• Nenhum resultado encontrado

Para se obter resultados efetivos em treinamentos empresarias os jogos podem ser divididos associando os tipos de jogos às suas ideias fases, conforme Santander & Vila (2003, p. 81).

Jogos ativadores e de integração:

Bastante utilizado para aquecer, descontrair, aproximar o grupo. Esse tipo de jogo é aconselhável para a fase de “Formação” e “Tempestade”.

Jogos de toque e confiança:

Esses jogos nunca devem iniciar um treinamento, pois as pessoas ainda estão inibidas e nem todo mundo gosta de proximidade. Devem ser utilizados na fase da “Pessoalidade”.

Jogos de criatividade e reflexão:

Eles têm o objetivo de estimular a criatividade, a autorreflexão e a autoavaliação. Esses jogos são indicados para a fase de “Produtividade”.

Jogos de gestão:

Quando se acredita que já se sabe tudo e o grupo está fechado para a aprendizagem, é necessário “desequilibrar” os participantes, ou seja, eles têm que perceber que precisam se abrir para aprender. Esse tipo de jogo é aconselhável na fase de “Produtividade”, mas pode ser aplicado em qualquer outra fase desde que se faça necessário.

Jogos de fechamento:

Esses são utilizados no encerramento do treinamento. Esses jogos devem ser aplicados somente na fase de: “Transferência”.

Os jogos podem ser competitivos ou cooperativos: os jogos competitivos colocam os jogadores sempre em comparação uns com os outros e para que um

ganhe, todos os outros, necessariamente, têm que perder, causando frustração na maioria dos participantes.

Os jogos cooperativos, ao contrário dos competitivos, para se ganhar, todos precisam colaborar e contribuir uns com os outros revelando um ambiente de aprendizado perfeito, pois temos baixa ameaça e alto desafio. Um cenário que proporciona um desafio que inspire o indivíduo para o sucesso, mas não apresenta o risco do medo do fracasso, é extremamente motivador. O nosso cérebro faz uma leitura de cenário de risco, porém o participante sabe que nada de ruim acontecerá.

Tabela 1. Alta e baixa ameaça.

Ambiente Alto Desafio Baixo Desafio

Alta ameaça Ansiedade Desconforto

Baixa ameaça Eficácia Indiferença

Alta ameaça com alto desafio: provoca sentimentos de ansiedade e inibe o aprendizado. Alta ameaça com baixo desafio: provoca sentimentos e inibe o aprendizado. Baixa ameaça com baixo desafio: provoca sentimentos de indiferença e inibe o aprendizado. Baixa ameaça com alto desafio: provoca sentimentos de adequação e gera maior eficácia no aprendizado. (SANTANDER & VILA, 2003, p. 83)

Os neurocientistas têm afirmado a real capacidade que o cérebro tem de responder às exigências ambientais. O cérebro do homem tem uma capacidade de adaptação bem desenvolvida. Este processo é chamado de “Plasticidade Cerebral”. A plasticidade cerebral está diretamente ligada à criação e ao fortalecimento das conexões neuronais. O procedimento de aprendizagem requer profundas modificações nos circuitos neuronais. A idade é um agente influenciador na quantidade de sinapses e as crianças apresentam um crescimento muito maior de sinapses do que as pessoas adultas, mas o mais interessante é que, mesmo com o passar do tempo, a elasticidade se mantém contínua durante toda vida.

O desenvolvimento cerebral baseia-se na capacidade de crescimento ou fortalecimento das conexões entre as células nervosas . Esse processo, conhecido como plasticidade, parece ser responsável pela capacidade de aprendizagem e memória do cérebro. A plasticidade ocorre quando os

neurônios são estimulados pela convivência em lugares enriquecidos por pessoas, música, cores, livros, cheiros, jogos, atividades ou informações trazidas pelo ambiente. (SANTANDER & VILA, 2003, p. 38).

Assim como todo ser vivo, resultamos de uma evolução, o que nos permite sobreviver e ter adaptações constantes priorizando sempre a nossa sobrevivência. O nosso cérebro está programado para tomar decisões que nos garantam a vida e isso acaba também assegurando a nossa elasticidade cerebral. Esse fato é primordial para motivar ainda mais a educação ao longo de uma vida e quanto mais carregado de estímulos sensoriais melhor, pois manteremos ativado o sistema de sinapses, retardando o envelhecimento cerebral.

De acordo com Lawrence Katz,(2000) os exercícios de neuróbica19, podem ativar as conexões neuronal sendo potencializadas quando ativamos os nossos sentidos. Muitos jogos apresentam-se como um exercício de neuróbica.

A novidade e o inesperado têm o poder de desencadear emoções, sejam essas boas ou ruins. Uma emoção forte libera adrenalina que, por sua vez, provoca uma reação em cadeia colocando o corpo em estado de alerta. Nossa consciência é constituída de uma chuva constante de múltiplas ideias. Nossa mente não é estática e nem as ideias são fixas. A ordem cerebral da luta pela sobrevivência existe, mesmo que em cenário irreal de jogos, por exemplo, e traz a necessidade de atenção e ação rápida para não ser surpreendida.

Para podermos tomar decisões rápidas usamos nossa capacidade cerebral para reconhecer dicas sensoriais de informações. A verdade é que percebemos o mundo por meio dos nossos sentidos. Cada palavra, sensação ou objeto é munido de sua emoção própria. Essa interpretação desencadeia a nossa capacidade de armazenar imagens e ideias. Desta forma, temos uma otimização na educação quando acoplamos significado a cada objeto, pessoa ou coisa, exatamente aí que se dá a importância de estímulos sensoriais que incitem o sistema límbico no processo de aprendizagem.

Novos acontecimentos agem como aspectos motivadores e enriquecem o aprendizado. Quando os fatos são recheados de emoção, o cérebro aprende mais e mais rápido diante de uma situação. A vivência traz a rapidez do processamento na construção da ideia. Considerando o caminho da educação e verificando a transição

da formalidade para a aceitação de uma educação mais participativa ao longo de uma vida, as vivências, as dinâmicas, as atividades, os exercícios e os jogos são perfeitamente cabíveis.

Documentos relacionados