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O GRÁFICO 3 ilustra a relação entre as faixas de renda e os grupos investigados na pesquisa.

GRÁFICO 3- Relação entre as faixas de rendas dos moradores e os grupos investigados na pesquisa das edificações.

Como se pode constatar pelo no GRÁFICO 3, no grupo Lei 9074/05 ± Caráter social a maioria dos entrevistados recebe entre 0 a 3 salários mínimos, obviamente, por se tratar de um grupo em que a PBH busca atender aqueles com menor poder aquisitivo. O número de moradores com esta faixa de renda é também o mais representativo dentre aqueles que não aprovaram suas edificações. No estremo oposto, observa-se que o grupo de Leis de Uso e Ocupação do Solo é o que possui maior porcentagem dos moradores com mais elevada faixa de renda. Pode-se afirmar que a faixa de renda está relacionada à aplicação das leis de uso e ocupação do solo, uma vez que, para se aprovar neste grupo, é necessária a contratação de um arquiteto ou engenheiro, além de pagar pelos trâmites do processo na PBH, o que torna todo o procedimento da legalidade oneroso. Os moradores deste grupo possuem melhores condições econômicas e sociais de contratar um arquiteto ou engenheiro para projetarem suas edificações. Importante analisar que na distribuição espacial deste grupo (FIG.10, página 172), parte dos moradores está concentradas na parte da cidade com melhor padrão construtivo, conforme discutido no item 4.3.1.1. Também neste grupo, existe maior

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uniformidade entre as faixas de renda, sobressaindo a faixa de renda de 3 a 6 salários mínimos.

Com relação ao grupo Lei 9074/05, importante observar que grande parte dos moradores está situada nas faixas intermediárias de renda 3 a 6 e 6 a 10 salários mínimos. Com isso, menos representativos são os moradores com menor e maior faixa de renda.

No grupo das edificações não aprovadas, a representação segue a escala das faixas de renda. Com isso, a faixa de renda mais representativa é a de 0 a 3 salários mínimos, seguindo-se 3 a 6 salários mínimos, a de 6 a 10 salários mínimos e mais de salários mínimos. Interessante observar que os moradores desse grupo possuem renda mais baixa do que aqueles que possuem suas edificações aprovadas18. Com isso, pode-se afirmar que as faixas de renda dos moradores estão relacionadas com a ilegalidade das edificações, assim como também a sua localização espacial na cidade. Contudo, importante deixar claro que a ilegalidade não é um atributo de classe social, conforme afirma Costa (2006), tratando-se de uma relação complexa e fruto das formas de reprodução social. Nesse sentido, vale lembrar que deve-se diferenciar a ilegalidade proveniente da necessidade de moradia dos moradores de baixa renda, assim como conceituado poU$EUDPR  FRPR³OyJLFDGDQHFHVVLGDGH´HGDLOHJDOLGDGHSURYHQLHQWH da intenção de se burlar a lei para benefício próprio. Como resultado das entrevistas, neste tópico, a ilegalidade encontrada tem mais relação direta com as formas de ilegalidade geradas a partir da necessidade de moradia. A ilegalidade proveniente das formas de se burlar a lei já demonstra que, a princípio, o morador conhece a lei, e, primeiramente, aprova a edificação para depois a alterar em contradição com os parâmetros urbanísticos.

x TÓPI CO: CREDI BI LI DADE DA LEI

A credibilidade da lei foi averiguada com base nas seguintes perguntas: 1. Por que você aprovou a sua edificação? (para os moradores que possuem às suas edificações aprovadas) e 2. Por que você não aprovou à sua edificação? (para aqueles moradores que não aprovaram às suas edificações). Com isso, procurou-se checar as motivações que levaram os moradores à busca da legalidade ou à permanência na ilegalidade. Nesse sentido, foi checada a !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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!Afirmação comprovada por meio do teste de Wilcoxon, com 95% de confiançaO!A verificação das hipóteses baseou-se no teste da soma de postos de Wilcoxon para duas amostras independentes. Este teste é um método não paramétrico que usa postos de dados amostrais para testar a hipótese nula de que as duas amostras provêm de populações com medianas iguais.

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credibilidade que os moradores conferem à aplicação da legislação urbana no que diz respeito à aprovação de projetos. O GRÁFICO 4 abaixo ilustra as principais motivações que levaram os moradores entrevistados a aprovarem às suas edificações.

GRÁFICO 04 ± Principais motivações alegadas para a aprovação das edificações, por grupo pesquisado.

Com relação ao grupo Lei de Uso e Ocupação do Solo é interessante constatar que a maioria dos moradores aprovou suas edificações por entender que é o procedimento normal. Dessa forma, os entrevistados entendem que a regra deve ser cumprida, por se tratar de uma dinâmica necessária para a construção de suas edificações. Neste grupo, também sobressaem os moradores que já compraram as edificações com a legalidade garantida. O resultado do grupo Lei 9074/05 se assemelha ao do grupo Leis de Uso e Ocupação do Solo. Contudo, uma proporção maior de moradores atribuiu a legalidade de suas edificações à necessidade de registrar em cartório e para vender, o que pode justificar a busca pela legalidade apenas após à construção. Com isso, a razão para a legalidade não se prende necessariamente à motivação de possuir a edificação com Baixa e Habite-se, e sim por razões impositivas da dinâmica oficial dos trâmites do cartório de registro de imóveis e do mercado imobiliário. Nesse sentido, o licenciamento se dá para a inserção do imóvel nas formas oficiais de produção da cidade. Em outras palavras, para a inserção nos moldes reconhecidos pelo arcabouço jurídico e pelas formas de organização do Estado e da sociedade.

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O grupo Lei 9074/05 ± Caráter social demonstra que grande parte dos moradores não procura a legalidade, sendo a própria PBH responsável por essa busca. Com isso, é representativo o número de moradores que tiveram seus imoveis legalizados via Prefeitura por meio do programa Cidade Legal. Essa constatação já era esperada, uma vez que é este o objetivo do programa. Contudo, interessante observar que mesmo os moradores tendo a opção de se candidatarem na Prefeitura para regularizar suas edificações no programa Cidade Legal, essa atitude de busca pela legalidade não foi encontrada. Ainda com relação a esste grupo, é interessante observar que é grande o número de moradores que não sabe informar as motivações que os levaram a possuir edificações legais.

O GRÁFICO 5 abaixo revela os principais motivos apontados aqueles moradores que não aprovaram suas edificações.

GRÁFICO 05 ± Principais motivos alegados para a não aprovação das edificações por grupo pesquisado

Com base nas entrevistas, foi possível concluir que os moradores que se enquadram no grupo Edificações Não Aprovadas, em sua quase totalidade, não reconhecem a ilegalidade ou desconhecem a legalidade. Nesse sentido, é representativo o número de moradores que afirmam que suas edificações estão aprovadas, como também aqueles que afirmam que não sabiam que tinham que aprovar suas edificações. Outro número interessante é que nenhum morador atribui a ilegalidade ao não atendimento dos parâmetros e das normas urbanísticas. Com isso, percebe se que os moradores desconhecem que para estar legal é necessário o cumprimento de normas urbanísticas. Tal fato demonstra a distância entre os moradores e as legislações urbanísticas. Ratificando essa hipótese, tem-se o já citado elevado número de moradores que acreditam estar enquadrados na lei. Durante as entrevistas, foi possível

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perceber que os moradores possuem o receio de afirmar que suas casas estão ilegais, provavelmente, em razão das taxas e multas que tal fato pode gerar caso a PBH exija a aprovação das edificações, como também atribuem o pagamento do IPTU à legalidade. Muitos acreditam que o pagamento do IPTU em dia garante perante o Poder Público que sua construção está oficializada e legitimada, uma vez que o imposto é cobrado pela própria Prefeitura. No entanto, o IPTU não tem correspondência alguma com a situação do imóvel quanto a legalidade ou ilegalidade urbanística. Outro número representativo é que mais de 10% dos entrevistados deste grupo creditaram a ilegalidade de sua edificações ao alto preço de se aprovar e por achar complicado todo o procedimento burocrático para a aprovação. A dificuldade de apoio técnico também é citada nessa porcentagem. Existe falta de conhecimento dos procedimentos da PBH e dificuldade de apoio técnico, o que torna o processo de aprovação uma rotina distante da realidade desses moradores. Nesse sentido, LPSRUWDQWH HQWHQGHU R FRQFHLWR GH ³HVSROLDomR XUEDQD´ XWLOL]DGR SRU .RZDULFN   HP que o morador é excluído das práticas da cidade reguladas pelo Poder Público. Assim, como um círculo vicioso, a situação de exclusão e de distância da realidade oficial da cidade reforça ainda mais a condição da ilegalidade.

x TÓPI CO: PROPRI EDADE DO I M ÓVEL

A questão da propriedade do imóvel é um tópico importante na pesquisa, embora demonstre certa obviedade quanto aos resultados. Isso se deve ao fato de que a legislação aplicada em Belo Horizonte até o ano de 2010 exigir em sua lista de documentos necessários para a aprovação o documento de propriedade do imóvel. Nesse sentido, acreditava-se que a totalidade dos moradores entrevistados possuísse o documento de propriedade. Contudo, é possível constatar que um número pouco representativo dos entrevistados afirmou não o possuir ou não saber informar, conforme demonstra o GRÁFICO 6. A não titularidade do imóvel pode ser atribuída ao fato de o imóvel ter sido vendido informalmente e não ter sido transferido para o novo proprietário ou até mesmo apenas desconhecimento do que se tratava a pergunta.

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GRÁFICO 6 ± Situação de titularidade do imóvel, por grupo pesquisado

Interessante observar que o maior número de moradores sem a titularidade do imóvel ocorre justamente no grupo de edificações não aprovadas, que com isso, não precisaram comprovar a propriedade para a aprovação do projeto na PBH.

Os resultados da investigação deste tópico são de difícil análise, devido à incompreensão dos moradores sobre a titularidade do imóvel, além do receio de afirmarem que não possuem o documento de propriedade e se autodenunciarem no caso de uma invasão, ocupação informal ou, até mesmo, compra informal do imóvel. Importante citar também que existem moradores que não sabem o que é o documento de propriedade. Somado a isso, não sabem diferenciar os possíveis documentos de propriedade, como: matrícula, escritura pública, contrato de compra e venda ou contrato informal (contrato de gaveta). Dessa forma, a segunda pergunta do questionário inserida neste tópico sobre o documento de propriedade que o morador possui não será analisada.

Na aplicação da entrevistas não houve conferência do documento que o morador afirmava ter. Com isso, acredita-se que os resultados deste tópico não condizem com a realidade.

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Este tópico investiga a percepção dos moradores após a aprovação e construção do projeto da edificação na PBH. Assim, até a etapa da emissão do documento de Baixa e Habite-se.

Importante esclarecer que no grupo Leis de Uso e Ocupação do Solo o morador pode aprovar sua edificação e obter a concessão de construção sem que com isso tenha que necessariamente construir a edificação ou construir conforme o projeto. Com isso, nem sempre se obtém o documento de Baixa e Habite-se. No entanto, nos grupos Lei 9074/05 e Lei 9074/05 ± Caráter social a etapa final é a emissão do documento de Baixa e Habite-se, uma vez que a edificação já está construída.

Com a análise do GRÁFICO 7, é possível perceber que é mais representativo em todos os grupos os moradores que não realizaram reformas em suas edificações. Nos grupo Leis de Uso e Ocupação do Solo e Lei 9074/05 têm maior representatividade os moradores que fizeram reformas do que no grupo Lei 9074/05 ± Caráter social. Na análise dessa pergunta da entrevista, é importante considerar o receio dos moradores em afirmarem que fizeram alterações e, com isso, se tornarem ilegais. Contudo, mesmo assim ainda é significativo o número de moradores que afirmam que alteraram suas edificações após a aprovação. Nesse sentido, importante observar que esses moradores podem reaprovar suas edificações para ficarem legais ou, ainda, ficarem ilegais. Com isso, a dinâmica estanque de aprovação de projetos congela a edificação e não permite alterações futuras, a não ser que se aprovem os acréscimos e decréscimos provenientes dessas alterações, não condizendo com a real necessidade desses moradores. No grupo Lei 9074/05, importante notar que mais de 20% dos moradores afirmam que modificaram suas residências. Ou seja, após a regularização a edificação sofreu novas intervenções, o que demonstra que o comprometimento com a legalidade é restrito. Por isso, os moradores não consideram importante estar com a edificação plenamente em conformidade com os moldes oficiais da aprovação. Importante esclarecer que após as alterações a edificação passa a estar desconforme com o projeto aprovado na PBH. Contudo, se não houver denúncia ou algum tipo de comunicação, a edificação continuará legal no cadastro da PBH.

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GRÁFICO 7 ± Aprovação dos moradores que fizeram alterações em suas edificações após a concessão do documento de Baixa e Habite-se, segundo o grupo de pequisa a que pertecem

A pergunta seguinte do questionário de entrevistas diz respeito à posse do documento de Baixa e Habite-se. A intenção desta pergunta é averiguar a proporção de moradores que chegaram até o fim do processo legal na PBH. Contudo, vale mais uma vez ressaltar que nos grupos Lei 9074/05 e Lei 9074/05 ± Caráter social a etapa final deste processo é a emissão de tal documento. Dessa forma, a analise do GRÁFICO 8 esclarece que é representativo nesses grupos o número de moradores que desconhecem a posse de tal documento. Por exemplo, 50% dos moradores do grupo Lei 9074/05 ± Caráter social declaram que não possuem o documento e mais de 30% do grupo Lei 9074/05 que não têm a posse do documento. Tal fato leva a crer que esses moradores desconhecem a rotina completa do processo de legalidade da edificação e que no caso do grupo Lei 9074/05 ± Caráter social os moradores não estão completamente cientes do programa no qual foram inseridos.

Com relação ao grupo Leis de Uso e Ocupação do Solo, também é representativo o número de moradores que afirmam não possuir o documento de Baixa e Habite-se. Esse número revela que algumas aprovações não seguiram o seu andamento até a finalização do processo. Ou seja, a edificação foi aprovada e, com isso, foi emitido alvará de construção, mas por algum motivo a vistoria técnica necessária para a emissão do documento de Baixa e Habite-se não foi realizada ou então o processo foi indeferido. Como se trata de um processo congelado e que após alterações o morador deve solicitar a PBH nova análise, muitos moradores que

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fizeram alterações durante a construção não conseguem chegar até a etapa final do processo. Com isso, tem-se que o comprometimento destes moradores com a legalidade esbarra na busca em atender a suas próprias necessidades de construção.

GRÁFICO 8- Proporção das edificações que possuem o documento de Baixa e Habite-se.

Com relação à valorização do imóvel após a posse do documento de Baixa e Habite-se, é siginificativo o número de usários que admitem que há valorização no grupo Leis de Uso e Ocupação do Solo, conforme o GRÁFICO 9. Como se trata de um grupo em que, conceitualmente, os moradores estão conscientes da legalidade anterior à construção, é possível concluir que eles percebem a forma de atuação da indústria imobiliária em consonância com os ditames do Poder Público. Nesse sentido, a indústria imobiliária funciona configurando espaços de exceção para serem mercantilizados. Com isso, os espaços legais, oficializados pelo Poder Público, tornam-se um produto de mercado.

No grupo Lei 9074/05, também é representativo o número de moradores que atribuem a legalidade à valorização do imóvel, cerca de 60%. Com isso, reafirma-se a percepção do morador sobre a relação entre a legalidade e a indústria imobiliária. Já no grupo Lei 9074/05 ± Caráter social a grande representatividade contampa os moradores que afirmam que a valorização não está relacionada com a legalidade da edificação. Com isso, tem-se que grande parte dos moradores que tiveram suas edificações aprovadas por procedimento da PBH, e não

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por sua motivação, está mais distantes, das regras de valorização da indústria imobiliária. Interessante observar que, conforme demonstra o tópico que caracteriza a renda familiar por grupo, os moradores deste grupo possuem o menor poder aquisitivo. Com isso, podem estar mais distantes das regras elitistas da indústria imobiliária.19

GRÁFICO 9 ± Percepção dos moradores de edificações aprovadas acerca da valorização do imóvel.

x TÓPI CO: DI NÂM I CA DE CONSTRUÇÃO

Este tópico procura esclarecer sobre o número de etapas envolvidas na construção, por grupo pesquisado. Para a investigação deste tópico, foram feitas duas perguntas. A primeira diz respeito ao número de etapas envolvidas na construção. A segunda interroga o morador se ele pretende fazer novas ampliações em sua residência.

Com relação à primeira pergunta, interessante notar que a maior representatividade nos grupos Leis de Uso e Ocupação do Solo e com Lei 9074/05 é oposta dos grupos Lei 9074/05 ± Caráter social e não aprovadas. Nesse sentido, nos dois primeiros grupos citados é possível encontrar mais moradores que construíram sua casa em um única etapa e nos outros dois grupos mais moradores que construíram em mais de uma etapa, conforme revela o GRÁFICO 10. Essa constatação pode estar relacionada às características conceituais de cada lei investigada. Assim, as Leis de Uso e Ocupação do Solo são aplicadas quando o morador pretende aprovar o projeto de sua edificação antes mesmo de sua construção, o que pode favorecer a construção, conforme o projeto, em uma única etapa.

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GRÁFICO 10 ± Proporção do número de etapas da construção dos moradores entrevistados, por grupo

Essa constatação, aliada à questão da renda, pode denotar que os moradores que possuem maior poder aquisitivo, como aqueles que se enquadram nos grupos Leis de Uso e Ocupação do Solo e Lei 9074/05, possuem melhores condições de construir em uma única vez, enquanto os moradores dos outros dois grupos podem ter maior dificuldade financeira de construção, por se enquadrarem nas faixas de renda com menor poder econômico e, com isso, construir suas casas em função do dinheiro disponível naquele momento e da demanda da família. Aliado a isso, tem-se que os moradores pertencentes aos grupos Lei 9074/05 ± Caráter social HVWmRPDLVSUy[LPRVGDUHDOLGDGHGD³OyJLFDGRPRUDGRU´FLWDGRSUR$EUDPR  HFRP isso, possuem sua própria lógica de construção, de forma autônoma, seguindo as demandas da família em cada momento de alteração na edificação.

Com relação à segunda pergunta deste tópico, acerca da pretensão do morador de fazer ampliações futuras, é possível perceber que a grande maioria não pretende fazer novas ampliações em suas residências, conforme demonstra o GRÁFICO 11.

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GRÁFICO 11 ± Pretensão do morador entrevistado de fazer ampliações futuras em sua construção, por grupo pesquisado

A grande negação a respeito de futuras ampliações pode dever-se ao fato de no momento da entrevista, os moradores alegarem que não pretendiam fazer alterações em suas residências. Ou, até mesmo, pode se dever ao receio de afirmarem que iriam tornar suas residências ilegais caso não tivessem suas edificações reaprovadas. Ainda que pouco representativo nos grupos, é interessante observar a porcentagem dos moradores que pretendem fazer alterações em suas residências. Nesse sentido, assim como ocorre com o processo de construção, o processo de licenciamento da edificação deveria ser dinâmico. No entanto, o processo de licenciamento na PBH pode tornar-se amoroso e oneroso, não correspondendo à dinâmica dada à construção das edificações.

4.3.2. I legalidade quanto ao parcelamento do solo

Com relação ao parcelamento do solo, os números de projetos aprovados na regional Leste, demonstrado no QUADRO 19 (página 168), devem ser interpretados não de forma absoluta. Isso porque a maior parte da regional possui o espaço urbano todo loteado, segundo os parâmetros legais. Ou seja, na época da formalização dos bairros os loteadores, sejam eles Prefeitura ou particular, cumpriram os procedimentos necessários para as aprovações dos loteamentos. Contudo, não é correto afirmar que a maior parte do bairro é legal quanto ao parcelamento do solo. Isso acontece porque, ao longo do tempo, os loteamentos originais

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foram alterados devido à necessidade de expansão ou redução das habitações, e isso nem