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TÓPICO 3 – TEATRO E A RENASCENÇA

TÓPICO 4 – OUTRAS TEATRALIDADES EUROPEIAS

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CHAMADA

UNIDADE 2

1 INTRODUÇÃO

A Idade Média compreende um período bastante longo, que se estende do século V – logo após a queda do Império Romano do Ocidente – e vai até o século XV, com a conquista de Constantinopla pelo Império Turco-Otomano.

O fator que mais impactará nas manifestações culturais e, sobretudo, nas produções artísticas, tais como a linguagem teatral, durante o período medieval, será o vínculo entre o poder oficial e a igreja católica. Esse aspecto possibilitará dois tipos de produções cênicas: o teatro sacro e o teatro profano.

As manifestações ligadas à ideologia cristã, caracterizadas por seus objetivos catequizadores, enquadradas como teatro sacro, valorizavam temas inspirados nas histórias bíblicas de cunho maniqueísta, ou seja, a realidade é descrita por meio de espaços distintos, onde as forças do bem e do mau estão bem delimitadas. Entre essas manifestações, encontram-se os mistérios, os milagres e as moralidades.

Já as de caráter popular, denominadas de profanas, nesse contexto, foram fortemente combatidas. Os mimos, os jograis e as “farsas” de autores não conhecidos configuraram a transição das “Atelanas Romanas" em convenções do teatro profano medieval. Somente a partir do século IV, a partir do Concílio de Cartago, que as proibições desse teatro passam a ser revistas.

Já no final da Idade Média (século XVI), no denominado “período de transição”, surgem, na península Ibérica, dois grandes dramaturgos: Fernando Rojas (na Espanha) e Gil Vicente (em Portugal), mesclando a forma de escrita medieval à ideologia humanista, que caracterizará o retorno dos temas clássicos gregos, dentro do movimento renascentista.

2 O TEATRO A SERVIÇO DA FÉ

A Idade Média começa com a ruína do império romano, após uma série de guerras e disputas por territórios. As terras foram divididas e apropriadas por diversas tribos. A Europa se desenvolveria a partir de uma organização social estabelecida por meio de feudos, os donos de terras detinham todo poder e davam proteção e trabalho para os servos que moravam e cultivavam em seu território.

TÓPICO 1 —

TEATRO NA IDADE MÉDIA

UNIDADE 2 — DO MEDIEVAL AO SÉCULO XIX

FIGURA 1 – PODER, RELIGIÃO E CULTURA NA IDADE MÉDIA

FONTE: <https://bit.ly/3ECplsr>. Acesso em: 3 set. 2021.

Durante a Idade Média a Igreja Católica permaneceu ao lado das classes mais abastadas, recebendo grandes extensões de terras, obtidas em troca da salvação nos reinos de Deus.

Além do poder político e econômico, a igreja tinha uma grande influência cultural, sendo detentora do saber, da escrita e da leitura.

ATENCAO

Para manter a sua influência e aumentar os seus domínios, o catolicismo transformou seus ritos e rituais cristãos em celebrações, transformando as festividades pagãs em novas datas a serem celebradas dentro das festividades cristãs, como o Natal e a Páscoa.

TÓPICO 1 — TEATRO NA IDADE MÉDIA

FIGURA 2 – TEATRO LITÚRGICO

FONTE: <https://filosofiapopcom.files.wordpress.com/2019/12/teatromedieval1.png>.

Acesso em: 3 set. 2021.

Nesse contexto, as encenações foram usadas para atrair e fidelizar os moradores e trabalhadores dos feudos (em sua grande maioria, analfabetos e primitivos), que ainda gostavam de cantar, dançar, festejar as colheitas, celebrar as estações do ano de forma pagã, uma vez que não estavam convencidos da existência de um só Deus.

Todo esse processo de dominação cultural ocorreu paulatinamente, visto que o Império Romano era politeísta e pagão. Como vimos, os romanos reverenciavam seus diversos deuses através de espetáculos grandiosos, realizados em imponentes arenas. Durante séculos depois de Cristo, a Igreja Católica procurou estabelecer-se e difundir a ideologia de um único Deus. Como não existia liberdade religiosa, poucos se proclamavam cristãos, ou expressavam sua fé publicamente, por terem medo de serem perseguidos e mortos, ridicularizados por cômicos, ou ainda, terminarem como vítimas em cenas violentas (tão apreciadas pelo público).

Com o declínio do Império romano, Constantino se converteu ao cristianismo, proporcionando maior liberdade religiosa ao povo. Por volta de 392 d.C., Teodósio I, decretou o catolicismo como a religião oficial do império, proibindo a manifestação da crença em outras divindades, bem como dos cultos politeístas.

Como representante absoluta do poder estatal e da vontade do criador, a Igreja proibiu as manifestações teatrais, baniu os atores e relegou os teatros romanos à decadência.

ATENCAO

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Durante os cinco séculos seguintes o teatro permaneceu em estado de dormência. Foi somente por volta do século X que a igreja procurou associar as festanças pagãs (que a população não deixava de celebrar) às festividades religiosas, passando, inclusive, a adotar a dramaturgia como forma de propagar seus preceitos e catequizar a população.

FIGURA 3 – CENAS ALEGÓRICAS A SERVIÇO DA CATEQUIZAÇÃO

FONTE: <https://www.coladaweb.com/wp-content/uploads/teatro-medieval.jpg>.

Acesso em: 3 set. 2021.

É importante salientar que a Igreja entendia o teatro como meio para alcançar os seus fiéis. No entanto, a arte dramática tem uma importância maior na história – conforme demonstram os importantes historiadores do teatro: “O ritual da Igreja girava ao redor dessa morte e ressurreição de um Deus que se mostrara tão fecunda na primitiva história do teatro. Todo o credo e literatura da Cristandade compunham um grande drama" (GASSNER, 1991, p. 159).

IMPORTANTE

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FIGURA 4 – TEMAS MEDIEVAIS RECORRENTES: CRUZADAS, FEUDALISMO, INQUISIÇÃO

FONTE: <https://bit.ly/3lFZSWi>. Acesso em: 3 set. 2021.

Os elementos da teatralidade passam a ser incorporados às celebrações religiosas. Os sacerdotes incluíram um diálogo dramático, com revezamento de falas e cantos, realizados por solistas e coros, como os hinos de origem latina, denominados "Tropo".

O Tropo começou a ser usado na Páscoa, em uma peça chamada “Santas Mulheres". O coro passou a ser subdividido em dois grupos, sendo que em um deles ficavam os monges que representam os anjos (vestidos de branco e usando asas) que guardavam o santo sepulcro e um segundo subgrupo formado por monges encapuzados (para não serem reconhecidos), representando as três Marias. Esta peça foi o ápice de todo o drama cristão, tornando-se modelo básico para o teatro eclesiástico.

O teatro religioso buscava ensinar e moralizar o povo. Ele era encenado pelo clero, pois somente religiosos podiam escrever e encenar os dramas dentro das igrejas (nos altares) durante as missas e festividades religiosas.

Havia muitos santos e festividades em comemoração às santidades, gerando uma série de encenações, sermões e autos sacramentais que possibilitaram a introdução de personagens secundárias.

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FIGURA 5 – O MARTÍRIO DE SANTA POLÔNIA

FONTE: <https://bit.ly/39qW9pW>. Acesso em: 3 set. 2021.

Os temas das peças eram baseados em passagens bíblicas e na biografias dos santos. As apresentadas ocorriam por meio de manifestações denominadas como: Milagres, Mistérios, Autos, Moralidades.

2.1 OS MILAGRES

Gênero teatral era baseado na vida dos santos e da Virgem Maria ou da intervenção destes na vida cotidiana. Inicialmente, eram cenas curtas e simples, representadas dentro das Igrejas, baseadas em histórias do velho testamento. Com a evolução das peças, as encenações ficaram mais demoradas, solicitando mais espaços para as apresentações. Esse fato motivou a criação de cenas em espaços distintos. De tal forma que a peça ocorria por meio do trânsito do público, numa procissão por entre as estações onde ocorriam as cenas.

2.2 OS MISTÉRIOS

De grande dimensão, os Mistérios constituíam peças elaboradas para ensinar a população, e proporcionar entretenimento, através da dramatização de histórias sagradas do velho e do novo testamento. Os temas encenados com frequência contemplavam o nascimento (Natal) e a ressurreição (Paixão) de Cristo.

Maiores que os milagres, contavam com a participação de muitos colaboradores.

À medida que foi evoluindo, passou a ser encenado fora das Igrejas, que já não comportavam o tamanho do elenco, o que possibilitou agregar elementos não sacros, cotidianos, populares e cômicos.

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2.3 OS AUTOS

Gêneros contendo os mesmos elementos que apresentam os Mistérios e os Milagres, descrevendo as intervenções dos santos e da Igreja na vida cotidiana dos homens até o dia do "Juízo Final". Não se trata de peças totalmente religiosas. Nos autos são comuns as alegorias, o uso de uma linguagem coloquial e didática, que geralmente despreza o latim, facilitando o entendimento bíblico pelos populares.

Surge, por meio do desenvolvimento dos "autos", o teatro de tipos que usa a religião para moralizar e educar o público, como o representado nas obras de Gil Vicente (1465-1536). Gil Vicente foi um poeta português que retratou a decadência moral de forma humana e alegórica. Entre sua temática, estão: o vício, a ira e a esperança. Sua obra criticava o poder desmedido da Igreja, a corrupção e o comportamento errático do clero, a decadência das virtudes, da moral e dos costumes.

2.4 AS MORALIDADES

Eram peças objetivas, curtas e diretas, que falam das vantagens de se ter fé, de uma vida sem vícios e repleta de virtudes. São peças mais curtas e fantasiosas, nas quais os pensamentos e sentimentos são representados para que os espectadores saiam do espetáculo melhores que entraram.

À medida que essas celebrações evoluíram, o número de pessoas interessadas em participar cresceu. Na tentativa de incluir mais participantes, outros temas foram inseridos, aumentando inclusive a necessidade de criticar o papel da igreja na sociedade. As representações desceram dos altares e saíram das igrejas para as praças públicas. Conforme comenta o pesquisador Gassner (1991, p. 162), em seu livro Mestres do Teatro: “com as peças sobre santos, os dramas eclesiásticos escritos em latim e representados na Igreja atingiram o limite de

‘suas’ potencialidades, e a dramaturgia só poderia continuar a se desenvolver empregando o diálogo vernacular, oferecendo a obra livre para os gostos e interesses do povo."

A Revista Histedbr On-line, produzida pela UNICAMP, apresenta um artigo, em que você poderá ter mais detalhes sobre o teatro catequético na Europa e no Brasil.

Ficou interessado? Basta acessar o link: https://fe-old.fe.unicamp.br/pf-fe/publicacao/4961/

art03_25.pdf.

DICAS

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3 O TEATRO POPULAR

O teatro que renasceu para louvar a Deus e as benesses da Igreja Católica evoluiu, ganhando as ruas e se popularizando. As críticas e os ressentimentos em relação aos excessos da Igreja passaram a ser representadas pelo baixo clero em festas satíricas de caráter profano, em que liam sermões de paródias e seguiam pelas ruas em procissão, cantando palavras obscenas em melodias sagradas. Além destas farras, existiam as palhaçadas não dramáticas dos Goliardos, também conhecidos como eruditos, errantes, que cantavam os prazeres da vida mundana e satirizavam os dogmas religiosos.

FIGURA 6 – TEATRO FORA DOS MUROS DA IGREJA

FONTE: <https://filosofiapopcom.files.wordpress.com/2019/12/teatromedieval.jpg>.

Acesso em: 3 set. 2021.

As celebrações teatrais desenvolveram características diferentes nos vários países europeus, de acordo com os costumes de cada região. Vale lembrar que os intercâmbios culturais eram dificultados pela escassez dos transportes.

No Longa metragem "Loucuras na Idade Média" (2001) distribuído pela Fox Film do Brasil o personagem principal revisita vários ambientes da Idade Média, a partir da perspectiva do século XXI. Você pode conferir em: https://youtu.be/niNc5A9FCQo.

DICAS

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decoração exclusiva para cada episódio, existia o paraíso e o inferno, eram usados animais vivos, efeitos de luz e uma profusão de cores, os elencos cênicos eram majestosos e todos podiam assistir.

FIGURA 7 – TEATRO DE RUA (PINTURA "MERCADO DE CAVALOS DE BRUXELAS", DE VAN DER MEULEN)

FONTE: <https://bit.ly/3u3gzi7>. Acesso em: 3 set. 2021.

Conforme nos ensina o pesquisador Alexandre Mate (2016, p. 5): “Pelo desenvolvimento experimentado pelo teatro religioso francês, a partir do século XIV foram criadas as grandes Paixões, que se transformaram em gigantescos espetáculos ao ar livre, coordenados por confrarias religiosas, arregimentando quase toda a comunidade, sendo apresentados em vários dias".

Na Inglaterra, havia as Guildas, que era termo medieval usado para representar as associações de classes ou sindicatos que funcionavam sobre a responsabilidade do sobrenome de um cidadão respeitável. Cada Guilda comercial era responsável pela apresentação de uma peça em uma estrutura de dois andares (sobre rodas). Esses carros iam repetindo o espetáculo, de cidade em cidade. Cada localidade recebia uma sucessão de carros que juntos narravam uma fábula completa. Eram espetáculos grandiosos e abundantemente decorados. As peças costumavam ser chamadas de Mistérios e eram apresentadas por amadores, mas podiam contar com a participação de alguns mímicos profissionais ou de integrantes do baixo clero.

Frequentemente as peças são cruas na estrutura, no estilo e na versificação, a ação é arrastada, a construção das personagens é convencional e o conteúdo, ligeiro. No entanto, tomadas como um todo (e devemos lembrar que, de forma geral, eram consideradas como simples episódios de um único drama, que podia prolongar-se por diversos dias) possuem de tal modo o fascínio e o arrebatamento do grande drama que esquecemos suas imperfeições (MATE, 2016, p. 5).

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Na Alemanha as peças sobre o Natal surgiram nos séculos XI ou XII e as peças sobre a Páscoa surgiram no século XIII, ambas tiveram seu auge no século XV. Os dramas eram encenados em vários palcos, por centenas de pessoas (homens, mulheres e crianças).

O restante dos moradores formava a plateia, a nobreza assistia aos espetáculos em camarotes, havia um grande uso de engenhosidade (máquinas, alçapões e polias) e fogos de artifícios. Nos intervalos das peças havia o canto de corais com versos de trechos da bíblia, foi desta forma que a população conheceu as Escrituras Sagradas, questionou o papel da Igreja Católica que os levou à Reforma Protestante e o fim do teatro religioso.

Em meio a protestos, a guerra civil e as mudanças socioculturais da sociedade medieval, a arte dramática se transformou. Os milagres foram substituídos pelo canto dramático dos evangelhos em oratórios (semelhantes ao tropo ou diálogos salmodiemos). As peças cíclicas tornaram-se muito populares na Europa, nos séculos XV e XVI. Seus melhores exemplos são apresentados na Inglaterra, que, segundo Gassner (1991, p. 172): "são notáveis por sua poesia relativamente elegante, compreendendo diversos tipos de metros e cadências. O tom desse conjunto de peças é respeitoso e devoto; o material lendário tomado dos Evangelhos apócrifos confere um toque de fantasia aos detalhes da Paixão que, de outra forma, seriam dolorosamente realistas".

Embora, ainda abordando temas bíblicos, mesmo que de forma mais popular e satírica, essas peças eram realistas e divertidas com uma linguagem de humor popular. As moralidades pouco se modificaram, por não ter caráter unicamente religioso e tratar de assuntos humanos, mas por resistir ao fim da Idade Média, muito embora sem grande importância ou relevância.

FIGURA 8 – PINTURA DA PASSAGEM DO TEATRO RELIGIOSO PARA O TEATRO POPULAR MEDIEVAL

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John Heywood, nascido em 1497, na Inglaterra, foi um dos autores que merecem destaque, por retratar este período de transição para a Renascença.

Em Portugal, já durante o século XVI, Gil Vicente foi um grande representante do período de transição entre o teatro medieval e o teatro humanista, do Renascimento. Considerado o primeiro grande dramaturgo do teatro português, sua obra de caráter popular, trará elementos moralizantes, alegorias e figuras bem retratadas que, por meio de tramas maniqueístas, revelaram uma sociedade que necessita de ajustes, nos moldes do teatro medieval. Escreveu uma série de autos, entre os quais consta a famosa trilogia das Barcas: “Auto das Barcas do Inferno”, o “Auto da Barca do Purgatório” e o "Auto da Barca da Glória".

FIGURA 9 – ILUST ORIGINAL: AUTO DA BARCA DO INFERNO, GIL VICENTE, 1531

FONTE: <https://bit.ly/3hS3S4M>. Acesso em: 3 set. 2021.

Representando a nova era que se iniciava, surgiu a Farsa, que pode ser compreendida como peças elaboradas para diversão, com personagens folclóricos e rudes com um humor sem refinamento.

ATENCAO

Neste tópico, você aprendeu que:

• Que o período medieval foi um período bastante extenso. Nele, temos manifestações teatrais muito distintas, que quando ligadas à igreja receberam o nome de teatro sacro; e quando ligadas à cultura popular foram denominadas de teatro profano.

• Durante a Idade Média o poder estatal esteve intimamente ligado à Igreja Católica, influenciando as manifestações culturais e artísticas. Nesse contexto, o teatro sacro passa a ser um importante veículo de catequização, já as expressões teatrais populares, consideradas pagãs, serão fortemente perseguidas.

• Os mistérios, os milagres e as moralidades são representantes do teatro sacro medieval, e tem como objetivo trabalhar ideologias cristãs, por meio da representação das passagens bíblicas mais complexas, o exemplo da vida dos santos e de personagens que combatem aquilo que era considerado imoral.

• Os mimos, os jograis e as “farsas” de origem não sacra (não ligado à igreja) com autores desconhecidos, apresentados em espaços itinerantes representaram o teatro popular medieval.

• A partir do século XII. d.C, as apresentações realizadas pelas "Confrarias"

formada por pessoas vinculadas à igreja que atuavam nas representações de forma amadora, passam a ser permitidas publicamente no interior das Igrejas, em espaços sacros anexos, ou mesmo às portas das Igrejas.

• Os enredos são tirados das histórias bíblicas, e as representações eram feitas nos dias de festas religiosas.

• Durante o século XVI, Gil Vicente, considerado o primeiro grande dramaturgo de Portugal, tornou-se um representante do período de transição entre o teatro medieval e o teatro humanista.

RESUMO DO TÓPICO 1

1 Sobre o que trata do Teatro Medieval, conforme os nossos estudos, analise as sentenças a seguir.

I- As manifestações teatrais medievais podem ser subdivididas entre sacro e profano.

II- As manifestações sacras estão vinculadas com o sagrado e podem ser divididas em autos, mistérios, milagres e moralidades.

III- De autoria desconhecida os mimos, os jograis e as “farsas” compunham o teatro profano e tinham um caráter popular.

IV- O dramaturgo português Gil Vicente é considerado um dos maiores representantes do período de transição entre o teatro medieval e o teatro humanista.

2 Segundo a pesquisadora Margot Berthold, numa passagem do livro “História Mundial do Teatro”, uma das linguagens medievais mais usuais no campo do teatro teve a importante função social de propor críticas reflexivas a determinados assuntos ligados às desigualdades sociais e aos desvios de caráter, tudo isso por meio do humor. Nas palavras da autora, a origem dessa linguagem "remonta tanto as festas dos bufões quanto as recitações dialogadas dos agressivamente chistosos menestréis” (BERTHOLD, 2001, p.

255). A qual estilo linguístico medieval a autora Margot Berthold se refere?

a) ( ) A farsa.

b) ( ) Os mistérios.

c) ( ) As atelanas.

d) ( ) Os mimos.

3 O vínculo entre igreja e poder durante o período medieval tornará a igreja detentora da autoria de grande parte das produções artísticas do período.

Além de patrocinar as produções no campo das artes, a igreja foi responsável por legitimar que tipo de arte merece ser apreciada, e as que seriam perseguidas. No campo teatral, a igreja percebendo o caráter comunicacional de determinadas modalidades das artes cênicas, adotou o teatro para ilustrar passagens bíblicas mais complexas, materializando um pensamento maniqueísta e moralista, com um objetivo definido. Qual era esse objetivo?

AUTOATIVIDADE

a) ( ) Alegrar as celebrações.

b) ( ) Catequizar os espectadores.

c) ( ) Apresentar os bons atores do clero.

d) ( ) Arrecadar uma maior quantia de dízimo.

UNIDADE 2

1 INTRODUÇÃO

Por volta do século XVI, surge um movimento teatral, que representará uma ruptura da tradição do teatro literário, denominado Commedia Dell’arte.

De caráter preponderantemente popular, a Commedia Dell’arte inovará ainda trazendo para o centro da trama, as peripécias de criados astutos, sobre os quais se darão boa parte dos conflitos, até que eles próprios encontrem soluções surpreendentes.

Entre as características mais marcantes da Commedia Dell’arte, merecem destaque: o caráter improvisacional das cenas e a fisicalidade dos intérpretes.

Conhecida por ser a arte do ator, a Commedia Dell’arte será desempenhada por famílias de artistas, que desenvolveram tipos específicos, incluindo toda construção da postura e a utilização da máscara da personagem durante anos.

Além disso, a fisicalidade da Commedia Dell’arte comunicava mais por meio das

Além disso, a fisicalidade da Commedia Dell’arte comunicava mais por meio das

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