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4 A POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL RURAL: O ESTADO SEM “ESTADO” EM TERRITÓRIOS RURAIS

1.3 O TERRITÓRIO PARANÁ CENTRO HOJE: TERRITÓRIO PARA O DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL

Nos subcapítulos anteriores, verificamos: como foi formado histórica, econômica e socialmente o recorte territorial Paraná Centro; observamos que a expansão da sociedade campeira para o terceiro planalto através do sistema de sesmarias deu origem às propriedades da região, instituindo grandes latifúndios; vimos que as atividades extrativas dominaram os ciclos econômicos do Território, atribuindo-lhe um papel exportador que não proporcionou o desenvolvimento interno; e, por fim, vimos que o Estado, através de ações e políticas públicas, sempre assegurou a posse da terra e garantiu o poder político/econômico do grande latifundiário, figura que dominou, através da prática do mandonismo e clientelismo o território, ao mesmo tempo em que negou e reprimiu os povos tracionais e camponeses em suas lutas e utopias pelo direito à terra.

Este subcapítulo tem a intenção de trazer e analisar dados da realidade atual do Território. Para realizar este estudo, dividimos este subcapítulo em três partes. Na primeira parte, trazemos aspectos da dinâmica populacional e da estrutura fundiária, configurando a dinâmica do êxodo rural com a concentração de terras. Na segunda parte, apresentamos as características dos municípios, relacionando-as com a área e a densidade demográfica. Na terceira parte, apresentamos os aspectos produtivos e econômicos que moldam a dinâmica do Território.

Para ajudar na análise da discussão da polêmica sobre a inclusão ou não do município de Guarapuava (apresentada no subcapítulo oito, que discute a institucionalização da proposta de desenvolvimento territorial no Território Paraná Centro), discutimos os dados do Território ―com‖ ou ―sem‖ o município de Guarapuava, visto que houve resistências por parte do colegiado territorial que faz a gestão da política do DTR em aceitar Guarapuava como município integrante devido às suas características populacionais, econômicas e sociais como também por não se inserir inicialmente nas normas do programa no item: municípios com população inferior a 50.000 habitantes.

1.3.1 Diminuição da população e concentração fundiária

O Território da Cidadania Paraná Centro apresenta uma população total, de acordo com IBGE (2010), de 341.696 habitantes. Observa-se, desde o censo de 1991, que há diminuição da população no território em questão, em 15 dos 18 municípios que o compõem (Quadro 04).

Município

* O termo ―reconstituído‖ propõe que os dados são provenientes de muitos municípios que, em 1991, ainda não tinham sua emancipação política. O IBGE utilizou critérios para projeção destes municípios (Mato Rico, Laranjal, Santa Maria do Oeste, Rio Branco do Ivaí, Campina do Simão, Boa Ventura do São Roque).

QUADRO 04 – POPULAÇÃO TOTAL DOS MUNICÍPIOS E VARIAÇÃO DO CRESCIMENTO DO TERRITÓRIO PARANÁ CENTRO

Organização: Favaro (2011).

O Quadro 04 nos mostra que a unidade territorial, como um todo, está perdendo população. Porém, se retirarmos o município de Guarapuava quando consideramos o período 1991-2010, esta perda fica mais acentuada.

Se compararmos o Território Paraná Centro com os demais territórios do Programa de Desenvolvimento Territorial no Paraná, verificaremos que este é o único território que obteve perdas nas duas décadas, evidenciando uma tendência. Em vinte anos, o Território perdeu 18.775 pessoas, sendo 10.775 só na última década.

Outros territórios (Quadro 05), como o do Cantuquiriguaçu, também apresentaram perdas populacionais, no entanto, muito menores (0,11% no caso acima citado). Os demais territórios tiveram taxas positivas, em especial o Território da Cidadania Vale da Ribeira, que obteve um crescimento populacional superior ao do Estado do Paraná e do Brasil nas últimas décadas.

Territórios

Variação de crescimento Populacional 1991/2000 2000/2010

Cidadania Paraná Centro -2,10 -3,05

Cidadania Cantuquiriguaçu 3,19 -0,11

Cidadania Vale do Ribeira 17,8 12,65

Cidadania Integração Norte Pioneiro -1,65 1,1

Centro Sul 6,38 8,25

Caminhos do Tibagi 6,82 9,57

Sudoeste 0,11 5,94

Estado do Paraná 11,31 10,9

Brasil 13,6 10,8

QUADRO 05 – TAXAS DE CRESCIMENTO POPULACIONAL NOS TERRITÓRIOS DO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL DO MDA NO PARANÁ

FONTE: IBGE – Censo Demográfico/SEAB (2010).

Como foi evidenciado nos Quadros 04 e 05 há uma constante migração da população para fora do Território, observada, pelo menos, nas últimas duas décadas. Porém, a área mais afetada com a perda de população foi a área rural (Quadro 06). Como recorte temporal de análise da relação urbano – rural, utilizaremos o período 2000/2010, visto que na década de 1990 houve emancipações de 6 (seis) municípios, e, como já dito anteriormente, este foi um fator complicador da análise, devido à inexistência de dados censitários.

Sem a participação do município de Guarapuava, a população urbana no Território em 2000 era de 37,5% e passou, em 2010, para 45,8%, enquanto a rural, que tinha um percentual de 62,5% de população, passou para 54,2%. A população urbana no período teve um acréscimo de 5.845 habitantes, enquanto que a rural teve uma perda de 28.922 habitantes.

Com a participação do município de Guarapuava, a população urbana do território passou de 64,4% para 68,6%, com um incremento de 17.249 pessoas. A população rural neste período passou de 35,6% para 31,4%, com uma perda de 28.024 habitantes.

Nota-se também, que no município de Nova Tebas ocorreram perdas tanto na população urbana como na população rural (Quadro 06). No município de Rio Branco do Ivaí houve uma pequena perda da população urbana, contudo, houve aumento na população rural.

Já o Município de Guarapuava sofreu um aumento tanto na população urbana como rural, porém inferior a média de crescimento do Estado demonstrado que Guarapuava não está absorvendo a população imigratória dos municípios. Os demais municípios tiveram um

acréscimo na população urbana e uma diminuição da população rural. Com relação à perda de população rural, se evidenciam os municípios de Altamira do Paraná e de Nova Cantu, com índices superiores a 15%.

As perdas da população rural foi um dos vários fatores que repercutiram mais ainda na concentração de terras no território. Tais dados são percebidos quando comparamos o Censo Agropecuário do IBGE de 1996 com o de 2006 (Quadro 07). Observamos que houve uma diminuição do percentual de estabelecimentos e um aumento do percentual na área, nos módulos de: 5 a10; 10 a 20; de 20 a 50; 50 a 100 e de 100 a 200 hectares. Possivelmente essa diminuição de estabelecimentos nestes módulos se deu por conta dos 28.084 habitantes que migraram da área rural na década de 2000 a 2010. Analisando o comparativo dos dados entre os censos agropecuários, observamos um aumento no número de estabelecimentos rurais, que foi de 20.794 para 28.562 unidades; no entanto, observa-se uma diminuição da área de 1.352.930 para 1.201.958 ha. Observa-se que os percentuais de ocorrência de estabelecimentos com menos de 5 hectares foram de 15,23% , em 1995, para 28,38% em 2006. Porém, se tem paralelamente uma diminuição do percentual da área, que variou de 1,94% para 1,55%, no mesmo período.

Município QUADRO 06 – POPULAÇÃO URBANA E RURAL RELATIVA AOS CENSOS DE 2000/2010 NO TERRITÓRIO PARANÁ CENTRO

FONTE: IBGE – Censo Demográfico/SEAB (2010).

Outro ponto a observar é a diminuição do percentual de estabelecimentos e da área nos módulos acima de 1.000, que, no Território, se deve à transformação de alguns estabelecimentos em assentamentos rurais, onde houve uma subdivisão de áreas e de estabelecimentos. Outra situação, observada empiricamente pelo pesquisador23, é que, no início do Governo Luiz Inácio da Silva, em 2003, alguns proprietários, com medo de seus estabelecimentos serem desapropriados para fins de reforma agrária, optaram em subdividir suas áreas entre outros membros da família.

1995 2006

Estrato

(hectares) Estabelecimento Área Estabelecimentos Área

Num. % Ha % Num. % Ha %

QUADRO 07 – ESTRUTURA FUNDIÁRIA DO TERRITÓRIO PARANÁ CENTRO 1995-2006 – NÚMERO E ÁREA DOS ESTABELECIMENTOS AGROPECUÁRIOS POR MÓDULO total, ou seja, menos de 5% dos estabelecimentos ocupam mais de um terço da área total do território. Este quadro de concentração fundiária fica mais visível ainda quando observamos os estabelecimentos acima de 500 ha (1,32% dos estabelecimentos), que ocupam 31,44% da área total; outro ponto notado nos dados é que 0,32% dos estabelecimentos ocupam uma área

23 Experiência empírica do pesquisador: No período 2003/2004 o pesquisador era extensionista da EMATER/PR e atuava no Território junto a esse tipo público, onde percebia a movimentação destes, juntos aos cartórios.

24 No estrato (hectares) 5-10, ano 1995, a média fornecida pelo IBGE não confere com o estrato correspondente.

Pois, a divisão 41.430 por 3.420 corresponde a 12 ha ao invés de até 10 ha.

de 16,76%. Ressalta-se também a presença de 28,38% do número de estabelecimentos com até 5 ha ocupando uma área de 1,55% da área total, ou seja, quase um terço dos estabelecimentos detém apenas um 1,5% da área do território, conforme aponta o Quadro 08.

Total do Território

Até 5 ha

Até 20 ha

Até 200 ha

Mais de 200 ha

Mais de 500 ha

Mais de 1000 ha Est. Área Est. Área Est. Área Est*. Área Est. Área Est. Área 28,38 1,55 65,11 12,06 92,47 47,17 4,15 52,83 1,32 31,44 0,32 16,76 * De acordo com o Censo Agropecuário de 2006, existem no Território 960 estabelecimentos rurais que se declaram ―sem área‖ perfazendo um percentual de 3,38%.

QUADRO 08 – ESTRUTURA FUNDIÁRIA DO TERRITÓRIO PARANÁ CENTRO: PERCENTAGEM EM RELAÇÃO AO NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS RURAIS E PERCENTAGEM DAS ÁREAS EM RELAÇÃO AO TOTAL

FONTE: IBGE (2010). Censo Agropecuário (2006).

No Gráfico 01, podemos visualizar a distribuição de terras apontadas no Quadro 08, com destaque para os estabelecimentos até 20 ha que representam 65,11% dos estabelecimentos e apenas 12,06% da área.

GRÁFICO 01 – ESTRUTURA FUNDIÁRIA DO PARANÁ CENTRO: PERCENTAGEM EM RELAÇÃO AO NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS RURAIS E PERCENTAGEM DAS ÁREAS EM RELAÇÃO AO TOTAL

FONTE: IBGE (2010). Censo Agropecuário (2006).

Para enfatizar e visualizar o atual nível de concentração de terras no Território Paraná Centro, utilizaremos o Coeficiente de Gini. Os indicadores são classificados, de acordo

com o IPARDES (2007), em 5 níveis de concentração: fraca, menor de 0,251; média, de 0,251 a 0,500; forte, de 0,501 a 0,700; muito forte, de 0,701 a 0,900; e, absoluta, de 0,901 a 1.

Ao aplicarmos estes coeficientes aos municípios do Território Paraná Centro, com base nos dados do Censo Agropecuário 2006, percebemos que 83,3% dos municípios, ou seja, 15 dos 18 apresentam nível de concentração de terras ―Muito Forte‖, enquanto os outros 3 (três) se enquadram no nível ―Forte‖, demonstrando uma evidente concentração de terras no território em questão (Mapa 03). Os municípios que apresentam as maiores concentrações de terra são: Turvo, Guarapuava e Rio Branco do Ivaí, com índices superiores a 0,800. Os municípios que se encontram nos índices de ―forte‖ concentração são Campina do Simão, Manoel Ribas e Rosário do Ivaí, porém com índices próximos a 0,700. Nota-se que nenhum dos municípios se enquadra nos níveis ―médio‖ e ―baixo‖.

Outra situação em relação à posse das terras encontrada no Território Paraná Centro, de acordo com IPARDES (2007), é o elevado percentual de propriedades rurais com algum problema de regularização fundiária. Para o instituto, o processo de colonização da região e a sucessão familiar nas pequenas propriedades ocorreram sem as respectivas emissões de posses e registros cartorários, em grande parte das transmissões de direitos à terra. Segundo a mesma fonte, baseado em estimativa do Comitê Gestor do Território Paraná Centro, cerca de 30% das propriedades familiares da região não possuem suas terras com a devida regularização fundiária, que representa em torno de 10 mil famílias rurais com dificuldades de acesso pleno às políticas públicas que pressupõem a comprovação da posse da terra.

MAPA 03 – COEFICIENTE DE GINI – CONCENTRAÇÃO DE TERRAS DOS MUNICÍPIOS DO TERRITÓRIO PARANÁ CENTRO FONTE: IBGE (2010). Censo Agropecuário (2006). Organização: Favaro (2011). Elaboração: Elizandro Fiuza Aquino (2011).

1.3.2 A predominância dos pequenos municípios no Território: uma economia de serviços e agropecuária

Com base no Censo de 2010 (Mapa 04), observa-se que de um grupo de 18 municípios do Território Paraná Centro, quatro (Altamira do Paraná, Campina do Simão, Mato Rico e Rio Branco do Ivaí) apresentam uma população de até 5.000 habitantes (22,2%).

Cinco deles (Boa Ventura do São Roque, Laranjal, Nova Cantu, Nova Tebas e Rosário do Ivaí) apresentam populações de 5.000 a 10.000 habitantes (27,7%). Sete municípios (Candido de Abreu, Iretama, Manoel Ribas, Palmital, Roncador, Santa Maria do Oeste e Turvo) têm populações entre 10.000 e 20.000 (38,8%), um município, (Pitanga) tem população entre 20.000 a 50.000 habitantes (5,6%) e um, (Guarapuava), tem população acima de 50.000 habitantes (5,6%). Observa-se também no Território (Mapa 04) que todos os municípios, inclusive Guarapuava, apresentam uma densidade demográfica inferior a 80 habitantes por km².

Wanderlei (2004), estudando o rural brasileiro, aponta que municípios com uma população menor ou igual a 20 mil habitantes são considerados pequenos. Essa realidade é notada em 16 dos 18 municípios do Território. Apenas Pitanga e Guarapuava têm uma população acima de 20.000 habitantes. A autora aponta também que a maioria desses pequenos municípios tem uma frágil estrutura produtiva e que a tradição agrícola regional define uma estrutura urbana deficitária, com função de intermediação comercial primária, baixo nível de urbanização e uma estrutura política marcada pelo ―mandonismo local‖, cuja base de poder sempre foi a propriedade da terra. Essas características apontadas por Wanderlei (2004) também são observadas empiricamente no mesmo conjunto de municípios apontados acima.

MAPA 04 – MAPA COM OS MUNICÍPIOS DO TERRITÓRIO, SUAS POPULAÇÕES E RESPECTIVAS DENSIDADES DEMOGRÁFICAS, EM 2010 Organização: FAVARO (2011). Elaboração: Elizandro Fiuza Aquino (2011).

O Produto Interno Bruto (PIB) do Território Paraná Centro, de acordo com IBGE (2010), atingiu em 2008 a marca de R$ 3.872.679,00 em valores correntes, correspondendo a 2,28% do PIB do Estado do Paraná. Entre os municípios que integram o Território, Guarapuava é responsável por 58,85% do PIB. O PIB per capita do Território é de R$

10.951,08, inferior ao PIB do Estado do Paraná, que é de R$ 16.928,00 e também inferior ao brasileiro, que é de R$ 15.240,00 (Gráfico 02).

GRÁFICO 02 – PIB PER CAPITA DO TERRITÓRIO PARANÁ CENTRO DO ESTADO DO PARANÁ E BRASILEIRO EM 2008

FONTE: IBGE CIDADES (2008).

O maior PIB per capita do Território, em 2008, é do município de Boa Ventura de São Roque: R$ 13.715,00. Seguido, de perto, pelo município de Guarapuava, que atinge o valor de R$ 13.311,13. Os menores PIB per capita são dos municípios de Santa Maria do Oeste, Palmital e Rosário do Ivaí.

Município PIB total PIB per capita

Altamira do Paraná 36.189.947,00 8.824,66

Boa Ventura do São Roque 92.990.989,00 13.376,15

Campina do Simão 36.826.250,00 8.596,23

Cândido de Abreu 146.152.282,00 8.039,62

Iretama 76.271.218,00 6.630,55

Laranjal 41.220.306,00 6.430,62

Manoel Ribas 147.122.361,00 11.214,45

Mato Rico 35.362.301,00 8.350,01

Nova Cantu 79.180.699,00 10.264,54

Nova Tebas 57.625.920,00 6.859,41

Palmital 99.509.739,00 6.338,60

Pitanga 344.931.010,00 9.811,72

Rio Branco do Ivaí 38.998.744,00 9.783,93

Roncador 143.120.124,00 11.502,98

QUADRO 09 – PIB TOTAL E PER CAPITA DO TERRITÓRIO PARANÁ CENTRO FONTE: IBGE/CIDADES (2011). Organização: FAVARO (2011).

Verifica-se que o valor adicionado bruto dos serviços a preços correntes – PIB serviços – predomina em (15) quinze dos (18) dezoito municípios do Território, sendo responsável por 59,6% do PIB total.

GRÁFICO 03 – PERCENTUAL DO VALOR ADICIONADO BRUTO DA AGROPECUÁRIA, INDÚSTRIA, SERVIÇOS E IMPOSTOS SOBRE PRODUTOS LÍQUIDOS DE SUBSÍDIOS A PREÇOS CORRENTES DO TERRITÓRIO PARANÁ CENTRO COM E SEM A INCLUSÃO DO MUNICÍPIO DE GUARAPUAVA FONTE: IBGE CIDADES (2008).

Os municípios que possuem o maior índice percentual de serviços são os municípios de Guarapuava, com 64,8% e Pitanga, com 58,9%. Esta característica faz com que ambos sejam considerados ―polos regionais de prestação de serviços‖.

O valor adicionado bruto da agropecuária a preços correntes fica em segundo lugar, com 18% do PIB total. Quando se retira os índices do município de Guarapuava, o índice percentual passa para 34,9%. Os municípios de Campina do Simão (46,4%), Laranjal (47,8%), e Mato Rico (56,1%) são os que apresentam maiores índices, superando o PIB Serviços. O município de Guarapuava tem o menor índice do PIB agropecuário, que é de 6,9%, apesar de apresentar no Território Paraná Centro as maiores áreas de culturas, tais como soja, milho, trigo e cevada (Quadro 10).

Rosário do Ivaí 37.572.033,00 6.378,95

Santa Maria do Oeste 67.530.169,00 5.826,59

Turvo 112.811.364,00 7.839,02

Sub Total - 1.593.415.456,00 8.592,23

Guarapuava 2.279.264.105,00 13.311,13

Total território 3.872.679,561,00 10.951,68

Municípios Iretama 22.613.013,00 29,6 6.602.912,00 8,7 41.851.902,00 54,9 5.203.000,00 6,8 Laranjal 19.684.798,00 47,8 2.387.359,00 5,8 18.183.840,00 44,1 964.000,00 1,6 Manoel Nova Tebas 23.444.395,00 40,7 3.418.192,00 5,9 28.711.507,00 49,8 2.052.000,00 3,6 Palmital 32.893.444,00 33,1 6.403.807,00 6,4 56.193.785,00 56,5 4.019.000,00 4,0 Pitanga 96.820.441,00 28,1 23.616.918,00 6,8 203.313.181,00 58,9 21.180.000,00 6,2 Rio Branco

Roncador 45.733.065,00 32,0 6.668.771,00 4,7 82.065.767,00 57,3 8.653.000,00 6,0 Rosário do

Turvo 24.684.380,00 21,9 31.841.157,00 28,2 50.540.662,00 44,8 5.745.000,00 5,1 Sub Total - 556.968.010,00 34,9 121.861.831,00 7,64 833.434.812,00 52,3 81.150.000,00 5,2 Guarapuava 157.894.442,00 6,9 397.095.743,00 17,4 1.478.088.557,00 64,8 246.185.000,00 10,9 Total

território 714.862.452,00 18,4 518.957.574,00 13.4 2.311.523.369,00 59,6 327.335.000,00 8.4 QUADRO 10 – VALOR E PERCENTUAL DO VALOR ADICIONADO BRUTO DA AGROPECUÁRIA, INDÚSTRIA, SERVIÇOS E IMPOSTOS SOBRE PRODUTOS LÍQUIDOS DE SUBSÍDIOS A PREÇOS CORRENTES DO TERRITÓRIO PARANÁ CENTRO

FONTE: IBGE CIDADES (2008).

O PIB indústria representa 13% do PIB total. O município de Turvo (28,2%) possui o maior índice, seguido de Guarapuava com 17,4%. Os municípios, em sua grande maioria, não possuem grandes indústrias, limitando-se na maioria das vezes, à presença de serrarias e pequenas fábricas de laticínios (Quadro 10). O valor adicionado sobre o produto líquido de

subsídios a preços correntes representa 8,4% do PIB total. Quando retiramos o município de Guarapuava, o percentual é reduzido para 5,2%.

Como pudemos observar, o Território vem perdendo sua população, principalmente sua população rural. Dos sete territórios cobertos pelo DTR no Estado do Paraná, o Paraná Centro foi o único que perdeu população nas últimas duas décadas, configurando uma tendência de perda populacional. Observa-se também que a concentração de terras, historicamente construída, continua alta, de forma que, em 2006, 1,5% dos estabelecimentos detêm mais de um terço da área total. Por outro lado, nota-se que mais de dois terços dos estabelecimentos possuem menos de um módulo rural, ou seja, 20 ha, ocupando um pouco mais de 10% da área total. Nota-se também que essas concentrações de áreas não refletem em seu PIB (Produto Interno Bruto), que é um dos mais baixos do Estado. E que, apesar do Território ter as maiores áreas produção de grãos do Estado, o PIB agropecuário, tem sua média inferior do que a do PIB serviços. Outro ponto que a pesquisa comprova é que o município de Guarapuava, nos aspectos analisados (crescimento populacional, população urbana/rural e PIB), destoa dos demais municípios da unidade de planejamento territorial.

Entretanto, como veremos mais adiante, Guarapuava apresenta uma ruralidade bastante intensa.

1.4 UM RURAL DIVERSO: DIFERENÇAS E DESIGUALDADES ENTRE SEUS