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CAPÍTULO I – O Desenvolvimento do Turismo de Mergulho e as Potencialidades

1.7. Tipologia e definição do turismo de mergulho

Uma compreensão melhor da tipologia do mergulho turística é essencial para classificar e entender o desenvolvimento de mergulho na atividade turística em Díli. Por esforços científicos e práticos, Garrod e Gössling (2008), a PADI (2008) e Lew (2013) já apresentam algumas alusões principais sobre as tipologias do mergulho turístico. De forma básica, a atividade do mergulho turístico abrange o mergulho livre, snorkeling, «snuba» e mergulho autónomo, por outras palavras, o mergulho SCUBA (Self-Contained Underwater Breathing Apparatus). O mergulho livre como sendo um ato de descer, de pousar e de ascender, prendendo a respiração por um ou dois minutos no ambiente subaquático. O snorkeling fica inicialmente à superfície da água. Além disso, o mergulho autónomo envolve fornecimento de ar portátil, para se manter por longos tempos debaixo de água e atingir maiores profundidades. Por último, o tipo de mergulho «snuba» constitui uma atividade entre SCUBA e snorkeling, em que um mergulhador respira o ar de tanques unidos a uma jangada, à superfície da água (Garrod & Gössling, 2008, p. 3).

Devido à evolução dessa atividade, a Professional Association of Diving Instructors [PADI] (2008) identifica, adicionalmente, o mergulho a partir do barco em zonas quer menos quer mais profundidas, na costa, drift diving (mergulho em correnteza), dry suit diving (mergulho em fato impermeável à água), o noturno e em restos de embarcações naufragadas. No caso especial das experiências de mergulho, Lew (2013, p. 38-39) apresenta-nos ainda um conjunto da tipologia de mergulho que englobam o mergulho noturno, o mergulho em caverna, mergulho em naufrágio, mergulho em alta altitude,

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mergulho com tubarões e com predadores, mergulho do «liveaboard», mergulho em lama, mergulho livre, snuba e SCUBA-doo.

O mergulho em altitude refere-se a qualquer mergulho feito em profundidade a 300 metros ou 1000 pés do nível do mar (Lew, 2013, p. 37; PADI, 2008, p. 2). Não só esse, mas também o mergulho de barco, quer dizer um mergulho começado a partir de barco, devido à localização dos sítios de mergulho (PADI, 2008, p. 42). O mergulho em profundidade corresponde a uma aventura subaquática de 18 metros a 40 metros da superfície do mar (PADI, 2008, p. 67). Em seguida, o mergulho na costa depende da localização do sítio de mergulho, acessível a partir da zona costeira. Ainda o tipo de mergulho em correnteza, que se refere a um mergulho coordenado com o suporte de equipamentos da superfície do mar e a uma supervisão pelo risco dos correntes do mar (PADI, 2008, p. 124). Finalmente, o mergulho com fatos impermeáveis é um tipo de mergulho no qual o ambiente de mergulho é frio. Estes trajes protegem o corpo de mergulhador das temperaturas baixíssimas e do risco deste tipo de água (PADI, 2008, p. 145).

A meu ver, uma tipologia de mergulho turística depende do ambiente subaquático, da biodiversidade subaquática, da utilização dos equipamentos e do tempo de realização desta atividade. Por exemplo, o mergulho noturno é realizado devido à natureza da espécie subaquática que só sai de noite e se esconde no tempo diurno. Outro caso é o da entrada em caverna subaquática. O mergulho livre decorre da competência dos mergulhadores, enquanto, o mergulho SCUBA decorre da utilização dos equipamentos e, tal como acontece no mergulho liveaboard, pelo apoio do barco.

Existe ainda o liveaboard, uma forma de mergulho pelo qual os mergulhadores utilizam o barco, ficando por uma ou mais noites, enquanto viajam de um sítio de mergulho para outro. Outros tipos considerados são o mergulho em lama e o SCUBA-doo. O primeiro, faz-se numa área enlameada subaquática, com pouco ou nenhum recife de coral ou afloramentos rochosos. E o SCUBA-doo é uma marca comercial para um dispositivo submersível submarino que inclui um tanque de oxigénio, um capuz que mantém a cabeça do utilizador sentado, seco e sem máscara ou bocal (Lew, 2013, pp. 37-38).

O turismo de mergulho é um exercício difícil e muito complexo e visto com um grau de dificuldade variável consoante os quatro grupos de diferentes práticas: turistas

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mergulhadores, mergulhadores não turistas, turistas não mergulhadores e aqueles que nem turistas e mergulhadores, de forma esporádica (Garrod & Gössling, 2008, p. 3). Os turistas mergulhadores fazem a atividade de mergulho diariamente e possivelmente duas vezes por dia, enquanto aqueles que não são turistas mergulhadores dependem de condições favoráveis ou só mergulham quando não têm outras atividades de lazer planeadas para o seu tempo livre (Garrod & Gössling, 2008, p. 3).

A Organização Mundial de Turismo [OMT] (2001, cit. por Garrod & Gössling, 2008, pp. 3-4) define:

O turismo de mergulho autónomo como compreendendo "as pessoas que viajam para destinos cujo objetivo principal de sua viagem é a de participar em atividades de mergulho. A atração do destino é quase exclusivamente relacionada com a sua qualidade de mergulho, e não a qualidade do alojamento ou atrações em terra” (tradução nossa).

Neste quadro, a OMT apresenta a definição do turismo de mergulho como uma atividade autónoma, mais restrita, no contexto da relação entre os viajantes que têm como motivos principais o mergulho e a qualidade do ambiente subaquático. Contudo, como escrevem Garrod e Gössling (2008, p. 5) a OMT apenas quis clarificar uma definição, embora o mergulho turístico não seja uma atividade exclusivamente realizada por turistas.

Além disso, para Garrod e Gössling (2008, p. 7) o turismo de mergulho envolve:

“… pessoas que viajam de seu lugar de residência habitual, gastando pelo menos uma noite de duração, e participando ativamente em uma ou mais atividades de mergulho, tais como mergulho autónomo, snorkeling, snuba ou o uso do aparelho de reinalação” (tradução nossa).

Neste conceito, o turismo de mergulho pode ser visto como uma atividade que é realizada por turistas pelo menos uma vez no destino turístico. Ainda nesse contexto, podem ser complexos os motivos principais dos viajantes, turistas e visitantes no mergulho turístico, entre os quais a utilização de equipamentos e não apenas o ambiente e atrativos subaquáticos.