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Tabagismo no mundo

No documento arisegarciadesiqueiragalil (páginas 38-41)

2 Tabagismo

2.3 Cenário Global

2.3.1 Tabagismo no mundo

Estima-se que 28% dos adultos europeus (em torno de 120 milhões de habitantes), são fumantes e são responsáveis por cerca de 650000 mortes por ano. O hábito de fumar é prevalente em toda a Europa e a gravidade e estágio da epidemia tabágica e respostas políticas a ele, variam consideravelmente entre os países. 34 Na Europa, em 2002, havia mais de meio milhão de mortes anuais em decorrência do tabagismo, e os fumantes representavam em torno de 30 para cada 100 europeus adultos. 34 Essas mortes tiveram causas e características bem diferentes dependendo da região, uma vez que a epidemiologia do tabagismo é bem distinta em todos os países da Europa. A mortalidade por câncer de pulmão e doenças isquêmicas do coração era de 5 a 6 vezes maior nos países do Norte e Centro Europeu se comparados com os países do Sul da Europa (França, Espanha, Portugal e Itália).34 A maioria dos tabagistas na Europa eram do sexo masculino, mas desde a década de 80 o número de usuários de tabaco vem diminuindo, cerca de 30% até a década de 90, levando assim ao aumento das pessoas tratadas para cessação do vicio e a diminuição do número de jovens usuários.34 Vale ressaltar ainda que o tabagismo passivo esteve presente em 30 a 50% das residências onde foram colhidos dados para estudos. 34

Os países da Europa vêm criando muitos incentivos para a prática do ambiente livre do tabaco e assim diminuir os riscos e dados para a saúde da

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população. Apesar disso, este continente é responsável por uma grande produção de tabaco, uma vez que 10 entre os 25 principais produtores de tabaco no mundo estão nesse continente. Podemos citar a Alemanha, Rússia, Reino Unido, Polônia, Países Baixos, Espanha, Grécia, Itália, Bulgária e França.34 Porém, muito progresso houve na redução da publicidade paga, na proibição de fumar em locais públicos, no aumento dos serviços para auxiliar fumantes a cessar o vício. O aumento do investimento em pesquisas e na capacidade de se intervir na maior causa evitável de morte e incapacidade na Europa, vem sendo estimulada. Estes estímulos tiveram uma relação direta com a Convenção Quadro, da OMS. 34

A Ásia tem o maior número de usuários de tabaco e é o principal alvo de empresas transnacionais de tabaco. Mais de 6 milhões de mortes anuais tabaco relacionadas, se encontram na Ásia, especialmente homens. O sul da Ásia tem o maior consumo de tabaco do mundo. Na região sudeste, estima-se que 1,3 milhões de pessoas morrem anualmente por semelhante motivo, sobrecarregando o sistema de saúde destes países. O futuro do controle global do tabaco repousa nesta região e os desafios são claros. China, Índia e Indonésia são os principais mercados da Ásia, sendo a Índia, a pioneira em medidas de controle do tabaco e a única região onde todos aqueles países que tem ratificação com a Convenção Quadro, sobre o controle do tabaco.35 No Japão, o tabagismo é o responsável por 34% da mortalidade por todas as causas. A associação do tabagismo e a HAS neste país, chega a mais da metade de ocorrência em homens e, cerca de 44%, em mulheres.

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Na África, as DCNT também estão rapidamente se tornando as principais causas de morbidade e mortalidade, especialmente, nos países de baixa e média renda. Em contraste com os países de alta renda, a distribuição sociodemográfica, incluindo desigualdades socioeconômicas, de doenças não transmissíveis e seus fatores de risco, ainda não é clara. Um estudo recente explorando dados socioeconômicos de população rural africana foram encontrado como os mais comuns, o tabagismo, o consumo de álcool em homens e a lipoproteína de alta densidade. Nos grupos de maior condição socioeconômica, o tabagismo reduziu em 4 vezes, de 22% para 5,7%, para homens e de 2,2% para 0,4% em mulheres.37

As mortes tabaco relacionadas nos EUA de 1950 a 2007, foram documentadas por Thun et al (2012), onde os homens apresentaram seu pico de

mortalidade entre as décadas de 80 a 90, esboçando a seguir, um discreto declínio. Entre as mulheres, o pico de maior mortalidade fez-se entre a década de 90 e a primeira década do século 21, também com um discreto declínio a partir deste período.24 Naquele país, cerca de 440.000 mortes anuais eram causadas em consequência do tabagismo. Um estudo realizado no período de 2005 a 2010 mostrou que em 2010, 19,3% da população adulta se declarava como tabagista, número este inferior ao declarado em 2005, 20,9%. A porcentagem de tabagistas que utilizavam de 1 a 9 cigarros por dia aumentou de 16,4% para 21,8% enquanto que a proporção de fumantes ―pesados‖ (aqui, definido por fumar >30 cigarros/ dia) caiu de 12,7% para 8,3%, mostrando assim que a prevalência de tabagismo nos EUA vem diminuindo com o passar dos anos. O número de homens e mulheres tabagistas são bastante semelhantes, sendo que 21,5% dos homens se declararam tabagistas enquanto que 17,3% das mulheres fizeram o mesmo relato.38

Como já sabido, a DCV e a doença cerebrovascular são as principais causas de morbimortalidade em todo o mundo. São conhecidos e modificáveis os fatores de risco responsáveis por mais de 90% da sua incidência, como por exemplo, a ocorrência do IAM em todo o mundo, em ambos os sexos, em todas as idades e em todas as regiões. 39,40 Na América Latina, o IAM foi associado especialmente, pela hipercolesterolemia, HAS, obesidade abdominal e o tabagismo, sendo este último, no Brasil, o seu principal representante. 41

O ranking de países com o maior consumo de tabaco mostra uma desproporção deste consumo na China, onde tem havido um crescimento paradoxal, diferente da maioria dos países do mundo. A China lidera o ranking e os chineses fumam mais do que os próximos 29 países combinados de maior consumo. Neles, segue-se a Rússia, EUA, Indonésia, Japão, Alemanha, Índia, Turquia, Coréia e Vietnan. 22

A DCV causa 29% das mortes atribuíveis ao tabaco. Cerca de metade dos fumantes ativos morrerão de uma doença relacionada com o tabaco, perdendo em média, 10 anos de vida, em comparação com pessoas que nunca fumaram. A proporção de mortes devido ao tabaco é maior em países de alta renda, onde 18% excedem a proporção de mortes atribuídas à hipertensão arterial (17%) ou ao excesso de peso e obesidade (8,4%). 42

De forma global, o número de mortalidade atribuível ao tabaco está a aumentar esta carga, mudando a maior prevalência, para os países de baixa e

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média renda. Em 2030, o uso do tabaco deverá ser responsável por 8 milhões de mortes anualmente. Mais da metade do declínio na mortalidade por DCV ao longo do último meio século tem sido atribuído a reduções nos principais fatores de risco cardiovascular, incluindo o uso do tabaco. Durante este tempo, a prevalência de tabagismo diminuiu substancialmente na América do Norte e na Europa, mas o declínio desacelerou na última década. Em 2011, 19% dos adultos norte-americanos (21,6% dos homens, 16,5% das mulheres) fumaram cigarros. Uma parte substancial de indivíduos continua a fumar, mesmo depois de desenvolver DCV. Na Europa, a prevalência do tabagismo em indivíduos com eventos cardiovasculares prévios foi de 20,3% em 1995, 21,2% em 1999-2000, e 18,2% em 2006-07. Reduzir o tabagismo é um objetivo central das estratégias de prevenção primária e secundária para DCV.27,42

No documento arisegarciadesiqueiragalil (páginas 38-41)