as entrevistas, com um roteiro semiestruturado, os entrevistados foram deixados à vontade, para falarem sobre suas experiências, sem seguir necessariamente um roteiro previamente estabelecido, assim diante de questões que foram surgindo durante a entrevista, a pesquisadora pôde deter-se em buscar um detalhamento de determinada fala, ação ou emoção que partiu do entrevistado. Esta postura vai ao encontro da afirmação de Stake (1995), “perguntas surgem durante o caso, pois caso e contexto são infinitamente complexos e os fenômenos são fluidos”. (STAKE, 1995, p. 49).

As entrevistas foram realizadas nos lugares de preferência dos docentes (sala de trabalho, residência, cafés), e gravadas, mediante dispositivo eletrônico (celular), com o consentimento dos entrevistados. Para garantir o sigilo sobre a identidade dos docentes entrevistados, conforme compromisso firmado no momento da entrevista, os docentes receberam nomes fictícios. A escolha por dar nomes aos entrevistados, deve-se ao cunho qualitativo dessa pesquisa, que durante todo o tempo buscou o elemento humano desses profissionais, para além dos fatos referentes à sua carreira como docentes.

Dessa forma, os nomes aqui apresentados foram escolhidos a partir de ordem alfabética, tendo como base nomes brasileiros comuns, tanto femininos como masculinos. Assim, na Instituição A, temos os indivíduos Antônio, Bruno, Carla, Débora, Elisa, Fabrício, Gabriela, Jéssica, Lucas e Márcio. E na Instituição B, Carlos, Diana, Eduardo, Fernanda, José, Mário, Rosângela, Ricardo, Sérgio e Vinícius.

Nas entrevistas todos os docentes responderam a um questionário sobre dados sociais e demográficos. Assim, as tabelas 1 e 2, trazem o perfil dos entrevistados de cada instituição, considerando gênero, idade, estado civil, a formação acadêmica, e o tempo de docência.

A Tabela 1 traz o perfil dos docentes da Instituição A. Estes docentes têm, em sua maioria, o grau de Doutor, 40 anos de idade, e 13 anos de experiência como docente. Sendo esses números obtidos por meio de média simples.

TABELA 1 – DOCENTES DA INSTITUIÇÃO A

NOME GÊNERO IDADE ESTADO

CIVIL

FORMAÇÃO TEMPO DE DOCÊNCIA

Antônio Masculino 52 Divorciado DOUTORADO 24 anos

Bruno Masculino 50 Divorciado DOUTORADO 23 anos

Carla Feminino 35 Casada MESTRADO 16 anos

Débora Feminino 30 Casada DOUTORADO 4 anos

Elisa Feminino 40 Solteira MESTRADO 16 anos

Fabrício Masculino 40 Casado DOUTORADO 4 anos

Jéssica Feminino 26 Casada MESTRADO 2 anos

Gabriela Feminino 43 Solteira DOUTORADO 23 anos

Lucas Masculino 41 Solteiro DOUTORADO 4 anos

Márcio Masculino 46 Casado DOUTORADO 19 anos

TABELA 1 – DOCENTES DA INSTITUIÇÃO A Fonte: elaborado pela autora, (2017).

Já os docentes da Instituição B, têm em sua maioria, o grau de Mestre, e em média simples, 38 anos de idade, e 12 anos de experiência como docente. Um diferencial no grupo de docentes da Instituição B, está no fato de serem 07 homens, e somente 03 mulheres. Tal fato deve-se à característica dos cursos oferecidos pela Instituição, que são da área das Ciências Exatas, onde o número de docentes do sexo masculino é maior do que os do sexo feminino.

TABELA 2 – DOCENTES DA INSTITUIÇÃO B

NOME GÊNERO IDADE ESTADO

CIVIL

FORMAÇÃO TEMPO DE DOCÊNCIA

Carlos Masculino 53 Casado DOUTORADO 25 anos

Diana Feminino 34 Casada DOUTORADO 8 anos

Eduardo Masculino 41 Solteiro MESTRADO 13 anos

Fernanda Feminino 38 Solteira MESTRADO 7 anos

José Masculino 31 Casado MESTRADO 4 anos

Mário Masculino 34 Solteiro DOUTORADO 12 anos

Rosângela Feminino 29 Solteira MESTRADO 5 anos

Ricardo Masculino 50 Casado GRADUAÇÃO 30 anos

Sérgio Masculino 41 Casado MESTRADO 17 anos

Vinícius Masculino 30 Casado ESPECIALIZAÇÃO 8 anos

CONTINUAÇÃO TABELA 2 – DOCENTES DA INSTITUIÇÃO B Fonte: elaborado pela autora, (2017).

Ainda sobre a coleta dos dados, a técnica da entrevista frequentemente é combinada com a observação, pois, por meio da observação procura-se apreender o que os comportamentos dos sujeitos pesquisados podem revelar. (GODOY, 2010).

“A pesquisa observacional pode indicar os estados emocionais dos participantes, ou revelar o modo como essas ações estão conectadas a aspectos e a mudanças no ambiente social.” (DALLOS, 2010, p. 136). Ainda, a observação ajuda o pesquisador a identificar e a obter provas a respeito de objetivos sobre os quais os indivíduos não têm consciência, mas que orientam seu comportamento. (MARCONI; LAKATOS, 2010).

A observação feita durante as entrevistas, levou em conta o estado emocional dos entrevistados, que por muitas vezes transitaram entre a forte emoção, o choro, e até mesmo a raiva, enquanto relatavam suas histórias. Também foi analisada a escolha dos entrevistados para o local das entrevistas, desde o seu escritório de trabalho, até mesmo, bares, cafés ou a própria residência. Nessas escolhas, pode-se perceber que o local contribuía para deixar o entrevistado mais à vontade para a conversa. Também foi observado o contexto das instituições, em cada uma das entrevistas realizadas nesses espaços.

Sobre o contexto das instituições, um detalhe importante a ser trazido para essa pesquisa, e que tem muito a dizer sobre as Instituições Federais de Ensino

Superior, e a sua relação com a saúde de seus funcionários e docentes, refere-se aos dados sobre os afastamentos por motivo de doença. Das sete instituições contatadas, somente três, dispunham dessas informações. Nas outras quatro instituições, esses dados não estavam disponíveis para os próprios responsáveis pelas instituições, estando centralizados no órgão federal responsável pela realização das perícias médicas dos indivíduos afastados.

Esse fato contribui para revelar o quanto as instituições ainda não tem uma cultura de cuidados com a saúde de seus trabalhadores, visto que não há nenhum acompanhamento dos números de afastamentos, e principalmente, das causas destes afastamentos, sendo assim, praticamente nulas as ações para promoção à saúde dos trabalhadores destas instituições.

Ainda, somado à observação, o exame de documentos pode trazer contribuições importantes para o estudo de caso, como jornais, atas de reuniões, relatórios de uma empresa, ou até mesmo cartas ou e-mails. (GODOY, 2010;

CRESWELL, 2010). Para a presente pesquisa, os documentos analisados foram as normas e regimentos das IFES pesquisadas, que regulamentam o trabalho, obrigações e deveres dos docentes. Assim como, as informações públicas referentes às Instituições, como suas páginas eletrônicas, como a principal fonte de informação. Outra fonte de informação importante, foram os relatórios de afastamentos dos docentes disponibilizados pelas Instituições Federais de Ensino Superior pesquisadas.

No documento UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (páginas 81-85)