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PARTE I – COLONIALIDADE DO SABER

CAPÍTULO 4 Tentativas de conciliação de classes

“Triunfo, se não for coletivo, é do sistema” A rua é nóiz - Emicida

Neste capítulo, seguimos com o olhar crítico acerca das produções audiovisuais apresentadas por Regina Casé, ressaltando a evitação de conflitos, constitutivos das relações sociais, e a defesa de uma harmonia social, com tentativa intrínseca de neutralização do que poderia desestabilizar a alegria almejada. Problematizamos a narrativa audiovisual de convivência harmônica entre classes onde as declarações sobre a melhoria de vida tão desejada nas favelas e periferias fica na abstração sempre, não trazendo elementos concretos para a mudança social e a emancipação dos sujeitos.

Para tanto, analisaremos o episódio em homenagem ao dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, mais conhecido como DG, assassinado pela Polícia Militar do Rio de Janeiro em 2014 no item Caso DG: assassinato, episódio e repercussão; e o episódio que retrata uma relação amistosa entre uma patroa e uma empregada doméstica exibido em 2016 no item “Como se fosse da família”. Finalizamos a discussão desse capítulo questionando o lema “tudo junto e misturado” no último item, intitulado Nem, junto, nem misturado, apenas desigual.

a) Caso DG: assassinato, episódio e repercussão

“Quantos DGs tem que morrer pro nosso povo ser feliz?” Bonde da Madrugada

Iniciamos com uma breve descrição do episódio do Esquenta! exibido em abril de 2014 e a repercussão do assassinato do dançarino Douglas Rafael Pereira da Silva (DG)150, que tinha 26 anos, no qual um dos principais embates se deu acerca da

homenagem e do sentimento de luto, difundindo uma ideia de violência abstrata. Escolhemos recuperar esse caso pelo mesmo ter sido tratado como mais uma tragédia

150 Esse episódio específico foi analisado detalhadamente no terceiro capítulo da minha dissertação de mestrado, defendida em 2015 no PPCULT UFF, e algumas partes serão retomadas aqui de forma resumida, porém com problematizações atualizadas. Episódio disponível em: <https://globoplay.globo.com/v/3308549/> Acesso em: 25 out. 2019.

139 social, apresentando uma abordagem superficial e genérica, um dos motivos geradores das polêmicas na repercussão do episódio, que demarcaram ainda mais as ambiguidades do programa.

Trazemos essa análise também pelo fato de, posteriormente à conclusão do laudo oficial, nenhum novo programa ou pronunciamento ter sido realizado para contestar o genocídio da população negra jovem brasileira em curso realizado pelo Estado, principalmente na figura da Polícia Militar. Não questionamos a realização da homenagem, mas a forma como a mesma foi feita, corroborando com a ideia de que discursos aparentemente bonitos e emocionados não mudam a triste realidade desses jovens assassinados e de suas famílias151. O assassinato de DG aconteceu no dia 22 de

abril de 2014 na favela Pavão-Pavãozinho, no Rio de Janeiro, e está longe de ser o primeiro ou o último caso de morte violenta de um jovem negro brasileiro. Em pesquisas de 2018, as estatísticas continuam piorando: a cada 23 minutos, um jovem negro é assassinado no Brasil152.

O programa, exibido no domingo dia 27 de abril de 2014153, foi elaborado e gravado após a notícia da morte de DG e a realização de seu velório e enterro. Começamos com a fala inicial de Regina Casé, após o elenco e a plateia aparecerem vestidos em sua maioria de roupa branca entoando os versos “Vem que vem que vem com tudo”, que sempre anunciava a chegada do Bonde da Madrugada, do qual DG era integrante. Após muitos aplausos e imagens de pessoas chorando no estúdio, a apresentadora diz:

Vem que vem que vem com tudo pra dentro do meu coração, DG. Eu sou artista. Eu faço um programa que lá no comecinho ia ter o nome Pagode da Casé, pra vocês terem uma ideia, Samba da Casé, depois Regina de janeiro, fevereiro e março e que virou o Esquenta, ou seja, era um programa que era só pra ser uma festa. Um programa de domingo pra gente almoçar junto, cantando, dançando, só alegria. Só que a maioria dos artistas, dançarinos, sambistas que participam do programa, vivem ou vem das periferias das cidades brasileiras. E como a

151 Matéria Atlas da Violência 2019: 75,5% das vítimas de homicídio no Brasil são negras. Disponível em: <https://www.almapreta.com/editorias/realidade/atlas-da-violencia-2019-75-5-das-vitimas-de- homicidio-no-brasil-sao-negras> Acesso em: 25 out. 2019.

152 Matéria Genocídio? A cada 23 minutos, um jovem negro é assassinado no país. Disponível em: <https://observatorio3setor.org.br/carrossel/genocidio-cada-23-minutos-um-jovem-negro-e-

assassinado-no-pais/> Acesso em: 25 out. 2019.

153 Nesse mesmo dia foi realizada uma manifestação na Praia de Copacabana. Matéria Mãe e amigos

protestam contra morte de DG em Copacabana, no Rio. Disponível em: <http://g1.globo.com/rio-de- janeiro/noticia/2014/04/mae-e-amigos-protestam-contra-morte-de-dg-em-copacabana-no-rio.html> Acesso em: 25 out. 2019.

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realidade nesses lugares é violenta e injusta, temas como a violência e a injustiça foram, sem planejamento, se impondo. E esses assuntos vieram e foram se misturando com os sambas, funks, pagodes e o programa foi crescendo e se transformando e, mesmo assim, a alegria resistiu e se manteve cada vez mais viva. Eu não escolhi fazer um programa jornalístico, muito menos um programa policialesco, mas, mesmo em um programa como o Esquenta, que é uma festa, a realidade foi me empurrando para tratar de um tema terrível como esse que a gente tá vivendo. Hoje, infelizmente, a gente não conseguiu pôr no ar o programa lindo que já estava pronto, porque um dos nossos dançarinos, talvez o mais alegre, o mais querido pelas crianças, foi brutalmente assassinado com um tiro pelas costas. A gente saiu do enterro sem condições de pensar em nada, mas tendo que pensar em tudo. Como a gente ia fazer, num programa tão alegre, e viver junto com vocês essa dor? E como é que a gente ia fazer pra parar tudo e tomar consciência do tamanho da barbárie. A gente conseguiu tá aqui e eu acho que a gente conseguiu parar, frear a nossa dor ou então ir com ela junto. Parar e tomar consciência pra que alguma coisa mude. Pra o que aconteceu com o DG e também pra que tragédias como essa não continuem acontecendo com milhares de jovens de todas as periferias que vivem em todas as cidades do Brasil. Porque a maior violência que tem é a impotência. Parece que tem tanta coisa para fazer, que é tão grande, que não dá pra fazer nada. Essa impotência é uma violência contra a gente. Temos que dar um jeito de quebrar esse sentimento de impotência. O apelido dele era DG. O nome dele era Douglas Rafael da Silva Pereira. Só mais um Silva. (grifos nossos)

Essa edição do programa se revela controversa por vários motivos, dentre eles alguns citados na própria abertura: por mais que o mote inicial da atração fosse a festa, como muitos artistas que fazem parte do elenco ou são convidados, vieram e/ou moram em comunidades do Rio de Janeiro, a violência inevitavelmente aparecia em alguns episódios. Nos perguntamos: de que maneira essa violência era abordada? Após essa abertura, a apresentadora pergunta para a plateia quem tem Silva no sobrenome e muitas pessoas levantam a mão. MC Bob Rum vai para o centro do palco e canta o Rap do Silva154, que reproduzimos a letra aqui:

Era só mais um Silva que a estrela não brilha/Ele era funkeiro/Mas era pai de família/Era um domingo de Sol/Ele saiu de manhã/Pra jogar seu futebol/Levou uma rosa pra irmã/Deu um beijo nas crianças/Prometeu não demorar/Falou pra sua esposa que ia vir pra almoçar/Era só mais um Silva que a estrela não brilha/Ele era funkeiro/Mas era pai de família/E anoitecia ele se preparava/É pra curtir o seu

154 Música Rap do Silva, de MC Bob Rum. Letra disponível em: <https://www.letras.mus.br/bob- rum/92019/> Acesso em 25 out. 2019.

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baile/Que em suas veias rolava/Foi com a melhor camisa/Tênis que comprou suado/E bem antes da hora ele já estava arrumado/Se reuniu com a galera/Pegou o bonde lotado/Os seus olhos brilhavam/Ele estava animado/Sua alegria era tanta/Ao ver que tinha chegado/Foi o primeiro a descer/E por alguns foi saudado/Mas naquela triste esquina/Um sujeito apareceu/Com a cara amarrada/Sua alma estava um breu/Carregava um ferro/Em uma de suas mãos/Apertou o gatilho/Sem dar qualquer explicação/E o pobre do nosso amigo/Que foi pro baile curtir/Hoje com sua família/Ele não irá dormir/Era só mais um Silva que a estrela não brilha/Ele era funkeiro/Mas era pai de família. (grifos nossos)

A música de 1996, que carrega forte crítica social, é utilizada como pano de fundo para demonstrar uma triste realidade brasileira, porém no programa não é devidamente debatida em sua complexidade. Os próprios versos que não foram cantados da música retratam muito bem essa vivência e são auto-explicativos: “O funk não é modismo/É uma necessidade/É pra calar os gemidos que existem nessa cidade”. Nos trechos grifados, é retratada a história de um trabalhador, pai de família, assassinado assim como DG, por isso a inserção de tal música nesse contexto. O debate sobre quem atira para matar na favela não aconteceu.

Em seguida, o primeiro momento de conversa com uma convidada é com Maria de Fátima Silva, técnica de enfermagem e mãe de DG, visivelmente emocionada, é abraçada pela apresentadora, que comenta estar aliviada por vê-la chorando, já que durante o velório e o enterro Maria de Fátima se manteve firme e forte. Vale ressaltar que assim que foi anunciada a morte de seu filho, a mãe deu declarações de que ele tinha sido torturado e assassinado para alguns veículos de comunicação. Sua voz esteve sempre ativa e incisiva quanto à conduta de DG, e mesmo após perder o filho, com uma dor que não se pode imaginar, continuava combativa em sua luta por justiça, recusando se encontrar com o governador do Rio de Janeiro na época por não querer servir de plataforma política155, por exemplo. Esse contraste de posturas/reações ao falar com a imprensa e ao estar no palco do Esquenta! é significativo e será discutido mais à frente, com uma declaração pública posterior sobre o ocorrido.

155 Matéria Mãe de dançarino recusa convite de encontro com governador do RJ. Segue uma de suas declarações: “Eu não vou encontrar com ele, porque não vou servir de plataforma política para um governo falido. Não quero ser recebida porque meu filho era da televisão [trabalhava no programa ‘Esquenta!’, de Regina Casé, na TV Globo]. Quero que todas as famílias das pessoas que foram mortas na favela sejam recebidas pelo governo também”. Disponível em: <http://g1.globo.com/rio-de- janeiro/noticia/2014/04/mae-de-dancarino-recusa-convite-de-encontro-com-governo-do-rio.html> Acesso em: 25 out. 2019.

142 No palco, após o abraço de uma das crianças do elenco do programa, Maria de Fátima é perguntada sobre a infância do DG, como ele era quando pequeno, e enquanto isso são exibidas fotos dele no telão, comentadas pela mãe e pela irmã, que estava grávida na ocasião e também foi chamada ao palco por aparecer nas imagens mostradas. É preciso ressaltar que em nenhum momento estamos questionando o fato de Maria de Fátima ter aceitado participar do programa, mas apenas discutindo como essa presença foi abordada, principalmente pela evocação de um passado do filho morto pela polícia. Esse é um dos pontos que mais chama atenção nessa nova observação e análise atualizada do episódio, justamente porque se mostra em toda sua perversidade ao rememorar determinadas lembranças de quando DG era criança e adolescente, sendo que ele tinha sido assassinado, velado e enterrado há poucos dias. Retomamos aqui a noção de espetáculo da indústria cultural, que, ao promover um sentimento de luto, mina a potência de luta da mãe guerreira que quer justiça pelo filho, mas que, num momento de dor, só faz chorar relembrando momentos com DG que não mais acontecerão.

Ainda durante a conversa com a mãe, são comentadas algumas características de DG, como a alegria de viver, a amizade com muitas pessoas e o jeito engraçado que tinha. O grupo Bonde da Madrugada é chamado e apresenta a música que fizeram para homenagear um de seus integrantes, fazendo a pergunta ainda atual que abre nosso tópico como epígrafe: “Quantos DGs tem que morrer pro nosso povo ser feliz?”:

DG, DG, nós vamos dançar pra você/Vem no passinho, joga um beijo pro ar/Com nosso DG no céu, até os anjos vão dançar/Na pista ou no morro, por onde você passou/Tu tratava todo mundo com atenção e com amor/Levava alegria, pra geral com carinho/Com um sorriso no rosto, ensinava o passinho/Agora é nossa vez, de te eternizar/Vâmo dançar o passinho jogando um beijo pro ar/Vem no passinho, joga um beijo pro ar/Quantos DGs tem que morrer pro nosso povo ser feliz?156 (grifos nossos)

Um dos focos do programa foi a dança, por ser a expressão artística de maior destaque de DG no trabalho no Esquenta!. Além do elenco da atração e muitos convidados, artistas da emissora, jornalistas, especialistas em segurança pública, dentre outros, estiveram presentes, trazendo estatísticas sobre a quantidade crescente de jovens negros assassinados no país e proferindo discursos indignados. São exibidas imagens e

156 Bonde da Madrugada - Homenagem ao DG do Programa Esquenta (DJ Leco JPA). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=xBzlTUJ88hs> Acesso em 25 out. 2019.

143 vídeos do dançarino em diversos momentos do programa, assim como um depoimento inédito gravado para o Dia das Mães. Em geral, o programa seguiu parte do roteiro usual, com apresentações musicais, entrevistas, menção a projetos sociais, dados sobre o tema, depoimentos (nesse caso, de outros apresentadores da emissora lamentando o ocorrido).

Destacamos duas falas que marcam bastante a diferença de abordagem sobre a Polícia Militar, poucas vezes mencionada no episódio. O dançarino Carlinhos de Jesus, que teve um filho assassinado pela polícia em 2011, revelou que os que cometeram esse crime foram presos e que ele acredita na justiça e nas instituições, reiterando que é preciso acreditar nas mesmas. A outra fala é de Cidinho (da dupla de funk com MC Doca) sobre a situação da época que continua atual: “é pobre matando pobre, o bandido é pobre, o policial é pobre”. Dessa maneira, percebemos que a única menção direta à polícia é feita pelo dançarino para defender a justiça e a crença de que ela faz um trabalho necessário, já que a frase contundente de Cidinho não é desenvolvida e problematizada Além de falta de respeito para com os familiares e amigos, seria um contra senso acreditar numa instituição que continua exterminando pretos, pobres e favelados todos os dias no Rio de Janeiro?

O programa é finalizado com uma fala de superação da apresentadora, alegando ter ficado desanimada com toda aquela situação, por ter chorado muitos dias, e que pensou, por um momento, que não fazia sentido difundir uma ideia de festa e seu poder transformador em meio a tanta tristeza. Por conta da união e da força de todos, foi possível realizar a homenagem, que funcionaria como uma forma de seguir em frente, com a crença nas pessoas, que precisam buscar o melhor de si: “por pior que seja a pessoa, ela tem alguma coisa de bom. (...) O pior pode ser reabilitado. Nós não vamos desistir, o Esquenta! quer o fim da violência”. Ao defender ao longo do episódio que toda a vida é sagrada e que ninguém merece ser assassinado, ao final do episódio essa fala fica ambígua, já que mais uma vez o discurso é genérico sem nomear exatamente do que está se falando, abrindo para múltiplas possibilidades de interpretação. No encerramento, Cidinho e Doca cantam o Rap da Felicidade157, os seguintes trechos:

Eu só quero é ser feliz/Andar tranquilamente na favela onde eu nasci, é/E poder me orgulhar/E ter a consciência que o pobre tem seu lugar/Minha cara autoridade, eu já não sei o que fazer/Com tanta violência eu sinto medo de viver/Pois moro

157 Música Rap da Felicidade, de Cidinho e Doca. Disponível em: <https://www.letras.mus.br/cidinho- e-doca/235293/> Acesso em: 26 out. 2019.

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na favela e sou muito desrespeitado/A tristeza e alegria aqui caminham lado a lado

Mais uma vez, o funk traz importantes críticas sociais, mas que não são debatidas em profundidade no programa, principalmente nos versos não cantados da canção: “Eu faço uma oração para uma santa protetora/Mas sou interrompido à tiros de metralhadora/Enquanto os ricos moram numa casa grande e bela/O pobre é humilhado, esculachado na favela/Já não aguento mais essa onda de violência/Só peço a autoridade um pouco mais de competência”. Onde está o cerne dessa desigualdade estrutural que não é problematizada?

Durante e após sua exibição, foram muitas as repercussões na internet e redes sociais sobre este episódio que teve grande audiência, com questionamentos acerca da índole de DG e de um possível envolvimento com traficantes do morro, como se isso fosse algum motivo para que jovens negros fossem assassinados158. Já outras pessoas se mostraram emocionadas e solidárias à homenagem realizada pelo programa, com discussão de assuntos que geralmente não estão ali sendo abordados159. Falou-se de violência, desigualdade, morte da juventude, mas sem tensionar ou pelo menos mencionar que uma das possibilidades (que amigos, moradores e familiares já sabiam, por ser tratar de uma realidade cotidiana perversa) era o disparo ter sido feito por um policial da UPP, o que se confirmou ao final do caso. Se todos ali presentes naquela homenagem clamavam por justiça, por que não demonstram seu apoio contra o genocídio da população negra nomeando um dos grandes responsáveis por isso, no caso, o Estado na figura da Polícia Militar do Rio de Janeiro?

No entanto, esse episódio foi relembrado alguns meses após sua exibição, quando um vídeo de Maria de Fátima em um evento em Brasília em novembro de 2014160 viralizou, gerando ainda mais repercussão na internet e nas redes sociais na época. Durante o evento SERNEGRA - III Semana de Reflexões sobre Negritude, Gênero e Raça, Maria foi perguntada sobre a relação com a mídia após o

158 Não só algumas publicações questionavam o que DG estava fazendo naquele dia, como também muitos comentários do portal de notícias G1 em matérias relacionadas ao caso.

159 Alguns artistas, amigos e parceiros da apresentadora, demonstraram seu apoio compartilhando momentos exibidos naquela edição e/ou escrevendo sobre o ocorrido em suas páginas, perfis e/ou jornais, gerando conteúdo nas mídias.

160 Vídeo Mãe do dançarino DG detona a Regina Casé e o Esquenta. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=87VV2H7HqO0> Acesso em: 25 out. 2019.

145 desenvolvimento das investigações, o que gerou uma resposta sobre os bastidores da gravação do programa “homenagem”:

Bom, eu vou até responder em pé com muito prazer que você tocou no assunto e eu venho trazer pra vocês. A mídia usou todo o tempo a imagem do meu filho, 72 horas da morte dele, do enterro, houve um convite, praticamente me arrancaram da minha casa me levando pra TV e limitaram o que eu devia falar, a senhora Regina Casé e a produtora do programa Tato Longo. Ela disse pra mim que eu só deveria responder o que eles me perguntassem. A minha família veio do interior chamado Santa Lúcia, são pessoas de vida comum como nós, eu tenho um professor que é de Educação Física. Então eles mandaram uma van pra lá, trouxeram 2 grávidas, uma era minha filha e a outra era minha sobrinha, trouxeram na van 17h30 até o PROJAC, que é distante, encurralaram a gente num cômodo de 3 x 3, colocaram um cocho com feno, que é aquela comida horrorosa, com criança trancaram a porta até a hora do início do programa. O único local que a gente podia circular era o salão de beleza, que foram me oferecer unha e cabelo. Como eu, 72 horas vocês viram a minha cara, eu tava 80 horas sem dormir, eu lá queria saber de fazer unha e cabelo? Eu queria uma solução imediata para que se esclarecesse a