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2 Novo paradigma tecnológico e implicações sociais

2.6 Usabilidade

A usabilidade “significa desenho centrado no utilizador” (Quesenbery, 2001), isto é

“os utilizadores estão satisfeitos” (Quesenbery, 2001) quando uma “interface” (Henry,

2006) “é centrada no utilizador – quando os seus objectivos, modelos mentais”

(Quesenbery, 2001), “tarefas” (Henry, 2006) e “ necessidades são todas encontradas”

(Quesenbery, 2001).

A norma ISSO 13407:1999 afirma que o desenho centrado no utilizado é caracterizado

por: o “desenvolvimento activo dos utilizadores e uma clara compreensão dos

requerimentos de utilizador e tarefa; uma apropriação atribuição de funções entre

utilizadores e tecnologia; a iteração de soluções de desenho; desenho multi-disciplina”.

Desenho centrado no utilizador “é uma actividade multi-

disciplinar, que incorpora factores humanos e conhecimentos

ergonómicos e técnicas com o objectivo de aumentar a

eficiência e produtividade, melhorar condições de trabalho

humanas, e contrariar os possíveis efeitos adversos de

utilização na saúde humana, segurança e performance”.

(Bevan, 1999)

Henry (2006) afirma que, desenho centrado no utilizador – “UCD é um processo de

desenho de interface de utilizador que se centra em objectivos de usabilidade,

características de utilizador, ambiente, tarefas, e fluxo de trabalho no desenho de uma

interface, tal como um site Web”.

No entanto, por vezes, “engenharia de usabilidade” (Nielsen, 2000) ou “desenho

centrado no utilizador” (Quesenbery, 2001) são utilizados para diferenciar a lógica de

“técnica e processos” de usabilidade da sua definição, sentido conceptual (Donahue,

Weinschenk e Nowicki, 1999).

Pensar no utilizador e procurar “ir sempre ao encontro das suas necessidades é a chave

central do desenho centrado no utilizador” (Powell, 200). No entanto, esta tarefa não é

simples e as “necessidade declaradas por um utilizador nem sempre reflectem as

necessidades reais do utilizador” (ISSO/IEC 9126-1:2001).”Escutar o que as pessoas

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dizem é enganador: tem que se observar o que elas realmente fazem” (Nielsen, 2003),

pois, e de acordo com a ISSO/IEC 9126-1:2001, nem sempre os utilizadores têm uma

nítida percepção das suas efectivas necessidades. Depois de expressas, as necessidades

podem ser alteradas, diferentes utilizadores podem trabalhar em “ambientes

operacionais diferentes” (ISSO/IEC 9126-1: 2001) e “pode ser impossível consultar

todos os possíveis tipos de utilizador” (ISSO/IEC 9126-1:2001).

Segundo Bevan (1999), existem quatro actividades de desenho centrado no utilizador

que necessitam de ocorrer em todas as fases durante um projecto: Estas são:

• “Compreender e especificar o contexto” (Brevan, 1999);

• “Especificar os requerimentos de utilizador e organizacionais” (Brevan, 1999);

• Desenvolver e aprender soluções de desenho;

• Avaliar as soluções de desenho face aos requerimentos de utilizado e

organizacionais específicos.

“O processo envolve iteração até os objectivos estarem satisfeitos” (Bevan, 1999).

Segundo Henry (2003), “usabilidade significa desenhar uma interface de utilizador que

é eficaz, eficiente, e que satisfaz”. Neste sentido, a “interface de utilizador” (Henry,

2003) é fundamental na experiência com o utilizador pelos seguintes motivos: (baseado

em Miguel, 2003)

• A simplicidade de “utilização” (ISSO 9241-11_1998) é um assunto de grande

valor em qualquer interface com o utilizador. Uma interface débil pode

desacreditar um sistema que, de outra forma, seria considerado bom;

• Acontece muitas vezes “ a situação em que pode ser comunicado através da

interface com o utilizador” (Miguel, 2003) determina inteiramente “o sistema faz:

como o sistema apenas realiza aquilo que o utilizador” (Miguel, 2003) tem a

possibilidade de solicitar, “definir a interface do sistema com o utilizador é

mesmo que definir a funcionalidade do sistema” (Miguel, 2003).

Usabilidade “significa pensar acerca de como e porque razão as razão as pessoas usam

um” (Quesenbery, 2001) “produto” (Brevan, 1995). Aspectos como programar

correctamente, com a sintaxe correcta e bem documentada, que considere desenvolver

um desenho que permita uma boa “interacção” (Quesenbery, 2001) com os

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utilizadores, “ Concentram-se” (Quesenbery, 2001) em “objectivos” (Henry, 2006) dos

utilizadores. O “primeiro passo na criação” (Quesenbery, 2001) de um “produto

usável” (Bevan, 1995) “é compreender esses” (Quesenbery, 2001) “objectivos”

(Henry, 2006) no “contexto de utilização” (ISSO 9241-11:1998) do utilizador,

“tarefas” (Henry, 2006), e “deixar estas necessidades informarem o desenho”

(Quesenbery, 2001).

No entanto, o entendimento de Donahue, Weinschenk e Nowicki considera que a

usabilidade “concentra-se” Donahue, Weinschenk e Nowicki, 1999) na “interface do

utilizador” (Henry, 2003), nos componentes com que o “utilizador” (ISSO 9241-

11:1998) “final interage directamente, e as questões de qualidade de uso que ela

directamente encontra: ecrãs, janelas, menus, mensagens de erro; consistência,

navegação, orientação, etc.” (Donahue, Weinschenk e Nowicki, 1999). O propósito da

“engenharia da usabilidade” (Nielsen, 2000) segundo Donahue, Weinschenk e

Nowicki é de acentuar a “qualidade” (Brevan, 1995) da “experiência” (Quesenbery,

20010 do “utilizador final enquanto que assegurar qualidade centra-se em elementos

com que os utilizadores não interagem directamente, tal como integridade de código”

(Donahue, Weinschenk e Nowicki, 1999).

A norma ISSO 9241-11:1998 “Ergonomic requirements for Office work with visual

display terminals (VDTs) – Part 11 Guidance on usability “ esclarece os “benefícios de

medir usabilidade em termos de desempenho e satisfação do utilizador “.

Segundo a ISSO 9241-11:1998 a usabilidade é a “extensão à qual um produto pode ser

utilizado por utilizadores específicos para alcançar objectivos específicos com eficácia,

eficiência e satisfação num contexto específico de utilização”.

A ISSO 9241-11:1998 realça ainda, que a usabilidade está “dependente do contexto de

utilização” e que ao nível de usabilidade conseguida irá derivar das condições

particulares e próprias em que um determinado produto é utilizado. Neste raciocínio,

entenda-se por contexto de utilização “utilizadores, tarefas, equipamento (hardware,

software e materiais), e o meio físico e social que podem todos influenciar a

usabilidade de um produto num sistema de trabalho” (ISSO 9241-11:1998). Neste

âmbito enquanto a “eficácia” (Quesenbery, 2001) se refere à “ Exactidão e perfeição

com o qual os utilizadores alcançam objectivos específicos” (ISSO 9241-11:1998)

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(entendimento também corroborado por Quesenbery), a eficiência refere-se à “utilização

dos recursos” (Reis, 1999), isto é, a realização das tarefas “consumindo poucos

recursos” (Reis, 1999) em “relação com a exactidão e perfeição com o qual os

utilizadores alancam objectivos específicos” (ISSO 9241-11:1998).

A ISSO 9241-11:1998 define ainda sistema de trabalho como um “sistema, que consiste

nos utilizadores, equipamentos, tarefas e um meio físico e social, para o propósito de

alcançar objectivos particulares”. De referir ainda que utilizador é o individuo que

interage com o produto (“parte do equipamento (hardware software e materiais) para

os quais a usabilidade está para ser especificada ou avaliada” (ISSO 9241-11:1998))

para executar determinadas tarefas (“actividades necessárias para alcançar um

objectivo” ISO 9241-11:1998)). O estado de usabilidade é medido pelas medidas de

usabilidade (medidas de eficácia, medidas de eficiência e medidas de satisfação).

Desenvolver um Web site centrado no utilizador pode ser melhorado, através de “testes

de utilizadores” (Nielsen, 2006), “entrevistas de utilizadores” (Powell, 2000), ou

através de um “processo iterativo” (Henry, 2006).

Assim, e de forma a considerar todas as necessidades, julgo que o planeamento de um

Web site é fundamental e “envolve a identificação sistemática de requerimentos para a

usabilidade, incluindo medidas de usabilidade e descrições verificáveis do contexto de

utilização” (ISSO 9241-11:1998). Neste planeamento destaca-se uma actividade

essencial para o desenvolvimento correcto em termos de usabilidade de um site. È

fundamental, segundo Powell, pensar desde o início nos utilizadores do site.

Compreender as “características da audiência e as tarefas que a audiência tentará

realizar no site” (Powell, 2000) é uma tarefa indispensável.

Esta acção enquadra-se numa “metodologia ou modelo de processo” (Powell, 2000)

que faça a monitorização do “progresso do projecto relativamente ao plano” (Miguel,

2003) de forma a “minimizar o risco, gerir a complexidade, e geralmente melhorar o

resultado final” (Powell, 2000).

Com resultado, e parafraseando Bevan (1995), a “usabilidade é qualidade de uso”, isto

é, a “extensão à qual um produto utilizado por utilizadores específicos vai ao encontro

das suas necessidades para alcançar objectivos específicos” (ISSO 9126-1:2001) com

“eficácia, eficiência” (Bevan, 1995), “produtividade e satisfação em contexto

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específicos de utilização” (ISSO 9126-1:2001) (de reparar que esta definição de

qualidade de uso é semelhante à definição de usabilidade da ISSO 92421-11), sendo

que, a qualidade de uso é explicada “não apenas pelo produto, mas também pelo

contexto ao qual é utilizado: os utilizadores particulares, tarefas e meio” (Bevan,

1995).

A qualidade de uso é o efeito da “interacção entre o utilizador e o produto” (Bevan,

1995) enquanto este realiza uma tarefa num meio técnico, físico, social e organizacional

(Bevan, 1995). Bevan (1995) acrescenta ainda que tal facto “significa que não existe tal

coisa como um “produto usável” ou um “produto inutilizável”. Por exemplo, um

produto que não satisfaz as necessidades de utilizadores inexperientes pode satisfazer as

necessidades de utilizadores avançados e habituados ao produto

Powell afirma que não existe nenhuma ideia acerca de como é constituído um site que

satisfaz inteiramente as condições de usabilidade. A “usabilidade variará tanto como os

utilizadores que acedem o site” (Powell, 2000).