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Parte II Enquadramento Metodológico do Estudo

2. A utilização do TPC no estágio pedagógico nas disciplinas de História e Geografia

2.2. Resultados e Discussão

2.2.3. Turma 3

A Turma 3 (História) é uma turma muito pequena (no fim do ano terminou apenas com 13 elementos), sendo por isso uma turma muito fácil de trabalhar. O aluno 13 desta turma também não participará neste estudo devido às suas dificuldades de aprendizagem e por a sua avaliação ser diferente da dos colegas (este aluno teve um acompanhamento especial pela docente da disciplina).

O primeiro TPC que entreguei aos alunos consistia no preenchimento de uma tabela sobre a colonização das ilhas atlânticas. Orientei os alunos para que com a ajuda do Manual escolar preenchessem os espaços corretamente. A imagem seguinte representa o TPC prescrito aos alunos:

Imagem 6 - TPC Colonização das Ilhas Atlânticas

Todos os alunos da turma 3, sem exceção, realizaram o TPC com base no Manual escolar. É de salientar que todos os alunos que constam neste estudo preencheram corretamente a tabela, com exceção da data da descoberta das primeiras ilhas açorianas. Salvaguardo, no entanto, que os alunos fizeram o que lhes foi pedido e foram induzidos em erro pelo manual escolar adotado que apresentava como data de descoberta dos Açores 1425, sendo 1427 a data consensualmente aceite pelos autores de referência.

Pretendia com este TPC que os alunos voltassem na aula seguinte já sabedores destes conteúdos. Acontece que, como ainda estava no início do meu estágio, não dediquei o devido valor a este TPC na sala de aula, pelo que fui chamado imediatamente à atenção pelas professoras orientadoras. De facto, a questão mantém-se como na Turma 2: não adianta elaborar um TPC se este não é depois aproveitado em sala de aula. Ainda para mais, sendo este um TPC de preparação, deveria “favorece[r] a capacidade de os

alunos obterem o máximo proveito, quando novas matérias exigem um background de informação e conhecimentos prévios” (Cooper (2001, cit. Mourão, 2004, p. 47). Apesar

Assim, depois de várias tentativas de aplicação e análise do TPC, decidi elaborar uma estratégia consistente que me permitisse averiguar se o TPC promove ou não o aproveitamento escolar.

De forma a verificar se a frequência de realização do TPC promove aproveitamento e rendimento escolar, decidi aplicar durante 3 semanas de aulas seguidas que lecionei à turma 3 (no 3.º Período), um conjunto de trabalhos que envolvessem não só a valorização de conteúdos (TPC do tipo prático, segundo a designação de Cooper), mas também o alargamento de conteúdos anteriormente lecionados, ou seja, para que os alunos construíssem o seu conhecimento em História de uma forma mais autónoma. Além disso, o último TPC pretendia que desenvolvessem todo o tipo de competências, desde a pesquisa até à sistematização de conhecimentos.

O primeiro TPC tinha apenas como objetivo, que os alunos compreendessem como funcionava a sociedade e o poder no Antigo Regime e era composto por dois exercícios: o primeiro onde deveriam preencher os espaços em branco com os conceitos aprendidos na aula; e o segundo exercício, explicar através da pirâmide social do Antigo Regime, como era a Sociedade dessa época.

O segundo TPC tinha como objetivo que os alunos percebessem o impacto que o Tratado de Methuen e a descoberta de ouro do Brasil teve nas medidas mercantilistas do 3.º Conde da Ericeira:

Imagem 8 - TPC A Falência das medidas mercantilistas.

Como pedia aos alunos que se colocassem no papel de um Nobre e descrevessem os principais acontecimentos daquela época, irei colocar aqui 2 pequenos textos por eles elaborados:

Aluno 2 da turma 3:

“As medidas do 3.º Conde da Ericeira ajudaram Portugal a sair daquela crise económica em que estávamos. O Conde da Ericeira desenvolveu as manufaturas em Portugal, concedeu subsídios a quem tivesse fábricas manufatureiras cá, incentivou a vinda de técnicos estrangeiros especializados e publicou as leis pragmáticas. Graças a esse Senhor, Portugal tornou-se um país mais desenvolvido e eu tive a oportunidade de enriquecer.

O “pior” foi a descoberta de ouro no Brasil. Com esse ouro compramos muitas coisas luxuosas e começamos a comprar produtos a outros países diminuindo as exportações e aumentando as importações. Isto empobreceu-me cada vez mais.

Em 1703, assinámos o Tratado de Methuen, abandonando a política mercantilista e deixando de lado a indústria manufatureira. Ficamos assim, numa situação de dependência económica em relação à Inglaterra.

Isto tudo foi péssimo, pois deixamos as medidas do 3.º Conde da Ericeira de lado, o que nos prejudicou bastante comercial e financeiramente.”

Aluno 9 da turma 3:

“As medidas do 3.º Conde da Ericeira afetaram-me porque tive de investir mais nos produtos manufaturados, tais como o trabalho em seda e lã, principalmente.

Quando nós descobrimos o ouro do Brasil, ficámos completamente dependentes desse ouro, uma vez que pus logo de parte as medidas mercantilistas e com esse ouro pagava as nossas dívidas financeiras e com o ouro que sobrava usámos para fabricar moedas, luxo, e para mostrar o meu poder.

Com o Tratado de Methuen plantava vinhas para fabricar vinho para trocar com os panos de Inglaterra, ficando assim dependentes de Inglaterra e com tudo isso também abandonamos a política mercantilista e manufatureira.”

O último TPC desta sequência tinha como objetivo que os alunos pesquisassem, e construíssem uma entrevista com Marquês de Pombal, para dessa forma relacionarem todas as medidas por ele realizadas. Este pequeno TPC exigia que os alunos compreendessem temporalmente o papel do Marquês de Pombal na sociedade, economia e política nacional da época; que relacionassem as várias causas que levaram à imposição das suas medidas, ou seja, estamos no domínio da compreensão histórica contextualizada; e que treinassem a sua comunicação em História, neste caso por escrito:

Imagem 9 - TPC O Despotismo Pombalino

Apresento de seguida três exemplos de trabalhos elaborados pelos alunos, que apesar de pouco significar para esta investigação, são importantes para se compreender o parágrafo anterior e os resultados que destas tarefas advieram:

Aluna 3 da turma 3:

“Eu: Bom dia Senhor Sebastião José de Carvalho e Melo. Marquês de Pombal: Bom dia.

Eu: Afinal, qual a sua importância?

MP: Eu sou o 1º Conde de Oeiras mais tratado por Marquês de Pombal, sou um Nobre, diplomata e estadista português e sou o secretário de Estado no Reino de D. João I.

Eu: É verdade que viveu muitos anos no estrangeiro?

MP: Sim, vivi alguns anos no estrangeiro, contactei com outras realidades políticas, o que me dotou de uma visão mais global, sobretudo, no que diz respeito a assuntos de Estado.

Eu: Ouvi dizer que é um adepto do Despotismo Esclarecido. Mas afinal o que é isso?

MP: Despotismo esclarecido é uma forma de Governo que combina o exercício do poder absoluto com as ideias de progresso e desenvolvimento cultural.

Eu: O Marquês iniciou uma campanha para fortalecer o poder da coroa. Com isto, que reformas instalou?

MP: Instalei 4 leis, o Erário Régio, que vigiava as finanças públicas e organizava a cobrança de impostos; a Junta de Comércio que controlava as práticas comerciais e financiava a indústria; a Real Mesa Censória, que exerce forte controlo sobre todas as publicações, retirando assim poderes à Inquisição, controlada pelos Jesuítas; e a Intendência Geral da Polícia, que vigiava e assegurava a segurança pública.

Eu: Estas leis foram criadas para melhorar o país. Mas ainda teve um papel fundamental na escravatura, certo?

MP: Sim, acabei com a escravatura em Portugal continental, acabei com os autos-de-fé e com a discriminação dos Cristãos-Novos, mas ainda não consegui extinguir oficialmente a Inquisição portuguesa.

Eu: Mas a sua administração foi marcada por que acontecimento?

MP: Sinceramente foi marcada por duas contrariedades célebres: a primeira foi o terramoto de Lisboa, que foi um desafio que me conferiu o papel histórico de renovador arquitetónico da cidade. E a segunda foi através do processo dos Távoras, uma intriga com consequências dramáticas para a Nobreza e para o Clero, pois eu fui um dos principais responsáveis pela expulsão dos Jesuítas de Portugal e das colónias.”

Aluno 5 da turma 3:

“Bom dia Senhor Sebastião José de Carvalho e Melo, o que fazia o [Sr.] antes de ser Marquês, é verdade que primeiro foi embaixador na Inglaterra?

Marquês de Pombal: Sim, eu não me esforcei muito por lá porque eu não gostava que nós dependêssemos da Inglaterra.

Jornalista: Enquanto era embaixador na Áustria, gostou ou não gostou de estar naquele cargo?

MP: Não, não sei porquê mas eu não gostava de estar longe do meu país. Jornalista: Foi bom ser Ministro?

MP: Sim, o rei tinha confiança em mim, fui eu que escrevi algumas das regras, e também fui eu que reconstruí a cidade de Lisboa.

Jornalista: Porque é que assassinou a família dos Távoras?

MP: Eu só fiz isso porque eles pensavam que era tudo deles, não pagavam os impostos. Eu tinha que fazer com que os nobres me respeitassem, e o clero também.”

Aluno 11 da turma 3:

“Eu: Hoje, tenho o prazer de entrevistar um grande homem, que reforçou o poder régio e desenvolveu Portugal entre 1750 e 1777. De seu nome Sebastião José de Carvalho e Melo, mais conhecido por Marquês de Pombal. Seja bem-vindo!

Marquês de Pombal (MP): Muito obrigada.

Eu: Quer-nos contar alguns pormenores que acha que devem ser esclarecidos? MP: Claro que sim. No meu tempo, tanto a Nobreza como o Clero estavam divididos em 2 grupos: a Alta e a Baixa Nobreza, e o Alto e o Baixo Clero. Ambos tinham privilégios, mas, obviamente, a Alta Nobreza e o Alto Clero tinham muito mais! Como todos sabem, a minha família pertencia à Baixa Nobreza, apesar de termos pouco dinheiro; mas mesmo assim tive a possibilidade de estuda na Universidade de Coimbra.

Eu: Talvez tenha sido isso que o tenha ajudado a “subir na vida”, mas também como viveu alguns anos no estrangeiro isso fez-lhe ver as coisas de outra maneira, com outra realidade…

MP: Exato. Entre 1738 e 1749 representei Portugal em Londres e em Viena em missões diplomáticas. Com isso contactei com outras realidades políticas que me dotaram de uma visão mais global, sobretudo no que dizia respeito aos assuntos do Estado.

Eu: Era adepto de uma forma de poder designada Despotismo esclarecido. Em que consiste?

MP: O Despotismo esclarecido é uma forma de governo na qual o rei, detentor de um poder absoluto, deveria exercê-lo de uma forma esclarecida e racional, tendo em vista o bem-estar do povo.

Eu: Durante o seu trabalho como Ministro fez muitas reformas que agradaram a uns, mas que também desagradaram a muitos. Quer-nos dar alguns exemplos dessas reformas?

MP: Eu fiz o que tinha de ser feito. Obviamente que nunca se pode agradar a todos. Dessas reformas destaco o Erário Régio, a Junta do Comércio, a Real Mesa Censória e a Intendência Geral da Polícia. Protegi o comércio português, criei companhias monopolistas, reformei a Universidade de Coimbra e reorganizei o exército. Eu: Além das reformas que realizou, o Marquês de Pombal tornou-se uma figura muito importante na História de Portugal por causa do Terramoto de Lisboa, em 1755.

MP: Sim. Depois do terramoto fiquei responsável pela reconstrução da cidade. Fui eu que reconstruí a baixa lisboeta com todas aquelas ruas paralelas e

perpendiculares. Fui eu quem mandou alterar o modo de construção das casas, para prevenir incêndios.

Eu: É por isso que a baixa lisboeta é conhecida como “baixa pombalina”. Muito obrigada pelos seus esclarecimentos.

MP: Não tem de quê.”

Para se compreender os resultados que se irão apresentar, comparar e analisar entre as turmas 3 e 4 de História, é necessário compreender o seu percurso escolar ao longo do ano. O Gráfico seguinte apresenta as médias que cada turma obteve nos Testes de Etapa ao longo do ano:

1º Teste 2º Teste 3º Teste 4º Teste 5º Teste 0 20 40 60 80 100 52 64 68 72 56 56 68 63 65 57 Média dos Testes de Etapa das turmas 3 e 4

Turma 3 Turma 4

Gráfico 3 – Variação da Média dos Testes de Etapa alcançada pelos alunos da Turma 3 e da Turma 4

Como se verifica, as turmas são relativamente parecidas no seu desempenho académico ao longo do ano, apresentando uma diferença máxima de 7 pontos no 4.º Teste de Etapa. Esta situação pode ser explicada devido aos Testes de Etapa terem sido construídos e aplicados pelos estagiários do Curso de Mestrado em Ensino de História e Geografia de Arrifana.

Ao avaliar os TPC´s por eles elaborados, tenho de dizer que existiu empenho e dedicação da sua parte. De facto, os conteúdos estão patentes nos documentos por eles elaborados.

Durante a prescrição de TPC´s à turma 3, nem todos os alunos realizaram estas tarefas. A tabela seguinte indica os alunos que realizaram o TPC, e diferencia os que o realizaram corretamente:

Tabela 7 – Frequência e qualidade dos TPC´s realizados pela Turma 3 Aluno nº Realizou o 1º TPC Realizou o 2º TPC Realizou o 3º TPC 1    2   X 3    4 X X X 5  X  6  X X 7  X  8    9    10    11    12  X X

O primeiro TPC abordava essencialmente o funcionamento da sociedade e do poder no Antigo Regime. As questões associadas a este assunto presentes no Teste de Etapa eram a questão 2 e a questão 3:

Os alunos da turma 3 obtiveram nestas questões do Teste de Etapa os seguintes resultados (cf. Anexo 4 – Grelha de correção do Teste de Etapa da Turma 3):

Tabela 8 – Resultados obtidos pela turma 3 nas questões do Teste de Etapa relacionadas com o 1.º TPC Cotação da

Questão 3 4 1 5 4 17

Nº\Questões 2.2-a) 2.2-b) 3.1 3.2 3.3 Total

1 3 3,5 1 3 4 14,5 2 3 2,5 1 5 4 15,5 3 3 3,5 0 0 3 9,5 4 3 1,5 1 0 - 5,5 5 3 3,5 1 0 - 7,5 6 3 3,5 1 1 4 12,5 7 3 2,5 0 3 4 12,5 8 3 2,5 1 1 2 9,5 9 3 2 1 2 - 8 10 3 3,5 1 5 4 16,5 11 3 2,5 1 2 0 8,5 12 3 3 1 3 4 14

Média dos alunos da turma 3: 11,2

Desta tabela verifico que os alunos que realizaram o TPC corretamente conseguiram obter os melhores resultados, apenas com a exceção dos alunos 3 e 11. Os alunos que realizaram TPC, mas não completamente, conseguiram resultados medianos, com exceção para os alunos 7 e 12, que conseguiram bons resultados nestas questões. Por fim, o aluno que não realizou o TPC consegue obter dos 17 pontos totais, apenas 5,5. Entretanto, se calcularmos a média obtida pelos alunos que realizaram o TPC, e a média dos alunos que realizaram o TPC de forma incompleta, verificamos que os primeiros conseguem obter melhores classificações do que os segundos: 12,8 e 11,4 respetivamente.

Daqui consigo retirar duas conclusões, sendo uma consequência da outra: os que realizaram o TPC de forma incompleta alcançaram melhores resultados do que os que não fizeram o TPC; ou seja, os alunos que realizaram mal o TPC ou de forma incompleta, identificaram os erros que cometeram durante a correção, e quando interrogados sobre essas mesmas questões, respondem melhor e corretamente.

Apresento de seguida os valores alcançados pela turma 4 (cf. Anexo 5 – Grelha de correção do Teste de Etapa da Turma 4), onde não foi aplicado TPC:

Tabela 9 – Resultados obtidos pela turma 4 nas questões do Teste de Etapa relacionadas com o 1.º TPC Cotação da

Questão 3 4 1 5 4 17

Nº\Questões 2.2-a) 2.2-b) 3.1 3.2 3.3 Total

1 3 3,5 1 1 0 8,5 2 3 2 1 4 4 14 3 3 1 1 4 3 12 4 3 3 1 5 4 16 5 3 2 0 3 2 10 6 3 3 1 3 4 14 7 3 3 1 3 3 13 8 3 3 0 2 0 8 9 3 3 0 3 0 9 10 3 3 1 3 4 14 11 3 3 1 3 0 10 12 2 2 0 2 3 9 13 3 4 0 3 0 10 14 1 1 0 0 0 2 15 3 3 1 3 3 13 16 3 3 1 2 2 11

Média dos alunos da turma 4: 10,8

Verifica-se por comparação que a Turma 3, onde foi aplicado o TPC, consegue uma média de pontuação mais elevada que a turma 4 (11,2 e 10,8 respetivamente).

O segundo TPC prescrito aos alunos tinha como objetivo que os alunos percebessem o impacto que o Tratado de Methuen e a descoberta de ouro do Brasil teve nas medidas mercantilistas do 3.º Conde da Ericeira. As questões subjacentes a estes conteúdos no Teste de Etapa do 3.º Período foram todas as questões da página 3:

Os alunos da turma 3 obtiveram nestas questões do Teste de Etapa os seguintes resultados:

Tabela 10 – Resultados obtidos pela turma 3 nas questões do Teste de Etapa relacionadas com o 2.º TPC Cotação da

Questão 1 4 5 6 2 2 4 2 26

Nº\Questões 4.4-a) 4.4-b) 4.4-c) 4.5 4.6 4.7 4.8 4.9 Total

1 1 4 3 4 1 0 2 1 16 2 1 1 3 4 2 0 4 2 17 3 0 4 5 4 2 0 2 1 18 4 - - - 3 1 0 2 1 7 5 1 4 5 4 1 1 3 2 21 6 0 4 3 4 1 0 2 2 16 7 1 2 4 5 1 0 2 0 15 8 1 4 5 3 2 - 2 2 19 9 0 2 4 5 2 1 0 2 16 10 1 3 5 6 2 1 4 1 23 11 1 0 3 4 1 1 2 2 14 12 1 4 3 3 2 1 2 1 17

Média dos alunos da turma 3: 16,6 Desta tabela verifico que todos os alunos que realizaram o TPC corretamente, conseguiram mais uma vez obter bons resultados. É, no entanto, necessário salientar que o aluno 5, apesar de não realizar o TPC, conseguiu atingir uma pontuação muito boa nestas questões. Apesar disso, são outra vez os alunos que realizam o TPC de forma correta que obtêm a melhor média de pontuações, atingindo os 18,7 pontos, num total de 26. Os alunos que realizaram o TPC, mas incompleto, conseguem mais uma vez o segundo lugar nas médias, atingindo os 16,8 pontos. Por sua vez, os alunos que não realizaram o TPC, conseguiram apenas 15,2 pontos.

Vejamos como se comportou a Turma 4 nestas questões:

Tabela 11 – Resultados obtidos pela turma 4 nas questões do Teste de Etapa relacionadas com o 2.º TPC Cotação da

Questão 1 4 5 6 2 2 4 2 26

Nº\Questões 4.4.a 4.4.b 4.4.c 4.5 4.6 4.7 4.8 4.9 Total

1 1 0 1 2 1 0 1 0 6

2 1 4 3 6 1 0 2 1 18

4 1 4 5 5 2 2 4 2 25 5 1 4 5 4 2 0 2 1 19 6 1 0 5 4 2 1 2 2 17 7 1 4 0 3 1 1 2 2 14 8 1 0 1 4 2 1 2 2 13 9 1 2 3 4 2 1 1 2 16 10 1 1 5 4 2 1 2 2 18 11 1 4 4 3 2 1 3 2 20 12 1 0 0 1 2 0 1 1 6 13 1 4 2 2 2 1 2 1 15 14 0 0 0 1 1 1 0 0 3 15 1 4 4 3 2 1 3 1 19 16 1 0 1 4 2 1 2 2 13

Média dos alunos da turma 4: 14,9

Verifica-se por comparação que a Turma 3, onde foi aplicado o TPC, consegue mais uma vez uma média de pontuação mais elevada que a turma 4 (16,6 e 14,9 respetivamente).

O terceiro TPC prescrito aos alunos tinha como objetivo que os alunos pesquisassem e construíssem uma entrevista com Marquês de Pombal, para dessa forma relacionarem todas as medidas por ele realizadas. As questões subjacentes a estes conteúdos no Teste de Etapa do 3.º Período foram todas as questões da página 4:

Os alunos da turma 3 obtiveram nestas questões do Teste de Etapa os seguintes resultados:

Tabela 12 – Resultados obtidos pela turma 3 nas questões do Teste de Etapa relacionadas com o 3.º TPC Cotação da

Questão 1 4 4 4 4 5 5 27

Nº\Questões 5.1-a) 5.1-b) 5.1-c) 5.1-d) 5.2 5.3 5.4 Total

1 0 0 0 2 3 5 3 13 2 1 4 1 1 2 5 2,5 16,5 3 1 0 0 0 0 2 3 6 4 1 - - - - 2 2,5 5,5 5 1 4 1 0 - 4 4 14 6 1 0 2 0 - 4 4,5 11,5 7 1 - - - 4 1 4 10 8 1 1 - - 2 4 3,5 11,5 9 - - - - 3 4 3,5 10,5 10 1 3 4 4 4 5 5 26 11 1 0 0 0 1 0 4 6 12 1 4 2 - 3 2 5 17

Média dos alunos da turma 3: 12,3

Devido a este ser o último TPC prescrito à turma 3, e devido ao facto de eu apenas ter recolhido este TPC (não lecionei mais nenhuma aula à turma 3) sem o analisar na sala de aula, poderá ter condicionado o aproveitamento e o reconhecimento do erro por parte dos alunos nestas questões. Sem a correção, os alunos não tomaram conhecimento do que erraram, ou do que poderiam ter melhorado na sua entrevista/resposta. Poder-se-á também compreender o motivo de os alunos que realizaram o TPC terem obtido pontuações tão baixas: como o Trabalho não foi corrigido, também eles não se aperceberam o que fizeram corretamente.

Com estes pensamentos, analisemos a tabela seguinte que apresenta os valores obtidos pelos alunos da turma 3, com os valores obtidos pela turma 4:

Tabela 13 – Resultados obtidos pela turma 4 nas questões do Teste de Etapa relacionadas com o 3.º TPC Cotação da

Questão 1 4 4 4 4 5 5 27

Nº\Questões 5.1.a 5.1.b 5.1.c 5.1.d 5.2 5.3 5.4 Total

1 0 0 2 0 - 1 2 5

2 1 4 4 4 4 4 4,5 25,5

3 0 0 0 2 3 3 3,5 11,5

5 0 4 4 4 4 3 3 22 6 0 4 4 4 2 4 3,5 21,5 7 0 0 - 0 2 5 4 11 8 1 3 0 0 0 3 4,5 11,5 9 1 0 1 2 0 2 5 11 10 1 4 1 0 3 4 4 17 11 1 2 0 0 1 2 3 9 12 0 1 0 0 - 1 2,5 4,5 13 1 4 2 0 0 3 4,5 14,5 14 0 0 0 0 0 0 2,5 2,5 15 1 4 2 0 3 4 4 18 16 1 4 - 0 2 2 3 12

Média dos alunos da turma 4: 13,8

Como se verifica na tabela, também foi a este conjunto de questões que os alunos menos responderam. É de salientar, no entanto, o facto de conseguirem obter média melhor nestas questões que a turma 3. Apesar disso, apenas 5 alunos conseguiram obter mais de metade da pontuação destas questões na turma 4, ao passo que na turma 3, apenas 3 alunos o conseguem.

Sem a devida correção do TPC, a turma 3 ressentiu-se no Teste de Etapa na elaboração deste último conjunto de respostas.

Com esta análise retirei as seguintes conclusões:

 Ambas as turmas baixaram na classificação entre os Testes de Etapa 4 e 5;

 Nestes 3 conjuntos de exercícios em específico, onde a cotação das questões correspondia a 70% da cotação total do Teste de Etapa, os alunos da turma 3 obtiveram (em média) 40 pontos nos possíveis 70, e os alunos da turma 4 conseguiram 39,6.

 A Turma 3 obteve valores mais baixos no 5.º Teste de Etapa, aquando da aplicação da metodologia TPC (média turma 3 = 56; média turma 4 = 57);

 Nas questões do Teste de Etapa relacionadas com os TPC´s 1 e 2, que tiveram correção na aula, os alunos da Turma 3 obtiveram melhores resultados;

 Nas questões do Teste de Etapa relacionadas com o TPC 3, que não teve correção na aula, os alunos da turma 4 obtiveram os melhores resultados.

Ficou assim provado que a realização do TPC, por si só não é uma metodologia que promove o rendimento escolar. O professor deve utilizar esta metodologia sempre com o objetivo de a analisar e trabalhar em sala de aula. Recordo mais uma vez a tabela de Cooper sobre as variáveis do TPC: o feedback do professor aos comentários escritos dos alunos, além de ser uma avaliação do trabalho por eles elaborado, é um incentivo para a autocorreção (Cooper 2006, p. 10).

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