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2. Enquadramento teórico

2.1. Segmentação em turismo

2.1.4. Turismo de golfe em Portugal

O aumento da competitividade leva os destinos turísticos a enfrentar a necessidade

de repensar a sua estratégia e a sua orientação, de modo a reforçar ou a consolidar o seu

posicionamento estratégico e de modo a obter vantagens competitivas. Assim, existe

muitas vezes a necessidade de apostar numa maior diversificação da oferta de produtos

turísticos, sendo que o turismo de golfe surge assim como uma oportunidade de

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mercado, apresentando-se bastante atrativo e com elevado potencial (Moital e Dias,

2009).

Nos últimos anos a oferta turística tem sofrido uma diversificação, tendo surgido em

Portugal os dez produtos estratégicos, adotados pelo Turismo de Portugal no Plano

Estratégico Nacional para o Turismo, também conhecido por PENT (Andrade e Antão,

2016).

O golfe tem como principal motivação a prática do desporto em questão em diversos

campos diferentes do habitual, sendo que a atividade em si consiste em jogar golfe,

adicionando o entretenimento (PENT, 2007). O produto golfe representa uma das

principais chaves de combate à sazonalidade provocada pelo produto de “sol e praia”,

maioritariamente nos destinos mediterrâneos (Correia e Martins, 2004). Andrade e

Antão (2016) afirmam mesmo que “nos últimos anos o golfe tem tido um importante

papel na redução da sazonalidade do sector do turismo em Portugal” (p.2). Enquanto

geralmente grande parte dos turistas visita o país na época alta (meses de Maio a

Setembro), os praticantes de golfe marcam a sua presença todo ano, especialmente de

Setembro a Novembro e de Março a Maio (Andrade e Antão, 2016).

Segundo Andrade e Antão (2016) “os turistas de golfe tem um gasto médio per

capita mais elevado do que o observado nos outros produtos turísticos” (p.6). Estes

acrescentam que “os golfistas gastam em média entre 3 a 5 vezes mais do que qualquer

outro turista. O golfe é o mais espetacular sucesso económico das últimas décadas, seja

para o turismo externo, seja para o turismo interno ou para o turismo imobiliário”. O

Ministério da Economia e Inovação (2007, citado por Andrade e Antão, 2016) estima

que o gasto médio diário de um turista de golfe seja aproximadamente 260€. Este valor

é distribuído em 20% em alojamento, 18% em refeições, 13% em serviços em campos

de golfe, 18% em compras e lazer, 21% em transportes e os outros 10% em outros

gastos no destino. É portanto um turista que deseja qualidade, e por sua vez gasta mais

do que qualquer outro turista em serviços complementares (Andrade e Antão, 2016).

Portugal representa um destino especial de golfe na Europa, resultado da sua

localização e condições climatéricas favoráveis à prática do desporto em questão

(Correia e Martins, 2004). Segundo Correia e Martins (2004) no final de 2002, havia 62

campos de golfe em Portugal, dos quais 45% foram localizados no Algarve e 8,5% nos

Açores e Madeira. Ao longo dos anos é possível verificar um aumento de campos

bastante representativo, uma vez que em 2014 havia em Portugal 87 campos de golfe,

com maior concentração uma vez mais na região do Algarve que representa 44% do

total da oferta (Andrade e Antão, 2016). Segundo o Best Of Golfe & Leisure (2017)

existem atualmente 82 campos de golfe em Portugal, 12 na região Norte, 28 na região

Centro, 36 na região sul e 6 nas ilhas. Quanto ao número de jogadores, existiam

segundo dados de 2012, 14198 jogadores amadores registados na Federação Portuguesa

de Golfe (NEOTURIS e CBRE, 2013).

Os principais mercados europeus emissores de jogadores para este país, conforme

dados de 2012, eram o Reino Unido, Alemanha, Suécia, França, Holanda e Espanha

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(PENT, 2012). Segundo dados de 2014, o Reino Unido continua a ser o mercado

emissor mais representativo, com cerca de 51% da procura, seguindo-se o mercado

interno com 22%. Suécia (7%), Alemanha (5%) e Irlanda (5%), são também dos países

com números mais significativos (Turismo de Portugal, 2016). Em 2012 foram

realizadas aproximadamente 1,7 milhões de voltas de golfe em Portugal, o que

representa mais 3,6% que em 2011. Foram assim realizadas em média 22405 voltas por

campo, representando um aumento de voltas realizadas de 1,6% face ao ano anterior.

Estima-se que esta indústria em Portugal tenha apresentado uma receita agregada de

107 milhões de euros (Turismo de Portugal, 2016).

Em Lisboa o golfe representa um dos produtos estratégicos do destino, com três

zonas de especial destaque para a prática do desporto: Costa de Setúbal, Estoril e

Cascais e a Costa Oeste (Moital e Dias, 2009). No que diz respeito à procura, apesar de

a partir de 2002 se ter verificado um crescimento relativamente ao número de voltas

jogadas, a taxa de ocupação destes campos é inferior a 40%. A partir de 2004, a

performance financeira dos mesmos estagnou, tendo se mesmo verificado o seu

decréscimo. Os principais mercados emissores de turistas praticantes de golfe para o

destino Lisboa são o Reino Unido, Irlanda, Países Nórdicos, Alemanha, Holanda e

Bélgica (Moital e Dias, 2009). Segundo Moital e Dias (2009), a performance desta

região enquanto destino de golfe aumentaria com a melhoria, “de fatores como a

qualidade técnica, enquadramento paisagístico, qualidade do equipamento e facilidade

de marcação dos campos” (p.9), bem como referem a importância a nível do valor, a

nível da satisfação no fator preço do alojamento, e do green fee que “aparentam

influenciar a satisfação global”. A Lisbon Golf Coast foi eleita melhor destino de golfe

da Europa em 2016 pela IAGTO (Turismo de Portugal, 2016).

Relativamente ao golfe no Norte do país, este surge como um complemento à oferta

turística existente, sendo que a localização dos campos é dispersa e existe pouca oferta

de alojamento nas proximidades, sendo geralmente unidades de turismo rural de

pequenas dimensões. Importante referir que grande parte dos campos é reservada à

utilização dos sócios (PENT, 2007). A NEOTURIS e CBRE (2013) explicam que a

oferta de alojamento de qualidade na região Norte concentra-se maioritariamente na

cidade do Porto, o que significa que as unidades que suportam os campos de golfe são

reduzidas. Segundo um estudo realizado pela NEOTURIS e CBRE (2013) existiam em

2013, 12 campos de golfe na região Norte de Portugal sendo que o aparecimento destes

campos deu-se sobretudo na década de 90 (entre 1995 e 2012 foram criados 11 campos

e escolas de golfe). Segundo o Best Of Golfe & Leisure (2017) atualmente continuam a

existir o mesmo número de campos. Existem aproximadamente 2500 jogadores

residentes no Norte de Portugal, sendo que grande parte destes são sócios de clubes da

região; estes sócios são maioritariamente do sexo masculino (87%), de nacionalidade

portuguesa, encontram-se entre os 22 e os 55 anos de idade, e predominam os

representantes superiores de empresas e os reformados. No que diz respeito à

concentração dos campos de golfe no Norte de Portugal segundo a NEOTURIS e CBRE

(2013), os campos mais distantes entre si são o Vidago Palace Golf Course (Vidago,

Chaves) e o Oporto Golf Club (Espinho, Aveiro) que distam 166Km, e por outro lado os

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campos que se encontram mais perto entre si são o Vidago Palace Golf Course e o

Clube de Golfe de Vidago a 1,8 km de distância, ambos em Vidago. Os jogadores que

procuram esta região para praticar golfe são na sua grande maioria portugueses, sócios

de clubes regionais, ou seja, jogadores residentes. A estes seguem-se os Espanhóis

devido à proximidade geográfica com Galiza e à elevada taxa de ocupação dos campos

de golfe espanhóis. Os Alemães e Franceses visitam a região por outros motivos,

acabando por praticar golfe como complemento da sua estadia. Os meses mais

significativos para a prática desta atividade nesta região são Setembro e Outubro, e os

menos significativos são de Novembro a Fevereiro.

Segundo a NEOTURIS e CBRE (2013) a revista Golf Monthly em 2010 incluiu

apenas dois campos de golfe do Norte de Portugal na lista dos melhores campos de

golfe em Portugal, em 15º lugar o Estela Golf Club e em 26º lugar o Oporto Golf Club.

A nível internacional Portugal representa um destino de golfe de excelência sendo que

em 2012, o site www.top100golfcourses.co.uk elegeu no seu ranking nove campos de

golfe portugueses na lista dos 100 melhores campos de golfe da Europa. Da região

Norte, são incluídos neste ranking Vidago Palace, Estela e Oporto.

A NEOTURIS e CBRE (2013) apresentam a seguinte análise à atividade de golfe no

Norte do país:

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Tabela 1. Análise SWOT Golfe no Norte de Portugal

FORÇAS

 Campos de alta qualidade;

 Diferentes tipos de campos: (estilo

Links e montanhosos estilo

Parkland);

 Facilidade de marcação;

 Campos com boas condições de

treino para grupos (associados a

unidades hoteleiras);

 Diversidade e riqueza de oferta

complementar;

 Boas acessibilidades;

 Companhias aéreas de baixo custo

(Ryanair e Easyjet) a operarem no

Aeroporto Francisco Sá Carneiro.

FRAQUEZAS

 Destino de golfe desconhecido;

 Poucos campos;

 Distância avultada entre eles;

 Inexistência de sinergias entre

campos;

 Campos fechados a jogadores

não-sócios;

 Promoção nacional e promoção

internacional inexistente.

OPORTUNIDADES

 Destino voltado para o golfista

mais sofisticado, que procura o

golfe associado à oferta

complementar da região;

 Possibilidade de visitar dois

destinos de golfe apenas numa

viagem (Norte de Portugal e

Galiza);

 Enfraquecimento da sazonalidade

do turismo de lazer na região;

 Captação de cruzeiristas vindos do

Porto de Leixões;

 Consolidação de relações com

operadores de golfe.

AMEAÇAS

 O Algarve continua a ser o destino

de golfe mais conhecido em

Portugal;

 Campos da Galiza apostam mais

na sua promoção junto dos

mercados emissores;

 Constrangimentos financeiros

resultado da crise económica que

por sua vez reduzem o número de

voltas jogadas;

 Clima;

 Escassez de ligações aéreas;

 Sazonalidade de diversas rotas a

operar no Aeroporto Francisco Sá

Carneiro.

Fonte: Elaboração própria, tendo por base NEOTURIS e CBRE (2013)

Quanto ao perfil do jogador de golfe que visita este país, segundo Andrade e Antão

(2016) pode-se verificar que são maioritariamente Ingleses (50%) e Noruegueses (30%),

havendo também um número significativo de Alemães. São maioritariamente do sexo

masculino, com idades compreendidas entre os 43 e os 65 anos (idade média de 51

anos). São turistas com elevado grau de ensino, com diferentes profissões, sendo que os

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reformados tem uma importante significância, e deslocaram-se a Portugal

exclusivamente para praticar golfe. As jogadoras que viajaram com os maridos durante

as férias, não tinham o golfe como principal objetivo de viagem. Os estrangeiros

(inquiridos pelos autores) são jogadores com nível de jogo médio (handicap médio de

19), que atribuem elevada importância à qualidade dos campos e ficam muito satisfeitos

com a qualidade das infraestruturas, clima ameno, hospitalidade, o que os torna

repetentes trazendo consigo amigos e/ou familiares. A duração da estadia é superior a

três dias, procurando jogar em mais do que dois campos diferentes, acompanhados por

amigos ou colegas. Cerca de 88% dos inquiridos aproveitam as férias para jogar golfe,

sendo que 13% o fazem como objetivo principal. A maioria faz férias em Portugal

incidindo a escolha sobretudo no Algarve e centro do país. No caso do jogador nacional,

é maioritariamente do sexo masculino (92%), com idade média de 51 anos, sendo que

7% da amostra tinha menos de 30 anos e elevadas habilitações literárias. As profissões

que predominam são economista/gestor e engenheiro, verificando-se também uma

relevância por parte dos reformados. A percentagem de jogadores portugueses que faz

férias fora do país é de cerca de 55%, sendo que Espanha e Inglaterra são os destinos de

preferência. Os golfistas portugueses que realizam férias no próprio país usam esta

atividade como complemento às suas férias. A região de preferência é o Algarve,

viajando acompanhados sobretudo pela família (79%), sendo que pelo menos outro

membro pratica a modalidade. Os aspetos que mais valorizam é a possibilidade de jogar

em vários campos que tenham recebido torneios ou circuitos internacionais, a existência

de programas de férias para toda a família, e ainda preços baixos com pacote de tudo

incluído. Tem uma boa perceção das ofertas e infraestruturas do país, afirmando que

Portugal é um destino de golfe de eleição. Comparando assim os dois grupos de

jogadores, é possível apurar que os jogadores nacionais preferem férias em família, em

que o golfe é uma atividade complementar, enquanto os estrangeiros viajam, com o

objetivo de jogar, maioritariamente com amigos. Os portugueses valorizam os preços

low cost, os estrangeiros por sua vez são os que mais gastam. Dos inquiridos

estrangeiros a maioria valoriza a qualidade do campo (66%), os nacionais tem

preferência por jogar em vários campos (52%). Em ambos os grupos, o ponto que

menos valorizam nas suas férias de golfe é a possibilidade de acesso ao serviço de

caddies.

Segundo o PENT (2007) em 2000 previa-se uma duplicação do número de jogadores

num prazo de aproximadamente oito anos, caso a taxa de crescimento se mantenha em

10% ao ano. O Turismo de Portugal (2008) referiu que o mercado do turismo de golfe

“cresce a um ritmo de 7% ao ano, prevendo-se que até 2018 o volume, acumulado em

dez anos, alcance os 2 milhões de viagens”. Segundo dados de 2006, existiam em

Portugal cerca de 18 mil jogadores inscritos na Federação e calcula-se que o número

total de praticantes ultrapassava os 21 mil (PENT, 2007).

Portugal conforme dados de 2004 ocupava o segundo lugar como destino preferido

dos países europeus com maior número de golfistas, sendo que o Algarve ocupava uma

posição de liderança, representando 45% da oferta (Correia e Martins, 2004). No que

diz respeito à concorrência, Portugal enfrenta outros destinos muito semelhantes no

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turismo de golfe como Espanha, Marrocos, Bacia do Mediterrâneo (França e Itália), e

existem outros destinos a ter em consideração como Turquia e Chipre (Andrade e

Antão, 2016). O PENT (2007) destaca ainda o desenvolvimento de certos mercados

como a Tunisia, Marrocos ou Egipto, uma vez que estes desevolvem uma oferta de

golfe semelhante à de Portugal.

O PENT (2007) menciona que Portugal deve

“benefeciar da atracção do sector para atrair mais investidores

estrangeiros; melhorar a oferta actual e inovar com a previsão do

aumento da procura: capacidade de alojamento associada, sofisticação

da oferta, etc, para ganhar na competitividade; ampliar a gama de

ofertas com o fim de chegar a um público mais alargado: viajantes de

fim-de-semana, famílias, ofertas época baixa para iniciantes, etc.”.

Em 2002 Portugal ocupou o quarto lugar como destino de eleição dos ingleses e o

segundo lugar dos alemães. Também em 2002, Portugal foi reconhecido pela IAGTO

como o segundo país com maior importância no turismo de golfe na época de Inverno,

tendo Espanha ficado no primeiro lugar (Andrade e Antão, 2016) Em 2006 Portugal

apresentava-se como um destino de golfe muito bem posicionado para os consumidores

Holandeses, Alemães e Britânicos (PENT, 2007). Portugal foi eleito pelo World Golf

Awards melhor destino de golfe do mundo em 2014, 2015, 2016 e melhor destino de

golfe da Europa em 2014 e 2015. Em 2013 foi eleito melhor destino de golfe do mundo

e melhor destino de golfe da Europa pelos World Travel Awards (Turismo de Portugal,

2016). Em 2017 Portugal voltou a ser considerado o melhor destino de golfe do mundo

(World Golf Awards, 2017).

A competitividade representa um fator determinante no que diz respeito à

sobrevivência dos campos de golfe na perspetiva de negócio. Nesta perspetiva, a

competitividade ambiciona relações de eficiência, qualidade e rendibilidade (Correia e

Martins, 2004).

Num estudo realizado por Correia e Martins (2004) foi possível perceber que os

empresários do setor de golfe consideram que este negócio precisa de seis anos para

iniciar a exploração e por consequente oito anos são necessários para recuperar o

investimento, o que significa que só passados 14 anos é que o negócio começa a ser

rentável, isto significa que quando uma empresa pretende iniciar um negócio desta

dimensão, necessita de uma estável situação financeira devido ao elevado investimento

bem como pelo prazo elevado de recuperação do mesmo. Assim sendo, estes aspetos

podem representar uma grande barreia à entrada neste setor.

Relativamente ao emprego o mesmo surge em atividades como: instalações próprias,

restaurantes e bares, comercialização de equipamento desportivo, dormidas de turistas

em resorts e manutenção dos campos (Correia e Martins, 2004). Um campo com 18

buracos emprega cerca de 30 pessoas, e a nível regional o golfe representa cerca de 6%

do volume de emprego gerado no setor turístico.

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Num estudo sobre as determinantes da satisfação do turista de Golfe em Lisboa,

Moital e Dias (2009) provam que a satisfação dos jogadores de golfe pode variar

conforme as suas nacionalidades, uma vez que nem todos os jogadores valorizam as

mesmas facilidades. Enquanto os turistas britânicos parecem valorizar sobretudo o

preço do alojamento, enquadramento paisagístico dos campos, facilidade de marcação

dos campos, qualidade de equipamento dos campos e preço do green fee, os turistas

nórdicos valorizam principalmente o acesso aos campos desde o local do alojamento, a

qualidade do serviço dos campos e o enquadramento paisagístico dos mesmos. Em geral

(todos os turistas), os fatores mais valorizados são o preço do alojamento, a facilidade

de marcação dos campos, qualidade do equipamento dos campos, preço do green fee,

enquadramento paisagístico dos campos e qualidade técnica dos mesmos. Moital e Dias

(2009) consideram que é fundamental que o destino Lisboa fidelize turistas e consiga

influenciar a expansão da procura através do efeito do passa-a-palavra.

Andrade e Antão (2016) referem que são vários os autores que abordam a

necessidade de existência de uma ligação entre o Turismo de Portugal e a Federação

Portuguesa de Golfe, de modo a que seja criada uma estratégia de golfe que integre

todas as vontades dos diferentes organismos, desde desporto ao turismo e à indústria em

Portugal. Castro (2014, citado por Andrade e Antão, 2016), acrescenta a importância de

aumentar os jogadores nacionais, fazendo crescer a quota do turismo interno, uma vez

que sem os jogadores nacionais, os campos não existem. Já Andrade e Antão (2016)

acrescentam a necessidade de atrair mais golfistas, e para isso recomendam a oferta de

preços especiais e melhores campos, de modo a conseguir um aumento dos turistas

satisfeitos com a sua experiência de golfe em Portugal, uma vez que se o turista gosta da

experiência, repetirá, aumentando assim a possibilidade de fidelização ao local/região.

Para isto, é necessário estudar quais as razões que contribuem para a satisfação dos

jogadores, de modo a melhor essa performance (Andrade e Antão, 2016).

Segundo Andrade e Antão (2016) o Plano Estratégico Nacional para o Turismo

(2007) tem como principal prioridade “consolidar a forte projeção internacional como

destino de Golfe, construindo-se mais campos de elevada qualidade, reforçando-se a

oferta, assegurando-se a organização e realização de torneios anuais com elevada

projeção internacional e estimulando a prática desta atividade em Portugal”. Este

ambiciona ainda a

“potenciação da procura, mediante uma nova estratégia de

comunicação entre determinados públicos-alvo no sentido de

aumentar a procura interna junto dos segmentos mais jovens da

população, reforçar o incremento de boas práticas ambientais na

gestão dos campos, expandir a comunicação utilizando novos canais,

atraindo assim novos mercados emissores. Desta forma pode-se

melhorar a oferta turística do país, proporcionando uma experiência

singular e diversificada” (Andrade e Antão, 2016, p.8).

É necessário ter em conta a diferença entre locais uma vez que aquilo que pode ser

um sucesso no Sul, não significa que também seja um sucesso no Norte ou no Centro,

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sendo que cada zona tem a sua estratégia (Andrade e Antão, 2016). Por exemplo,

enquanto no Norte se focam mais no turismo interno e jogadores locais, no centro existe

uma estratégia mais ampla entre jogadores locais, mediante pagamento de green fees

anuais e promoção dos campos junto de operadores estrangeiros. No caso do sul, o

Algarve é muito focado no turismo externo, contando também com uma pequena parte

do turismo interno, sendo que apenas 21% da procura total são jogadores nacionais

(Andrade e Antão, 2016).

Segundo o PENT (2012), existe uma diferente estratégia de golfe, tendo em conta as

diferentes regiões, ou seja:

 Algarve: O produto Golfe está consolidado, pode ser primário ou complementar

a outro produto turístico. É fundamental no combate à sazonalidade e é

necessário manter os níveis de qualidade dos campos de modo a que se possam

atrair novos turistas bem como requalificar as zonas envolventes.

 Lisboa: Propõe-se o desenvolvimento de serviços orientados para o cliente, bem

como a criação de conteúdos e a sua colocação no mercado.

 Norte: o Golfe representa um produto complementar a outros produtos

oferecidos pela região (sobretudo turismo de natureza e city break).

 Centro: é considerado nesta região um produto sem expansão. Andrade e Antão

(2016) referem que a região de Lisboa merece uma especial atenção pela

possibilidade de crescimento nos próximos anos, sendo que o PENT recomenda

o desenvolvimento de “serviços orientados para o cliente, criando conteúdos,

assegurando a sua disponibilização em outros canais colocando o produto no

mercado” (p.8).

 Alentejo: também é considerado um produto sem expansão.

 Açores: considerado também um produto sem expansão.

 Madeira: o golfe representa um serviço complementar aos circuitos e turismo de

natureza, recomendando-se estruturar a oferta de golfe para esta

complementação.

O PENT (2012) refere ainda como fatores de competitividade de Portugal para o

produto de golfe: “modalidade desportiva que se pode jogar todo o ano”, “campos de

golfe com diferentes traçados e níveis de dificuldade”, “campos de golfe de assinatura

(Robert Trent Jones Jr., Arnold Palmer, Jack Nicklaus, Arthur Hills, Nick Faldo e S.

Ballesteros) e de elevada qualidade”, “zonas de concentração de campos de golfe de

elevada qualidade”, “campos de golfe de competição, com provas do circuito PGA”, “

Algarve e Lisboa eleitos pela IAGTO Golf Destination of the Year e Golf Resort of the

Year (2006, 2007 e 2009)” (p.14).

Andrade e Antão (2016) referem a importância de aumentar o número de praticantes