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Q UADRO 10 H EPATITE A: INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS SOROLÓGICOS Anti-HA

Hepatite A CID 10: B

Q UADRO 10 H EPATITE A: INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS SOROLÓGICOS Anti-HA

Total Anti-HAV IgM Interpretação

(+) (+) Infecção recente pelo HAV (+) (–) Infecção passada pelo HAV (–) (–) Ausência de contato com o HAV, não imune

Diagnóstico diferencial - Hepatite por vírus B, C, D ou E; infec-

ções como: leptospirose, febre amarela, malária, dengue, sepse, cito- megalovírus e mononucleose; doenças hemolíticas; obstruções bilia- res; uso abusivo de álcool; e uso de alguns medicamentos e substâncias químicas.

Tratamento - Não existe tratamento específico para a forma aguda.

Se necessário, apenas sintomático para náuseas, vômitos e prurido. Como recomendação geral, orienta-se repouso relativo até pratica- mente a normalização das aminotransferases. Dieta pobre em gordura e rica em carboidratos é de uso popular, porém seu maior benefício é

HEPATITE A

ser mais agradável para o paciente anorético. De forma prática, deve- se recomendar que o próprio paciente defina sua dieta, de acordo com seu apetite e aceitação alimentar. A única restrição relaciona-se à in- gestão de álcool, que deve ser suspensa por 6 meses, no mínimo, e, preferencialmente, por 1 ano. Medicamentos não devem ser adminis- trados sem recomendação médica, para não agravar o dano hepático. As drogas consideradas “hepatoprotetoras”, associadas ou não a com- plexos vitamínicos, não têm nenhum valor terapêutico.

Características epidemiológicas - A Hepatite A tem distribuição

universal e apresenta-se de forma esporádica ou de surto. Tem maior prevalência em áreas com más condições sanitárias e higiênicas. É fre- qüente em instituições fechadas. Nos países subdesenvolvidos, acome- te com mais freqüência crianças e adultos jovens; nos desenvolvidos, os adultos. A mortalidade e a letalidade são baixas e essa última tende a aumentar com a idade do paciente. O Ministério da Saúde vem desen- volvendo um estudo soro-epidemiológico de base populacional para as Hepatites A, B e C, nas capitais brasileiras. Nas regiões Nordeste, Centro-oeste e Distrito Federal, onde a pesquisa já foi concluída, foi encontrada prevalência de Hepatite A variando entre 32,26 a 66,67%, em indivíduos de 5 a 19 anos.

V

IGILÂNCIA

E

PIDEMIOLÓGICA

Objetivos - Conhecer a magnitude, tendência e distribuição da do-

ença, por faixa etária e áreas geográficas. Detectar, prevenir e contro- lar surtos, adotando e avaliando o impacto das medidas de controle.

Notificação - Todos os casos suspeitos ou confirmados e os surtos

devem ser notificados e investigados.

Definição de caso

• Suspeito - Indivíduo com icterícia aguda e colúria e/ou dosagem

de transaminases igual ou maior que 3 vezes o valor normal e/ou história de contato com paciente com Hepatite A confirmada.

• Confirmado - Indivíduo que preenche as condições de suspeito

com marcador anti-HAV IgM positivo; ou indivíduo que preenche as condições de suspeito mais um vínculo epidemiológico com caso confirmado por sorologia de Hepatite A.

M

EDIDASDE

C

ONTROLE

As medidas de controle incluem a notificação de surtos e os cuidados com o paciente. A notificação é importante para que se desencadeie a

investigação das fontes comuns e o controle da transmissão por meio de medidas preventivas. Os cuidados com o paciente incluem o afas- tamento do mesmo das atividades normais. Se a infecção ocorrer em criança, orientar sua ausência temporária da creche, pré-escola ou escola, durante as primeiras duas semanas da doença. A desinfecção de objetos, limpeza de bancadas, chão, entre outros. pode ser feita utilizando cloro ou água sanitária. As medidas preventivas incluem: educação da população quanto às boas práticas de higiene, com ênfase na lavagem das mãos após o uso do banheiro, quando da preparação de alimentos e antes de se alimentar; disposição sanitária de fezes; me- didas de saneamento básico, com água tratada e esgoto; orientação das creches, pré-escolas e instituições fechadas para a adoção de medidas rigorosas de higiene, tais como lavagem das mãos ao efetuar trocas de fraldas, ao preparar os alimentos e antes de comer, além da desin- fecção de objetos, bancadas, chão; cozimento adequado dos mariscos, frutos do mar e desinfecção (uso de cloro) dos alimentos crus. As va- cinas contra Hepatite A atualmente em uso e licenciadas no Brasil são preparadas a partir de culturas celulares em fibroblastos humanos e inativadas pela formalina. O conteúdo de antígenos de cada vacina é expresso em unidades ELISA (EL.U.), ou unidades (U), ou unidades internacionais (UI), de acordo com o laboratório produtor. A imuni- zação contra a Hepatite A é realizada a partir de 12 meses de idade, em 2 doses, com intervalo de 6 meses entre elas.

Não há no momento a disponibilização dessa vacina no calendário básico de vacinação, sendo as indicações descritas a seguir.

A vacina de vírus inativado contra a Hepatite A está disponível nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie), inte- grante do SUS, conforme Manual do CRIE, 3ª edição, do Ministério da Saúde, 2006, para as seguintes situações:

• hepatopatias crônicas de qualquer etiologia; • portadores crônicos do HBV e HCV; • coagulopatias;

• crianças menores de 13 anos com HIV/Aids;

• adultos com HIV/Aids que sejam portadores do HBV ou HCV; • doenças de depósito;

• fibrose cística; • trissomias;

HEPATITE A

• candidatos a transplante de órgão sólido, cadastrados em programas de transplantes;

• transplantados de órgão sólido ou de medula óssea;

• doadores de órgão sólido ou de medula óssea, cadastrados em programas de transplantes;

• hemoglobinopatias.

As contra-indicações se restringem à história de reação anafilática a algum dos componentes da vacina e à gravidez.

Eventos adversos pós-vacinação (EAPV) locais observados são a dor, eritema ou edema, que ocorrem entre 20% e 50% dos vacinados, sen- do leves e transitórios. Os EAPV sistêmicos mais comuns são febre e fadiga e ocorrem em menos de 5% dos vacinados. Os casos de anafi- laxia são raros.

CID 10: B16

A

SPECTOS

C

LÍNICOSE

E

PIDEMIOLÓGICOS

Descrição - Doença viral que cursa de forma assintomática ou sin-

tomática (até formas fulminantes). As Hepatites Sintomáticas são ca- racterizadas por mal-estar, cefaléia, febre baixa, anorexia, astenia, fa- diga, artralgia, náuseas, vômitos, desconforto no hipocôndrio direito e aversão a alguns alimentos e ao cigarro. A icterícia, geralmente, ini- cia-se quando a febre desaparece, podendo ser precedida por colúria e hipocolia fecal. Hepatomegalia ou hepatoesplenomegalia também podem estar presentes. Na forma aguda, os sintomas vão desapare- cendo paulatinamente. Algumas pessoas desenvolvem a forma crônica mantendo um processo inflamatório hepático por mais de 6 meses. Isto acontece com 5% a 10% dos adultos infectados e 90% a 95% dos recém-nascidos filhos de mãe portadora do vírus da Hepatite B. Por- tadores de imunodeficiência congênita ou adquirida evoluem para a cronicidade com maior freqüência.

Agente etiológico - Vírus da Hepatite B (HBV). Um vírus DNA, da

família Hepadnaviridae.

Reservatório - O homem. Experimentalmente, chimpanzés, espé-

cies de pato e esquilo.

Modo de transmissão - O HBV é altamente infectivo e facilmente

transmitido pela via sexual, por transfusões de sangue, procedimentos médicos e odontológicos e hemodiálises sem as adequadas normas de biossegurança, pela transmissão vertical (mãe-filho), por contatos ín- timos domiciliares (compartilhamento de escova dental e lâminas de barbear), acidentes perfurocortantes, compartilhamento de seringas e de material para a realização de tatuagens e piercings.

Período de incubação - De 30 a 180 dias (em média, de 60 a 90

dias).

Período de transmissibilidade - 2 a 3 semanas antes dos primei-

ros sintomas, mantendo-se durante a evolução clínica da doença. O portador crônico pode transmitir por vários anos.

Complicações - Cronificação da infecção, cirrose hepática e suas

complicações (ascite, hemorragias digestivas, peritonite bacteriana es- pontânea, encefalopatia hepática) e carcinoma hepatocelular.

Diagnóstico - Clínico-laboratorial e laboratorial. Apenas com os

aspectos clínicos não é possível identificar o agente etiológico, sendo

necessária a realização de exames sorológicos. Os exames laboratoriais inespecíficos incluem as dosagens de aminotransferases – ALT/TGP e AST/TGO – que denunciam lesão do parênquima hepático. O nível de ALT pode estar 3 vezes maior que o normal. As bilirrubinas são ele- vadas e o tempo de protrombina pode estar aumentada (TP>17s ou INR>1,5), indicando gravidade. Os exames específicos são feitos por meio de métodos sorológicos e de biologia molecular.

QUADRO 11 - HEPATITE B AGUDA: INTERPRETAÇÃODOSMARCADORES