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Eixos e marcos urbanos – desenho sobre recorte da Planta da Restauração (“PLANTA DA IMPERIAL CIDADE DE SÃO PAULO” 1765-1774) / fonte – Nestor Goulart

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KEYWORDS: FORM, MEMORY, PROCESS.

7. Eixos e marcos urbanos – desenho sobre recorte da Planta da Restauração (“PLANTA DA IMPERIAL CIDADE DE SÃO PAULO” 1765-1774) / fonte – Nestor Goulart

REIS – SÃO PAULO / VILA CIDADE METRÓPOLE – p66, 67 / Prefeitura Municipal de São Paulo / 2004

Na modificação seguinte, Forma “D”, a emergência da importância do Vale do Anhangabaú e sua seqüência urbanística pelo “Comércio da Luz” numa nova

configuração desse eixo norte-sul de transposição da mancha urbana, prenúncio de seu futuro papel, o Corredor Norte-Sul de vias expressas e semi-expressas da cidade. Ao mesmo tempo a construção das transposições leste-oeste, entre simetrias na geometria desses traçados e as assimetrias decorrentes dos graus de dificuldades apresentados pelo suporte físico.

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4.4 FORMA “D”

As linhas gerais da urbanização já não se referem a um único ponto central, ainda que este ponto, o Largo da Sé próximo do antigo acesso pelo Rio Tamanduateí, esteja perfeitamente integrado ao novo sistema, mas pela demarcação de dois pontos que definem uma linha reta, precisamente definida pelas igrejas e

conventos de São Francisco e São Bento, agora paralela à encosta junto ao vale Rio Anhangabaú55. Esta linha completa a ocupação do Triângulo e, além de articular esses novos acessos por estas estradas que chegam em sua face oeste, é parte do sistema que estrutura os dois lados do Vale do Anhangabaú. Configura-se

claramente estruturas no sentido norte-sul na seqüência do espaço aí nomeado Comercio da Luz – Bairro do Guaré para o Vale do Anhangabaú. Nesse sentido definem-se as atuais ruas Florêncio de Abreu e Líbero Badaró no Triângulo e Formosa do outro lado que irão impulsionar a centralidade que se desenvolverá no Piques, onde vem se juntar os fluxos que aí chegam pela Ladeira da Memória e se desviam do centro da cidade seguindo pela nova Rua do Riachuelo em direção a Santos e Santo Amaro; também atravessam o Triângulo por sua base numa linha contínua até a Tabatinguera destino para o Rio de Janeiro.

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Conforme Nestor Goulart REIS (p37 2004) ...duas ermidas: a de Santo Antonio e a de São Bento. Nessa época eram obras fora dos limites da vila. ...Santo Antonio...o edifício já existia em 1592. A ermida de Nossa Senhora do Monte Serrat (depois igreja de São Bento) já existia em 1598...(p40 2004) No começo do século XVII...e nas décadas seguintes, foi deixada de lado a informalidade dos primeiros tempos, estabelecendo-se um pouco de disciplina urbanística. ...Não temos informações sobre quais seriam as ruas traçadas por ordem do governador. Podemos admitir que uma delas fosse a Direita, a partir da Misericórdia, até a esquina com a Rua de São Bento. ...de 1599 a 1612 ...ali foi construída a igreja da Misericórdia e na outra extremidade já existia a ermida de Santo Antonio, pelo menos desde 1592. Um segundo detalhe importante é que a Rua Direita e a de São Bento se cruzam em ângulo reto, o que caracteriza a presença de um profissional especialmente treinado, no momento de traçá-las. Ambas são ruas extensas para a época, com larguras uniformes, cruzando-se em ângulo reto. ...O traçado dessas duas ruas organizou urbanisticamente todo um lado da vila e depois da cidade, até o final do século XVIII....

8. A Cidade colonial / Forma D – desenho sobre / Freitas, Affonso A. de – PLAN’ – HISTORIA DA CIDADE DE SÃO PAULO 1800-1874 / fonte – TOLEDO, Benedito Lima de – Prestes Maia e as Origens do Urbanismo Moderno em São Paulo / p59 / Empresa das Artes / São Paulo 1996.

No sentido oeste-leste, a clara configuração estrutural na articulação das cidades velha e nova dos dois lados do Anhangabaú, assim como, embrionária, se coloca uma estruturação similar na intenção de vencer a várzea do Rio Tamanduateí e articular as áreas do Brás ao Triângulo.

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Paralela à linha que enfeixa os fluxos da Estrada de Goiás e a estrada para sul que acessam a cidade a partir da Ladeira da Memória e do Piques, se desenvolve também no sentido oeste a partir da Ladeira do Acu, onde se articula a antiga conexão da estrada para Minas Gerais já em continuidade ao seu destino, o litoral, pelo tecido urbano do Triângulo conforme já exposto, a linha reta da Avenida São João. Nessa modificação será demolida a Igreja do Rosário para se implantar a Praça Antonio Prado e configurar espacialmente outros sentidos56.

Em posição intermediária a essas duas conexões suportes dos fluxos na direção oeste, se posicionam dois outros eixos transversais ao Anhangabaú. Um de grande continuidade57 é hoje o principal eixo central, o Corredor Sé-Arouche aí já

praticamente definido, faltando apenas a conexão da Praça da República58 com Largo do Arouche pela atual Avenida Dr. Vieira de Carvalho. Podemos considerar que esse eixo nasce perpendicular ao Rio Tamanduateí na atual Rua Luis Teixeira, segue pelo Beco do Colégio e Rua Floriano Peixoto até o antigo Largo, hoje Praça da Sé; inflexiona-se para continuar pela Rua Direita até chegar perpendicular ao Vale do Anhangabaú e daí seguir até o Largo do Arouche. Outro nem tão

contínuo59, apresenta nesta PLAN’-HISTÓRIA em análise alguns segmentos. No Triângulo, perpendicular ao eixo do Tamanduateí, os segmentos das atuais ruas 3 de Dezembro, do Comércio e Dr. Miguel Couto. No outro lado do Anhangabaú a atual Rua 24 de Maio. Com a emergência da Praça Ramos de Azevedo a Rua 24 de Maio seguirá até o Vale do Anhangabaú. Da Rua 24 de Maio em direção ao Arouche acoplou-se a atual Rua Joaquim Gustavo até a Rua Aurora.

Nessas novas relações espaciais que criam a idéia de cidades nova e velha dos dois

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A Avenida São João comparece com suas características marcantes. Esse eixo profundamente ancorado por sua sequência, a Rua Quinze de Novembro, no tecido histórico em seu ponto mais central, o Largo da Sé depois Praça da Sé, se distende largo pelo espaço. Tão largo que a Praça Antônio Prado, sua terminação, dele se destaca artificiosamente pela denominação; situação equacionada pela inserção do Edifício Altino Arantes, projeto de 1939 de Plínio Botelho do Amaral, plantado na colina, no ponto focal da perspectiva da Avenida, onde esta se abre em duas direções, para a Praça da Sé e para várzea do Rio Tamanduateí (Ladeira Porto Geral). ...A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos originalmente implantada no final da Rua da Imperatriz, atual Rua 15 de Novembro, apontava para o Largo da Sé. Com a abertura da Praça Antônio Prado foi demolida e reconstruída no Largo do Paissandu onde reproduz a orientação da igreja demolida e se encaixa perfeitamente na geometria desse espaço.

In DE BEM, José Paulo – São Paulo Cidade / Memória e Projeto – Tese de Doutoramento FAUUSP 2006

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Considerando-se a passagem elevada, o Viaduto do Chá. 58

Neste mapa assinalada como Campo dos Curros depois Da Palha. 59

lados do Vale do Anhangabaú, também para leste, apesar das dificuldades impostas pela várzea do Tamanduateí, nada aí é representado referente ao Brás, a

consolidação do acoplamento da Avenida Rangel Pestana à Ladeira do Carmo e o embrionário eixo aí presente da Rua do Gasômetro se colocam em simetria aos eixos de maior alcance do Triângulo para oeste.

Na intenção de delinear o projeto de cidade latente nessa Forma “D”, nessa dualidade leste-oeste do Triângulo, são também representadas, agora sobre a Planta da Cidade de São Paulo de 1881, as seguintes futuras transformações: Alongamento do Largo para Praça da Sé60 na direção sul e abertura da Praça Clóvis Bevilácqua para articular no tecido urbano do Triângulo o importante eixo da Avenida Rangel Pestana61. A emergência da Rua do Gasômetro que pode ser entendida como contrapartida para leste da Avenida São João. Chegou a ser conectada à uma das mais antigas ruas da cidade (Rua 15 de Novembro) pela Rua General Carneiro implantada no talvegue junto ao Pátio do Colégio, conexão, como todas as outras mais antigas de acesso ao Triângulo, hoje interrompida. O túnel de articulação entre Avenida São João e Rua do Gasômetro, embora previsto, não chegou a realizar-se.

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Referenciando Triângulo e Cidade Nova, Sé e República, dois bairros, duas praças, o Viaduto do Chá compõe um grande eixo transversal ao eixo do vale com as ruas Direita e Barão de Itapetininga. A nova Praça da Sé alongando ao máximo nas possibilidades do tecido urbano o antigo Largo da Sé pela demolição da antiga Igreja da Sé, se equipara em escala com a Praça da República, se redimensionando para uma nova cidade. A nova Catedral da Sé qualifica a Praça da Sé assim como a Escola Normal, em posição semelhante, a Praça da República, ambos projetos do escritório Francisco de Paula Souza e Ramos de Azevedo. O mesmo sentido de orientação de eixos apontando o norte, na Praça da Sé, no Anhangabaú e na Praça da República estabelecem a idéia de um conjunto articulado por um eixo transversal ao eixo maior do Anhangabaú.

José Paulo de Bem (p33 – 2006) 61

A sua abertura exigiu o arrasamento de três quarteirões característicos da cidade antiga, porém sem especial interesse histórico ou artístico. Medindo 230x130m, é uma das maiores do centro, destina-se a aliviar a Praça da Sé e proporcionar retorno aos veículos coletivos do Brás. MAIA, Francisco Prestes – Os Melhoramentos de São Paulo / legenda ilustração 71/ Prefeitura Municipal de São Paulo / São Paulo 1945

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9. Túnel Avenida São João – Rua do Gasômetro – Fonte TOLEDO, Benedito Lima de –

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