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Unidade de Assistência Integral ao Tabagista – UAIT

No documento arisegarciadesiqueiragalil (páginas 106-111)

4 Impacto do tabagismo e de sua cessação sobre outras doenças crônicas não

5.2 Centros HIPERDIA Minas

5.2.2 Unidade de Assistência Integral ao Tabagista – UAIT

A Unidade de Assistência Integral ao Tabagista do CHM-JF- MG, Brasil (UAI-T) está localizada na Av. José Lourenço Kelmer, 1300; Bairro São Pedro, Juiz de Fora.

Conforme relatado, a função do Centro HIPERDIA tem caráter assistencial e educativo concomitantemente. Como primeira meta no combate ao tabagismo pelo centro, foi implantado a UAI-T, seguindo as normas do INCA-MS aprovado e supervisionado pelo SECOPTT (Serviço de Controle, Prevenção e Tratamento do Tabagismo), setores responsáveis pela prevenção e tratamento do tabagismo a nível federal e municipal, respectivamente. Através da implantação desta unidade, podemos atuar de forma efetiva, respeitando os objetivos prioritários do centro, e assumindo a meta de ampliar o alcance em tratar fumantes no município. Atuando de forma efetiva no processo de educação permanente, auxiliando o trabalho do SECOPTT em ampliar o conhecimento prático de profissionais de saúde na atuação de pacientes com este perfil, mantendo um nicho de oportunidades de capacitar os profissionais nas diversas etapas de ajudar o paciente tabagista a parar de fumar, além do trabalho assistencial continuado. Desta forma, o objetivo da UAI-T é ampliar o alcance na assistência a fumantes hipertensos, diabéticos e renais crônicos tabagistas de alto e muito alto risco no município de Juiz de Fora e microrregião.

Estudos apontam algumas estratégias eficazes na redução substancial de mortalidade cardiovascular, dentre elas se destacam a terapia com ácido acetilsalicílico, o controle da pressão arterial, o controle do colesterol e a cessação do tabagismo. Assim, o foco da UAI-T baseia-se na visualização da unidade por três pilares: o assistencial, o educacional e o de promoção de campanhas. A intervenção nestes três pilares será de forma integrada e de ações concomitantes.

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O pólo assistencial tem a participação de profissionais do CHM-JF e de profissionais das unidades básicas que acompanham o trabalho no intuito de fortalecer o aprendizado baseado na experiência clínica vivida e compartilhada, tornando estes profissionais mais seguros na assistência à população de tabagistas em sua unidade de origem.

O pólo educacional é realizado concomitantemente ao assistencial, sendo dividido em várias frentes, desde a educação permanente de profissionais do próprio centro, a educação interativa com os profissionais das UAPs, a educação à distância, entre outras ações. Ainda no polo educacional, destaca-se a grande variedade de projetos e linhas de pesquisa tabaco relacionadas que se abre através da UAI-T. Como forma de consolidar estas intervenções, ainda há a participação de profissionais da UAI-T em campanhas e dias comemorativos contra o tabaco, capacitações de equipes multidisciplinares no manuseio do tabagismo. Aliado a estas informações, a UAI-T tem sido berço de teses de mestrado e doutorado, capacitando efetivamente profissionais no maior conhecimento sobre o tabagismo.

Desde a sua inauguração, em maio de 2012, a UAI-T mantem assistência sistemática aos fumantes, tendo passado pela equipe multidisciplinar 32 grupos consecutivos de tratamento, com média de 7,42 pacientes por reunião. Segundo trabalho recente do grupo, avaliando 27 grupos consecutivos, foi verificada a prevalência de cessação tabágica de 16,9%, na 4ª semana de ACC (critério do índice de cessação preconizado pelo INCA), 52,1% na 8ª semana e 63,1%, na 12ª semana, coincidindo com a finalização do tratamento medicamento.53 Segundo um outro trabalho, da mesma equipe, avaliando o primeiro ano de funcionamento da UAI-T e pesquisa por inquérito telefônico, foi observado que 44,4% dos pacientes abordados, permaneceram sem fumar até os 6 meses de acompanhamento.150

De forma elucidativa, segue no quadro 10 as ações na UAIT do Centro HIPERDIA de Juiz de Fora.

Quadro 9 Desenho ilustrativo de ações da Unidade de Assistência Unidade de Assistência Integral ao Tabagista –

Centro HIPERDIA Juiz de Fora/ MG

Coordenação Municipal Projeto aprovadoe liberado pela Vigilância Sanitária

Objetivos Assistência integral aos tabagistas do Centro HIPERDIA, conforme normas INCA/ MS; Capacitação e educação continuada à profissionais de saúde quanto ao manuseio da cessação do tabaco

Programa Assistencial Programa Educacional

Profissionais Do Centro Pacientes e familiares Sensibilização Abordagem cognitivo-comportamental Tratamento medicamentoso Seguimento Profissionais Das UAPS Educação à distância Linhas de Pesquisa Campanhas/ Divulgações

Fonte: Centro HIPERDIA de Juiz de Fora- MG

A operacionalização da abordagem para cessação do tabagismo tanto no SUS quanto na UAI-T seguem as normativas do INCA/ MS para a abordagem dos fumantes, e consiste na sensibilização, abordagens cognitivo comportamentais sequenciadas, tratamento medicamentoso, apoio na manutenção e nas recaídas até a alta, que requer a abstinência tabágica num período continuado de 12 meses.

Na UAI-T, seguimos um critério de lista de espera, de usuários fumantes procedentes do CHM-JF, Serviço de Controle da Hipertensão, Diabetes e

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Obesidade (SCHDO), ambulatórios de Cardiologia e Endocrinologia da Universidade Federal de Juiz de Fora, todos com o mesmo perfil de alto e muito alto risco cardiovascular. A partir desta lista de espera, os pacientes são convidados, via telefone, a participarem dos grupos de tratamento para cessação tabágica da UAI-T.

A sensibilização tem duração de aproximadamente 30 minutos, e expõe as repercussões negativas do tabagismo para a saúde de forma global, e especificamente, para pacientes de alto risco cardiovascular, onde o risco aumenta de forma exponencial. Aliado, reforça o conceito de que o tratamento é possível e do seu grande impacto na melhoria da saúde, na redução da morbi-mortalidade e na redução de gastos.

Na assistência continuada, prosseguimos com as reuniões da abordagem cognitivo-comportamental, que compreendem 4 semanas consecutivas, com duração de aproximadamente 45 minutos, onde se aborda situações do que o cigarro representa para cada participante do grupo, as formas de reagir à redução do número de cigarros, o enfrentamento da abstinência e das fissuras, a possibilidade de recaídas e as formas de prevenção destas, o treinamento de habilidades de relaxamento e de fortalecimento da cessação. A 1ª reunião se caracteriza por alertarmos os usuários sobre os componentes da dependência, seja física, psicológica ou comportamental. Na 2ª reunião, faz-se a estratificação de cada participante quanto à necessidade ou não de tratamento medicamentosos associado à abordagem cognitiva. Aliado, se demonstra as formas de interrupção do tabaco, que poderá ser realizada de forma abrupta ou sequenciada, com ou sem auxílio de medicação. De forma sequenciada na reunião, faz-se uma troca de depoimentos dos presentes em relação à evolução percebida no seu processo de ―aprender a parar de fumar‖, quais as sugestões, quais as maiores dificuldades encontradas (barreiras) e quais os principais trunfos positivos à cessação (fortalezas individuais). Dependendo da especificidade de cada caso (estágio de ação) poder-se-á iniciar tratamento medicamentoso. Na 3ª reunião, reforçamos situações conflitantes ou hipóteses de fissuras, lapsos e recaídas. Naqueles que iniciaram tratamento medicamentoso, salientamos os fatores fortificadores de se manter sem fumar (fortalezas). Na 4ª reunião, fazemos a inserção de usuários em fase de manutenção e o estímulo à prevenção de recaídas. O tratamento medicamentoso normalmente se inicia em usuários com alta dependência ou critério adequado, na 2ª, 3ª ou 4 reunião.

O acompanhamento para usuários que conseguirem cessar o vício, receberão suporte médico e psicológico, de 15 em 15 dias nos primeiros 2 meses; seguidos de acompanhamento mensal do 3º até o 12º mês.

Para a alta do programa, os usuários deverão estar abstenhos por 12 meses ou mais.

No documento arisegarciadesiqueiragalil (páginas 106-111)