Tipo e número de plantas com problemas

A média geral dos talhões revela 0,64 plantas com problemas por metro de linha (Tabela 34), o que indica que, em média, 17% das plantas estavam dominadas, atrofiadas, acamadas ou quebradas. A amplitude foi de 0 a 4,1 plantas problemas por metro, significando de 0 a 80% de plantas com problemas, o que demonstra que plantas com problemas poderia ser um bom indicador de qualidade para as lavouras. Apesar de algumas poucas lavouras apresentarem uma grande proporção de plantas com problemas, 75% dos talhões tinham menos de 21% das plantas com problemas.

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O problema mais comum foi o de planta dominada (Tabela 30), com 67% de frequência, o segundo mais comum foi planta acamada, com 30% das ocorrências, e plantas atrofiadas e quebradas tiveram apenas 2% e 1% da ocorrência, respectivamente .

desvio coef. de assimetria estatística unid. média padrão original desagrupado

média do talhão pl m-1 0,39 0,24 1,33 0,96

dp do talhão pl m-1 0,25 0,11 0,94 0,92

Tabela 30 - Estatísticas do número de plantas dominadas por metro de linha.

As plantas acamadas (Tabela 31) representaram 5% do total de plantas , taxa bastante superior aos resultados médios de híbridos simples e triplos: 2%, e híbridos duplos e variedades: 3%, obtidos nos ensaios coordenados pelo Instituto Agronômico (IAC, 2001), na mesma safra e região.

desvio coef. de assimetria estatística unid. média padrão original desagrupado

média do talhão pl m-1 0,23 0,58 4,79 3,82

dp do talhão pl m-1 0,18 0,25 2,26 2,11

Tabela 31 – Estatísticas do número de plantas acamadas por metro de linha.

As diferenças entre os índices de plantas acamadas, na comparação dos ensaios com o levantamento, parecem indicar que a melhor distribuição de plantas dos ensaios garante um menor acamamento.

desvio coef. de assimetria estatística unid. média padrão original desagrupado

média do talhão pl m-1 0,00 0,02 5,01 4,49

dp do talhão pl m-1 0,01 0,06 3,93 4,99

Tabela 32 – Estatísticas do número de plantas quebradas por metro de linha.

Esses mesmos ensaios (IAC, 2001) apresentaram índices de plantas quebradas bastante superiores aos resultados deste levantamento (Tabela 32). Enquanto os ensaios de

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hídridos simples e triplos tiveram um índice médio de 6% e os ensaios de híbridos duplos e variedades: 10%, os dados do presente levantamento tiveram um índice médio próximo a zero.

desvio coef. de assimetria estatística unid. média padrão original desagrupado

média do talhão pl m-1 0,01 0,04 4,67 4,02

dp do talhão pl m-1 0,02 0,05 3,30 4,10

Tabela 33 – Estatísticas do número de plantas atrofiadas por metro de linha.

As diferenças entre o número de plantas quebradas refletem a diferença de fase da cultura em que foram realizadas as avaliações. O quebramento de colmo normalmente ocorre após a maturação das plantas. Este levantamento foi demasiadamente precoce para avaliar o número de plantas quebradas adequadamente.

desvio coef. de assimetria estatística unid. média padrão original desagrupado

média do talhão pl m-1 0,64 0,67 3,12 3,07

dp do talhão pl m-1 0,36 0,22 1,55 1,63

cv do talhão % 82 57 2,69 2,40

Tabela 34 – Estatísticas do número de plantas com problemas por metro de linha.

Os elevados coeficientes de assimetria na distribuição do número das plantas com problemas refletem uma distribuição fortemente concentrada em valores baixos, sendo que poucos talhões apresentaram valores muito elevados.

Análise da metodologia de avaliação de plantas com problemas

A fase de desenvolvimento da cultura não foi adequada para a realização da avaliação de plantas com problemas. Nesta fase as plantas ainda não estão completamente desenvolvidas, portanto o domínio entre uma planta e outra ainda não está totalmente estabelecido, poucas plantas estão acamadas ou quebradas, já que as espigas não pesam sobre a planta e novos sintomas de atrofiamento ainda poderão aparecer. O indicado é que essas avaliações sejam feitas após a fase de espigamento ou imediatamente antes da colheita (DUARTE e PATERNIANI, 2000).

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Para obtenção de resultados que permitam comparações será preciso estabelecer com precisão a fase na qual este levantamento será realizado. Esta variável parece ter grande potencial para avaliação de qualidade de lavouras, mas são necessários maiores estudos para que um padrão de avaliação possa ser estabelecido.

O levantamento do número de plantas com problema é rápido e fácil e poderia ser feito em todas as linhas que fossem submetidas à contagem de estande.

Comparação entre os sistemas de preparo do solo

A diferença entre o número de plantas com problemas, na comparação dos sistemas, foi muito pequena, principalmente quando se considera a alta variabilidade interna dos sistemas (desvio padrão do sistema) (Tabela 35). A única diferença notável na comparação entre sistemas foi entre plantas acamadas do PC, cuja média foi de 0,04 plantas acamadas por metro de linha e os sistemas PD (0,21 plantas acamadas por metro de linha) e SPi (0,18 plantas acamadas por metro de linha). O número maior de plantas acamadas no PD e no SPi (Tabela 35) está provavelmente relacionado à maior dificuldade de penetração das raízes adventícias no solo superficialmente mais denso (CASTRO, 1989) e à maior infestação de pragas e doenças de colmo e raiz, cujos propágulos são mais preservados na palhada do PD e do SPi (IAPAR, 1981).

sistema de preparo

plantas estatística unidade PD SPi PC

dominadas média do sistema pl m-1 0,43 0,46 0,49

dominadas d. padrão do sistema pl m-1 0,30 0,26 0,23

acamadas média do sistema pl m-1 0,21 0,18 0,04

acamadas d. padrão do sistema pl m-1 0,58 0,24 0,04

quebradas média do sistema pl m-1 0,01 0,01 0,01

quebradas d. padrão do sistema pl m-1 0,03 0,02 0,01

atrofiadas média do sistema pl m-1 0,02 0,01 0,02

atrofiadas d. padrão do sistema pl m-1 0,04 0,02 0,09

problema (total) média do sistema pl m-1 0,67 0,65 0,56

problema (total) d. padrão do sistema pl m-1 0,67 0,35 0,30

Tabela 35 - Comparação do número de plantas com problemas por metro de linha de plantio (pl m-1) entre os sistemas de preparo, onde PD é plantio direto, SPi é semeadura na palha de inverno e PC é preparo convencional.

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O maior estande de plantas no plantio direto (Tabela 21) em relação ao PC pouco aumentou a concorrência entre plantas, já que o número de plantas com problemas (plantas dominadas, atrofiadas, quebradas e o total de plantas com problemas) não foi significativamente maior no PD. A pequena diferença a favor do PC pode ser creditada totalmente às plantas acamadas, o que já foi discutido no parágrafo anterior.