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A UNIÃO EUROPÉIA UE

No documento SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO (páginas 57-62)

O tratado da União Européia surge como estratégia de fortalecimento político e econômico em contraposição a hegemonia dos EUA.

A União Européia, em ter- mos de blocos econômicos, é uma das organizações regio- nais que mais avançou, pois não se limitou à circulação de mercadorias e capitais. Serviços e pessoas podem circular livre- mente, podendo os trabalha- dores se empregar em outros países, gozando de uma legis- lação trabalhista única para to- do o bloco. Sua organização econômica inclui a adoção de uma moeda única utilizada por

Mapa 2 - União Européia

doze países, dos vinte e cinco que constituem atualmente o bloco euro- peu. Isto apresenta algumas vantagens, por exemplo, a necessidade de manter as conta equilibradas, controle da inflação, entre outros.

A idéia de uma “Europa Unida” dá impressão que existe uma cer- ta uniformidade econômica e social entre os países que a compõem, mas isto não corresponde à realidade. Os doze países que adotaram o Euro como moeda fazem parte de um grupo de países que apresen- tam um Produto Interno Bruto (PIB) mais elevado, constituindo o nú- cleo da UE. Dentre esses países podemos destacar França, Alemanha e Itália, que lideraram o processo de formação deste bloco e desempe- nham um relevante papel neste processo.

E quanto aos outros países, que papel cabe a eles? Essa organização em blocos apresenta apenas vantagens? Se existem organismos supranacionais como o Banco Central Europeu e o Par- lamento Europeu, que regulam questões internas dos países europeus, como fica a soberania dos países membros?

ATIVIDADE

Outra característica que diferencia a União Européia dos outros blo- cos é a existência de fundo comunitário de desenvolvimentos para os países menos desenvolvidos, buscando a sua equiparação econômica. Esse fundo é direcionado para as regiões com Produto Interno Bruto (PIB) inferior a média da União Européia, as chamadas zonas depri- midas. Apesar disso, o desemprego continua aumentando na Europa. Como isso se explica?

A União Européia também possui uma política agrícola comum que consome grande parte do fundo comunitário de desenvolvimento europeu. Essa política de proteção agrícola, que muitas vezes se dá através de subsídios, tem gerado inúmeros protestos por parte dos países que são grandes exportadores agrícolas, como o Brasil e a Argentina. Leia o quadro 4.

Mas que problemas os subsídios agrícolas europeus podem cau- sar e causam para a agricultura do Brasil? Eles podem afetar a sua alimentação?

Quadro 4

Subsídios agrícolas dos ricos prejudicam países pobres

Estados Unidos e União Européia investem US$ 350 bilhões ao ano pa- ra proteger produtos agrícolas, como: laticínios, açúcar, arroz, trigo, milho e carne. Esses subsídios criam uma situação artificial de mercado, que mina a competição igualitária de outros países produtores. Os governos ricos pa- gam, para os agricultores, a diferença entre os custos de produção e o valor dos produtos agrícolas no mercado internacional. Há casos em que o custo de produção nesses países chega a ser superior ao valor pago pelos produ- tos no mercado internacional. Essa prática força uma queda internacional dos preços, o que diminui a competitividade dos países em desenvolvimento e, eventualmente, mina a própria produção destinada ao mercado interno des- ses países, já que os produtores locais ficam incapazes de competir com pro- dutos importados tão baratos.

Fonte http://www.comciencia.br/reportagens/agronegocio/02.shtml acessada em 11/2005

A maioria das nações da Europa Ocidental desenvolveu, no perí- odo pós-guerra, uma ampla rede de proteção social aos trabalhado- res, como previdência social, seguro desemprego, melhoria do poder aquisitivo, manutenção dos empregos e outros benefícios, que ficou conhecida como política do Estado de Bem-Estar Social. Pesquise so- bre essa política e caracterize o papel que o Estado assumiu durante o período em que ela estava vigente.

Nesta economia global com suas estratégias para aumentar a lu- cratividade, torna-se praticamente impossível para os países europeus manterem a política de Bem-Estar Social, construída durante a Ordem da Guerra Fria.

Entre os projetos futuros da União Européia, está a formação de uma união política ainda indefinida. Será que a União Européia se transformará em um único Estado Nacional? As nações européias acei- tariam abrir mão de sua soberania em favor de um super Estado?

Como ficariam, neste processo, os movimentos separatistas que lu- tam para conseguir independência e construir sua autonomia como Es- tado Nacional? Poderiam dificultar a formação de União Política Euro- péia? (Veja o Folhas “Nada a ver? Tudo a ver!”).

Faça uma pesquisa sobre os movimentos separatistas e sobre as minorias étnicas existentes na Eu- ropa. Veja como são tratados esses movimentos na Europa.

Reúna-se com seus colegas e realize um debate sobre o futuro dos Estados Nacionais diante do processo de globalização.

PESQUISA

O NAFTA

Outro bloco econômico importante na atualidade é o NAFTA (North

America Free Trade Agreement) ou Acordo de Livre Comércio da Amé- rica do Norte. O NAFTA surgiu em 1991 como estratégia dos EUA para manter sua hegemonia sobre o continente Americano, que com o fim da Guerra Fria poderia se tornar área de influência dos novos centros de poder que estavam surgindo, como a U.E e o Japão – que emergia como potência econômica.

Para os EUA, o NAFTA significa ampliação das exportações para os países do bloco, além da possibilidade de ampliar sua influência sobre o continente americano, pretensão, aliás, que não é nova.

Cite alguns países da América onde a interferência norte-americana é maior.

O NAFTA prevê apenas a livre circulação de mercadorias e capi- tais, estabelecendo diversas salvaguardas para alguns produtos. Não está nos planos uma integração nos moldes da União Européia, como a ajuda econômica a países menos desenvolvidos, integração monetá- ria, entre outros.

A formação do NAFTA foi comemorada como solução para o desen- volvimento econômico do México, o que não tem se concretizado na prá- tica (veja mais sobre este tema no Folhas “Dinheiro traz felicidade?”). Se as exportações Mexicanas aumentaram consideravelmente para os EUA, as importações deste também aumentaram numa proporção bem maior, principalmente no setor alimentício e automotivo.

A agricultura mexicana, principalmente a camponesa, é o setor que mais enfrenta dificuldades devido aos subsídios empregados na agri- cultura dos EUA. Lembra-se dos subsídios fornecidos pelos Europeus aos seus agricultores?

Quadro 5

Grupo mexicano pede ajuda para derrubar muro de fronteira nos EUA Um grupo de 42 entidades sociais mexicanas e norte-americanas infor- mou neste sábado 04/02, em Caracas, na Venezuela, estar organizando a entrada de milhares de pessoas nos Estados Unidos pela fronteira em Ciu- dad Juarez (México).

“Estamos convidando as pessoas para, na primeira semana de maio, derrubar o muro [que os EUA construíram em parte da fronteira com o Méxi- co, para evitar a entrada de imigrantes ilegais]”, disse Edur Arregui Koba, da Liga Magonista Sete de Janeiro.

Ciudad Juarez, segundo Koba, foi escolhida por ser “um laboratório de horror do projeto neoliberal”. Vários ativistas presentes contaram histórias de exploração e miséria causadas pelo livre comércio naquela cidade, inclusive o assassinato de mulheres trabalhadoras.

“O Nafta permite passar facilmente produtos e empresas, mas as pes- soas não podem passar”, reclamou José Bravo, da Aliança Justa.

O norte-americano Emery Wright, da organização Project South (Projeto Sul), que também faz parte do movimento, disse que é preciso lembrar que “a possibilidade de mover-se é um direito, mas o deslocamento obrigatório é produto da globalização”.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u92071.shtml. Acesso em: fevereiro de 2006.

O tratado do NAFTA ampliou, com certeza, os fluxos econômicos nesta região, mas no caso do México não tem produzido o tão pro- palado desenvolvimento econômico e social. A integração econômica não gerou empregos como se pregava na época do acordo. Pesquisas revelam que o número de pobres aumentou, estando hoje próximo a 50% da população e aproximadamente 19 milhões de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza.

Não foi somente o trabalhador mexicano que perdeu. Com o objetivo de diminuir os custos da produção, empresas industriais foram transferidas para o México, onde a mão-de-obra é mais barata, eliminando muitos postos de trabalho nos Estados Unidos.

Além disso, para o México, aumentou a dependência do merca- do americano. Antes os mexicanos tinham um comércio internacional mais diversificado. Na atualidade, mais de 70% das transações comer- ciais são realizadas com os EUA.

Que problemas poderiam causar esta dependência do México em relação aos EUA?

Ainda sobre esta temática, após a leitura do artigo “Grupo mexicano pede ajuda para derrubar fronteira nos EUA”, responda: Por que as mercadorias entre os EUA e o México podem passar li- vremente mas as pessoas não?

ATIVIDADE

No documento SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO (páginas 57-62)