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CAPÍTULO III – METODOLOGIA

3.8 Tratamento e análise de dados

Tendo em mente os objetivos definidos para este estudo, o tratamento dos dados foi realizado de forma a permitir a análise comparativa da evolução dos alunos das duas turmas, tanto a nível concetual no tema em questão, como da capacidade de resolução de problemas. Também foram comparadas as opiniões dos alunos das duas turmas face ao EOABRP online.

Para cada instrumento de recolha de dados utilizado procedeu-se a uma análise específica, conforme se pode verificar pela descrição exposta nos subcapítulos que se seguem.

3.8.1. Teste de conhecimentos

Relativamente aos dados recolhidos através do teste de conhecimentos, foi tido em conta o que é sugerido por diferentes especialistas em educação (ex.: Ghiglione & Malaton, 2001; Tuckman, 2002; McMillan & Schumacher, 2010) sobre a importância de se criarem categorias de análise de resposta, pois, segundo os mesmos, facilita o tratamento e a respetiva análise de dados recolhidos. Assim, consultaram-se estudos similares (ex.: Afonso, 1999; Gandra, 2001; Vieira, 2007; Carvalho, 2009b) e, uma vez que, também, nos pareceu relevante perceber se as respostas dos alunos evidenciavam, ou não, conceções alternativas, então optamos pelas categorias de respostas utilizadas por Afonso (1999), que são as seguintes: Resposta Correta (RC); Resposta Incompleta (RI); Resposta Evidenciando Conceções Alternativas (RCA); Não Responde (NR).

De seguida foram definidas as respostas corretas (RC) para cada pergunta, a partir de fontes consideradas fidedignas (Perfit & Davidson, 1999; Shearer, 1999; Stein, & Wysession, 2003; Schmincke, 2004; Carvalho, 2011), que se encontram em anexo (anexo 8). Note-se que, as respostas incluídas na categoria RC, para além de conterem as ideias cientificamente aceites sobre a questão em causa, têm por base os descritores dos objetivos de aprendizagem estabelecidos no documento

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MAEBCN (MEC, 2013) e a profundidade de abordagem dos conteúdos considerada nos manuais escolares relativos ao 7º ano de escolaridade.

As respostas a serem classificadas na categoria de RI, incluem apenas algumas das ideias necessárias para as respostas cientificamente aceites, mas não contêm aspectos cientificamente não aceites. Se a resposta contiver aspectos cientificamente aceites e simultaneamente não aceites, então não será incluída nesta categoria, mas sim na categoria RCA. Esta categoria (RCA) inclui todas as respostas que, sendo compreensíveis, ou não contêm aspetos cientificamente aceites ou contêm, em simultâneo, aspetos cientificamente aceites e não aceites. No caso de respostas em branco, respostas ininteligíveis, ou cujo conteúdo não evidencie conceções, corretas ou alternativas, serão classificadas na categoria NR.

No caso das questões em que o aluno primeiro deveria selecionar uma opção, antes de explicar ou fundamentar essa opção (questões 1.1, 1.2, 1.4 e 2.1), as respostas são apresentadas de acordo com as respetivas opções de resposta, a saber: Tem Razão (questões 1.1, 1.4 e 2.1); Não Tem Razão (questões 1.1, 1.4 e 2.1); Tem Relação (questão 1.2); Não tem Relação (questão 1.2); Tenho Dúvidas (questões 1.1, 1.2, 1.4 e 2.1).

Serão também analisadas as respostas obtidas, no pré e no pós-teste, classificadas como RCA com o objetivo de identificar as conceções alternativas que lhe estão subjacentes. Estas serão identificadas e depois serão registadas as suas frequências.

Os dados obtidos com o pré e o pós-teste de conhecimentos são apresentados em tabelas, no subcapítulo 4.2. A título ilustrativo da análise efetuada, durante a apresentação dos dados, são efetuadas citações de algumas respostas (ou de parte delas) dos alunos. Essas transcrições são acompanhadas pela identificação do autor (aluno) da respetiva resposta, através de uma letra (X ou Y), associada à turma a que pertence, e por um número de ordem que foi atribuído a cada aluno. No caso de a transcrição dizer respeito a uma resposta obtida no pré-teste é acrescentada à identificação da resposta a letra A (antes da Intervenção); se disser respeito a uma resposta obtida no pós-teste é acrescentada à identificação da resposta a letra D (depois da Intervenção). Nos casos em que se evidencia pouca diversidade de respostas, ou que se considera ser o suficiente para a compreensão do leitor, apenas são transcritas duas respostas (inteiras ou excertos), nos restantes casos, sempre que existam, são transcritas quatro respostas (inteiras ou excertos).

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3.8.2. Teste de desempenho na resolução de problemas

Tendo em conta a necessidade de obter evidências de competências de resolução de problemas nas respostas dadas pelos alunos ao teste de desempenho na resolução de problemas, a análise das respostas foi feita tendo em conta as competências referidas por alguns autores (Boud & Feletti, 1997; Jonassen, 2010) e as estudadas por investigadores portugueses (Gandra; 2001; Vieira, 2007; Silva, Leite & Pereira, 2013). Optámos por adotar o conjunto de competências utilizado por Gandra (2001), por Vieira (2007) e por Silva, Leite & Pereira (2013), pois são compatíveis com o objetivo traçado para este estudo. Essas competências são as seguintes: C1 - compreensão da situação problemática, o aluno identifica/interpreta/compreende a situação problemática criada; C2 - identificação e avaliação de fatores relevantes, o aluno prevê/identifica fatores relevantes para a resolução do problema e avalia o peso relativo dos mesmos; C3 - planificação de tarefas, o aluno planifica/define múltiplas tarefas conducentes à resolução do problema; C4 - identificação de fontes de pesquisa, o aluno prevê/identifica fontes de pesquisa; C5 - planificação das estratégias de resolução de problemas, o aluno planifica estratégias de resolução de problemas; C6 – ponderação sobre o trabalho cooperativo, o aluno pondera a necessidade do trabalho de equipa e da discussão de opiniões; C7 – conclusão de raciocínios, o aluno conclui e finaliza raciocínios; C8 – realização de juízos, o aluno efetua juízos críticos/valorativos. Para cada uma dessas competências serão registadas a presença total, a presença parcial ou a ausência dessa competência, tal como fizeram Silva, Leite & Pereira (2013). Os aspetos a considerar na análise das respostas dadas pelos alunos às duas questões do teste de desempenho na resolução de problemas encontram-se no anexo 9.

Serão, também, efetuadas comparações entre as respostas obtidas no pré-teste e no pós-teste, a fim de analisar a possível evolução dos alunos nas diversas competências consideradas. Assim, sempre que a resposta do aluno, no pré-teste, não evidência uma determinada competência, e, posteriormente, no pós-teste, essa competência já é observada na resposta desse aluno, então considera-se que o aluno evolui nessa competência. Da mesma forma se considera que o aluno evolui se, do pré para o pós-teste, o aluno passa de uma resposta em que essa competência só está parcialmente presente para uma resposta evidenciando essa competência na totalidade. Se, pelo invés, o aluno evidenciou esse aspeto no pré-teste e no pós-teste já não o faz, ou se de uma resposta ao pré- teste que evidencia totalmente essa competência o aluno passa a dar uma resposta que evidencia parcialmente essa competência, então consideramos que o aluno regrediu. Se tanto no pré-teste como

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no pós-teste o aluno ou não revela uma determinada competência, ou se apresenta respostas em ambos os testes que evidenciam ou totalmente ou parcialmente essa competência, então consideramos que o aluno mantém, ou seja se se mantém numa dada categoria relativa a uma dada competência.

Da mesma forma que se descreveu no caso do teste de conhecimentos, os dados resultantes da análise das respostas dos alunos no pré e no pós-teste de desempenho na resolução de problemas são apresentados em tabelas, no subcapítulo 4.3. Aí são também apresentadas transcrições de respostas (inteiras ou parte delas) dadas pelos alunos, de modo a ilustrar a nossa interpretação, podendo estas ser duas ou mais transcrições, conforme exista maior ou menor diversidade de tipos de resposta. Essas transcrições estão acompanhadas da identificação do aluno e da respetiva turma, tal como descrito no subsubcapítulo 3.8.1.

3.8.3. Questionário de opinião dos alunos

O tratamento dos dados recolhidos através do questionário de opinião é feito por partes, de acordo com a estrutura geral do mesmo (quatro partes), sendo os dados apresentados em tabelas, no subcapítulo 4.4.

Na primeira parte do questionário, relacionada com a opinião dos alunos sobre os contributos do EOABRP online para o desenvolvimento de diferentes competências (desenvolvimento de competências concetuais, de competências de resolução de problemas, de competências de comunicação, de competências de relacionamento interpessoal, e da motivação para as aprendizagens), os dados serão tratados e analisados atendendo às dimensões em torno das quais os itens se agrupam. Assim, para cada um dos itens de uma dimensão são contabilizadas e agrupadas as respostas correspondentes a escolhas de cada um dos graus da escala (Muito, Bastante, Moderadamente, Pouco ou Nada satisfatórias), calculando-se a frequência para cada grau e categoria. Para as outras três partes do questionário, com a exceção do item 24 (3ª parte do questionário), foi efetuado um tratamento de dados semelhante ao adotado na primeira parte, mas os dados relativos a cada uma das partes são apresentados numa tabela. Em relação ao item 18, os dados com ele obtidos serão apresentados numa tabela independente.

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