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ESTUDO DO COMPORTAMENTO E PERFIL DO CONSUMIDOR EM CONTEXTOS ESPECÍFICOS DE TURISMO: O TURISMO DE GOLFE NO NORTE DE PORTUGAL

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Academic year: 2021

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ESTUDO DO COMPORTAMENTO E PERFIL DO CONSUMIDOR EM CONTEXTOS ESPECÍFICOS DE TURISMO: O TURISMO DE GOLFE NO NORTE DE PORTUGAL

Susana Patrícia Neto da Costa

Orientador

Professor Doutor Bruno Miguel Barbosa de Sousa

Dissertação apresentada ao Instituto Politécnico do Cávado e do Ave para obtenção do Grau de Mestre em Gestão do Turismo

Janeiro, 2018

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ESTUDO DO COMPORTAMENTO E PERFIL DO CONSUMIDOR EM CONTEXTOS ESPECÍFICOS DE TURISMO: O TURISMO DE GOLFE NO NORTE DE PORTUGAL

Susana Patrícia Neto da Costa

Orientador

Professor Doutor Bruno Miguel Barbosa de Sousa

Dissertação apresentada ao Instituto Politécnico do Cávado e do Ave para obtenção do Grau de Mestre em Gestão do Turismo

Janeiro, 2018

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DECLARAÇÃO

Nome: Susana Patrícia Neto da Costa

Endereço eletrónico: susanapcosta1392@gmail.com Telemóvel: +351918065701

Cartão de cidadão: 14048290

Título da dissertação: Estudo do comportamento e perfil do consumidor em contextos específicos de turismo: o turismo de golfe no Norte de Portugal

Orientador: Professor Doutor Bruno Miguel Barbosa de Sousa Ano de conclusão: 2018

Designação do Curso de Mestrado: Mestrado em Gestão de Turismo

É autorizada a reprodução integral desta Dissertação apenas para efeitos de investigação, mediante declaração escrita do interessado, que a tal se compromete.

Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, ___/___/______

Assinatura: ________________________________________________

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RESUMO

Os eventos desportivos são capazes de promover o desenvolvimento sustentável de um local e ao mesmo tempo promover o país onde se realizam, sendo que também estes são adequados para gerar uma grande receita económica (Huang, Lin, Chang e Chen, 2017).

O golfe representa uma grande atividade a nível mundial, sendo que entre 1985 e 2000 o número de jogadores aumentou de 35 para 56 milhões, tendo os países com maior população e maior hábito de praticar este desporto sofrido o maior crescimento (Correia e Martins, 2004).

Portugal devido à sua localização e condições climatéricas tornou-se um importante destino de golfe na Europa, sendo que existem atualmente 82 campos de golfe distribuídos por todo o país, sendo de destacar a relevância do golfe no Algarve, que é onde se a encontram a grande maioria destes campos (Federação Portuguesa de Golfe, 2017). O golfe no Norte de Portugal surge como um complemento à oferta turística existente, mas é de destacar a diversidade de campos de golfe na região, sendo que existem campos de montanha (Amarante e Ponte de Lima), campos construídos ao lado da praia (Miramar e Estela) e em zonas termais (campo de Vidago) (Ribeiro, 2006).

O objetivo principal desta dissertação foi perceber qual o perfil do consumidor de golfe no Norte de Portugal bem como conhecer o seu comportamento. Para isto, foi elaborado um modelo conceptual que permitiu estudar um conjunto de hipóteses que foram testadas tendo por base os dados recolhidos através dos inquéritos por questionário aplicados na zona Norte de Portugal. Os questionários foram aplicados em formato papel no club house de três campos de golfe da região, tendo-se obtido um total de 119 respostas válidas.

Os resultados da análise empírica provam que os jogadores da região Norte são sobretudo homens, de nacionalidade portuguesa, adultos de idades compreendidas entre os 35 e 44 anos, detentores de licenciatura, empregados e com salários relativamente elevados, entre os 1000€ e os 2500€ e superior a 4000€.

Relativamente ao comportamento do consumidor foi possível verificar que a imagem do destino, a qualidade e a satisfação têm um forte impacto sobre o comportamento pós- compra do consumidor de golfe na região Norte de Portugal (regresso e recomendar), sendo que também foi possível apurar que os jogadores pretendem regressar bem como recomendar o destino.

Palavras-chave: Turismo, Golfe, Norte de Portugal

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ii

ABSTRACT

Sports events are able to promote the sustainable development of a place and at the same time promote the country where they are held and these are also suitable to generate a large economic income (Huang, Lin, Chang and Chen, 2017).

Golf is a major activity in the world and between 1985 and 2000 the number of players increased from 35 to 56 million, and the countries with the largest population and the greatest habit of practicing this sport were the ones that had the greatest growth (Correia e Martins, 2004).

Portugal, due to its location and weather conditions, has become an important golf destination in Europe. There are now 82 golf courses spread all over the country, and in the Algarve is where the great majority of these fields are located (Portuguese Golf Federation, 2017). Golf in the north of Portugal is a complement to the tourist offer, but it is important to mentioning the diversity of golf courses in the region. There are mountain courses (Amarante and Ponte de Lima), fields built next to the beach (Miramar and Estela) and in thermal zones (Vidago field) (Ribeiro, 2006).

The main objective of this dissertation was to understand the profile of the consumer of golf in the North of Portugal as well to know their behavior. For this, a conceptual model was elaborated that allowed to study a set of hypotheses that were tested based on the data collected through the questionnaire surveys applied in the North of Portugal.

The questionnaires were applied in paper form in the club house of three golf courses of the region, obtaining a total of 119 valid answers.

The results of the empirical analysis prove that the players in the North are mainly men of Portuguese nationality, adults between the ages of 35 and 44, holders of degree, employees and with relatively high salaries, between € 1000 and € 2500 and more than 4000 €.

Regarding to consumer behavior, it was possible to verify that the destination image, quality and satisfaction have a strong impact on the post-purchase behavior of golf consumers in the Northern region of Portugal (return and recommend), and it was also possible to verify that players intend to return as well as recommend the destination.

Keywords: Tourism, Golf, North of Portugal

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AGRADECIMENTOS

A realização desta dissertação representa o alcance de mais um objetivo pessoal. Um objetivo que, espero eu, contribuirá para alcançar aquilo que há algum tempo ando à procura. No entanto, como tantos outros objetivos e projetos, esta dissertação trouxe consigo alguns momentos de frustração e dificuldade que fizeram com que nem sempre fosse fácil desenvolvê-la. Por isso resta-me agradecer às pessoas que me ajudaram e ajudam a continuar a lutar por aquilo que ambiciono.

Em primeiro lugar agradecer aos meus pais porque sem eles nada na minha vida seria possível, principalmente à minha mãe, a pessoa mais importante da minha vida, que está sempre presente onde quer que eu esteja, a quem tenho de agradecer tudo aquilo que aos poucos vou conseguindo construir. A ti mãe, o maior obrigada de todos, por me teres ensinado o tanto que tens ensinado ao longo dos anos. Um forte agradecimento à família Pereira, que há muito representa a minha própria família, em especial à Dona Rosa por todo o apoio e ao Zé por tudo o que tem feito em particular por mim, e também pela ajuda e apoio na realização desta dissertação. Um especial agradecimento também à minha querida madrinha Aurora, que sempre me tem apoiado.

Agradeço também a todas as pessoas que permitiram o desenvolvimento desta dissertação, desde professores, pessoas que colaboraram no pré-teste, especialmente a professora Elizabete Anjos. Aos clubes de golfe que me receberam, um agradecimento especial aos funcionários do Estela Golfe Club, do Golfe Quinta da Barca e do golfe Axis Ponte de Lima por toda a disponibilidade demostrada, bem como a todos os inquiridos que se disponibilizaram a preencher o questionário. E à professora Estela Vilhena pelo fornecimento de parte do material necessário. Agradecer também a amabilidade da Federação Nacional de Golfe pela disponibilidade e envio do Guia de Golfe.

Ao meu querido amigo Madeira (André Gouveia), o meu maior apoio na realização desta dissertação, a pessoa que mais me apoiou nos momentos mais difíceis e que me deu sempre força para continuar. O meu sincero agradecimento e está prometida aquela visita à Madeira, 2018 será o ano.

Agradecer à minha Dream Team (Adriana Faria e Sílvia Barbosa) com quem tenho partilhado os melhores momentos da minha vida, e com quem desabafo os piores. Já sabem, não me falhem, e que este ano venham muitas mais aventuras. Quero também deixar o meu agradecimento aos meus queridos colegas de mestrado, foi um prazer partilhar com vocês estes dois anos e um gosto conhecer cada um de vós. Em especial à Sónia Rodrigues por todo o auxílio concedido ao longo do desenvolvimento desta dissertação, à Magy (Guida) que já conhecia mas que fico contente por ter conhecido melhor, à crazy Juliana Marquez, que Marques de facto era pouco para ela e à Cristi, a salvadora dos momentos difíceis.

Por último agradecer à pessoa mais importante no desenvolvimento desta

dissertação, o meu orientador, Professor Doutor Bruno Miguel Barbosa de Sousa, sem

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ele nada disto seria possível. Obrigada pela disponibilidade, compreensão e acompanhamento.

A todos, o meu mais sincero agradecimento.

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SIGLAS E ABREVIATURAS

DMO’s - Destination Marketing Organizations

IAGTO - International Association of Golf Tour Operators OMT - Organização Mundial do Turismo

PENT - Plano Estratégico Nacional do Turismo PGA – Professional Golfers Association

PME’s - Pequenas e médias empresas R&D - Research and development

SPSS – Statistical Package for the Social Sciences VIP – Very Important Person

WOM - Word of Mouth

WTTC - World Travel & Tourism Council

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vii

ÍNDICE

Resumo ... i

Abstract ... ii

Agradecimentos ... iii

Siglas e abreviaturas ... v

Índice ... vii

Índice de figuras ... ix

Índice de tabelas ... ix

Índice de gráficos ... x

1. Introdução ... 1

2. Enquadramento teórico ... 3

2.1. Segmentação em turismo ... 3

2.1.1. Turismo de nichos ... 3

2.1.2 . Tipos de turismo de interesse especial ... 14

2.1.3. Turismo de desporto e turismo de golfe ... 18

2.1.4. Turismo de golfe em Portugal ... 33

2.2. Comportamento do consumidor em turismo ... 48

3. Metodologia ... 57

3.1. Introdução ... 57

3.2. Modelo utilizado ... 57

3.3. Método de recolha de dados ... 59

3.3.1. Processo de amostragem e recolha de dados ... 59

3.3.2. Design do inquérito e operacionalização dos conceitos ... 60

3.4. Método de análise de dados ... 64

4. Golfe no Norte de Portugal ... 65

5. Análise e discussão dos resultados... 69

5.1. Introdução ... 69

5.2. Perfil sociodemográfico dos jogadores inquiridos ... 69

5.3. Dados relativos ao contexto de visita ... 75

5.4. Análise do modelo conceptual ... 84

5.4.1. Análise descritiva das variáveis do modelo ... 85

5.4.2. Avaliação do modelo conceptual e teste de hipóteses ... 89

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6. Considerações finais ... 95

6.1. Conclusões gerais e suas implicações práticas ... 95

6.2. Limitações do estudo e sugestões para investigações futuras ... 97

Referências bibliográficas ... 99

Anexos

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1. Turismo de Massas e Turismo de Nichos ... 9

Figura 2. Turismo Desportivo ... 20

Figura 3. Clusters do turismo de golfe ... 32

Figura 4. Modelo conceptual ... 59

Figura 5. Modelo conceptual final composto pelas correlações entre as variáveis de estudo ... 92

ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1. Análise SWOT Golfe no Norte de Portugal ... 37

Tabela 2. Clusters do perfil dos turistas de golfe no Algarve ... 44

Tabela 3. Operacionalização da variável imagem ... 61

Tabela 4. Operacionalização da variável qualidade ... 62

Tabela 5. Operacionalização da variável satisfação ... 63

Tabela 6. Operacionalização da variável regressar ... 63

Tabela 7. Operacionalização da variável recomendar ... 64

Tabela 8. Campos de golfe da região Norte de Portugal ... 66

Tabela 9. Análise das características e comportamentos das escalas de medição da Imagem ... 85

Tabela 10. Análise das características e comportamentos das escalas de medição da Qualidade ... 86

Tabela 11. Análise das características e comportamentos das escalas de medição da Satisfação ... 87

Tabela 12. Análise das características e comportamentos das escalas de medição de Regressar e Recomendar ... 88

Tabela 13. Matriz de correlação entre as variáveis do modelo conceptual proposto ... 89

Tabela 14. Teste das hipóteses de estudo com base no coeficiente de correlação de

Pearson ... 91

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x

ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1. Evolução do número de jogadores de golfe europeus entre 1985 e 2000 ... 24

Gráfico 2. Evolução do número de jogadores de golfe na Europa entre 2000 e 2015 ... 25

Gráfico 3. Evolução do número de jogadoras de golfe na Europa entre 2005 e 2015 ... 26

Gráfico 4. Evolução do número de jogadores juniores entre 2005 e 2015 ... 26

Gráfico 5. Evolução do número de campos de golfe na Europa entre 1985 e 2000 ... 28

Gráfico 6. Evolução dos campos de golfe nos Estados Unidos entre 1990 e 1999 ... 29

Gráfico 7. Distribuição dos inquiridos por género ... 70

Gráfico 8. Distribuição dos inquiridos por nacionalidade ... 71

Gráfico 9. Distribuição dos inquiridos por idade ... 72

Gráfico 10. Distribuição dos inquiridos por habilitações literárias ... 73

Gráfico 11. Distribuição dos inquiridos por ocupação ... 74

Gráfico 12. Distribuição dos inquiridos por salário líquido mensal ... 75

Gráfico 13. Meios de conhecimento da região ... 76

Gráfico 14. Meios de conhecimento da região (outro meio) ... 76

Gráfico 15. Meios de transporte utilizados ... 77

Gráfico 16. Contexto de visita em termos de grupo ... 78

Gráfico 17. Contexto de visita em termos de regularidade de prática de golfe ... 79

Gráfico 18. Motivos da visita ao campo de golfe ... 80

Gráfico 19. Atividades que pretendem praticar ... 81

Gráfico 20. Sócio do campo de golfe ... 82

Gráfico 21. Primeiro jogo no campo de golfe ... 82

Gráfico 22. Local habitual onde praticam golfe ... 83

Gráfico 23. Atributos que levaram à escolha do campo de golfe ... 84

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1

1. INTRODUÇÃO

O conceito “turismo de nicho” está diretamente relacionado com o termo “marketing de nicho”, representando o contrário do “turismo de massas”, que se tem manifestado fortemente nos últimos anos (Robinson e Novelli, 2005).

O turismo é por sua vez uma atividade bastante complexa e engloba variadas tipologias, desde o turismo de recreio, de saúde e repouso ao turismo de desporto (Andrade e Antão, 2016). As viagens de férias relacionadas com o desporto é um segmento crescente do turismo e tem sido também um campo relevante de pesquisa (Barros, Butler e Correia, 2010). Faria (2013) aponta o golfe como sendo a modalidade que melhor tem relacionado o turismo e o desporto.

O golfe para além de uma atividade desportiva representa uma importante atividade económica nos dias que correm, deixando de ser apenas uma simples atividade recreativa para tornar-se um desporto, uma atividade económica e social de extraordinária importância (Zamora e Domínguez, 2001).

Portugal representa um destino especial de golfe na Europa, devido à sua localização e condições climatéricas que são favoráveis para a prática do desporto em questão (Correia e Martins, 2004). Segundo o Turismo de Portugal (2016) o número de campos continua a aumentar, existindo atualmente 82 campos de golfe em Portugal, sendo que o golfe no Norte do país surge como um complemento à oferta turística existente.

Tendo em conta tudo isto, surgiu a seguinte questão de pesquisa: Qual o perfil do consumidor de golfe na região Norte de Portugal e qual o seu comportamento pós- compra?

Assim o que se propõe com esta dissertação é dar resposta aos seguintes objetivos:

- Traçar o perfil do turista de golfe na região Norte de Portugal (são mais homens ou mulheres? De que idades? Existem muitos ou poucos jovens a praticar este desporto?

Quais as nacionalidades da maioria dos jogadores?)

- Perceber qual o contributo do turismo de golfe para o destino em análise (até que ponto os visitantes pretendem ou não voltar? Trazem mais pessoas ao destino?

Recomendam o mesmo?)

- Determinar os motivos de visita e fatores que influenciam a escolha do destino/campo de golfe (o que procuram com a viagem? O que mais valorizam?)

- Determinar o nível de satisfação dos jogadores e perceber qual o seu comportamento pós compra (estão satisfeitos ao ponto de regressar e de recomendar?)

- Perceber qual o número de praticantes que são sócios dos clubes (qual a percentagem de sócios?).

De modo a ir ao encontro destes objetivos optou-se por uma abordagem quantitativa,

através da aplicação de inquéritos por questionário em campos de golfe da região Norte

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2

do país, o Estela Golf Club, Golfe Quinta da Barca e Axis Golfe Ponte de Lima. Fazem parte da amostra alguns dos praticantes de golfe que realizaram pelo menos uma partida nestes campos de golfe durante os meses de Fevereiro, Março, Abril e Maio de 2017.

Os questionários em questão foram elaborados em Português, Espanhol e Inglês.

A presente dissertação é composta por seis capítulos, distribuídos por duas partes essenciais: o enquadramento teórico, onde se analisam os conteúdos relacionados com a temática e a investigação empírica, onde se procura responder às questões de partida e testar as hipóteses de estudo levantadas.

Relativamente aos capítulos que compõem esta dissertação, o primeiro diz respeito à Introdução, onde é elaborado um enquadramento do tema, se descrevem as questões de investigação e se apresenta a organização e estrutura da dissertação.

O segundo capítulo refere-se ao Enquadramento Teórico, no qual se realiza uma revisão de literatura, onde são explicados os conceitos e informações existentes relativamente à temática, servindo assim de base para a investigação. Os principais conceitos analisados são o turismo de nichos, turismo de deporto, turismo de golfe, turismo de golfe em Portugal e o comportamento do consumidor.

Por sua vez o terceiro capítulo aborda a Metodologia de investigação, onde é exposto o modelo conceptual escolhido, as hipóteses de estudo formuladas e os métodos de recolha e análise de dados selecionados.

O quarto capítulo diz respeito ao Caso de Estudo – o Norte de Portugal. Aqui procede-se a uma pequena caracterização do golfe na região bem como dos campos onde foram recolhidos os dados.

No quinto capítulo realiza-se a Análise e Discussão dos resultados, onde se caracteriza o perfil do consumidor de golfe no Norte de Portugal, o contexto de visita e onde se apresenta o resultado do teste das hipóteses de estudo.

Por fim, o capítulo seis é composto pelas conclusões bem como pelas limitações do estudo e sugestões para investigações futuras.

O principal interesse deste estudo é obviamente perceber o perfil do consumidor de

golfe na região Norte de Portugal, mas também perceber quais os fatores que este

consumidor mais valoriza no destino, o que o leva a escolher um destino quando

comparado com outro, qual o grau de satisfação do mesmo após visitar a região e se

futuramente pretende ou não voltar e recomendar o mesmo. O esclarecimento destas

questões pode auxiliar os destinos, neste caso o Norte de Portugal, a definir estratégias

eficazes que vão ao encontro daquilo que o consumidor procura e valoriza.

(19)

3

2. ENQUADRAMENTO TEÓRICO

Neste capítulo serão apresentados alguns conceitos considerados relevantes para o estudo em questão. Fazem parte desses conceitos o turismo de nichos, tipos de turismo de interesse especial, turismo de desporto e turismo de golfe, turismo de golfe em Portugal e comportamento do consumidor em turismo.

2.1. SEGMENTAÇÃO EM TURISMO

Morritt (1997) define segmentação como sendo a subdivisão do mercado em grupos de turistas com características similares e em que qualquer dos grupos pode ser selecionado como mercado alvo. Dibb e Simkin (1991) determinam que a segmentação é um processo de agrupamento de clientes com alguma heterogeneidade em segmentos mais pequenos, similares e homogéneos.

Drea e Hanna (2000) definem marketing de nicho como o processo de segmentação, que cria segmentos de mercado secundários que são distintos dos maiores mercados, distinguindo-se pela necessidade de uma combinação especial de benefícios. É de seguida apresentado de forma mais aprofundada o que se entende por turismo de nichos.

2.1.1. TURISMO DE NICHOS

Robinson e Novelli (2005) afirmam que o conceito “turismo de nicho” surgiu nos últimos anos e está fortemente ligado ao termo “marketing de nicho”. Por outro lado Dalgic e Leeuw (1994) afirmam que Marketing de Nicho tem estado connosco desde algum tempo, o que é novo é o aumento da diversidade de mercados, e as tecnologias avançadas, que permitem novas abordagens de comercialização e a deterioração das grandes empresas e das suas abordagens tradicionais de marketing. Alvo de marketing, foco de marketing, marketing concentrado e micromarketing são outros termos usados como sinônimos para marketing de nicho. Embora eles apresentem características similares, diferem em certa medida (Dalgic e Leeuw, 1994).

Este tipo de turismo representa o oposto ao referido “turismo de massas” que surgiu com o desenvolvimento do turismo, mais especificamente com o forte aumento de resorts turísticos, empreendimentos hoteleiros, aumento do tráfego aéreo, entre outros.

Apresenta um conjunto de práticas distintas que diferenciam os turistas que o praticam,

representando por sua vez uma maneira de marcar a diferença num mundo cada vez

mais globalizado (Robinson e Novelli, 2005). Keegan et al. (1992, citado por Dalgic e

Leeuw, 1994) definem um nicho como "um pequeno mercado que não é servido por

produtos concorrentes" (p.3). Estes autores consideram como marketing de nicho um

cliente individual, ou um grupo pequeno de clientes com características ou necessidades

semelhantes. Stanton et al. (1991, citado por Dalgic e Leeuw, 1994) por sua vez

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definem marketing de nicho como um método para resolver as necessidades do cliente, produzindo bens e serviços à medida para pequenos mercados.

Shani e Chalasani (1992) mantêm uma visão diferente sobre o marketing de nichos, estes acreditam que a segmentação é um método de divisão de um grande mercado em partes menores. Acrescentando ainda que em marketing de nicho o negociante inicia a sua atividade tendo por base apenas as necessidades de alguns clientes, que com o passar do tempo vão aumentando. Ou seja, isto é o contrário de “partir” um mercado em pequenos mercados.

Dalgic e Leeuw (1994) fazem uma distinção entre Nicho e Segmentação, sendo que:

 Um nicho é geralmente menor em tamanho comparativamente com o tamanho de um segmento;

 Um nicho concentra-se em indivíduos – um segmento foca-se num chamado grupo homogéneo;

 Um nicho preenche uma necessidade específica em contraste com um segmento onde a ênfase é sobre gerenciar parte do mercado.

Pode-se concluir que o marketing de nicho pode ser definido como posicionamento em segmentos pequenos, rentáveis mercados homogéneos que foram ignorados ou negligenciados pelos outros.

De acordo com Dalgic e Leeuw (1994) marketing de nicho,

"é simplesmente colocar o cliente no topo da agenda e da lista de prioridades. É sobre foco no cliente, especializando-se em necessidades específicas dos clientes, encontrar melhores maneiras de fazer o que o cliente valoriza, educar e informar os clientes, ter em conta o compromisso e o cuidado” (p.9).

A fim de criar um melhor posicionamento para o produto no mercado, tem que se diferenciar o produto dos concorrentes (Dalgic e Leeuw,1994).

Hezar, Dalgic, Phelan e Knight (2006) definem nicho de mercado como um grupo de potenciais clientes que partilham características semelhantes, fazendo-os recetivos a produtos, serviços ou oportunidades. Johnson e Scholes (1993, citados por Hezar et al., 2006) por sua vez definem estratégia de nicho como um exemplo extremo de foco.

Dalgic e Leeuw (1994) apresentam as seguintes características do marketing de nichos:

 Uma habilidade para segmentar o mercado de forma criativa, atividades com foco apenas em áreas em que uma empresa tem pontos fortes específicos que são especialmente valorizados;

 Uso eficiente dos recursos R&D (pesquisa e desenvolvimento), usá-los onde eles podem ser mais eficazes;

 Pensar pequeno: adotar uma estratégia de "pequeno é uma bela abordagem"

(p.11).

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5

Estes mesmos autores consideram que uma estratégia de nicho como uma estratégia de marketing pode ser empregada pelas seguintes razões:

 Para evitar concorrência/confronto com concorrentes maiores e dedicar a sua energia para servir um mercado único;

 Para realçar uma oportunidade;

 Sobrevivência.

Outro motivo para a escolha de uma estratégia de nicho, na opinião de Dalgic e Leeuw (1994) é o seu uso como uma estratégia competitiva. Pode ser usado para penetrar grandes mercados ou segmentos existentes.

Drea e Hanna (2000) apontam que marketing de nicho também tem uma base no conceito de vantagem competitiva: um produto ou serviço deve criar um valor superior para os clientes e não ser facilmente copiado pelos concorrentes.

Os “gestores” de destinos procuram utilizar este tipo de turismo como uma forma de desenvolvimento económico, oferecendo inclusive maiores oportunidades para os destinos, como é o caso da prática de um turismo mais sustentável/menos prejudicial.

Para os turistas, o turismo de “nichos” oferece um conjunto de experiências significativas, que conhecendo as suas necessidades procuram satisfazê-las (Robinson e Novelli, 2005).

O termo nicho em marketing refere-se a duas ideias-chave inter-relacionadas: que existe um lugar no mercado para o produto, e que existe um público para esse mesmo produto. Este refere-se a um produto específico capaz de acompanhar as necessidades de um segmento de mercado específico. Assim sendo, não se deve olhar para o mercado de uma forma simplista e homogénea, uma vez que este representa um conjunto de indivíduos com características e necessidades específicas. Ou seja, pode-se encarar um

“nicho de mercado” como um grupo mais restrito, onde os indivíduos são identificados tendo por base o mesmo tipo de necessidades ou desejos (Robinson e Novelli, 2005).

O marketing tradicional no caso do turismo foca-se em grande parte no volume, dando aos consumidores escolhas mais populares acabando por sufocar a diversidade (Lew, 2008). Este autor defende que o foco em maior volume não significa maior valor, uma vez que grandes volumes podem resultar em valores mais baixos para o consumidor, destino e até prestadores de serviços/empresários. Este autor acrescenta que o sucesso nos mercados de nicho é medido pelo valor que os potenciais clientes atribuem aos serviços e produtos oferecidos. Assim se os consumidores colocam alto valor sobre o produto, o negócio pode captar uma porção maior de mercado bem como cobrar preços mais elevados, sendo que existe cada vez mais um número crescente de pessoas dispostas a pagar preços mais elevados por experiências, serviços e produtos especiais.

Robinson e Novelli (2005) declaram que “o tamanho de um nicho de mercado pode

variar consideravelmente, mas efetivamente precisa ser equilibrado entre ser grande o

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suficiente para produzir negócios suficientes e pequeno suficiente para que seja ignorado pelos concorrentes” (p.5).

Hannan e Freeman (1977) explicam que o termo “nicho” está assente em ideias de competitividade, fazendo uma distinção entre nichos “fundamentais” e nichos

“realizados”. O primeiro refere-se ao tamanho potencial do segmento de mercado, enquanto o segundo refere-se ao tamanho real do mercado face à concorrência. Também são frequentes os termos “produtos de nicho de turismo” e “mercados de nicho de turismo”, sendo que estes se relacionam entre si.

Segundo Kotler (1989) um negócio deve conseguir diferenciar-se no que diz respeito aquilo que os clientes mais valorizam, acrescentando ainda que quando os segmentos são bastante grandes normalmente atraem vários concorrentes, enquanto os nichos atraem menor número de concorrentes. O mesmo autor explica que o nicho desenvolve- se através da especialização, tendo tamanho, lucro e potencial de crescimento.

Apesar de tudo isto, não existem regras específicas para aquilo que se pode ou não considerar “turismo de nicho”. Robinson e Novelli (2005) apresentam como exemplo o turismo cultural, que é muitas vezes citado como turismo de nicho, procurado pelos

“turistas culturais”, criando assim um nicho de mercado. No entanto, o facto de haver turistas culturais com diferentes tipos de motivações pode levar a uma segmentação mais aprofundada. Posto isto, um turista cultural pode por sua vez, ser um turista de artes, literário, um seguidor de um autor, entre outros exemplos. Atualmente os turistas não definem as suas próprias tipologias com precisão, ou seja são capazes de se envolver com uma larga variedade de atividades (tanto realizam um short break numa cidade histórica, como visitam um resort onde possam relaxar).

Lew (2008) refere que apesar das vendas de pacotes turísticos terem diminuído durante algum tempo, continua-se a verificar procura de parques temáticos, navios cruzeiros, entre outros. Isto é resultado da popularidade do turismo em todo mundo, tendo também a ver com a elasticidade do turismo, pois hoje um turista pode ser de

“nicho” e amanhã de “massa”.

Organizações como a Organização Mundial do turismo (OMT) e o World Travel Tourism Council (WTTC) (citadas por Robinson e Novelli, 2005) veem a prática do turismo de nichos como mais benéfico para as comunidades de acolhimento, comparativamente com aquilo que são as práticas do turismo de massa. Este tipo de turismo é visto também como uma forma de atrair turistas que efetuam gastos mais elevados, o que o torna um turismo de elite, que foge ao habitual turismo de massa desmedido e barato. Robinson e Novelli (2005) explicam que o turismo de nichos representa na vida social dos turistas uma forma destes se tornarem cosmopolitas, distinguindo-se dos outros tipos de turistas.

O turismo de nicho é capaz de segmentar ainda mais (micro-nichos: turismo de gastronomia, geoturismo) os mercados que são relativamente grandes (macro-nichos:

turismo cultural, rural). Por outro lado, este tipo de turismo foca-se em pequenos

mercados que são bastante específicos, o que torna difícil dividi-los (Robinson e

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Novelli, 2005). Drea e Hanna (2000) explicam que com o marketing de nicho torna-se possível criar produtos e serviços que ofereçam um valor superior, ajustando as ofertas às necessidades específicas do mercado.

Desde que o nicho seja bem definido o marketing de nicho fornece uma elevada barreira à entrada, impedindo ainda a ameaça de substituição de produtos ou serviços e aumenta a concorrência entre os fornecedores (Hezar et al., 2006).

Por outro lado Dalgic e Leeuw (1994) advertem contra a escolha de uma estratégia de nicho, devido ao perigo inerente de hipersegmentação – ou seja, selecionar nichos que são muito pequenos. Isto pode, no entanto ser combatido através da contra- segmentação –agrupar vários nichos. Também Kotler (1989) alerta para o facto de os nichos serem relativamente pequenos. No entanto Dalgic e Leeuw (1994) explicam que apesar de nichos serem pequenos inicialmente, eles podem crescer tornando-se grandes mercados. McKenna (1988, citado por Dalgic e Leeuw, 1994) afirma que "a maioria dos grandes mercados evoluem de nichos de mercado" (p.3).

Dalgic e Leeuw (1994) sugerem os seguintes pontos a ter em conta a quando da identificação e seleção de uma estratégia de nicho:

 Perceber vantagens competitivas sustentáveis com produtos em mercados específicos;

 Vantagens devem ser baseadas em interesses a longo prazo dos clientes;

 Os interesses a longo prazo podem ser transformados em relações duradouras entre diferentes grupos de interesse;

 Tomar iniciativas para manter as relações.

Sendo que o Turismo de Nichos se baseia naquilo que o turista faz/procura, existe também uma dimensão geográfica que define que elementos específicos os destinos têm para oferecer de modo que se possam estabelecer como destinos de nicho (Robinson e Novelli, 2005).

O desenvolvimento do turismo de nichos é reconhecido como uma importante trajetória no turismo contemporâneo, estando longe de ser amador no que diz respeito à forma como é processado, sendo que pode ser administrado através de uma rede de pequenas empresas ou através de grandes empresas que utilizam sistemas especializados que podem oferecer produtos variados de forma eficaz e normalizada (Robinson e Novelli, 2005).

Dalgic e Leeuw (1994) explicam que nicho de marketing para as grandes empresas, pode significar:

 Novas oportunidades para saudáveis lucros em mercados menores;

 Uma nova abordagem ao mercado;

 Lucros menores por mercado, mas mais mercados;

 Uma defesa mais fácil contra potenciais concorrentes, criando refúgios.

Um estudo desenvolvido por Morritt (1997) explica que por exemplo no caso dos

hotéis, tendo em conta a fase de consolidação no mercado, estes são obrigados a adotar

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8

uma estratégia de marketing de nicho. Assim, o mesmo explica que os hotéis incluem grupos de interesses especiais variados como: hotel para amantes da natureza, hotéis para pessoas com necessidades de permanecer no mesmo por um mês ou mais, hotéis para amantes da cultura, entre outros.

No caso das empresas a criação do turismo de nichos pode ser encarada como um elemento de estratégia competitiva. Uma vez que o turismo tem crescido cada vez mais como negócio, as empresas têm também procurado obter uma maior vantagem competitiva. O crescimento dos mercados turísticos é acompanhado pelo crescimento da concorrência. O desenvolvimento de produtos de nicho é uma forma de diversificar a indústria do turismo que tem procurado captar novos mercados e mais lucrativos. A utilização de sofisticadas tecnologias de informação auxilia a oferta destes produtos específicos quase diretamente aos consumidores que os procuram (Robinson e Novelli, 2005).

O turismo de nichos é uma forma de fornecer uma conexão entre os sonhos do turista, os seus desejos, imaginações e experiência (Robinson e Novelli, 2005). Dalgic e Leeuw (1994) afirmam que devido à forte intensificação da concorrência, apenas sobrevivem os mais fortes, e o marketing de nicho poderá ajudar as empresas a manter- se entres os sobreviventes mais saudáveis.

De acordo com a perspetiva de Sheth (1992) as mudanças das forças macroeconómicas estão a remodelar as estratégias de marketing. Por conseguinte, fazer mais rápido e melhor pode não ser suficiente e, em vez disso, as empresas terão necessariamente de desenvolver novos conceitos e novas práticas de marketing.

Argumenta-se frequentemente que o marketing de nicho é apenas para as pequenas empresas. Sendo interessante saber, no entanto, que a maioria das empresas de médio porte bem-sucedidas hoje em dia, são os profissionais de marketing de nicho. De acordo com Dalgic e Leeuw (1994) o sucesso econômico alemão deve-se em grande parte ao resultado das pequenas e médias empresas, que estão fortemente ligadas ao marketing de nicho.

Utilizando estratégias de marketing de nicho, as PME's desenvolvem vantagens estratégicas através da segmentação do mercado, tendo por base:

 Características do consumidor e necessidades exclusivas;

 Produtos específicos ou diferenciadores projetados para resolver essas necessidades;

 Custos mais baixos;

 Melhor coordenação e comunicação;

 Flexibilidade e capacidade para se mover rapidamente;

 Vantagem competitiva baseada em aptidões, conhecimentos, qualidade do serviço e relacionamento com os clientes;

 Evitar confronto direto com grandes empresas (Hezar et al., 2006).

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É possível no contexto de macro-nichos identificar uma extensa variedade de micro- nichos que surgem das características mais atraentes, locais de destino e interesses específicos, como é possível verificar na figura 1 (Robinson e Novelli, 2005).

Figura 1. Turismo de Massas e Turismo de Nichos

Fonte: Novelli e Robinson (2005)

Dada a diversidade do turismo de nichos é possível obter diferentes abordagens, como:

 Abordagem geográfica e demográfica - o local e a população envolvida desempenham um papel fundamental. Pode ser um ambiente urbano, rural, costeiro ou “alpino”. O mais importante é a sua relevância para a atividade específica que os turistas querem realizar.

 Abordagem relacionada com o produto – a presença de atividades, atrações, gastronomia, entre outros elementos é ressaltada. São estes os elementos que constituem a ligação do destino de turismo de nicho com as necessidades específicas do turista.

 Abordagem relacionada com o cliente: expectativas e exigências do turista são o foco principal do turismo de nichos. É assim dada uma especial atenção à relação entre a oferta e a procura (Robinson e Novelli, 2005).

Relativamente à perspetiva do turista, o produto aparece como forma de satisfazer as

suas necessidades individuais, mas é entregue para satisfazer necessidades de um grupo

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10

bastante elevado de turistas individuais que partilham necessidades e interesses semelhantes. Os turistas como consumidores, têm desenvolvido os seus conhecimentos e experiência em ser turista, fazendo com que esse desenvolvimento nem sempre seja linear ou simples, uma vez que os turistas estão cada vez mais sofisticados relativamente às suas necessidades e preferências, procurando que as mesmas sejam acolhidas (Robinson e Novelli, 2005). Estes mesmos autores acrescentam que “ser turista está intimamente ligado à questão da identidade” (p.7), o que por sua vez significa que a escolha do destino e do tipo de férias também podem ser vistos como parte da construção de identidade.

O marketing de nicho foca-se no cliente e em fornecer ao cliente produtos que eles precisem, agora e no futuro. Envolver os clientes no design do produto é meio caminho para conseguir o sucesso (Dalgic e Leeuw, 1994).

Robinson e Novelli (2005) destacam que o comportamento de consumo por parte dos turistas levou à existência de um mercado mais segmentado/especializado e sofisticado, podendo encarar-se o turismo de nichos como uma resposta às necessidades dos consumidores, sendo também uma forma de permitir o desenvolvimento e a expressão de identidade através de atividades específicas. Estes autores apresentam o exemplo do ciclismo, se este fornece uma forma de identificação social e individual (complementado com compra de roupas, equipamentos, participação em eventos), poderá também ser exprimido na escolha das férias, ou seja, poderá resultar na escolha de destinos ou até resorts com ambiente amigável ao ciclismo, o que pode acontecer igualmente com outros desportos como é o caso do golfe.

Dalgic e Leeuw (1994) abordam ainda outros elementos essenciais para o marketing de nichos, que são as relações de longo prazo e a reputação da empresa. Isto leva ao conceito de marketing de relacionamento, que pode ser definido como "uma estratégia de marketing que visa estabelecer um relacionamento de negócios em curso com os clientes através do qual o produto se torna a relação total” (p.6). No marketing de nicho, a longo prazo, fortes relacionamentos são fundamentais.

De acordo com os mesmos autores o processo de marketing de relacionamento incorpora três elementos fundamentais:

1. Identificar e construir um banco de dados de clientes atuais e potenciais.

2. Fornecer mensagens diferenciadas a essas pessoas.

3. Procurar em cada relacionamento monitorar o custo de aquisição do consumidor e o valor das suas compras.

Em relação ao primeiro elemento, os autores salientam a necessidade de um banco de dados do cliente a fim de manter o controlo de preferências dos clientes e aumentar a eficácia do marketing.

Morritt (1997) explica que uma estratégia de marketing de nicho está muitas vezes

relacionada com uma estratégia de "marketing de relacionamento”, o que faz com que

no caso dos hotéis por exemplo, muitos utilizem bancos de dados dos clientes de modo

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11

a construir relações interativas e mutuamente rentáveis a longo prazo com os melhores clientes.

O mesmo autor define marketing de nicho integrado como marketing de nicho que é incorporado com bancos de dados do cliente, sistemas de controlo de qualidade, e marketing de relacionamento para alcançar uma vantagem competitiva sustentada, oferecendo insuperáveis produtos e serviços para os clientes-alvo. Isto implica saber como os clientes-alvo definem valor, entregando consistentemente esse valor de forma eficiente, amigável e econômica. Marketing de nicho integrado permite atingir e manter uma vantagem competitiva na manutenção do nicho de alvo.

Outro conceito de grande importância para os profissionais de marketing de nicho é a reputação. No marketing de nicho não vasta apenas comercializar o produto, tem também de se comercializar o negócio; reputação é a chave (Dalgic e Leeuw, 1994).

Pesquisadores têm “discutido” o turismo sobre o contexto da globalização e mudança tecnológica, sendo que alguns deles referem que existe agora um novo turismo (Lew, 2008). Lew (2008) afirma que a economia do novo turismo é muito diferente da antiga, sendo que a rentabilidade já não depende unicamente das economias de escala e exploração dos mercados de massa. Acrescentando que mercados segmentados e férias personalizadas, estão a tornar-se cada vez mais importantes para a rentabilidade e competitividade no setor do turismo.

Desde a década de 1980, que as empresas de marketing de massa têm sofrido uma enorme pressão por parte do marketing de nicho, que por sua vez, tem diminuído os mercados principais dessas empresas (Dalgic e Leeuw, 1994). A fim de satisfazer a

“procura” desses novos mercados emergentes é necessário, entre outras coisas, a flexibilidade e a diferenciação. No fragmentado mercado de hoje, tem de se adaptar os produtos e o marketing mix para os diferentes gostos dos clientes. No marketing de nicho o foco é no cliente e no lucro.

Como Lew (2008) afirma o turista atual vive num mundo de hiperconsumismo e nunca antes os consumidores tiveram tantas escolhas e oportunidades. Acrescentando que “existem mais segmentos de mercado hoje do que existiam ontem, e existirão mais amanhã do que existem hoje” (p.5).

Com o desenvolvimento tecnológico, métodos de comunicação e redes sociais, cada vez mais pessoas tem acesso a um maior conjunto de informações sobre bens e serviços.

O aparecimento da internet libertou muitas empresas de fatores de localização

tradicionais (ex: distância à matéria prima e clientes locais). Assim sendo, isto pode

representar um meio para que a procura global de nichos aumente, uma vez que as

pessoas podem explorar melhor esses nichos, podendo encontrar um maior número de

coisas que gostam e que podem consumir caso o desejem (Lew, 2008). Este autor

explica que a internet representa um meio barato para as empresas alcançarem os seus

potenciais clientes, uma vez que não existem limitações de espaço e a informação fica

disponível em pouco tempo.

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12

Uma vez mais este declara que esta nova abordagem de marketing e desenvolvimento de produtos (com a utilização da internet) foca-se mais nos segmentos de nicho de mercado. Eles aumentam a escolha do consumidor, inovando o conhecimento de nichos, e os interesses individuais. Como explica Lew (2008) esta abordagem suporta e cultiva a diversidade, em termos de inovação e conserva tradições que poderiam ser perdidas.

Para se diferenciarem do turismo de massa as empresas de turismo de nicho, como organizações de marketing do destino (DMO’s), precisam aproveitar ferramentas de rede social para garantir confiança e um sentido de forte identidade. São exemplo disso os blogs, fóruns, sites de avaliação, entre outros. Cada vez mais, os consumidores confiam nas opiniões de familiares e amigos, e desconfiam cada vez mais das abordagens de publicidade tradicionais dos mercados de massa (Lew, 2008).

As redes sociais são uma forma dos consumidores obterem informações disponibilizadas por outros consumidores sobre determinado produto/serviço. As empresas de turismo especializadas também podem participar da comunidade das redes sociais online, podendo até mesmo criar os seus próprios fóruns sociais de modo a serem capazes de conversar e interagir com seus clientes e potenciais clientes. Para isto é exigido um elevado grau de transparência e honestidade. Transparência é necessária porque os consumidores não querem sentir que o negócio em questão tem algo para esconder. Eles querem saber o máximo de informações possível para tomarem uma decisão de compra (Lew, 2008).

Lew (2008) refere que a presença nas redes sociais pode ajudar a monitorizar aquilo que é escrito sobre as empresas. Desta forma as empresas também podem ter uma presença mais ativa nas redes sociais existentes, não apenas para vender, mas para contribuir com informações para a comunidade que tem interesse nos seus produtos.

Isto demonstra a preocupação da empresa com o bem-estar dos seus clientes, construindo também a confiança dos novos consumidores criando para isso websites claros e fáceis de navegar.

Por outro lado, o aumento do número de opções oferecidas na Internet pode ser esmagadora para o consumidor, levando-o a criar confusão e a optar por não comprar (Iyengar e Lepper, 2000). Assim como o risco de incerteza, concorrência e falha também são muito maiores, e os custos de tempo e dinheiro para estabelecer e manter uma presença na rede pode ser exigente para pequenas empresas com menor capacidade financeira e com menor conhecimento das habilidades tecnológicas necessárias.

Apesar de toda esta nova abordagem, nos dias que correm, os consumidores em turismo, continuam a valorizar marca, imagem e prestigio. Uma vez que estes têm mais opções, também estão mais conscientes dos preços e valores percebidos. Estão dispostos a gastar dinheiro mas querem um serviço de qualidade e eficiência (Lew, 2008).

Dalgic e Leeuw (1994) recorrendo a Linneman and Stanton (1991) e outros estudos

realizados, criaram algumas linhas orientadoras importantes para a aplicação de uma

estratégia de marketing de nicho eficaz, que são:

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 Conhecer-se a si próprio: conhecer os pontos fortes e fracos da empresa, a sua singularidade, vantagens competitivas, competências distintivas, características regionais e tradicionais;

 Conhecer o cliente: obter informações exatas sobre os clientes, e conhece-los melhor do que a concorrência. A chave para conhecer os clientes é através de falar com eles e ouvi-los de modo a obter as informações necessárias;

 Conhecer os concorrentes: perceber porque os clientes não usam os produtos da empresa, mas sim as mercadorias dos concorrentes, de modo a descobrir como persuadi-los a adquirir os produtos da empresa em questão. Isto pode ser conseguido através do reposicionamento da oferta, ou com outros meios;

 Desenvolver um sistema de informação contínua: um banco de dados pode registar as perspetivas e características do cliente. Os tipos de dados necessários, são aqueles que são indispensáveis para a tomada de decisão;

 Promover a diferenciação: Ser diferenciador e não só diferente; oferecer benefícios significativos para os clientes. Determinar quais são os valores reais dos consumidores e apelar a esses valores. Posicionar-se através da sua diferenciação e segmentação, e das suas próprias forças e das fraquezas dos outros. Desenvolver uma imagem clara do produto para cada nicho;

 Não competir nos mesmos segmentos de mercado, consigo mesmo: evitar competir com os seus próprios produtos no mesmo segmento de mercado.

Assim, deve-se ser específico na definição dos próprios nichos;

 Criar o seu porto seguro: criar altas barreias à entrada, através da criação de uma relação de proximidade com o cliente, patentes, direitos de autor;

 Não se expandir demasiado: Se descobriu um nicho, provavelmente vão se descobrir mais, mas é necessário certificar que não se excedem os limites através da expansão de todas as habilidades e recursos; manter-se flexível;

 Desenvolver uma estratégia de marketing coletiva: não desenvolver mercados de nicho “sozinhos”, mas “liga-los” de modo que se possam criar sinergias e eficiências;

 Estar alerta, estar no controlo: É essencial estar atento às constantes mudanças no mercado e responder-lhes;

 Não ser estático, olhar continuamente para novas oportunidades: determinar porque é que aqueles que usam os produtos dos competidores, não usam os seus bem como determinar como reverter esta situação. Considerar a possibilidade de criar novos produtos/ serviços pode significar novas soluções para problemas antigos. Ter em conta os mercados emergentes;

 Minimizar a dependência em apenas um produto ou num cliente: aumentar as alternativas/criar mais espaço de manobra.

Morritt (1997) no entanto explica que quando se tem como alvo mais que um

segmento, é preciso ter em atenção possíveis interações (conflitos/sinergias) entre

segmentos.

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Este mesmo autor aponta alguns riscos e limitações associados ao marketing de nichos como por exemplo:

 É mais caro, ou seja exige mais informações sobre seus clientes e maior personalização dos produtos e serviços;

 Requer o uso de bancos de dados do cliente para continuamente monitorar, avaliar e controlar as operações de modo a maximizar a lucratividade do serviço, qualidade e valor, conforme definido pelo cliente;

 É mais dependente de retenção de clientes (já que é um mercado pequeno), portanto valor e serviço percebido devem ser excelentes;

 Requer o total apoio e compromisso da gerência e funcionários.

2.1.2. TIPOS DE TURISMO DE INTERESSE ESPECIAL

De seguida serão apresentados alguns exemplos de tipos de turismo de interesse especial.

Turismo Fotográfico

É de destacar a relação contínua que existe entre turismo e fotografia, sendo que existem até autores que se referem às viagens como a “busca do fotogénico” ou até

"uma estratégia para acumular fotografias" (p.1). Pode ser feita uma distinção entre o turismo em que a fotografia desempenha um papel de apoio ou auxiliar e aquele em que a necessidade de tirar fotografias é o objetivo principal da viagem. O tamanho do mercado e valor económico deste tipo de turismo é difícil de determinar uma vez que este não é visto como um mercado distinto mas sim como algo que todos os turistas fazem, ou seja tirar fotografias não é encarado como uma razão para viajar. Tirar fotografias é um interesse compartilhado que une membros e grupos, onde são trocadas dicas fotográficas sendo que também guias turísticos oferecem conselhos de especialistas sobre oportunidades fotográficas (Palmer e Lester, 2005).

Existem passeios únicos que reúnem oportunidades fotográficas em destinos selecionados, complementados por aulas técnicas e oficinas fotográficas que abrangem diversas temáticas como análise fotográfica e história. Este tipo de férias tem geralmente custos elevados, devido à exclusividade das atividades e aos produtos associados a este nicho (Palmer e Lester, 2005).

Não é fácil responder à questão do porquê dos turistas tirarem fotografias, sendo ainda importante referir que diferentes tipos de turistas gostam de tirar diferentes tipos de fotografias. As razões que levam os turistas a tirar fotografias têm sido categorizadas em cinco áreas: proteção contra o tempo, comunicação com os outros e expressão de sentimentos, auto-realização, prestígio social e distração ou fuga. Os turistas parecem apresentar uma obsessão por fotografar tudo o que encontram, o que leva a querer tirar mais e mais fotografias de modo a se alcançar uma satisfação de consumo fotográfico.

Este tipo de turismo permite ao viajante assumir um estatuto social e prestígio com base

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15

no alto custo da viagem, no número limitado de participantes e nas habilidades associadas com a captura da imagem perfeita (Palmer e Lester, 2005).

É importante para os operadores conhecerem de forma mais aprofundada este tipo de turismo para que os produtos desenvolvidos possam ir ao encontro dos desejos e necessidades do mercado em questão. Em relação aos destinos, estes encontram-se em diferentes graus de desenvolvimento sendo que muitos deles tem ecossistemas frágeis que servem como um excelente alvo fotográfico, como é o caso do Ártico (Palmer e Lester, 2005).

Geoturismo

A presença de testemunhos físicos como longos oceanos e mares desaparecidos, vulcões extintos, montanhas antigas e desgastadas dão origem à geodiversidade. Grande parte da história da terra é possível ser analisada através das rochas, o que fornece à geologia um interesse próprio e que resulta na criação de importantes coleções de museus e universidades. Os progressos da geologia do século XIX levaram ao aparecimento dos geositios que variam desde exposições naturais (cavernas e penhascos), a exposições artificiais (pedreiras). As descobertas de fosseis e a necessidade de proteção desses geositios levaram ao desenvolvimento do Geoturismo na década de 1990 como uma tipologia do turismo de nicho que desde então tem crescido ativamente. O Geoturismo diz respeito à compreensão física dos geositios, incluindo a vida, trabalho, publicações, notas, obras de arte, diários, etc. dos geocientistas (Hose, 2007).

Uma vez que para analisar geositios é necessário um equipamento especializado, as pessoas optam através do Geoturismo por uma coleta casual. Sendo assim, este tipo de turismo representa uma “geologia recreativa” e gera uma pressão sobre a sociedade para a proteção do património geológico, uma vez que esta área é pouco compreendia por aqueles que estão fora da disciplina em questão. O desenvolvimento deste tipo de turismo também permite promover e financiar a “geoconservação”, preservar a manutenção dos geositios e as suas coleções associadas. Apesar de tudo isto, existem cuidados a ter de modo que os incentivos de visitas a geositios não se transforme numa exploração para ganhos comerciais. No fundo o que o geoturismo pretende é diminuir as ameaças à geologia e combater a falta de conhecimento do público em geral, dos decisores e reeducar colecionadores e geólogos (Hose, 2007).

Turismo Jovem

A “viagem de estudante” é um conceito que tem sido facilmente definido, no entanto

“juventude” tem sido alvo de discussões, uma vez que organizações como a OMT incluíam todas as viagens de jovens entre os 15 e os 29 anos, e um estudo recente da mesma organização passou a incluir apenas as viagens de pessoas com menos de 25 anos (Richards e Wilson, 2005).

Em 1995 a comissão europeia de viagens publicou um estudo dedicado ao mercado

europeu de viagens para jovens, uma vez que se encontrou um descuido relativamente a

este mercado, dado que os jovens entre 15 e 26 anos eram responsáveis por 80 milhões

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de viagens, realizando 100 milhões de passagens de fronteira por ano. Através deste estudo e de outros semelhantes foi possível concluir que existem cada vez mais viagens deste mercado para o exterior em férias, para visitar amigos, para estudar ou em negócios (Richards e Wilson, 2005).

São vários os motivos que podem ter levado ao aumento deste tipo de viagens, como por exemplo mudança das perceções relativamente às classes sociais (as viagens deixam de estar disponíveis apenas para pessoas de classes superiores), maior número de jovens a estudar a tempo inteiro (acesso ao ensino superior), empregos mais flexíveis, entre outros. Recentemente tem sido dada mais atenção ao crescimento do turismo

"mochileiro", mas também o mercado mais tradicional (orientado para a praia) tem aumentado. Existe ainda um crescimento das férias relacionado com o interesse por subculturas de música alternativa e dança (Richards e Wilson, 2005).

Estes viajantes mais jovens e estudantes procuram nas suas experiências cultura, aventura e relaxamento. Estes turistas já têm geralmente experiência de viagens e muitas vezes repetem as mesmas, o gasto total das viagens principais é maior de que na maioria de outros mercados, apesar do gasto diário ter tendência a ser inferior. Cada vez mais os jovens e estudantes procuram construir uma “carreira de viagem”, e vão escolhendo destinos mais desafiantes conforme a sua experiência vai aumentando (Richards e Wilson, 2005).

Importante referir que nem todos os elementos deste grupo tem as mesmas motivações, o que pode significar que é possível atingir mais nichos dentro deste mercado como o turismo musical, o turismo de aventura ou o turismo de voluntariado.

É necessário ter em conta que a internet é um importante meio de informação para este mercado, o que traduz a importância do desaparecimento das barreiras ao uso de novas informações e canais de reserva (Richards e Wilson, 2005).

Turismo “Dark”

Turismo “Dark” pode ser definido como "visitas a lugares onde ocorreram tragédias ou morte historicamente digna e que continuam a afetar nossas vidas" (p.2). Este tipo de turismo permite aos visitantes ver e fotografar motivos e edifícios que conheceram a morte, e são grandes exemplos destes locais o Ground Zero onde aconteceu o ataque terrorista do World Trade Center e Auschwitz onde se deu o Holocausto. Outros exemplos deste tipo de turismo são os cemitérios onde as celebridades estão enterradas, local onde a princesa Diana morreu, memorial da guerra do Vietnam, entre outros. A visita a este tipo de locais objetiva sentir o poder da fé e a ideia de que da morte pode surgir a esperança (Tarlow, 2005).

O turismo no cemitério foi um importante impulsionador deste tipo de turismo, e é

bastante famoso nos EUA. Também na Europa este tipo de turismo se evidência, sendo

comum a visita a túmulos de poetas e reis, a covas comuns de soldados que morreram

na guerra, entre outros. Este tipo de turismo permite ao praticante visitar indiretamente a

cena da tragédia, experimentando esse mesmo lugar. Este turismo pode ser uma forma

de levar o participante a aprender, a passar a mensagem e utilizar as lições do passado

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nas decisões futuras. Ou ainda uma forma de fazer o visitante sentir-se superior aos praticantes do crime, uma vez que através da demonstração de como os seres humanos podem ser cruéis entre si, isto produz uma compaixão pelas vítimas. Apesar do turismo

“Dark” transparecer o histórico, o espiritual, o místico ou o nacional, este tipo de turismo é uma forma de retirar do passado algo que contribui para a economia do presente (Tarlow, 2005).

Turismo Gastronómico

Desde de 1960 que o interesse por vinho e alimentos é reconhecido como parte integrante do estilo de vida contemporâneo e muitas vezes é indicador de estatutos sociais. Este consumo é marcado pelo aumento ao recurso do takeaway, sendo que nesta altura também os livros e programas de televisão sobre culinária alcançaram maior sucesso, dado que cada vez menos pessoas sabem cozinhar (Hall e Mitchell, 2005).

Comer faz parte das necessidades de todos os indivíduos, quer seja em casa ou de férias. No entanto a gastronomia e vinhos fazem também parte da experiência turística como parte do serviço de alojamento oferecido aos viajantes, e cada vez mais se tornam o principal motivo de decisão das viagens, e uma forma de distinção entre destinos. A principal motivação no “turismo de comida” é a visita a produtores de alimentos primários e secundários, festivais de comida, restaurantes e locais específicos para degustação de alimentos. O “turismo de vinho” é subconjunto do turismo alimentar e consiste nas visitas à vinha, espaços vinícolas, festivais de vinho e mostras de vinhos, onde a degustação de vinhos/de uva é o principal fator motivador dos visitantes. No entanto nem todas as viagens a um restaurante são consideradas turismo de alimentos, mas sim o desejo de experimentar um determinado tipo de alimento ou o produto de uma região específica ou mesmo provar os pratos de um chefe específico deve ser a principal motivação para este tipo de viagem (Hall e Mitchell, 2005).

Existe um conceito que por vezes se confunde com turismo gastronómico, que é o turismo gourmet, sendo que este geralmente corresponde a visitas a restaurantes, espaços vinícolas e festivais altamente conceituados, existindo uma tendência para que os produtos sejam caros e exclusivos. O turismo gastronómico por sua vez também pode incluir produtos caros, mas sugere um interesse mais amplo em alimentos e vinhos e nas culturas e paisagens que os produzem (Hall e Mitchell, 2005).

Turismo de Transporte

O transporte para o turismo foi até recentemente visto como um meio, em vez de uma experiência autónoma. No entanto o transporte representa um suporte bastante importante para o turismo, e pode ser foco de interesse devido às suas funções e seus atributos. A comercialização dos transportes e das experiências de viagem levou ao aparecimento de novos produtos de nicho, como balões de ar quente ou snowmobiling.

Algumas formas de transportes representam experiências únicas na natureza do

transporte e localização onde se insere, como por exemplo a gondola veneziana. Ou

seja, certos modos de transporte tornaram-se numa atração e experiência

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