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6 ESTUDO DE CASOS – UFSCar CAMPUS SÃO CARLOS

6.3 Caso Unidade Saúde Escola – USE

Na época da conclusão do primeiro módulo da USE (referência EDF 124A) em 2003 (UFSCar, 2015)40 havia poucas construções na área, assim, o bolsão de estacionamento sempre atendeu principalmente as demandas dos seus usuários, apesar de beneficiar atualmente usuários de outras unidades próximas que foram construídas na última década – Ambulatório DeAMO/DeAS (2013, ref. 166); Unidade de Simulação da Prática Profissional da Saúde (2013, ref. 149); Edifício Aulas Teóricas 6 (2005, ref. 131); Departamento de Enfermagem (2005, ref. 130).

Os segmentos com vagas exclusivas para motocicletas e similares estão indicados na Figura 28.

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Mapa do campus da UFSCar elaborado pelo Escritório de Desenvolvimento Físico (UFSCar, 2015).

4 VAGAS S1

4 VAGAS S2

Fonte: Adaptado de UFSCar (2015).

As informações coletadas no bolsão de estacionamento da Unidade Saúde Escola estão organizadas no Quadro 9.

Quadro 9 – Estacionamento da USE - Medições.

TOTAL DE VAGAS: 139 vagas comuns para automóveis; 8 vagas para motocicletas e similares

TIPO: Bolsão com duas áreas de vagas para motocicletas posicionadas nas extremidades COORDENADAS: S1 -21.978548, -47.882195 | S2 -21.978509, -47.883211 Vagas P/ Motocicletas Comprim/to (m) Largura (m) Largura da Faixa (m) Inclinação Trasnversal Esq. (graus) Inclinação Trasnversal Meio (graus) Inclinação Trasnversal Dir. (graus) Inclinação Longitudinal Meio (graus) Placa Sinalização

S1 4 1,92 0,90|0,83| (a) 0,10 / 1,9 (a) (a) / 2,6 SIM

S2 4 1,93 1,03|0,90|0,81 0,81

0,10 / 0,2 \ 2,6 \ 2,9 / 0,5 SIM

Fonte: Elaborado pelo autor.

Nota: (a) A presença de vegetação na área demarcada para as vagas impossibilitou a aferição (vagas 2, 3 e 4 do segundo segmento);

(b) Piso asfáltico.

A distribuição das vagas existentes no local entre motocicletas e automóveis ocorre na proporção de 5,8%. Essa proporção supostamente reflete o contexto de mobilidade à época da concepção do projeto (2003), quando a participação das motocicletas na frota era bem menor.

No entanto, faz-se oportuno resgatar os resultados obtidos no capítulo 4, especificamente na Tabela 2 (ver pág. 80), que apontou a proporção de 25% para o município de São Carlos respectivamente ao ano de 2006.

Considerando-se a mudança do perfil da frota no transcorrer das duas últimas décadas, infere-se que essa distribuição é incompatível com a atual tendência de participação dos veículos de duas rodas na frota. Nota-se também que, segundo esse critério de tendência, provavelmente a estimativa de demanda já estava subestimada na época da elaboração do projeto.

No que diz respeito aos aspectos dimensionais (comprimento, largura e faixa demarcatória), observou-se o seguinte:

a) comprimento – as medições mostram uma diferença de 0,01m (um centímetro) entre os segmentos 1 e 2, sendo esse valor aceitável dentro da condição de precisão estabelecida no método e também em relação às imprecisões na execução do projeto (gabaritos demarcatórios, alinhamento das guias).

Considerando-se o maior valor aferido (1,93m) e ainda uma possível imprecisão, o que leva ao acréscimo de mais um centímetro (0,01m) na condição de margem de erro, tem-se o comprimento de 1,94m, que mesmo assim está abaixo da indicação do Conselho Nacional de Trânsito (2007b) que é de 2,20m, no mínimo;

b) largura das vagas – verificou-se divergências acentuadas num conjunto com poucas vagas demarcadas (vagas adjacentes) – quatro em cada seguimento. Em um mesmo seguimento observou-se vagas com 0,81m, 0,90m e 1,03m, sugerindo que essa variação pode estar relacionada à execução do projeto. A recomendação de largura mínima apresentada pelo CONTRAN (2007b) é de 1,0m;

c) largura da faixa demarcatória – as aferições comprovaram a conformidade com o parâmetro mínimo estipulado pelo CONTRAN (2007b) – mínimo de 0,10m e máximo de 0,2m.

As aferições da inclinação transversal no meio e na vaga mais a direita foram prejudicadas em função da presença de vegetação sobre o piso.

Verificou-se no primeiro segmento (S1) um aclive longitudinal (2,6°) que, apesar de significativo, não dificulta a operação de estacionamento, pelo contrário, supostamente favorece o deslocamento em sentido à ré resultante da manobra convencional, que posiciona a roda traseira junto à guia.

No segundo segmento (S2) verificou-se que a inclinação transversal da vaga mais a esquerda (primeira) é de 0,2° em aclive; as inclinações apuradas no meio do segmento e na última vaga são em declive (2,6° e 2,9°, respectivamente) e sugerem algum incidente, possivelmente relacionado à expansão de raízes das arvores sob o piso.

A inclinação longitudinal aferida no meio do segmento S2 indicou uma inclinação de 0,5° em aclive, o que favorece a manobra de estacionamento.

Em termos de outras considerações, durante o ensaio observaram-se as seguintes situações correlacionadas à pesquisa:

a) a presença de vegetação na área demarcada do segmento S1 pode dificultar as manobras, inclusive com o avanço de uma árvore sobre a área da primeira vaga. Infere-se, assim, a necessidade de um plano regular de manutenção;

b) a área de manobra das motocicletas coincide com a área de circulação dos demais veículos. O posicionamento das vagas próximas às curvas dificulta a visão dos condutores de motocicletas e automóveis, sendo que isso pode representar uma condição de risco. A situação é agravada pelo fato das vagas possuírem comprimento inferior ao recomendado e, por isso, as motocicletas de maior porte pronunciam-se sobre a área de circulação; c) não há calçada instalada no fundo das vagas, ou seja, após concluir a

manobra de imobilização da motocicleta, o condutor necessariamente se deslocará em sentido à área de circulação. Essa não parece ser uma condição ideal, principalmente se houver necessidade de acesso aos compartimentos de carga (baú, bauleto ou alforjes) ou a colocação/retirada de equipamento obrigatório de segurança, por exemplo, o capacete;

d) observou-se várias situações onde motocicletas ocupavam vagas de automóveis comuns ou reservadas localizadas mais próximas ao ponto principal de interesse, no caso, a portaria da Unidade Saúde Escola e a rampa de acesso ao Departamento de Atenção à Saúde, como se vê na Figura 29;

Figura 29 – Estacionamento da USE – Uso irregular das vagas.

e) Em ambos os segmentos existem placas de sinalização indicando a área de estacionamento regulamentado para motocicletas (R-6b)41;

f) Apesar de haver de vagas disponíveis mais distantes, os condutores frequentemente estacionam os automóveis nas vias de circulação, inclusive nas proximidades das vagas de motocicletas, o que representa um risco potencial. Tendo em vista que a ocupação irregular do espaço é uma prática recorrente, sugere-se a adoção de ações educativas objetivando a segurança no trânsito.

A Figura 30 exibe as principais características das vagas exclusivas para motocicletas do estacionamento da USE:

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R-6b: Placa indicativa de “Estacionamento Regulamentado” com a legenda “MOTOCICLETAS”. Figura 30 – Estacionamento da USE - Vagas.