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FACULDADE ASSIS GURGACZ CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO LOUIZE GRAPÉGIA DAL VESCO LAR DOS BEBÊS EM CASCAVEL-PR.

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LOUIZE GRAPÉGIA DAL VESCO

LAR DOS BEBÊS EM CASCAVEL-PR.

CASCAVEL 2015

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LAR DOS BEBÊS EM CASCAVEL-PR.

Trabalho de Conclusão do Curso de Arquitetura e Urbanismo, da FAG, apresentado na modalidade Projetual, como requisito parcial para a aprovação na disciplina Trabalho de Curso: Qualificação.

Orientador: ProfºArqº: Moacir José Dalmina Junior

CASCAVEL 2015

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LAR DOS BEBÊS EM CASCAVEL-PR.

DECLARAÇÃO

Declaro que realizei em Outubro de 2015 a revisão linguística textual, ortográfica e gramatical da monografia de Trabalho de Curso denominado Lar dos Bebês em Cascavel- PR, de autoria de Louize Grapégia Dal Vesco, discente do Curso de Arquitetura e Urbanismo - FAG.

Tal declaração contará das encadernações e arquivo magnético da versão final do TC acima identificado.

Cascavel, 05 de outubro de 2015

Janes Mara Berlatto

Licenciado em Letras/UNIOESTE/1982 RG nº 2.033.307-3 SSP/PR

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CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

LOUIZE GRAPÉGIA DAL VESCO

DO LAR DOS BEBÊS EM CASCAVEL-PR.

Trabalho apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da FAG, como requisito básico para obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo, sob a orientação do arquiteto professor Profº Arqº Esp: Moacir José Dalmina Junior.

BANCA EXAMINADORA

Arquiteto Orientador Faculdade Assis Gurgacz Moacir José Dalmina Junior

Arquiteto e Urbanista

Arquiteto Avaliador

Universidade Tecnológica Federal do Paraná Fúlvio Natércio Feiber

Arquiteto e Urbanista

Cascavel, 14 de Outubro de 2015

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Dedico o presente trabalho a Deus, criador e criativo. Seu fôlego de vida é meu sustento, doando- me coragem para questionar realidades e propor sempre um mundo de possibilidades.

À minha família, por sua capacidade de acreditar em mim.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela dádiva do conhecimento e por me guiar no caminho do bem.

Mas, principalmente por me abençoar com as pessoas que me cercam, proporcionando vivências com pessoas admiráveis. Com essas, aprendo a cada dia sobre os alicerces da vida:

amor, amizade e conhecimento.

Agradeço aos meus pais Luiz Carlos e Delci. Pai, você é o timão no barco da minha vida. É provedor sem esperar recompensas, me guia todos os dias, ensinando-me a ser uma pessoa generosa. Mãe, a você quero agradecer por todo exemplo de mulher forte, independente, a qual luta por seus ideais. Com você aprendi a me dedicar na minha profissão e a nunca desistir, mesmo quando os problemas são grandes. Amo muito vocês.

Agradeço a minha irmã Bruna, que mesmo com nossas brigas e discussões, sempre me ajudou nos gestos mais singelos e sinceros. Também agradeço pelas ajudas triviais domésticas, que muitas vezes me pouparam alguns minutos para concluir mais esta etapa da minha vida.

Um especial e forte agradecimento ao meu anjo da guarda Tio Zeca, in memorian.

Você faz muita falta a todos nós, principalmente nos passeios. Lembro-me como se fosse hoje, quando você fazia eu me sentir uma princesa ao abrir a porta do carro, estender sua mão e convidar a Madame X a sair do carro. Deus o levou cedo. Porém, estará para sempre em meu coração.

A minha querida Tia Dorildes, que me ajuda na busca pela sabedoria, conhecimento e, participou do meu desenvolvimento diariamente, me aconselhando e ajudando sempre a trilhar o caminho certo. À minha Dinda, por disponibilizar, muitas vezes, uns minutinhos para me ajudar com alguma frase em momentos de dúvida.

Aos meus avós in memorian, muito obrigada por toda a educação e ensinamentos que vocês me transmitiram, principalmente pela ajuda na formação do meu caráter. Mesmo longe, sei que nos momentos de desespero, vocês intercedem por mim e sopram os caminhos para o bem.

As minhas queridas amigas, pela paciência, pelos momentos de ausência e, por muitas vezes ouvir um desabafo, ou pela simples companhia durante das horas de estudo. As minhas amigas de faculdade e irmãs de coração, o meu eterno agradecimento, pois, sem vocês, não seria possível concluir esta etapa.

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apoio, segurança e pela competência no saber orientar. Espero nessa trajetória acadêmica somente não te decepcionar.

Fica também minha eterna dívida a todos os meus professores, que muitas vezes coloram-se a disposição para ajudar-me em minhas dúvidas. E, por todo o conhecimento que me transmitiram.

A todos que contribuíram direta ou indiretamente na consecução desse trabalho.

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“O essencial é invisível para os olhos.”

(Antoine de Saint-Exupéry).

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O atual Trabalho de Conclusão de Curso tem como assunto central o tema Lar dos Bebês, com o objetivo de busca, apresentar uma nova proposta arquitetônica para a cidade de Cascavel, que se encontra localizada no oeste paranaense. O Lar dos Bebês é uma instituição de acolhimento de crianças e adolescentes, a qual recebe subsídios para o acolhimento de no máximo de vinte crianças. A problemática que induziu este estudo é a necessidade de um local adequado para realizar o acolhimento, visando um espaço amplo e agradável, com acessibilidade e outros padrões de relevância. Assim, é responsabilidade do arquiteto projetar um espaço que idealize uma qualidade de vida, estabilidade e segurança aos usuários. Vê-se que há uma necessidade constante da qualidade espacial, pois é a partir dela que ocorrem os estímulos psicológicos nos seres humanos. Para conceber esse espaço, será feita uma revisão bibliográfica como suporte teórico, abordando assuntos como a história do município; o que são instituições de acolhimento; conceitos sobre história; arquitetura, paisagismo, bem como legislações e acessibilidade. Em seguida será feita a análise dos correlatos e referências que auxiliaram na resolução do projeto proposto, utilizando a luz natural e a integração entre a paisagem e a edificação. A seguir apresentará as diretrizes projetuais, que abordarão o partido arquitetônico e o desenvolvimento das intenções de projeto, o programa de necessidades, os elementos técnicos e a análise do terreno escolhido. Com o levantamento de todos os dados, será projetado um ambiente lúdico específico para as crianças brincarem, a fim de proporcionar um local divertido, estimulando a criatividade. Também é de extrema importância a presença da integração do ambiente construído com a área externa, transmitindo sensações e aguçando o estimulo dos outros sentidos e, para isso, será utilizado um jardim sensorial, o qual será utilizado não somente pelas crianças, mas também pelos colaboradores do local. Serão apresentados ambientes com acessibilidade e conforto, almejando uma edificação funcional, que atenda as necessidades das crianças, para se sentirem acolhidas.

Todas as etapas realizadas neste trabalho irão proceder a um projeto arquitetônico.

Palavras chave: Lar dos Bebês. Brinquedoteca. Jardim Sensorial. Qualidade Espacial.

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The current work has its subject the “Home of Babies”, host institution for children and adolescents, that receives subsidies to care a maximum of twenty children. This study aimed to present a new architectural proposal for the city of Cascavel, located at Paraná west. The issue that prompted this study is the need fora suitable place to hold the reception, targeting a spacious and pleasant area, with accessibility and other relevant standards. It is the architect's responsibility to design spaces that idealize quality of life, stability and security. The spatial quality is a constant concern cause it’s there that occur the psychological stimuli to humansTo design this space, the literature review will provide theoretical support, addressing issues such as the history of the city, host institutions, concepts of history, architecture, landscaping, legislation and accessibility.

The analysis of the correlates and references will help the solving the proposed project, using natural light and the integration of landscape and building. Next, the paper presents the design specification, guidelines that address the architectural advantage and the development of design intent, the program needs, the technical elements and the analysis of the chosen site. With this, it designed a specific playful environment for children to play in order to provide a fun place and stimulate creativity. It is also very important to show the integration of the built environment with the outside area, conveying feelings and sharpening the stimulation of all senses. For it will be built a sensory garden, which will be used not only by children but also by the workers.

Environments will be presented with accessibility and comfort, aiming for a functional building that meets the needs of children. All steps in this work carry an architectural design.

Keywords: Home of Babies. Playroom. Sensory Garden. Space Quality.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIG. 1 Mapa do Brasil/Paraná/Cascavel ... 16  

FIG. 2 Perspectiva externa do Centro de Educação Infantil ... 34  

FIG. 3 Implantação do Centro de Educação infantil ... 35  

FIG. 4 Fachada frontal da Escola Infantil Antoíne Geoffre ... 35  

FIG. 5 Perspectiva do pátio interno da Escola Infantil Antoíne ... 36  

FIG. 6 Perspectiva externa Centro de Bem-estar para Crianças e Adolescentes Eleanor Roosevelt ... 37  

FIG. 7 Planta baixa primeiro pavimento de Centro de Bem-estar para Crianças e adolescentes Eleanor Roosevelt ... 37  

FIG. 8 Planta Baixa segundo pavimento do Centro de Bem-estar para Crianças e Adolescentes Eleanor Roosevelt ... 38  

FIG. 9 Planta Baixa do Kalorias - Espaço Infantil ... 39  

FIG. 10 Cortes do Kalorias - Espaço Infantil ... 39  

FIG. 11 Perspectiva interna do Kalorias - Espaço Infantil ... 40  

FIG. 12 Perspectiva voo do pássaro da Biblioteca Infantil e Centro Cultural CONARTE ... 40  

FIG. 13 Perspectiva interna da Biblioteca Infantil e Centro Cultural CONARTE ... 41  

FIG. 14 Mapa do Brasil/Paraná/Cascavel ... 42  

FIG. 15 Lote a ser desenvolvida a proposta projetual ... 43  

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 – Programa de Necessidades/Setorização...45

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ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas

CONARTE:Conselho para a Cultura e Artes de Nuevo León ECA: Estatuto da Criança e do Adolescente

NBR: Norma Brasileira PR: Paraná

SNAS/MDS: Proteção Social Especial SP: Subzona de Proteção

SUOC: Subzona Uso e Ocupação Controlada ZFAU: Zona de Fragilidade Ambiental Urbana

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 12

1.1 ASSUNTO/ TEMA ... 12

1.2 JUSTIFICATIVA ... 13

1.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA ... 13

1.4 OBJETIVO DA PESQUISA ... 13

1.4.1 Objetivo Geral ... 13

1.4.2 Objetivos Específicos ... 13

1.5 METODOLOGIA ... 13

1.6 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 14

2. APROXIMAÇÃO TEÓRICA NOS FUNDAMENTOS ARQUITETÔNICOS ... 15

2.1 NA HISTÓRIA E TEORIAS ... 15

2.1.1 História de Cascavel - PR ... 15

2.1.2 Instituições de Acolhimento de Crianças e Adolescentes ... 16

2.1.3 Concepção espacial ... 18

2.1.4 Utilização das cores na concepção espacial ... 19

2.2 METODOLOGIA DE PROJETO E PAISAGISMO ... 20

2.2.1 Concepção do Partido Arquitetônico ... 21

2.2.2 A Forma Arquitetônica ... 22

2.2.3 As Cores ... 23

2.2.3.1 As cores como Elemento Arquitetônico ... 23

2.2.4 Ludoterapia ... 24

2.2.5 Paisagismo ... 25

2.3 TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO ... 26

2.3.1 O conforto da edificação ... 26

2.3.2 Conforto térmico ... 27

2.3.3 Iluminação Natural ... 28

2.3.4 A estrutura na Arquitetura ... 29

2.4 URBANISMO E PLANEJAMENTO URBANO ... 30

2.4.1 O impacto ambiental ... 31

2.4.2 Paisagem Urbana ... 32

3 CORRELATOS ... 34

3.1 CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL EM DOS HERMANAS ... 34

3.2 ESCOLA INFANTIL ANTOÍNE GEOFFRE ... 35

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3.4 CENTRO DE BEM-ESTAR PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES ELEANOR

ROOSEVELT ... 36

3.5 KALORIAS - ESPAÇO INFANTIL / ESTÚDIO AMATAM ... 38

3.6 BIBLIOTECA INFANTIL E CENTRO CULTURAL POR CONARTE ... 40

4 DIRETRIZES PROJETUAIS ... 43

4.1 IMPLANTAÇÃO ... 42

4.2 PARTIDO ARQUITETONICO ... 43

4.3 PROGRAMA DE NECESSIDADES/SETORIZAÇÃO ... 43

4.4 FLUXOGRAMA ... 46

4.5 ACESSIBILIDADE ... 46

5 CONSIDERAÇÕES ... 47

REFERÊNCIAS ... 49

APÊNDICES ... 53

ANEXOS ... 54

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1 INTRODUÇÃO

O presente projeto de pesquisa pretende desenvolver um compilado diversificado, a partir do tema escolhido para o Trabalho de Conclusão de Curso, a fim de habilitar e aprimorar o conhecimento, não somente a cerca do tema discutido, mas também no embasamento arquitetônico teórico e também prático.

Para que o projeto se desenvolva, com a intenção de melhorar a qualidade espacial e funcional do local, objetiva-se a realização de um estudo sobre o funcionamento da instituição, assim como a rotina das atividades realizadas, as necessidades diárias, tanto dos funcionários quanto das crianças.

O tema foi escolhido após uma visita realizada pela acadêmica à instituição Lar dos Bebês Pequeno Peregrino, em que foi possível ver uma melhor elaboração do projeto arquitetônico e paisagístico do lugar.

Foram realizadas pesquisas a cerca das quatro frentes da arquitetura, as quais serviram de embasamento teórico e prático, durante todo o curso de Arquitetura e Urbanismo.

Após a análise destas frentes, as quais são: Histórias e Teorias; Arquitetura e Paisagismo;

Tecnologias; Urbanismo e Planejamento Urbano serão relacionados aos conceitos abordados com o tema discutido.

Após realizar o embasamento teórico, serão observadas obras correlatas, a fim de apresentar características arquitetônicas, como por exemplo, a forma, implantação, setorização e espaços internos, as quais serão apresentadas pelos arquitetos e posteriormente analisados pela autora, a fim de apresentar a particularidade a ser utilizada como referência.

Posteriormente a esta análise, serão abordadas as diretrizes projetuais do Lar dos Bebês, com a intenção de especificar as características do terreno, o programa de necessidades, o fluxograma e partido arquitetônico, bem como a importância da acessibilidade.

Por fim, será realizado um estudo preliminar para a proposta projetual para o Lar dos Bebês, o qual resultará no projeto final.

1.1 ASSUNTO/ TEMA

O tema abordado trata-se de uma proposta projetual para o Lar dos Bebês, tendo como assunto principal a sua revitalização e ampliação, de acordo com as necessidades da entidade.

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1.2 JUSTIFICATIVA

O resultado da pesquisa, caso positivo, pode contribuir com novos conceitos para o local onde a entidade está instalada, tendo assim, como relevância social, o aproveitamento do projeto pela instituição em questão. Segundo Colin (2000), a funcionalidade precede qualquer dado diferenciado, não a função estética, mas a função aplicada na prática, ou seja, no momento em que se está projetando.

1.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

Após análise visual do local onde será proposto o projeto, vê-se que há uma deficiência no quesito da acessibilidade, a qual hoje é de extrema importância para a arquitetura. Vê-se também, que há uma deficiência quanto às instalações administrativas e também, recreativas. Dentro das carências na área recreativa, há a necessidade de um espaço adequado para o playground, e também uma quadra de esportes. Quais benfeitorias podem ser projetadas para o Lar dos Bebês?

1.4 OBJETIVO DA PESQUISA

A pesquisa propõe-se a realizar um estudo amplo nos âmbitos projetuais, históricos, tecnológicos e urbanísticos, os quais serão de suma importância na elaboração da proposta projetual.

1.4.1 Objetivo Geral

Desenvolver pesquisa com conceitos projetuais e paisagísticos aplicados ao Lar dos Bebês.

1.4.2 Objetivos Específicos

- Elaborar o referencial teórico que venha servir de auxilio para o desenvolvimento projetual.

- Buscar obras correlatas e analisar as abordagens arquitetônicas.

- Realizar diretrizes projetuais, nas áreas técnicas para elaboração do projeto proposto.

- Desenvolver a proposta projetual para o Lar dos Bebês 1.5 METODOLOGIA

A metodologia utilizada na presente pesquisa trata-se de exploratória e descritiva, a

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qual a primeira, segundo Sampieri, Collado e Lucio (2006), é feita quando o objetivo versa em pesquisar um tema pouco abordado. Já a segunda, também segundo os autores, deve-se explicitar atributos e particularidades importantes de qualquer elemento que se analise.

1.6 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Serão realizadas pesquisas a cerca das Histórias e Teorias, Metodologia de Projeto e Paisagismo, Tecnologia da Construção, e, Urbanismo e Planejamento Urbano, as quais são denominadas como frentes da arquitetura, que serviram de embasamento teórico e prático, durante todo o curso de Arquitetura e Urbanismo.

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2. APROXIMAÇÃO TEÓRICA NOS FUNDAMENTOS ARQUITETÔNICOS

Neste capítulo serão abordadas as quatro frentes da arquitetura, as quais serviram de embasamento teórico e prático, durante todo o curso de Arquitetura e Urbanismo. Após a análise destas frentes, as quais são: Histórias e Teorias; Arquitetura e Paisagismo;

Tecnologias; Urbanismo e Planejamento Urbano serão relacionados aos conceitos abordados com o tema discutido.

2.1 NA HISTÓRIA E TEORIAS

Segundo Glancey (2001), a história da arquitetura tem início aproximadamente no ano 7000 a.C. e apresenta como o homem conseguiu abrigo, fazendo da arquitetura uma necessidade. Temos assim, segundo Nestor Filho (2004), que em cada período, seja ele atual ou antigo, a arquitetura é produzida e aproveitada distintamente, a qual se relaciona de uma forma singular com a estrutura da cidade já estabelecida. Assim, Benevolo coloca:

A arquitetura moderna é a busca de um novo modelo de cidade, alternativo ao tradicional, e começa quando os “artistas“ e os “técnicos“ - chamados a colaborar com a gestão da cidade pós-liberal - se tornam capazes de propor um novo método de trabalho, libertado das anteriores divisões institucionais (BENEVOLO, 2001, p.

625).

Entretanto no Brasil, segundo Colin (2000), a arquitetura moderna desperta com o trabalho do arquiteto russo Gregori Warchavchik, na cidade de São Paulo, em meados de 1920. Porém, hoje em dia, a arquitetura brasileira possui uma diversidade e abrangência em várias tendências, apesar do país não reproduzir as condições de uma sociedade pós- industrial, a qual inspirou movimentos mais críticos da arquitetura.

2.1.1 História de Cascavel - PR

A partir da segunda metade do século XX, segundo Piaia (2004) ocorreu a ocupação da região oeste do estado do Paraná, o qual foi o último local entre os estados do sul do país a ser colonizado. O oeste paranaense atravessou quatro fases distintas de ocupação. Assim, temos que:

A primeira decorrente da ocupação de grande parte do território sul-americano por um numero acentuado de tribos indígenas. [...] A segunda fase da ocupação, pontuada com elementos da cultura indígena e europeia. [...] A terceira fase decorreu da introdução do sistema obragero, que significativamente, interligará a região ao sistema de trocas e ao comercio internacional. [...] na quarta fase, ou contemporânea, é que as transformações se tornam mais abruptas e complexas. As fases anteriores,

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embora repletas de riquezas e significações não contem em seu bojo a complexidade trazida pelas relações de produção capitalista (PIAIA, 2004, p. 162)

O autor acima citado ainda afirma que não há qualquer precisão da data de nascimento da cidade ou até mesmo informações sobre o surgimento do nome e sua consolidação. Já Sperança (1992) afirma que a capital do oeste do Paraná, como é conhecida por ser o pólo econômico da região, viveu seu primeiro ano de município instituído ainda na qualidade de distrito de Foz do Iguaçu, até a instalação em 14 de dezembro de 1952, momento em que se inicia a vida independente.

FIG. 1 Mapa do Brasil/Paraná/Cascavel

Fonte: Site: Prefeitura de Cascavel PR

Hoje, de acordo com o portal virtual da cidade, Cascavel conta com aproximadamente 300 mil habitantes, tendo uma topografia privilegiada por estar situada no terceiro planalto do estado, permanecendo assim aproximadamente 500 km da capital do estado, é um pólo econômico, devido ao agronegócio, o qual se inicia nas agroindústrias.

Posteriormente, é passado pela comercialização e por fim desenvolve e oferta serviços especializados.

2.1.2 Instituições de Acolhimento de Crianças e Adolescentes

O Departamento de Proteção Social Especial (SNAS/MDS) elaborou o documento Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes, aprovado em junho de 2009, o qual consiste na regulamentação, no território nacional, a organização e oferta destes serviços.

Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), na disposição do artigo 101, o abrigo institucional é um serviço que oferece o acolhimento temporário para crianças e adolescentes separadas do convívio familiar por meio de medida protetiva de abrigo, ou em caso de abandono, ou cujas famílias ou responsáveis encontrem-se provisoriamente incapazes de desempenhar sua função de cuidado e proteção.

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Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes (BRASIL, 1990, Art. 19).

Conforme as orientações técnicas elaboradas pelo SNAS/MDS o serviço deve ter a aparência similar ao de uma residência e estar implantado em áreas residenciais, oferecendo ambiente acolhedor e condições institucionais para o atendimento com padrões de dignidade.

Seguindo nesta mesma linha, o documento apresenta um público alvo de crianças e adolescentes de 0 a 18 anos, sob medida protetiva de abrigo, tendo como número máximo de 20 usuários.

O documento ainda mostra que, “quando os serviços forem desenvolvidos por organizações não-governamentais, a equipe técnica deverá pertencer ao quadro de pessoal da entidade ou, estar vinculada ao órgão gestor da Assistência Social” (Orientações Técnicas:

Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes, 2009, p. 64)

A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional não se prolongará por mais de 2 (dois) anos, salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária (BRASIL, 1990, Art. 19, § 2°).

A instituição Lar dos Bebês Pequeno Peregrino, segundo o portal digital da mesma, é:

Entidade Civil, Pessoa Jurídica de direito privado, filantrópica assistencial, sem fins lucrativos, fundada em 20//02/1994, registrada junto ao (CMAS) Conselho Municipal de Assistência Social sob nº 01.01.2003.006, reconhecida desde 2002 como Utilidade Pública Municipal (Lei 3521/2002) e desde janeiro de 2010, como de Utilidade Pública Estadual (Lei 16.379/2010).

A instituição atende crianças de 0 (zero) à 18 (dezoito) anos de idade que possuem vínculos familiares rompidos e/ou fragilizados, em condição de ímpeto social e/ou pessoal sob medida de proteção por determinação da Vara da Infância e da Juventude da Comarca de Cascavel.

É dever da família, da sociedade e do Estado em assegurar à criança e ao adolescente com absoluta prioridade, o direito a vida, a saúde, a alimentação, a educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, a dignidade, ao respeito, a liberdade e a convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda

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forma de negligencia, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão (BRASIL, 1988, Art. 227)

O Lar dos Bebês se iniciou com a idéia de uma família que abrigou solidariamente duas crianças, que com o passar dos anos foram aumentando e garantiu a outras crianças, não somente abrigo, também um refugio. Hoje em dia a instituição recebe subsídios governamentais para o acolhimento de vinte crianças, e conta com quadro de atendimento técnico e operacional.

2.1.3 Concepção espacial

Tem-se, de acordo com Zevi (1996, p. 27), como caracterização da história da arquitetura “a história das concepções espaciais”. Se fizermos uma relação entre concepção espacial e qualidade de espaço, temos que:

Deve o edifício tocar a nossa sensibilidade, nos incitar à contemplação, nos convidar à observação de suas formas, à textura das paredes, ao arranjo das janelas, ao jogo de luz e sombras, às cores, à sua leveza ou solidez (COLIN, 2000, p. 25)

Na intuição de projeto, conforme Zevi (1996), a edificação deve contemplar dois espaços, os interiores, que são definidos pela forma arquitetônica e, o exterior aplicado ao entorno da edificação. Segundo Gomes Filho (2003), a forma pode ser esclarecida como a figura visível do conteúdo, a qual comunica sobre a natureza do aspecto da edificação.

A partir disso, temos que as diversas configurações da forma podem ser manejadas a fim de se deliberar um volume de espaço separado e a maneira como seus padrões de sólidos e vazios comprometem a propriedade do espaço definido (CHING, 1998, p. 178).

Neste sentido, Okamoto (1997, p. 9) mostra que “a matéria prima do arquiteto é o espaço interno do edifício construído”. O autor também apresenta a necessidade de edifícios com preocupações formais e estéticas, que venham suprir as necessidades funcionais do indivíduo, das empresas e das instituições.

Assim, Ching (1998, p. 188) apresenta que “a maneira como esses espaços são dispostos pode esclarecer sua importância relativa e seu papel funcional ou simbólico na organização de um edifício”. Desta forma se faz necessária a harmonia entre o espaço interno e o externo, onde Gomes Filho (2003) diz que:

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A harmonia diz respeito à disposição formal bem organizada no todo ou entre as partes de um todo. Na harmonia, predominam os fatores de equilíbrio, de ordem e de regularidade visual inscritos no objeto ou na composição, possibilitando, geralmente, uma leitura simples e clara. A harmonia é, em síntese, o resultado de uma perfeita articulação visual na integração e coerência formal das unidades (GOMES FILHO, 2003, p. 51)

De acordo com a abordagem do tema escolhido, a concepção espacial tem como objetivo a melhoria da percepção do espaço interno e externo, a fim de aperfeiçoar as sensações, apresentando um conforto psicológico para os usuários.

Assim, a percepção é uma função psicológica que consente ao organismo por meio dos sentidos, aceitar e elaborar a comunicação oriunda do seu entorno. Há diversos fatores que intervêm na percepção do espaço ou de um elemento; como por exemplo, as incitações sensoriais, a localização do objeto no tempo e no espaço, a importância das experiências previas das pessoas, tais como a cultura e a educação (LIMA, 2010, p. 24).

[...] A interpretação espacial constitui o atributo necessário de toda a possível interpretação se esta quiser ter um sentido concreto, profundo, compreensivo em matéria de arquitetura. Oferece por isso, o objeto, o ponto de aplicação arquitetônico a todas as possíveis interpretações da arte, e condiciona sua validade (ZEVI, 1996, p.

192).

2.1.4 Utilização das cores na concepção espacial

Há aproximadamente um século, o ser humano passou a utilizar as cores com a mesma veemência que se faz hoje. As cores compõem incitações psicológicas para o sentimento humano, interferindo no indivíduo, para gostar ou não de algo. Assim, vê-se que a dimensão de um objeto pode ser modificada pelo uso da cor, onde, por exemplo, a área branca parece sempre mais extensa, ao contrário da área preta, pois estas diminuem o espaço (FARINA, 1993, p. 111-112).

Um fenômeno de luz e percepção visual que pode ser descrito em termos da percepção que um indivíduo tem de matiz, saturação e valor tonal. Cor é o atributo que mais claramente distingue uma forma de seu ambiente. Também afeta o peso visual de uma forma (CHING, 1998, p. 34).

Neste contexto, Guimarães (2000) apresenta que a humanidade compreende a cor como um atributo ou característica natural dos objetos. Cada ser humano vê uma imagem com um ponto de vista diferente, criando, campos visuais diferentes, os quais formam o volume dos objetos. O autor também apresenta que:

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Uma composição cromática, como toda experiência visual, é dinâmica. As cores apresentam características de peso, distância e movimento que, combinados a proporção e localização das formas, constroem uma informação complexa, cuja totalidade provoca reações diversas no observador (GUIMARÃES, 2000, p. 75)

Para uma composição de cores agradável, de acordo com Guimarães (2000), é necessário o equilíbrio e a harmonia, os quais podem ser definidos como a inter-relação entre as cores. Seguindo nesta mesma linha, Pedrosa (2004) afirma que todas as cores combinam entre si, porém, nem todas as composições são harmoniosas.

Conforme o enfoque do tema tem-se que a utilização das cores na concepção do espaço interno e externo, devido à sua capacidade de fazer um objeto recuar ou avançar, podem alterar o próprio volume. Não somente isso, mas a cor pode ser utilizada com finalidade psicológica e cromoterápica (GOMES FILHO, 2003, p. 65).

Por sua expressividade, a cor tem a capacidade de, mais que qualquer outro elemento, liberar as reservas criativas do indivíduo. Essa liberação é fator decisivo na autoafirmação e auto-aceitação, que, em última análise, é o que visa o terapeuta.

Na ludoterapia, terapia pelos brinquedos, por exemplo, a cor tem papel relevante.

[...] Contribui para um crescimento harmônico e equilibrado. Ela consiste no uso especialmente do brinquedo colorido, dentro de um equilíbrio exato, cuja manipulação irá influenciar beneficamente no sistema nervoso da criança, propiciando-lhe uma liberdade interior que, mais tarde, no decorrer da vida, vai capacitá-la em suas próprias escolhas e opções (FARINA, 1993, p. 109).

Assim, as cores podem ser utilizadas como um apoio para o desenvolvimento e também como um estimulo psicológico para as crianças, pois podem ajudar a transmitir tranquilidade a partir não somente de uma cor, mas de uma composição harmônica de cores (GOMES FILHO, 2003, p. 65)

2.2 METODOLOGIA DE PROJETO E PAISAGISMO

Segundo Colin (2000, p. 51), “a forma de um edifício é, pois, sua silhueta, sua massa, sua cor e textura, seu jogo de luzes e sombras, a relação e disposição de seus cheios e vazios”. O autor também afirma que o edifício é como uma obra de arte, que além de atender aos requisitos técnicos, como estrutura e qualidade de material, devem instigar a contemplação. Além do projeto e suas particularidades, as áreas verdes que compõem o local é de extrema importância, portanto:

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As funções que as áreas verdes e os espaços livres desempenham no meio urbano podem ser agrupadas em três conjuntos: valores paisagísticos, valores recreativos e valores ambientais. Todas estas funções, direta ou indiretamente, têm implicações sociais com reflexos na qualidade de vida da população (Lira Filho, 2002 p. 133)

2.2.1 Concepção do Partido Arquitetônico

Entende-se como concepção do partido arquitetônico, de acordo com Comas (1986) o conjunto de especificações formais, que podem ser consideradas como a natureza geométrica e também técnico-construtivo. O autor também apresenta que:

A primeira teoria postula o partido como a consequência inevitável da correlação lógica entre a análise dos requerimentos operacionais do programa e a análise dos recursos técnicos disponíveis. A segunda visualiza o partido como resultado de intuição do gênio criador arquiteto, manifestando-se espontaneamente. Ambas surgem contrapropostas à teoria tradicional que entendia ser a concepção de partido baseada na imitação de precedentes formais conhecidos (COMAS 1985, p. 35)

Miriam Gurgel (2005) cita que o espaço deve ser eficiente, agradável e causar o bem- estar aos seus usuários, utilizando-se de uma boa iluminação, conforto, ventilação, cores agradáveis e que atuem positivamente na mente das pessoas. Neste sentido, Del Rio (2002) apresenta que o arquiteto ao projetar os espaços, necessita de conhecimentos transdisciplinares, ou seja, ao mesmo tempo, em diversas linguagens, como em artes, fisiologia, psicologia, física, química, matemática.

Segundo Ching (1998) “o espaço engloba constantemente nosso ser através do volume do espaço nos movemos, percebemos formas, ouvimos sons, sentimos brisas, cheiramos as fragrâncias de um jardim em flor.”

O partido arquitetônico, não somente ligado a forma arquitetônica, mas também ao sistema adotado na concepção do projeto tem-se, de acordo com Colin (2000) que:

A função antecede qualquer outro dado, não a função estética, mas a função prática.

Antes de se pensar em um edifício, é necessário que a sociedade precise dele, que haja uma função para ele cumprir; além disso, o uso, terá papel importante na definição de sua forma (COLIN, 2000, p. 27)

Desta forma, foi adotada a funcionalidade como partido principal na concepção do projeto, pois, é de extrema importância que a edificação possua um propósito e também, que os usuários, ao caminharem pela edificação, sintam-se orientados, ou seja, que consigam distinguir os ambientes de acordo com a setorização.

(26)

2.2.2 A Forma Arquitetônica

A forma, de acordo com Ching (1998) é um termo com diversos significados e abrangência, o qual, na arte e no projeto, são frequentemente utilizados para definir a estrutura formal, que pode ser explicada como o estilo de distribuir e ordenar os elementos de uma composição de maneira a originar uma representação coerente.

Já Colin (2000) fala que a forma volumétrica analisa o aspecto exterior do edifício, o qual valoriza o volume preferencialmente ao espaço, que foi concebido por critérios excepcionalmente funcionais.

A arquitetura é o jogo sábio, correto e magnifico dos volumes reunidos sob a luz.

Nossos olhos são feitos para ver formas sob a luz; as sombras e os claros revelam as formas. [...] São as grandes formas primárias que a luz revela bem (CORBUSIER, 2000, p. 13).

Segundo Lima (2010, p. 105) “a luz se tornou um material à disposição do arquiteto para definir espaços, enfatizar volumes, criar atmosfera e transmitir uma mensagem”. Além de tudo isso, deve-se ressaltar que a iluminação apropriada é o fator vital para a percepção. A boa iluminação, seja ela natural ou artificial, deve dar ao recinto um efeito de conforto e segurança (MANCUSO, 2010, p. 77).

Como visto anteriormente, é importante para o arquiteto a disponibilidade de uma ferramenta que avalie e promova a manipulação da forma espacial, assim, o modo como os espaços conjugam-se entre si institui-se um importante assunto na análise da forma espacial (COLIN, 2000, p. 57).

A forma arquitetônica é o ponto de contato entre massas e espaço[...] Formas arquitetônicas, texturas, materiais, modulação de luz e sombra, cor, tudo se combina para injetar uma qualidade ou espirito, que articula o espaço. A qualidade da arquitetura será determinada pela habilidade do projetista em utilizar e relacionar esses elementos, tanto nos espaços internos quanto nos espaços ao redor dos edifícios (BACON, apud CHING, 1998, P. 33).

Assim, vê-se que a forma na arquitetura influencia diretamente ao usuário, pois ela pode transmitir diversas sensações, portanto, serão utilizadas formas simples, com materiais diferenciados a fim de proporcionar um conforto visual, e uma sensação de acolhimento para as crianças e jovens do Lar dos Bebês.

(27)

2.2.3 As Cores

A cor não possui uma essência material. É apenas sensação originada por associações nervosas sob a ação da luz. A cor proporciona uma variedade muito ampla e pode ser classificada em primárias, secundárias e terciárias e, dentro dessas, cores quentes e cores frias (MANCUSO, 2010, p. 113).

Cor primária: é cada uma das três cores indecomponíveis que, misturas em proporções variáveis, produzem todas as cores do espectro, que são o vermelho, o amarelo e o azul. [...] Cor secundária: é a cor formada em equilíbrio óptico por duas cores primárias. Cor terciária: é a intermediária entre uma cor secundária e qualquer das duas que primárias que lhe dão origem. Cores quente: são o vermelho e o amarelo, e as demais cores que eles predominem. Cores frias: são o azul e o verde, bem como as outras cores predominadas por eles (MANCUSO, 2010, p. 115).

A autora expõe os atributos psicológicos propostos pelas cores: vermelho, amarelo, azul, verde, laranja, violeta, preto e branco. Têm-se também os tipos de harmonias cromáticas, que são divididas em: harmonia complementar ou oposta; harmonia análoga ou adjacente;

harmonia monocromática; harmonia complementar dividida simples; harmonia complementar dividida dupla; harmonia tríade; harmonia monotom e, por fim, harmonias alternativas de 60°

ou 90° (MANCUSO, 2010, p. 120 - 138).

2.2.3.1 As cores como Elemento Arquitetônico

A personalidade das pessoas pode ser interferida através da utilização das cores, ou seja, as pessoas trabalham, estudam, produzem melhor, quando se utiliza cores adequadas para a prática de ocupações. Têm-se cores relacionadas até mesmo para a aparência da personalidade, ou, até mesmo o estado de espírito. O impacto emocional decorrente das combinações diversificadas de cores vai depender em sua totalidade, do observador. Tem-se assim, as características psicológicas sugeridas pelas cores (MANCUSO, 2010, p. 119).

A cor atua sobre o homem provocando-lhe otimismo ou depressão, atividade ou passividade. A cor com ambiente em oficinas, escritórios ou escolas pode fazer aumentar ou diminuir a produção ou o aproveitamento, e em clínicas contribuir para a saúde dos internados. A cor pode agir de uma forma indireta reduzindo ou aumentando a ação psicofisiológica das características geométricas de um espaço, visto que é mais um componente desse mesmo espaço; e de uma forma direta pela capacidade emotiva da própria cor (NEUFERT, 1976, p. 27).

Desta forma, será utilizada a composição cromática a fim de repassar sentimentos e sensações, tanto no lado externo da edificação, quanto nos ambientes internos, proporcionando às crianças um espaço agradável para viverem.

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2.2.4 Ludoterapia

A ludoterapia, segundo Axline (1972) é embasada no caso de que é através do jogo que a criança se auto-expressa. Segundo a mesma, é uma chance proporcionada à criança de se desprender de seus sentimentos e anseios por meio do brinquedo.

A ludoterapia pode ser conceituada como uma oportunidade que se proporciona à criança de poder se desenvolver sob condições com uma maior qualidade (AXLINE, 1972, p.

14).

A sala de ludoterapia é um bom lugar de crescimento. Na segurança dessa sala, onde a criança é a pessoa mais importante, onde ela está no comando da situação e de si mesma [...] Pode pôr à prova suas idéias, pode expressar-se completamente, pois esse é seu mundo e não tem que competir mais com outras forças (AXLINE, 1972, p. 15).

Neste sentido, segundo a autora, a sala de ludoterapia deveria ter isolamento acústico; uma pia com água corrente quente ou fria; o chão e o teto seriam acobertados por materiais facilmente laváveis, que resistam a água, argila, tinta, e pancadas fortes.

A brinquedoteca surgiu no Brasil, em meados dos anos 80, e, possui como conceito

“o espaço criado com o objetivo de proporcionar estímulos para que a criança possa brincar livremente”. É um espaço que promove uma interação educacional e social entre as crianças (SANTOS, 1997, p. 13).

Espaço que se caracteriza por possuir um conjunto de brinquedos, jogos e brincadeiras, oferecendo um ambiente agradável, alegre e colorido, onde mais importante que os brinquedos é a ludicidades que estes proporcionam. Este ambiente criado especialmente para a criança tem como objetivo estimular a criatividade, desenvolver a imaginação, a comunicação, a expressão, incentivar a brincadeira do faz-de-conta, a dramatização, a construção, a solução de problemas, a socialização e a vontade de inventar, coloca ao alcance da criança uma variedade que, além de possibilitar a ludicidade individual e coletiva, permite que ela construa seu próprio conhecimento (SANTOS, 1995, p. 8).

Assim, tem-se que o espaço lúdico deve ser agradável e divertido. Portanto, o espaço será pensado a fim de apresentar as características necessárias para o desenvolvimento e para a distração da criança e, para isso, será utilizada uma composição cromática e de elementos que apresentem essas sensações.

(29)

2.2.5 Paisagismo

Segundo Lira Filho (2001), o paisagismo é uma área nova do conhecimento, embora sua procedência seja na história da existência da humanidade. O autor ainda afirma que as paisagens fazem parte da convivência do ser humano, intervindo sob as mais diversas perspectivas, que podem ser desde o ecológico, econômico e até o social.

Já Abudd (2006) coloca que “a arquitetura paisagística limita e subdivide espaços, mas esse trabalho não surge do nada, pois sempre há um espaço físico preexistente sobre o terreno que sofrerá intervenção e se estende pela paisagem do entorno.”

Ao elaborar um projeto, o paisagista dispõe de elementos construídos e, ou, vegetais, bem como dos sentimentos para estabelecer um processo de comunicação com os usuários da paisagem a ser construída. E, para trabalhar os sentimentos, ele lança a mão de alguns elementos básicos de comunicação visual, tais como a linha, a forma, a textura, a cor, bem como de princípios de estética (LIRA FILHO, 2001, p. 16).

Segundo Lira Filho (2001), “na paisagem, nem tudo pode ser identificado visualmente, ela dispõe de recursos, visíveis ou não, porem, perceptíveis àqueles que se propõem a usufruí-la.”

Assim, a interação entre os elementos naturais e os construídos pelo homem, há os elementos não-visualizados, entretanto vigente na construção da paisagem. Trata-se de elementos ocultos, cuja percepção se dá por sensações produzidas não somente pelos órgãos da visão, como os outros sentidos também (LIRA FILHO, 2001, p. 21).

Os jardins, de uma maneira geral, representam um espaço de lazer e prazer. Através deste espaço, é possível experimentar sensações diferentes e entrar em contato com a natureza em sua mais exuberante expressão. O jardim sensorial difere dos jardins comuns, em sua proposta, ele deixa de ser apenas uma área de lazer para se tornar, além disso, uma ferramenta de inclusão social de pessoas com diversos tipos de necessidades especiais, como a visual [...] Contudo, o jardim sensorial não beneficia apenas as pessoas com algum tipo de necessidade especial ou que estejam em reabilitação, podendo ser útil as demais pessoas por estimular sentidos que se encontram adormecidos pela prioridade dada à visão, ajudando-os a relaxar ao entrar em contato com a natureza (BORGES E PAIVA, 2009, p. 34-35).

Para Abbud (2006), as plantas proporcionam diversas possibilidades de composição em suas flores, folhas, raízes, frutos, galhos e caules, ora pelas cores, texturas e volumetria, ora pelos sabores, aromas, sons e movimentos que enriquecem os cenários em que são projetadas.

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A cor é o elemento mais notável da floração. Não importa se as flores são miúdas, graúdas, em cachos ou isoladas, mas a extensão e o impacto da massa colorida que elas formam. Esse efeito pode cativar tanto um caminhante como um motorista de automóvel em alta velocidade” (ABBUD, 2006, pg. 110).

Assim, de acordo com as disposições acima, será realizada uma proposta para um jardim sensorial, o qual será de grande ajuda na inclusão social das crianças, no estímulo e seus outros sentidos. O referido espaço poderá ser utilizado também pelas pessoas que trabalham na instituição, como uma forma de relaxamento e distração, proporcionando um ambiente de trabalho com uma melhor condição física e psicológica.

2.3 TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO

A tecnologia passou a avançar a partir da revolução industrial e contribui de forma significativa com o progresso da humanidade. O avanço da tecnologia serviu como indicador da progressão do crescimento social e, hoje, ainda há a análise das sociedades de acordo com o grau de sofisticação tecnológica (MASCARO, 1989, p. 7).

A autora conceitua a tecnologia como “um conjunto de conhecimentos aplicado à produção de bens, incluindo as técnicas que permitem a organização e a eficiência do processo produtivo”. A autoria ainda afirma que a tecnologia do espaço edificado adota o tratamento metódico dos acontecimentos de alteração do habitat do homem.

O arquiteto é o criador da modificação dos espaços, e faz pensado na satisfação dos desejos do usuário, baseado nos conhecimentos oferecidos pela tecnologia da construção e na sua cultura sobre a estética, e ética e a história (COBERLLA E YANNAS, 2003, p.16).

2.3.1 O conforto da edificação

Segundo Corbella e Yannas (2003, p. 16) “a habitação é um espaço para morar e exercer uma série de atividades humanas, diferenciado do espaço externo”. De acordo com Adam (2001) tem-se que o edifício deve possibilitar o aquecimento nos períodos frios, não somente de forma artificial e o controle da radiação solar direta, ou seja, a edificação deve habituar-se reiteradamente, de acordo com a circunstância climática diária.

É a arquitetura que quer criar prédios objetivando o aumento da qualidade de vida do ser humano no ambiente construído e no seu entorno, integrando com as características da vida e do clima locais, consumindo a menor quantidade de energia compatível com o conforto ambiental, para legar um mundo menos poluído (COBERLLA E YANNAS 2003, p. 17).

(31)

Assim, Corbella e Yannas (2003) apresentam que, para obter uma qualidade neste espaço, é necessária a utilização de estratégias projetuais para promover o conforto na edificação. Tem-se ainda, segundo os autores, que o conforto é quando uma pessoa está confortável com uma condição ou acontecimento. Portanto, uma pessoa está em um ambiente confortável quando sente neutralidade em relação a ele.

Segundo Keeler (2010), pesquisas apresentam que o bem-estar humano é consequência de exames de desempenho e a produtividade na função trabalhista, podem ser conferidos a uma condição física, consistindo em um dos objetivos biofísicos da condição do ambiente construído. Como visto, de acordo com Frota (2010), a arquitetura deve servir o homem e seu conforto, o que abrange não somente ao conforto térmico, mas também ao acústico e ao lumínico.

O projetista pode contribuir, até certo ponto, para o conforto interno por meio do uso de princípios de projeto sustentável, mas o usuário da edificação também precisa de ferramentas flexíveis e eficazes para aprimorar ainda mais seu ambiente e controlar, no mínimo, a temperatura, a umidade, a ventilação e a iluminação (KEELER, 2010, p. 105).

Assim, serão realizadas propostas a fim de aprimorar e controlar, não somente a troca de calor da edificação, mas também outros fatores que influenciam diretamente o conforto térmico do local. Além do conforto térmico, serão analisadas estratégias para conforto lumínico, com o objetivo de proporcionar um ambiente adequado e de qualidade para a realização das atividades diárias.

2.3.2 Conforto térmico

Um projeto de Arquitetura Bioclimática tem por objetivo fornecer um ambiente construído com conforto físico, sadio e agradável, adequado ao clima local, que diminua o gasto de energia e precise da disposição da menor potência elétrica possível, o que também diminui a poluição (CORBELLA E YANNAS, 2003, p. 37).

Os autores mostram que, para conseguir um bom nível de conforto, podem ser realizadas estratégias como: controlar os ganhos de calor; dissipar a energia térmica do interior do edifício; remover a umidade em excesso e promover o movimento de ar.

(32)

O conhecimento do clima, aliado ao dos mecanismos do trocas de calor e do comportamento térmico dos materiais, permite uma consciente intervenção da arquitetura, incorporando os dados relativos ao meio ambiente externo de modo a aproveitar o que clima apresenta de agradável e amenizar seus aspectos negativos (FROTA, 2010, p. 57).

Segundo Frota (2010), a geometria da insolação provê uma ferramenta para medir os horários de isolação para cada orientação de parede. Por fim, o autor apresenta que, a orientação das aberturas e dos artefatos em vidro permitem o contato com o exterior, gerando a iluminação natural e também a troca de calor quando não dispostas de maneira correta.

Para controlar os ganhos de calor as estratégias são: minimizar a energia solar que entra pelas aberturas, minimizar a energia solar absorvida pelas paredes externar, colocar isolantes térmicos nas superfícies mais castigadas pelo sol. Para aumentar a dissipação de energia do espaço habitado deve-se promover níveis maiores de ventilação quando a temperatura externa for menor que a interna, combinar a possível ventilação noturna com inércia térmica, transferir o calor para zonas com temperatura menor que a do ambiente habitado. Para remover a umidade em excesso e movimentar o ar – o qual aumentará o conforto térmico das pessoas – deve-se promover o movimento do ar e sua renovação, no período no qual as pessoas estejam ocupando o ambiente (CORBELLA E YANNAS, 2003, p. 37).

Então, com conhecimento sobre o clima, a insolação e ventilação do local, em conjunto com as estratégias para amenizar os aspectos climáticos negativos no projeto, proporcionar-se-á o conforto térmico do local estudado, com a intenção de melhorar a qualidade do ambiente, para que os usuários realizem suas atividades com um melhor desempenho.

2.3.3 Iluminação Natural

Segundo Romero (2001), a história da luz natural em analogia à estética da luz compõe um componente importante para o entendimento desse acontecimento e de sua função na arquitetura. Jourda (2013) apresenta que todos os espaços de longa permanência necessitam propor uma iluminação natural suficiente, tanto em qualidade quanto em quantidade.

Essa resolução contesta às utilidades de conforto visual e de redução do uso de iluminação artificial. Assim, deve-se procurar o maior aproveitamento da luz natural, por meio de chaminés de luz, clarabóias, materiais translúcidos, diminuindo assim o gasto de energia elétrica.

(33)

A iluminação eficiente consegue atender às áreas que recebem luz diurna, mas também iluminá-la artificialmente a noite. [...] O ponto chave do uso de iluminação zenital é equilibrar os níveis de luz e as economias de energia em relação às perdas e ganhos térmicos (KEELER, 2010, p. 146).

Segundo Corbella e Yannas (2003) as estratégias para obter uma iluminação natural de qualidade são: a organização dos espaços interiores compatível com a forma e a melhor orientação solar; estudo da localização; forma e dimensão das aberturas; estudo da geometria e cores das superfícies internas e por fim, o projeto de iluminação artificial deve se associar ao natural.

De acordo com Unwin (1996), a luz é uma condição da arquitetura, porém pode ser definida como um elemento, a fim de proporcionar a qualidade do espaço. Contudo, tanto a luz natural quanto a artificial, pode ser trabalhada através do projeto.

O olho humano se adapta melhor à luz natural que à artificial, portanto é melhor trabalhar com luz natural. A luz artificial não reproduz as cores da luz natural, nem varia conforme as horas do dia, reduzindo, assim, a riqueza em cores e contrastes dos objetos iluminados. É importante notar também que a luz natural, além de seus benefícios para a saúde, da a sensação psicológica do tempo – cronológico e climático – no qual se vive, ao contrario da monotonia fornecida pela luz artificial (CORBELLA E YANNAS, 2003, p. 47).

Com isso, serão adotados métodos para obter a iluminação natural dos ambientes, contribuindo não somente com relação à saúde e a produtividade, mas evitar a poluição visual de informações e consequentemente, como forma de promover a economia de energia, diminuindo assim os gastos da instituição em questão.

2.3.4 A estrutura na Arquitetura

A estrutura na arquitetura, conforme Silva e Souto (1997) abrange plenamente as partes que formam a composição da edificação, desde os revestimentos, a pintura, até sua concepção estrutural. Porém, de todos esses elementos a estrutura é a principal, pois sem ela, a forma não pode ser preservada, o espaço não pode ser medido, fazendo dela, uma ferramenta essencial para o espaço arquitetônico.

Somente através da estrutura o espaço pode ser medido, de modo que a vida do individuo, família ou sociedade possa se desenvolver, através da estrutura, o espaço pode ser controlado, de modo que o homem possa viver seguramente, mover-se e trabalhar, através da estrutura, esse espaço pode ser enriquecido, avaliado e receber qualidade estética. A estrutura é, então, instrumental e integral para o espaço arquitetônico (DA SILVA E SOUTO, 1997, p. 26).

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Assim, segundo Engel (2001), “as estruturas na natureza e na técnica servem o propósito de não somente controlar o seu peso próprio, mas também receber carga adicional (forças). Esta ação mecânica é o que se chama de suporte”

De acordo com Engel (2001), o projeto estrutural no campo das tecnologias está implicado a expandir um princípio para o fluxo de forças, o qual combine com a imagem funcional já definida. O objetivo é transformar as forças influentes de maneira igualitária, seja por meio da alteração da forma funcional ou através do reforço da estrutura adicional.

Ao planejar o projeto e a construção de uma edificação, devemos considerar cuidadosamente as forças ambientais que o contexto físico dessa edificação - a sua localização. Apresenta localização geográfica de um terreno, a topografia, a vegetação, o clima, a orientação solar, e a orientação dos ventos predominantes influenciam as decisões em um estágio inicial do processo de projeto. Essas forças ambientais podem ajudar a definir a forma de uma edificação, articular o seu limite, estabelecer sua relação com o plano do solo e sugerir a maneira como seus espaços interiores são arranjados (ENGEL, 2001, p. XX).

Assim, verifica-se que, mesmo em projetos de pequena escala, há uma necessidade na escolha da estrutura a ser utilizada, pois ela define a forma funcional, ou seja, é uma determinante do estudo da planta a ser realizada.

2.4 URBANISMO E PLANEJAMENTO URBANO

O termo urbanismo, de acordo com Harouel (1990) é um neologismo concebido há pouco mais de um século, o qual foi mencionado em 1867 pelo arquiteto espanhol, Cerda. Por conseguinte, o termo passou a abranger uma grande parte do que diz respeito à cidade como, por exemplo, as obras públicas, morfologia urbana, plano urbano, prática sociais, entre outros.

O urbanismo surgiu de acordo com Argan (1992), da necessidade de extinguir os problemas urbanos devido às alterações da estrutura social, do modo de vida da época e da economia. Já no Brasil, de acordo com Deáke Schiffer (1999), a partir deste século, o Brasil, que era um país em que o setor agrário prevalecia, transformou-se em um país potencialmente urbanizado, porém, é claro que mudanças quantitativas de tal magnitude implicam modificações qualitativas intensas o que muitas vezes não ocorre.

O país, se não esta inteiramente “urbanizado”, tem seguramente caráter preponderantemente urbano. As condições de produção nas áreas urbanas – nas cidades – são agora as da virtual totalidade da economia, e as condições de vida nas

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aglomerações urbanas são as da maioria da população. Acima de tudo, as aglomerações urbanas constituem a base e o palco das transformações futuras da sociedade e também de sua economia (DEÁK; SCHIFFER, 1999, p. XX).

Deste modo Lynch (1997) afirma que “em geral uma cidade é estruturada por um conjunto de vias organizadas. O ponto estratégico de tal conjunto é a interseção, o ponto de ligação e decisão para a pessoa em movimento”.

O desenvolvimento urbano é correlato em sentido temporal, isto é, que na cidade há um antes e um depois; isso significa reconhecer e demonstrar que ao longo da coordenada temporal estamos conectando fenômenos que são estreitamente comparáveis e, por sua natureza, homogêneas." (ROSSI, 2001, p. 61).

Assim, de acordo com Rossi (2001), a cidade é como uma arquitetura, porém, não se referindo ao conjunto de obras arquitetônicas, mas sim, a arquitetura como construção da cidade no tempo através do desenvolvimento urbano. Deste modo, Lacaze (1993) distingue o desenho urbano com o desenho da geografia urbana, pois, no desenho urbano há uma intenção de ação, que pode modificar o espaço da cidade.

Podemos estudar a cidade de muitos pontos de vista, mas ela emerge de modo autônomo quando a consideramos como dado ultimo, como construção, como arquitetura, em outras palavras, quando analisamos os fatos urbanos pelo que são – como construção ultima de uma elaboração complexa -, levando em conta todos os dados dessa elaboração que não podem ser compreendidos pela historia da arquitetura, nem pela sociologia, nem pelas outras ciências (ROSSI, 2001, p. XX)

2.4.1 O impacto ambiental

A cidade de Cascavel está em constante desenvolvimento e crescimento. Desse modo, pode-se perceber um inevitável problema de dimensão. Conforme Lerner (2011), “a cidade não é problema, tem que ser solução, devemos tentar melhorar a vida da cidade oferecendo transporte, habitação, saúde, e boas condições para o meio ambiente”.

Os problemas ambientais (ecológicos e sociais) não atingem igualmente todo o espaço urbano. Atingem muito mais os espaços físicos de ocupação das classes sociais menos favorecidas do que os das classes mais elevadas (GUERRA; CUNHA, 2001, p. 27).

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Não há construções que não originem impacto ao ambiente, seja ele grande ou moderado. Portanto, o programa de necessidades da edificação deve prever as soluções mais adequadas a fim de tentar reduzir esse impacto.

Durante o processo projetual, deve-se escolher um local adequado para a implantação de um edifício, pois essa deve condicionar os impactos ambientais através das atividades exercidas no local. Sendo assim, deve-se adotar estratégias a fim de evitar os impactos causados (JOURDA, 2013, p. XX).

A urbanização e a emergência dos problemas ambientais urbanos obrigam os estudiosos dos impactos ambientais a considerar os pesos variados da localização, distancia, topografia, características geológicas, morfológicas, distribuição da terra, crescimento populacional, estruturação social do espaço urbano e processo de seletividade suburbana ou segregação espacial (GUERRA; CUNHA, 2001, p. 15).

Como visto anteriormente, independente da escala de um edifício, o mesmo causa impactos ambientais consideráveis para a região onde está implantado. Portanto, por ser uma área da cidade ocupada por classes menos favorecidas, os problemas ambientais atingem essa área com maior demanda. Então serão realizadas buscas de alternativas para a melhoria desses problemas, para evitar os impactos de vizinhança que a proposta pode causar.

2.4.2 Paisagem Urbana

A paisagem é definida por Santos (1988), como um agregado heterogêneo de formatos naturais e artificiais e é composto por partes de ambas, tanto pelo tamanho, volume, cor, utilidade ou qualquer outro critério. Desse modo, tudo o que se vê, é a paisagem. Neste sentido, Colin (2000) afirma que os edifícios constroem a paisagem das cidades.

O bairro é um setor da cidade, onde esta intimamente ligado a evolução e a natureza.

Caracterizado por uma certa paisagem urbana, um conteúdo social e uma função.

[...] A localização da residência depende, pois, de muitos fatores geográficos, morfológicos, históricos, econômicos. A alternância das zonas residenciais, sua constituição de modo especializado do ponto de vista topológico, parece amplamente influenciada por motivos econômicos (FONTES, 2001, p. 70).

Tanto a paisagem como o espaço, de acordo com Santos (2988), “resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade, uma realidade de funcionamento unitário, um mosaico de relações, de formas, funções e sentidos”.

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Um dos maiores proveitos que se pode tirar das paisagens atuais esta relacionado aos benefícios físicos e mentais que as mesmas são capazes de proporcionar a sociedade.

Tais benefícios são de importância vital para o ser humano, esteja ele trabalhando, estudando, dormindo, se alimentando, e até mesmo dedicando-se ao lazer (LIRA FILHO, 2001, p. 130).

Será necessária a realização de um estudo da paisagem urbana daquele local, a fim de explorar a influência que o entorno vai causar na edificação e vice-versa. Assim, tem-se que a paisagem será de grande contribuição para o Lar dos Bebês, pois, será um ambiente com uma convivência melhor e, também, uma área de lazer não somente para os usuários, como para os moradores da região.

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3 CORRELATOS

No presente capítulo serão abordados os projetos utilizados como referência para a concepção do Lar dos Bebês, os quais apresentam um fundamento e uma base para o início da concepção projetual. Os projetos foram apresentados conforme o pensamento dos arquitetos e posteriormente analisados pela autora, a fim de explorar a característica singular que será utilizada posteriormente.

Escolheu-se como correlato o centro de educação infantil em Dos Hermanas na Espanha, a escola infantil Antoíne Geoffre na França, o jardim de infância Green Hills no México, um centro de bem-estar para crianças e adolescentes Eleanor Roosevelt na França, o espaço infantil Kalorias em Portugal e a biblioteca infantil do instituto Conarte no México.

3.1 CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL EM DOS HERMANAS Arquitetos: Carmen Sánchez Blanes

Localização: Dos Hermanas, Sevilha, Espanha Ano Projeto: 2009

FIG. 2 Perspectiva externa do Centro de Educação Infantil

Fonte: Archdaily2015

O projeto, de acordo com os arquitetos, desenvolve-se em um único pavimento e tem como conceito a integração da arquitetura com o espaço infantil. "Nossa tarefa consiste em ensinar as crianças a crescerem e desenvolverem-se através de seu próprio esforço. Neste sentido, é decisivo um entorno no qual elas possam adquirir suas próprias experiências básicas."

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FIG. 3 Implantação do Centro de Educação infantil

Fonte: Archdaily2015

A disposição funcional dos blocos é organizada a partir das mais públicas para as mais íntimas e, devido à exigência de uma grande metragem de pátios cobertos, foi necessário dividir os mesmo em quatro áreas menores, podendo realizar atividades diferenciadas. As salas são voltadas para esses pátios e as áreas designadas ao setor administrativo estão norteadas para a rua principal.

O Centro de Educação Infantil conta com uma disposição funcional e prática das salas de aula, a fim de obter uma qualidade espacial e fácil locomoção na obra, a qual foi utilizada para o desenvolvimento projetual do Lar dos Bebês, que terá como partido principal a funcionalidade e mobilidade interna.

3.2 ESCOLA INFANTIL ANTOÍNE GEOFFRE Arquitetos: MDR

Localização: Baillargues, França Ano Do Projeto: 2014

FIG. 4 Fachada frontal da Escola Infantil AntoíneGeoffre

Fonte: Archdaily2015

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