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2. APROXIMAÇÃO TEÓRICA NOS FUNDAMENTOS ARQUITETÔNICOS

2.4 URBANISMO E PLANEJAMENTO URBANO

O termo urbanismo, de acordo com Harouel (1990) é um neologismo concebido há pouco mais de um século, o qual foi mencionado em 1867 pelo arquiteto espanhol, Cerda. Por conseguinte, o termo passou a abranger uma grande parte do que diz respeito à cidade como, por exemplo, as obras públicas, morfologia urbana, plano urbano, prática sociais, entre outros.

O urbanismo surgiu de acordo com Argan (1992), da necessidade de extinguir os problemas urbanos devido às alterações da estrutura social, do modo de vida da época e da economia. Já no Brasil, de acordo com Deáke Schiffer (1999), a partir deste século, o Brasil, que era um país em que o setor agrário prevalecia, transformou-se em um país potencialmente urbanizado, porém, é claro que mudanças quantitativas de tal magnitude implicam modificações qualitativas intensas o que muitas vezes não ocorre.

O país, se não esta inteiramente “urbanizado”, tem seguramente caráter preponderantemente urbano. As condições de produção nas áreas urbanas – nas cidades – são agora as da virtual totalidade da economia, e as condições de vida nas

aglomerações urbanas são as da maioria da população. Acima de tudo, as aglomerações urbanas constituem a base e o palco das transformações futuras da sociedade e também de sua economia (DEÁK; SCHIFFER, 1999, p. XX).

Deste modo Lynch (1997) afirma que “em geral uma cidade é estruturada por um conjunto de vias organizadas. O ponto estratégico de tal conjunto é a interseção, o ponto de ligação e decisão para a pessoa em movimento”.

O desenvolvimento urbano é correlato em sentido temporal, isto é, que na cidade há um antes e um depois; isso significa reconhecer e demonstrar que ao longo da coordenada temporal estamos conectando fenômenos que são estreitamente comparáveis e, por sua natureza, homogêneas." (ROSSI, 2001, p. 61).

Assim, de acordo com Rossi (2001), a cidade é como uma arquitetura, porém, não se referindo ao conjunto de obras arquitetônicas, mas sim, a arquitetura como construção da cidade no tempo através do desenvolvimento urbano. Deste modo, Lacaze (1993) distingue o desenho urbano com o desenho da geografia urbana, pois, no desenho urbano há uma intenção de ação, que pode modificar o espaço da cidade.

Podemos estudar a cidade de muitos pontos de vista, mas ela emerge de modo autônomo quando a consideramos como dado ultimo, como construção, como arquitetura, em outras palavras, quando analisamos os fatos urbanos pelo que são – como construção ultima de uma elaboração complexa -, levando em conta todos os dados dessa elaboração que não podem ser compreendidos pela historia da arquitetura, nem pela sociologia, nem pelas outras ciências (ROSSI, 2001, p. XX)

2.4.1 O impacto ambiental

A cidade de Cascavel está em constante desenvolvimento e crescimento. Desse modo, pode-se perceber um inevitável problema de dimensão. Conforme Lerner (2011), “a cidade não é problema, tem que ser solução, devemos tentar melhorar a vida da cidade oferecendo transporte, habitação, saúde, e boas condições para o meio ambiente”.

Os problemas ambientais (ecológicos e sociais) não atingem igualmente todo o espaço urbano. Atingem muito mais os espaços físicos de ocupação das classes sociais menos favorecidas do que os das classes mais elevadas (GUERRA; CUNHA, 2001, p. 27).

Não há construções que não originem impacto ao ambiente, seja ele grande ou moderado. Portanto, o programa de necessidades da edificação deve prever as soluções mais adequadas a fim de tentar reduzir esse impacto.

Durante o processo projetual, deve-se escolher um local adequado para a implantação de um edifício, pois essa deve condicionar os impactos ambientais através das atividades exercidas no local. Sendo assim, deve-se adotar estratégias a fim de evitar os impactos causados (JOURDA, 2013, p. XX).

A urbanização e a emergência dos problemas ambientais urbanos obrigam os estudiosos dos impactos ambientais a considerar os pesos variados da localização, distancia, topografia, características geológicas, morfológicas, distribuição da terra, crescimento populacional, estruturação social do espaço urbano e processo de seletividade suburbana ou segregação espacial (GUERRA; CUNHA, 2001, p. 15).

Como visto anteriormente, independente da escala de um edifício, o mesmo causa impactos ambientais consideráveis para a região onde está implantado. Portanto, por ser uma área da cidade ocupada por classes menos favorecidas, os problemas ambientais atingem essa área com maior demanda. Então serão realizadas buscas de alternativas para a melhoria desses problemas, para evitar os impactos de vizinhança que a proposta pode causar.

2.4.2 Paisagem Urbana

A paisagem é definida por Santos (1988), como um agregado heterogêneo de formatos naturais e artificiais e é composto por partes de ambas, tanto pelo tamanho, volume, cor, utilidade ou qualquer outro critério. Desse modo, tudo o que se vê, é a paisagem. Neste sentido, Colin (2000) afirma que os edifícios constroem a paisagem das cidades.

O bairro é um setor da cidade, onde esta intimamente ligado a evolução e a natureza.

Caracterizado por uma certa paisagem urbana, um conteúdo social e uma função.

[...] A localização da residência depende, pois, de muitos fatores geográficos, morfológicos, históricos, econômicos. A alternância das zonas residenciais, sua constituição de modo especializado do ponto de vista topológico, parece amplamente influenciada por motivos econômicos (FONTES, 2001, p. 70).

Tanto a paisagem como o espaço, de acordo com Santos (2988), “resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade, uma realidade de funcionamento unitário, um mosaico de relações, de formas, funções e sentidos”.

Um dos maiores proveitos que se pode tirar das paisagens atuais esta relacionado aos benefícios físicos e mentais que as mesmas são capazes de proporcionar a sociedade.

Tais benefícios são de importância vital para o ser humano, esteja ele trabalhando, estudando, dormindo, se alimentando, e até mesmo dedicando-se ao lazer (LIRA FILHO, 2001, p. 130).

Será necessária a realização de um estudo da paisagem urbana daquele local, a fim de explorar a influência que o entorno vai causar na edificação e vice-versa. Assim, tem-se que a paisagem será de grande contribuição para o Lar dos Bebês, pois, será um ambiente com uma convivência melhor e, também, uma área de lazer não somente para os usuários, como para os moradores da região.

3 CORRELATOS

No presente capítulo serão abordados os projetos utilizados como referência para a concepção do Lar dos Bebês, os quais apresentam um fundamento e uma base para o início da concepção projetual. Os projetos foram apresentados conforme o pensamento dos arquitetos e posteriormente analisados pela autora, a fim de explorar a característica singular que será utilizada posteriormente.

Escolheu-se como correlato o centro de educação infantil em Dos Hermanas na Espanha, a escola infantil Antoíne Geoffre na França, o jardim de infância Green Hills no México, um centro de bem-estar para crianças e adolescentes Eleanor Roosevelt na França, o espaço infantil Kalorias em Portugal e a biblioteca infantil do instituto Conarte no México.

3.1 CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL EM DOS HERMANAS

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