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A Confissão de Fé pode ser considerada um pequeno manual de teologia bíblica. Seus 33 capítulos abordam os temas mais importantes da teologia cristã, conforme segue: doutrina da Escritura Sagrada (cap. 1); doutrina de Deus: seu ser e obras (caps. 2-5); doutrina do homem e da redenção (caps. 6-9); doutrina da aplicação da salvação (caps. 10-15); doutrina da

vida cristã (calis. 16-19); doutrinado cristão na sociedade (caps. 20-24); doutrina da igreja (caps. 25-31); doutrina das últimas coisas (caps. 32-33).

A Confissão de Fé é uma expressão da teologia agostiniana e calvinista que há mais de um século vinha influenciando os teólogos ingleses. Especificamente, a forma da Confissão foi influenciada pelos chamados Artigos Irlandeses, elaborados pelo bispo Ussher em 1615. Quanto à estrutura teológica geral na qual os teólogos de Westminster agruparam suas principais doutrinas, trata-se do sistema conhecido como Teologia Federal ou Teologia do Pacto (Pacto das Obras e Pacto da Graça).

Como declaração da doutrina reformada e como afirmação do calvinismo do século 17, a Confissão de Fé é um documento extremamente moderado e judicioso. O autor Wilham Beveridge concluiu: "Devemos agradecera Deus por essa declaração sábia, completa e equilibrada de nossa fé, que chegou até nós como uma preciosa herança da Assembléia de Westminster".

Eventos Subseqüentes

Com o auxilio dos escoceses, as forças parlamentares lideradas por Oliver Cromwell esmagaram o rei Charles e seus exércitos. Cromwell e o exército inglês eram partidários do congregacionalismo; assim sendo, os presbiterianos foram expulsos do Parlamento em 1648. O rei foi decapitado na Torre de Londres em janeiro de 1649, sendo então criada a Comunidade (Commonwealth), tendo Cromwell como Lorde Protetor da Inglaterra e da Escócia. Cromwell morreu em 1658 e dois anos depois foi restaurada a monarquia, com Carlos 11 no trono dos dois países. O episcopado foi restaurado, sendo aprovadas rígidas leis que impunham submissão ao governo e ao culto da Igreja da Inglaterra. Cerca de dois mil ministros presbiterianos foram expulsos de suas igrejas e residências.

Seguiu-se um longo período de intolerância e cerceamento. Somente no século 19 foi organizada a Igreja Presbiteriana da Inglaterra (1876).

Na E scócia, os Padrões de West minst er foram prontamente adotados pela Assembléia Geral da Igreja Presbiteriana, substituindo os antigos documentos que vinham desde a época de John Knox. Isso é notável se lembramos que a Assembléia de Westminster era composta de 121 ministros puritanos ingleses e apenas quatro ministros escoceses. Os presbiterianos escoceses agiram assim por causa dos méritos intrínsecos dos Padrões de Westminster e em especial devido ao seu desejo de promovera unidade entre os presbiterianos das Ilhas Britânicas. Através da imigração e do esforço missionário dos presbiterianos escoceses, esses padrões foram levados para a Irlanda do Norte, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, Brasil e muitos outros países ao redor do mundo.

Relevância Atual

A Confissão de Fé de Westminster é considerada uma das melhores e mais

equilibradas exposições da fé reformada. Suas definições doutrinárias foram cuidadosamente elaboradas por alguns dos homens mais cultos e piedosos do século 17. Talvez a sua linguagem e algumas de suas ênfases pareçam estranhas à nossa mentalidade do início do século 21. Todavia, temos de reconhecer que a maior parte das suas formulações continuam plenamente válidas pua os dias atuais. Embora seja um documento muito importante e valioso para os reformados, ela não está no mesmo nível da Escritura, ficando subordinada à mesma. Que essas considerações estimulem os leitores a conhecer melhor esse documento histórico que é parte essencial da nossa identidade presbiteriana.

Capítulo 12 ____________

o Sistema Presbiteriano

de Governo

A Igreja Presbiteriana do Brasil, como organização eclesiástica, adota um sistema representativo de governo. É um meio termo entre o sistema de governo episcopal, onde o governo é exercido pelo bispo, e o sistema congregacional,

onde as decisões são tomadas em assembléias ou sessões, com a participação de todos os membros.

No sistema episcopal uma só pessoa decide e, por isso, os erros são mais freqüentes. No sistema congregacional todos tomam parte em todas as decisões; e os erros também são mais freqüentes, pois nem todos estão preparados para atuarem todos os níveis de decisão. No sistema presbiteriano, os membros reunidos em assembléia elegem os seus representantes. E estes formamos concílios, que são assembléias formadas por pastores e presbíteros, que se reúnem para cuidar do governo da igreja em seus respectivos níveis.

Os concílios, em ordem crescente, são: Conselho, Presbitério, Sínodo e Supremo Concílio.

0 Governo da Igreja Local

Uma Igreja Presbiteriana "é uma comunidade constituída de crentes professos juntamente com seus filhos e outros menores sob sua guarda". Não há uma determinação do número mínimo de membros para a organização de uma Igreja Presbiteriana, mas a Constituição da Igreja Presbiteriana do Brasil preceitua que "Uma comunidade de cristãos poderá ser organizada em Igreja, somente quando oferecer garantias de estabilidade, não só quanto ao número de crentes professos,

mas também quanto aos recursos pecuniários indispensáveis à manutenção regular de seus encargos, inclusive as causas gerais e disponha de pessoas aptas para os cargos eletivos" (Art. 5o).

O governo, a disciplina e a administração de uma Igreja Presbiteriana são exercidos pelo Conselho, que é constituído pelo pastor — ou pastores, quando a igreja tiver mais de um pastor— e pelos presbíteros. O Conselho é auxiliado pela Junta Diaconal, constituída pelos diáconos. Mas todo o poder eclesiástico emana dos membros da igreja que, reunidos em assembléia, elegem os presbíteros e os diáconos para um mandato de cinco anos. O pastor é membro do Presbitério, e é este que o designa para o pastorado de uma igreja. Esta designação poderá ser feita por iniciativa do próprio Presbitério ou por solicitação do Conselho da Igreja para a qual será designado.

A Junta Diaconal cuida da ordem no templo e seus arredores e da assistência social. Alguns atos do Conselho dependem da aprovação dos membros da Igreja, reunidos em assembléia. Por exemplo: o Conselho só poderá "adquirir, permutar, alienar, gravar de ônus real, dar em pagamento imóvel de propriedade da igreja e aceitar doações ou legados onerosos ou não," mediante aprovação da assembléia.

0 Presbitério

Um grupo de igrejas de uma determina região forma o Presbitério, que é o segundo concilio da Igreja Presbiteriana do Brasil, em ordem crescente. Toda Igreja Presbiteriana pertence a um Presbitério. O Presbitério é uma assembléia de pastores e presbíteros. Os pastores são membros natos do Presbitério e os presbíteros são representantes das igrejas que o integram. Cada igreja, independentemente do número de seus membros, é

representada no Presbitério por um presbítero, eleito para isso pelo Conselho. São necessários, no mínimo, quatro igrejas e quatro pastores para a formação de um Presbitério. Os

Presbitérios reúnem-se, ordinariamente, pelo menos uma vez por ano; e extraordinariamente por convocação de sua comissão executiva.

O Presbitério supervisiona o trabalho dos pastores e dos Conselhos. Suas principais funções são: a) organizar ou constituir as igrejas locais; b) ordenar os pastores, dar- lhes transferência para outros Presbitérios e receber por transferência os que vierem de outros Presbitérios; 0 designar os pastores para as igrejas — por iniciativa própria ou atendendo a solicitação dessas igrejas; d) julgar os atos dos Conselhos, podendo aproválos ou não.

Qualquer membro da igreja poderá impetrar recursos no Presbitério contra decisão do Conselho. Em caso de necessidade, o Presbitério poderá intervir na igreja interditando ou dissolvendo o Conselho. No caso de dissolução do Conselho, os membros da igreja serão oportunamente convocados para eleger novos presbíteros.

0 Sínodo

Um grupo de Presbitérios de uma determinada região forma o Sínodo, que é o terceiro concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil, em ordem crescente. Todo Presbitério pertence a um Sínodo. São necessários, no mínimo, três Presbitérios para a organização de um Sínodo. Os Presbitérios que integram o Sínodo elegem os pastores e os presbíteros que vão representálos na reunião desse concilio.

Os Sínodos reúnem-se, ordinariamente, nos anos ímpares e, extraordinariamente, quando convocados por sua comissão executiva. As principais funções de um Sínodo são: a) organizar, constituir ou dissolver os Presbitérios; b) julgar os atos dos Presbitérios, podendo aprová-los ou não.

0 Supremo Concílio

O Supremo Concilio, como o próprio nome indica, é o maior concilio da Igreja Presbiteriana do Brasil. O Supremo

Concilio reúne-se, ordinariamente, quatritertalmente, nos anos pares. Sua reunião é uma assembléia de pastores e presbíteros, eleitos por seus respectivos Presbitérios pua representá-los nesse conclave.

As principais funções do Supremo Concilio são: a) "formular sistemas ou padrões de doutrina e prática, quanto à fé; estabelecer regras de governo, de disciplina e de liturgia" para a Igreja Presbiteriana do Brasil; b) organizar, constituir ou dissolver os Sínodos; e) definir os termos de relação da Igreja Presbiteriana do Brasil com

organismos e organizações eclesiásticas, estatais, etc.; d) julgar os atos dos Sínodos, podendo aprová-los ou não.

Se partirmos do topo para a base, podemos dizer que existe um único Supremo Concilio da Igreja Presbiteriana do Brasil; este se divide em vários Sínodos, que, por sua vez, se dividem em vários Presbitérios, que se dividem em várias igrejas. Para

compreender melhor esta estrutura, lembremo-nos de que o Brasil está dividido em

estados, que por sua vez se dividem em vários municípios, que por sua vez se dividem em distritos. Podemos, então, dizer que as igrejas correspondem aos distritos; os

Presbitérios, aos municípios; os Sínodos aos estados e o Supremo Concilio ao país – Brasil.

Cada concilio cuida de assuntos de sua competência e supervisiona, orienta, inspeciona e disciplina o concílio imediatamente inferior. Um concilio não poderá determinar a maneira do concilio imediatamente inferior agir em nenhuma matéria de sua exclusiva competência. Mas poderá fazê-lo retroceder, retomar ou anular qualquer deliberação que fira algum princípio doutrinário ou constitucional da Igreja

Presbiteriana do Brasil. Por exemplo: a admissão de membros da Igreja é assunto de competência exclusiva do Conselho. Portanto, o Presbitério –que é o concílio

imediatamente superior ao Conselho – não poderá determinar ao Conselho que receba ou deixe de receber alguma pessoa como membro da Igreja;

mas pode fazer o Conselho retroceder, reformar ou até anular uma recepção de membro, caso essa fira algum princípio doutrinário ou constitucional da Igreja Presbiteriana do Brasil.

De toda reunião de um concílio lavra -se ata pormenorizada, que periodicamente é submetida à apreciação do concilio imediatamente superior. Isto é, as atas do Conselho são submetidas ao Presbitério; as do Presbitério, ao Sínodo; e as do Sínodo, ao Supremo Concilio. Através do exame das atas, o concilio verifica se o concílio imediatamente inferior está agindo dentro das normas da Igreja Presbiteriana do Brasil.

Disciplina de Membros e de Concílios

Os concílios exercem funções administrativas e judiciárias. Os membros da igreja e os oficiais estão sujeitos à disciplina, aplicada pelo Conselho. "Toda disciplina visa edificar o povo de Deus, corrigir escândalos, erros ou faltas, promover a honra de Deus, a glória de Nosso Senhor Jesus Cristo e o próprio bem dos culpados".' As penas podem ser: admoestação, que consiste em chamar à ordem o culpado, verbalmente ou por escrito, de modo reservado, exortando-o a corrigir-se; afastamento da

comunhão, que consiste no impedimento de participar da Santa Ceia, das assembléias e de exercer qualquer atividade na igreja; exclusão, que consiste na eliminação do membro do rol da igreja. Os pastores estão sujeitos à disciplina, aplicada pelo Presbitério.

O Conselho e o Presbitério, quando vão tratar de disciplina de seus membros, transformam-se em tribunais. A pessoa denunciada tem total liberdade para se defender; e se for disciplinada e julgar a disciplina injusta, poderá recorrer ao concílio imediatamente superior, pedindo reforma ou anulação de sua disciplina. Se o recurso for encaminhado ao Presbitério, este se reunirá em tribunal parajulgâ-lo. O Sínodo e o

Supremo Concílio têm o seu tribunal de recursos, cuja função é julgar em nível de recurso os processos de disciplina que subirem a eles.

Os concílios também podem sofrer disciplina quando agem fora das normas da Igreja Presbiteriana do Brasil. As penas dos concílios podem ser: a)

repreensão, que consiste na reprovação formal de faltas ou irregularidades

com ordem terminante de serem corrigidas; h) interdição, que consiste na privação

temporária das atividades do Concilio; e c) dissolução, que extingue o concílio.2 Para se orientar no governo e na disciplina, os concílios têm a Constituição, o Código de Disciplina e os Princípios de Liturgia da Igreja Presbiteriana do Brasil.

A Constituição traz as normas administrativas; o Código de Disciplina, as normas para disciplina eclesiástica dos membros da igreja, dos pastores e dos concílios; e os Princípios de Liturgia, as normas para o culto, a ministração dos sacramentos e das cerimônias eclesiásticas. Compete a cada concilio observar essas normas em seus próprios atos e verificar se elas estão sendo observadas pelos concílios que estão sob sua jurisdição.

Conclusão

O conjunto de normas eclesiásticas da Igreja Presbiteriana do Brasil foi concebido para ser o mais eficiente e o mais eficaz sistema de governo eclesiástico. Mas os efeitos práticos vão depender da conduta dos que elegem e dos que exercem o poder. Se os membros da igreja, reunidos em assembléia, elegerem para o presbiterato as pessoas com as melhores qualificações para exercer este ofício, a igreja terá um Conselho piedoso, temente a Deus, competente, dedicado e operoso. Se o Conselho escolher o presbítero mais bem qualificado para representa-lo no Presbitério, este concílio exercerá suas funções com abnegação e devotamente. Se os Presbitérios escolherem para representá-los nos Sínodos os pastores e presbíteros com as melhores condições para isto, os Sínodos cumprirão suas atribuições com competência e honradez. Se ao escolher seus representantes à reunião do Supremo Concilio, os Presbitérios

elegerem os pastores e presbíteros com a melhor competência para isto, este concilio será sensível â vontade de Deus, operoso, denodado, laborioso, empreendedor e produtivo.

Capítulo 13 ____________

Escritura Sagrada:

Palavra de Deus

Cremos que a Escritura Sagrada e Palavra de Deus e a única regra de fé e

prática do verdadeiro cristão. Nossa Confissão de Fé afirma que -o Juiz Supremo, pelo qual todas as controvérsias religiosas têm de ser determinadas e por quem serão examinados todos os decretos de concílios, todas as opiniões dos antigos escritores, todas as doutrinas de homens e opiniões particulares, o Juiz Supremo em cuja sentença nos devemos firmar, não pode ser outro senão o Espírito Santo falando na Escritura".]

A Escritura Sagrada é uma coleção de 66 livros. Divide -se em duas partes: Antigo Testamento, com 39 livros; e Novo Testamento, com 27. A palavra testamento vem do latim, e seu significado original é acordo, aliança, pacto. E é neste sentido que ela é usada para dar nome às duas partes da Escritura Sagrada. O Antigo Testamento é assim chamado porque é formado pelos livros que registram o antigo pacto feito por Deus com seu povo. Esse pacto foi feito com Abraão, pai do povo israelita, e ratificado por meio de Moisés, no monte Sinai, quando foi dada a Lei. O Novo Testamento recebe este nome porque é formado pelo conjunto dos livros que registram a nova aliança que Deus fez com o seu povo, por meio de Jesus Cristo. No antigo pacto, o povo de Deus era formado pelos israelitas. Na nova aliança é constituído por todos aqueles que crêem em Jesus Cristo como Salvador e Senhor.

conhecimento do seu plano de salvação, se o próprio Criador não tomasse a iniciativa de se revelar â criatura. Felizmente, Deus tomou a iniciativa de se revelar ao homem. Esta revelação é um ato "consciente, voluntário e intencional por meio do qual o mesmo Deus revela ou comunica ao homem a verd ade referente a si mesmo em relação com suas criaturas" 2

Deus se revela através das obras da criação e da providência, na preservação e no governo do universo. Davi escreveu que "os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras das suas mãos" (Si 19.1). E o apóstolo Paulo, falando aos habitantes de Listra, afirmou que Deus "não se deixou ficar sem testemunho de si mesmo, fazendo o bem, dando do céu chuvas e

estações frutíferas" (At 14.17). E na Epístola aos Romanos ele tratou do mesmo assunto de modo ainda mais claro, afirmando: "Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas" (Rm 1.20). "Deus fala ao homem através de toda a sua criação, nas forças e nos poderes da natureza, na constituição da mente humana, na voz da consciência, e no governo providencial do mundo em geral e das vidas dos indivíduos em particulm".2

Esta revelação é chamada de revelação geral, por ser dirigida a todos os homens. Ela é suficiente para deixar os homens indesculpáveis diante de Deus; mas é insuficiente para a salvação. Toda a criação foi atingida pelo pecado. Tomou-se imperfeita. Como instrumento da auto-revelação de Deus ela deve ser considerada um livro incompleto, com algumas páginas rasuradas. O homem também foi atingido. Espiritualmente ele ficou ignorante e embrutecido como um irracional. E assim ficou impossível compreender corretamente o que Deus nos fala

através da natureza.

Mas o plano eterno de Deus inclui também a revelação especial, que temo objetivo de levar o pecador de volta ao Criador. O autor da Epístola aos Hebreus escreveu sobre esta revelação especial o seguinte: "Havendo Deus, outrora, falado

muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Filho a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo" (Hb 1.1,2). Deus falou. Falou através de manifestações especiais. Falou diretamente a alguns de seus servos, como, por exemplo, a Moisés. Falou através dos profetas. Falou através de milagres.

A revelação especial é progressiva, atingindo o seu ápice em Jesus Cristo. "As grandes verdades da redenção aparecem a princípio apenas obscuramente, mas aumentam gradualmente em clareza, e finalmente se destacam em toda a sua grandeza na revelação do Novo Testamento" .4

A Inspiração

Deus falou muitas vezes e de muitas maneiras. "E depois, para melhor preservação e propagação da verdade, para o mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja contra a corrupção da carne e malícia de Satanás e do mundo, foi igualmente servido fazê-la escrever tal E assim surgiu a Escritura Sagrada, livro inspirado pelo Espírito Santo.

Quando falamos em inspiração da Escritura, estamos afirmando que Deus

levantou homens e os fez registrar, sem erro, a sua revelação especial. Esses homens, sob inspiração divina, escreveram os livros que compõem a Escritura Sagrada. "... jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo" (2 Pe 1.21). "Toda Escritura é inspirada por Deus" (2 Tm 3.16).

Os escritores dos livros da Bíblia Sagrada escreveram sob inspiração divina. Escreveram por determinação divina. Alguns autores registraram ter recebido ordem direta de Deus para escrever (Êx 17.14; 34.27; Nm 33.2; Is 30.8; Ir 30.2; 36.2). Outros, certamente, sentiram-se impulsionados a escrever. Era Deus agindo em suas mentes e corações. Mas não devemos imaginar que Deus ia ditando e eles escrevendo. Eles não foram meros estribas. Pelo contrário, Deus os usou precisamente como

eles eram. Deus, certamente, guiou-os na escolha das palavras, na construção das frases, para que os fatos e as idéias fossem corretamente registrados. Mas cada um escreveu usando o seu próprio vocabulário e de acordo com o seu próprio estilo. Por isto, cada livro, embora inspirado por Deus, traz a marca pessoal de seu autor e as marcas do tempo em que ele vivia.

Os livros da Escritora foram escritos por, no mínimo, 36 autores, num período que pode chegara 1.600 anos. Mas existe uma extraordinária harmonia em todas as suas partes. Milhões de pessoas têm sido transformadas através da leitura da Escritura. E cada crente, ao lera Escritura, sente Deus falando com ele. Tudo isto é evidência de que a Escritura Sagrada é realmente inspirada por Deus. Mas a plena convicção desta inspiração divina é questão de fé, e não de prova científica.