2. Enquadramento teórico 2.1. Segmentação em turismo 2.1.1. Turismo de nichos Robinson e Novelli (2005) afirmam que o conceito “turismo de nicho” surgiu nos últimos anos e está fortemente ligado ao termo “marketing de nicho”. Por outro lado Dalgic e Leeuw (1994) afirmam que Marketing de Nicho tem estado connosco desde algum tempo, o que é novo é o aumento da diversidade de mercados, e as tecnologias avançadas, que permitem novas abordagens de comercialização e a deterioração das grandes empresas e das suas abordagens tradicionais de marketing. Alvo de marketing, foco de marketing, marketing concentrado e micromarketing são outros termos usados como sinônimos para marketing de nicho. Embora eles apresentem características similares, diferem em certa medida (Dalgic e Leeuw, 1994). Este tipo de turismo representa o oposto ao referido “turismo de massas” que surgiu com o desenvolvimento do turismo, mais especificamente com o forte aumento de resorts turísticos, empreendimentos hoteleiros, aumento do tráfego aéreo, entre outros. Apresenta um conjunto de práticas distintas que diferenciam os turistas que o praticam, representando por sua vez uma maneira de marcar a diferença num mundo cada vez mais globalizado (Robinson e Novelli, 2005). Keegan et al. (1992, citado por Dalgic e Leeuw, 1994) definem um nicho como "um pequeno mercado que não é servido por produtos concorrentes" (p.3). Estes autores consideram como marketing de nicho um cliente individual, ou um grupo pequeno de clientes com características ou necessidades semelhantes. Stanton et al. (1991, citado por Dalgic e Leeuw, 1994) por sua vez 4 definem marketing de nicho como um método para resolver as necessidades do cliente, produzindo bens e serviços à medida para pequenos mercados. Shani e Chalasani (1992) mantêm uma visão diferente sobre o marketing de nichos, estes acreditam que a segmentação é um método de divisão de um grande mercado em partes menores. Acrescentando ainda que em marketing de nicho o negociante inicia a sua atividade tendo por base apenas as necessidades de alguns clientes, que com o passar do tempo vão aumentando. Ou seja, isto é o contrário de “partir” um mercado em pequenos mercados. Dalgic e Leeuw (1994) fazem uma distinção entre Nicho e Segmentação, sendo que: Um nicho é geralmente menor em tamanho comparativamente com o tamanho de um segmento; Um nicho concentra-se em indivíduos – um segmento foca-se num chamado grupo homogéneo; Um nicho preenche uma necessidade específica em contraste com um segmento onde a ênfase é sobre gerenciar parte do mercado. Pode-se concluir que o marketing de nicho pode ser definido como posicionamento em segmentos pequenos, rentáveis mercados homogéneos que foram ignorados ou negligenciados pelos outros. De acordo com Dalgic e Leeuw (1994) marketing de nicho, "é simplesmente colocar o cliente no topo da agenda e da lista de prioridades. É sobre foco no cliente, especializando-se em necessidades específicas dos clientes, encontrar melhores maneiras de fazer o que o cliente valoriza, educar e informar os clientes, ter em conta o compromisso e o cuidado” (p.9). A fim de criar um melhor posicionamento para o produto no mercado, tem que se diferenciar o produto dos concorrentes (Dalgic e Leeuw,1994). Hezar, Dalgic, Phelan e Knight (2006) definem nicho de mercado como um grupo de potenciais clientes que partilham características semelhantes, fazendo-os recetivos a produtos, serviços ou oportunidades. Johnson e Scholes (1993, citados por Hezar et al., 2006) por sua vez definem estratégia de nicho como um exemplo extremo de foco. Dalgic e Leeuw (1994) apresentam as seguintes características do marketing de nichos: Uma habilidade para segmentar o mercado de forma criativa, atividades com foco apenas em áreas em que uma empresa tem pontos fortes específicos que são especialmente valorizados; Uso eficiente dos recursos R&D (pesquisa e desenvolvimento), usá-los onde eles podem ser mais eficazes; Pensar pequeno: adotar uma estratégia de "pequeno é uma bela abordagem" 5 Estes mesmos autores consideram que uma estratégia de nicho como uma estratégia de marketing pode ser empregada pelas seguintes razões: Para evitar concorrência/confronto com concorrentes maiores e dedicar a sua energia para servir um mercado único; Para realçar uma oportunidade; Sobrevivência. Outro motivo para a escolha de uma estratégia de nicho, na opinião de Dalgic e Leeuw (1994) é o seu uso como uma estratégia competitiva. Pode ser usado para penetrar grandes mercados ou segmentos existentes. Drea e Hanna (2000) apontam que marketing de nicho também tem uma base no conceito de vantagem competitiva: um produto ou serviço deve criar um valor superior para os clientes e não ser facilmente copiado pelos concorrentes. Os “gestores” de destinos procuram utilizar este tipo de turismo como uma forma de desenvolvimento económico, oferecendo inclusive maiores oportunidades para os destinos, como é o caso da prática de um turismo mais sustentável/menos prejudicial. Para os turistas, o turismo de “nichos” oferece um conjunto de experiências significativas, que conhecendo as suas necessidades procuram satisfazê-las (Robinson e Novelli, 2005). O termo nicho em marketing refere-se a duas ideias-chave inter-relacionadas: que existe um lugar no mercado para o produto, e que existe um público para esse mesmo produto. Este refere-se a um produto específico capaz de acompanhar as necessidades de um segmento de mercado específico. Assim sendo, não se deve olhar para o mercado de uma forma simplista e homogénea, uma vez que este representa um conjunto de indivíduos com características e necessidades específicas. Ou seja, pode-se encarar um “nicho de mercado” como um grupo mais restrito, onde os indivíduos são identificados tendo por base o mesmo tipo de necessidades ou desejos (Robinson e Novelli, 2005). O marketing tradicional no caso do turismo foca-se em grande parte no volume, dando aos consumidores escolhas mais populares acabando por sufocar a diversidade (Lew, 2008). Este autor defende que o foco em maior volume não significa maior valor, uma vez que grandes volumes podem resultar em valores mais baixos para o consumidor, destino e até prestadores de serviços/empresários. Este autor acrescenta que o sucesso nos mercados de nicho é medido pelo valor que os potenciais clientes atribuem aos serviços e produtos oferecidos. Assim se os consumidores colocam alto valor sobre o produto, o negócio pode captar uma porção maior de mercado bem como cobrar preços mais elevados, sendo que existe cada vez mais um número crescente de pessoas dispostas a pagar preços mais elevados por experiências, serviços e produtos especiais. Robinson e Novelli (2005) declaram que “o tamanho de um nicho de mercado pode variar consideravelmente, mas efetivamente precisa ser equilibrado entre ser grande o 6 suficiente para produzir negócios suficientes e pequeno suficiente para que seja ignorado pelos concorrentes” (p.5). Hannan e Freeman (1977) explicam que o termo “nicho” está assente em ideias de competitividade, fazendo uma distinção entre nichos “fundamentais” e nichos “realizados”. O primeiro refere-se ao tamanho potencial do segmento de mercado, enquanto o segundo refere-se ao tamanho real do mercado face à concorrência. Também são frequentes os termos “produtos de nicho de turismo” e “mercados de nicho de turismo”, sendo que estes se relacionam entre si. Segundo Kotler (1989) um negócio deve conseguir diferenciar-se no que diz respeito aquilo que os clientes mais valorizam, acrescentando ainda que quando os segmentos são bastante grandes normalmente atraem vários concorrentes, enquanto os nichos atraem menor número de concorrentes. O mesmo autor explica que o nicho desenvolve-se através da especialização, tendo tamanho, lucro e potencial de crescimento. Apesar de tudo isto, não existem regras específicas para aquilo que se pode ou não considerar “turismo de nicho”. Robinson e Novelli (2005) apresentam como exemplo o turismo cultural, que é muitas vezes citado como turismo de nicho, procurado pelos “turistas culturais”, criando assim um nicho de mercado. No entanto, o facto de haver turistas culturais com diferentes tipos de motivações pode levar a uma segmentação mais aprofundada. Posto isto, um turista cultural pode por sua vez, ser um turista de artes, literário, um seguidor de um autor, entre outros exemplos. Atualmente os turistas não definem as suas próprias tipologias com precisão, ou seja são capazes de se envolver com uma larga variedade de atividades (tanto realizam um short break numa cidade histórica, como visitam um resort onde possam relaxar). Lew (2008) refere que apesar das vendas de pacotes turísticos terem diminuído durante algum tempo, continua-se a verificar procura de parques temáticos, navios cruzeiros, entre outros. Isto é resultado da popularidade do turismo em todo mundo, tendo também a ver com a elasticidade do turismo, pois hoje um turista pode ser de “nicho” e amanhã de “massa”. Organizações como a Organização Mundial do turismo (OMT) e o World Travel Tourism Council (WTTC) (citadas por Robinson e Novelli, 2005) veem a prática do turismo de nichos como mais benéfico para as comunidades de acolhimento, comparativamente com aquilo que são as práticas do turismo de massa. Este tipo de turismo é visto também como uma forma de atrair turistas que efetuam gastos mais elevados, o que o torna um turismo de elite, que foge ao habitual turismo de massa desmedido e barato. Robinson e Novelli (2005) explicam que o turismo de nichos representa na vida social dos turistas uma forma destes se tornarem cosmopolitas, distinguindo-se dos outros tipos de turistas. O turismo de nicho é capaz de segmentar ainda mais (micro-nichos: turismo de gastronomia, geoturismo) os mercados que são relativamente grandes (macro-nichos: turismo cultural, rural). Por outro lado, este tipo de turismo foca-se em pequenos mercados que são bastante específicos, o que torna difícil dividi-los (Robinson e 7 Novelli, 2005). Drea e Hanna (2000) explicam que com o marketing de nicho torna-se possível criar produtos e serviços que ofereçam um valor superior, ajustando as ofertas às necessidades específicas do mercado. Desde que o nicho seja bem definido o marketing de nicho fornece uma elevada barreira à entrada, impedindo ainda a ameaça de substituição de produtos ou serviços e aumenta a concorrência entre os fornecedores (Hezar et al., 2006). Por outro lado Dalgic e Leeuw (1994) advertem contra a escolha de uma estratégia de nicho, devido ao perigo inerente de hipersegmentação – ou seja, selecionar nichos que são muito pequenos. Isto pode, no entanto ser combatido através da contra-segmentação –agrupar vários nichos. Também Kotler (1989) alerta para o facto de os nichos serem relativamente pequenos. No entanto Dalgic e Leeuw (1994) explicam que apesar de nichos serem pequenos inicialmente, eles podem crescer tornando-se grandes mercados. McKenna (1988, citado por Dalgic e Leeuw, 1994)afirma que "a maioria dos grandes mercados evoluem de nichos de mercado" (p.3). Dalgic e Leeuw (1994) sugerem os seguintes pontos a ter em conta a quando da identificação e seleção de uma estratégia de nicho: Perceber vantagens competitivas sustentáveis com produtos em mercados específicos; Vantagens devem ser baseadas em interesses a longo prazo dos clientes; Os interesses a longo prazo podem ser transformados em relações duradouras entre diferentes grupos de interesse; Tomar iniciativas para manter as relações. Sendo que o Turismo de Nichos se baseia naquilo que o turista faz/procura, existe também uma dimensão geográfica que define que elementos específicos os destinos têm para oferecer de modo que se possam estabelecer como destinos de nicho (Robinson e Novelli, 2005). O desenvolvimento do turismo de nichos é reconhecido como uma importante trajetória no turismo contemporâneo, estando longe de ser amador no que diz respeito à forma como é processado, sendo que pode ser administrado através de uma rede de pequenas empresas ou através de grandes empresas que utilizam sistemas especializados que podem oferecer produtos variados de forma eficaz e normalizada (Robinson e Novelli, 2005). Dalgic e Leeuw (1994) explicam que nicho de marketing para as grandes empresas, pode significar: Novas oportunidades para saudáveis lucros em mercados menores; Uma nova abordagem ao mercado; Lucros menores por mercado, mas mais mercados; Uma defesa mais fácil contra potenciais concorrentes, criando refúgios. Um estudo desenvolvido por Morritt (1997) explica que por exemplo no caso dos hotéis, tendo em conta a fase de consolidação no mercado, estes são obrigados a adotar 8 uma estratégia de marketing de nicho. Assim, o mesmo explica que os hotéis incluem grupos de interesses especiais variados como: hotel para amantes da natureza, hotéis para pessoas com necessidades de permanecer no mesmo por um mês ou mais, hotéis para amantes da cultura, entre outros. No caso das empresas a criação do turismo de nichos pode ser encarada como um elemento de estratégia competitiva. Uma vez que o turismo tem crescido cada vez mais como negócio, as empresas têm também procurado obter uma maior vantagem competitiva. O crescimento dos mercados turísticos é acompanhado pelo crescimento da concorrência. O desenvolvimento de produtos de nicho é uma forma de diversificar a indústria do turismo que tem procurado captar novos mercados e mais lucrativos. A utilização de sofisticadas tecnologias de informação auxilia a oferta destes produtos específicos quase diretamente aos consumidores que os procuram (Robinson e Novelli, 2005). O turismo de nichos é uma forma de fornecer uma conexão entre os sonhos do turista, os seus desejos, imaginações e experiência (Robinson e Novelli, 2005). Dalgic e Leeuw (1994) afirmam que devido à forte intensificação da concorrência, apenas sobrevivem os mais fortes, e o marketing de nicho poderá ajudar as empresas a manter-se entres os sobreviventes mais saudáveis. De acordo com a perspetiva de Sheth (1992) as mudanças das forças macroeconómicas estão a remodelar as estratégias de marketing. Por conseguinte, fazer mais rápido e melhor pode não ser suficiente e, em vez disso, as empresas terão necessariamente de desenvolver novos conceitos e novas práticas de marketing. Argumenta-se frequentemente que o marketing de nicho é apenas para as pequenas empresas. Sendo interessante saber, no entanto, que a maioria das empresas de médio porte bem-sucedidas hoje em dia, são os profissionais de marketing de nicho. De acordo com Dalgic e Leeuw (1994) o sucesso econômico alemão deve-se em grande parte ao resultado das pequenas e médias empresas, que estão fortemente ligadas ao marketing de nicho. Utilizando estratégias de marketing de nicho, as PME's desenvolvem vantagens estratégicas através da segmentação do mercado, tendo por base: Características do consumidor e necessidades exclusivas; Produtos específicos ou diferenciadores projetados para resolver essas necessidades; Custos mais baixos; Melhor coordenação e comunicação; Flexibilidade e capacidade para se mover rapidamente; Vantagem competitiva baseada em aptidões, conhecimentos, qualidade do serviço e relacionamento com os clientes; 9 É possível no contexto de macro-nichos identificar uma extensa variedade de micro-nichos que surgem das características mais atraentes, locais de destino e interesses específicos, como é possível verificar na figura 1 (Robinson e Novelli, 2005). Figura 1. Turismo de Massas e Turismo de Nichos Fonte: Novelli e Robinson (2005) Dada a diversidade do turismo de nichos é possível obter diferentes abordagens, como: Abordagem geográfica e demográfica - o local e a população envolvida desempenham um papel fundamental. Pode ser um ambiente urbano, rural, costeiro ou “alpino”. O mais importante é a sua relevância para a atividade específica que os turistas querem realizar. Abordagem relacionada com o produto – a presença de atividades, atrações, gastronomia, entre outros elementos é ressaltada. São estes os elementos que constituem a ligação do destino de turismo de nicho com as necessidades específicas do turista. Abordagem relacionada com o cliente: expectativas e exigências do turista são o foco principal do turismo de nichos. É assim dada uma especial atenção à relação entre a oferta e a procura (Robinson e Novelli, 2005). Relativamente à perspetiva do turista, o produto aparece como forma de satisfazer as suas necessidades individuais, mas é entregue para satisfazer necessidades de um grupo 10 bastante elevado de turistas individuais que partilham necessidades e interesses semelhantes. Os turistas como consumidores, têm desenvolvido os seus conhecimentos e experiência em ser turista, fazendo com que esse desenvolvimento nem sempre seja linear ou simples, uma vez que os turistas estão cada vez mais sofisticados relativamente às suas necessidades e preferências, procurando que as mesmas sejam acolhidas (Robinson e Novelli, 2005). Estes mesmos autores acrescentam que “ser turista está intimamente ligado à questão da identidade” (p.7), o que por sua vez significa que a escolha do destino e do tipo de férias também podem ser vistos como parte da construção de identidade. O marketing de nicho foca-se no cliente e em fornecer ao cliente produtos que eles precisem, agora e no futuro. Envolver os clientes no design do produto é meio caminho para conseguir o sucesso (Dalgic e Leeuw, 1994). Robinson e Novelli (2005) destacam que o comportamento de consumo por parte dos turistas levou à existência de um mercado mais segmentado/especializado e sofisticado, podendo encarar-se o turismo de nichos como uma resposta às necessidades dos consumidores, sendo também uma forma de permitir o desenvolvimento e a expressão de identidade através de atividades específicas. Estes autores apresentam o exemplo do ciclismo, se este fornece uma forma de identificação social e individual (complementado com compra de roupas, equipamentos, participação em eventos), poderá também ser exprimido na escolha das férias, ou seja, poderá resultar na escolha de destinos ou até resorts com ambiente amigável ao ciclismo, o que pode acontecer igualmente com outros desportos como é o caso do golfe. Dalgic e Leeuw (1994) abordam ainda outros elementos essenciais para o marketing de nichos, que são as relações de longo prazo e a reputação da empresa. Isto leva ao conceito de marketing de relacionamento, que pode ser definido como "uma estratégia de marketing que visa estabelecer um relacionamento de negócios em curso com os clientes através do qual o produto se torna a relação total” (p.6). No marketing de nicho, a longo prazo, fortes relacionamentos são fundamentais. De acordo com os mesmos autores o processo de marketing de relacionamento incorpora três elementos fundamentais: 1. Identificar e construir um banco de dados de clientes atuais e potenciais. 2. Fornecer mensagens diferenciadas a essas pessoas. 3. Procurar em cada relacionamento monitorar o custo de aquisição do consumidor e o valor das suas compras. Em relação ao primeiro elemento, os autores salientam a necessidade de um banco de dados do cliente a fim de manter o controlo de preferências dos clientes e aumentar a eficácia do marketing. Morritt (1997) explica que uma estratégia de marketing de nicho está muitas vezes relacionada com uma estratégia de "marketing de relacionamento”, o que faz com que no caso dos hotéis por exemplo, muitos utilizem bancos de dados dos clientes de modo 11 a construir relações interativas e mutuamente rentáveis a longo prazo com os melhores clientes. O mesmo autor define marketing de nicho integrado como marketing de nicho que é incorporado com bancos de dados do cliente, sistemas de controlo de qualidade, e marketing de relacionamento para alcançar uma vantagem competitiva sustentada, oferecendo insuperáveis produtos e serviços para os clientes-alvo. Isto implica saber como os clientes-alvo definem valor, entregando consistentemente esse valor de forma eficiente, amigável e econômica. Marketing de nicho integrado permite atingir e manter uma vantagem competitiva na manutenção do nicho de alvo. Outro conceito de grande importância para os profissionais de marketing de nicho é a reputação. No marketing de nicho não vasta apenas comercializar o produto, tem também de se comercializar o negócio; reputação é a chave (Dalgic e Leeuw, 1994). Pesquisadores têm “discutido” o turismo sobre o contexto da globalização e mudança tecnológica, sendo que alguns deles referem que existe agora um novo turismo (Lew, 2008). Lew (2008) afirma que a economia do novo turismo é muito diferente da antiga, sendo que a rentabilidade já não depende unicamente das economias de escala e exploração dos mercados de massa. Acrescentando que mercados segmentados e férias personalizadas, estão a tornar-se cada vez mais importantes para a rentabilidade e competitividade no setor do turismo. Desde a década de 1980, que as empresas de marketing de massa têm sofrido uma enorme pressão por parte do marketing de nicho, que por sua vez, tem diminuído os mercados principais dessas empresas (Dalgic e Leeuw, 1994). A fim de satisfazer a “procura” desses novos mercados emergentes é necessário, entre outras coisas, a flexibilidade e a diferenciação. No fragmentado mercado de hoje, tem de se adaptar os produtos e o marketing mix para os diferentes gostos dos clientes. No marketing de nicho o foco é no cliente e no lucro. Como Lew (2008) afirma o turista atual vive num mundo de hiperconsumismo e nunca antes os consumidores tiveram tantas escolhas e oportunidades. Acrescentando que “existem mais segmentos de mercado hoje do que existiam ontem, e existirão mais amanhã do que existem hoje” (p.5). Com o desenvolvimento tecnológico, métodos de comunicação e redes sociais, cada vez mais pessoas tem acesso a um maior conjunto de informações sobre bens e serviços. No documento ESTUDO DO COMPORTAMENTO E PERFIL DO CONSUMIDOR EM CONTEXTOS ESPECÍFICOS DE TURISMO: O TURISMO DE GOLFE NO NORTE DE PORTUGAL (páginas 19-34)