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4. CONTEXTO EMPÍRICO DA PESQUISA

4.5 A VALE

A VALE é uma empresa mineradora brasileira que se posiciona como uma das maiores empresas mineradoras do mundo. É a maior produtora mundial de minério de ferro e pelotas de minério de ferro e a segunda maior produtora mundial de níquel (Vale, 2016a). A VALE, como uma empresa estatal, foi criada em 1942 por conta do esforço de guerra para apoiar os aliados do Brasil. Após um período de quase falência, seja por problemas internos como falta de infraestrutura competitiva, ou problemas externos como falta de reputação no mercado, além de desvantagens com relação ao país de origem, ela reverteu esta situação e na década de 70 já era considerada a maior exportadora de minério de ferro do mundo. Para isso, a empresa na década de 60

3 A empresa será tratada aqui durante todo o documento como VALE mesmo no período em que se

inaugurou o Centro de Pesquisa Mineral (CPM), atualmente conhecido como Centro de Desenvolvimento Mineral (CDM) (Quadro 15) e criou a subsidiária Rio Doce Geologia (Docegeo) (Quadro 16).

Quadro 15. Centro de Desenvolvimento Mineral (CDM)

A fim de apoiar as atividades de pesquisa em 1965 foi criado em Santa Luzia (MG) o Centro de Desenvolvimento Mineral (CDM), também conhecido como Centro de Pesquisa Mineral (CPM) e Superintendência de Tecnologia (Sutec) . O CDM realiza atividades relacionadas à pesquisa mineral, ao desenvolvimento tecnológico e às etapas de análise e estruturação de negócio com o objetivo de desenvolver novos projetos minerais para a Vale. O resultado do trabalho desenvolvido neste Centro de Pesquisa responde às exigências iniciais para atestar a viabilidade de um projeto mineral. O estudo conceitual fornece informações importantes para as etapas seguintes, implantação e operação, tais como: uma estimativa do recurso mineral da área pesquisada, a localização, a qualidade e concentração do mineral, tipo de tecnologia que deverá ser empregada para fazer extração, escoamento da produção, planejamento da mina e até mesmo como será a destinação dos resíduos e o descomissionamento (fechamento).

O CDM ocupa uma área de 350 mil m2 com laboratórios de processo, plantas piloto, laboratórios químicos e mineralógicos. É considerado o mais sofisticado e completo complexo laboratorial voltado à pesquisa e desenvolvimento na área mineral da América Latina, e um dos mais modernos centros de desenvolvimento de tecnologia mineral do mundo. Foi o primeiro do gênero a receber a certificação ambiental ISO 14001. Em 2014, empregava cerca de 250 profissionais, dos quais 120 do quadro próprio.

Fonte: Entrevista Gerente do Centro de Desenvolvimento Mineral; Entrevista Gerente de P&D do Centro de Tecnologia de Ferrosos; Vale (2012a)

Quadro 16. Rio Doce Geologia e Mineração S.A. (Docegeo)

O surgimento da Docegeo em 1971 é associado ao interesse do Brasil pela pesquisa geológica do país. Em termos de empresa a Docegeo surge para unificar a pesquisa geológica da empresa em termos de planejamento e tecnologia e para diversificar os investimentos da VALE no setor mineral. A Docegeo surge como uma subsidiária integral da VALE com atividades de exploração e aproveitamento de jazidas minerais, no país e no exterior. Os estatutos da subsidiária previam também “a busca, a pesquisa e a lavra de substâncias minerais e combustíveis fósseis sólidos, bem como a distribuição e comercialização de seus produtos, quer in natura, quer beneficiados ou industrializados”. Também, a Docegeo não era restrita aos projetos da VALE e poderia também participar de outras sociedades direta ou indiretamente relacionadas com seus fins sociais, na qualidade de sócia, cotista ou acionista, bem como efetuar para terceiros quaisquer serviços relacionados com o objetivo social da empresa. Na prática, a empresa foi pioneira em pesquisa mineral no país. Essa dedicação à investigação geológica era pertinente – três anos após a criação da empresa, a VALE se tornaria a maior exportadora de ferro do mundo, com 16% do mercado transoceânico do produto. A Docegeo foi, até 2003, a principal unidade de pesquisa da VALE. Após 2003 a empresa foi extinta passando suas atividades para a VALE.

Fonte: Vale (2012a)

Além disso, para garantir a posição de maior exportadora foi implantado o Projeto Ferro Carajás (ver Quadro 17), ainda hoje considerado a maior e melhor reserva de minério de ferro do mundo. A abertura do projeto Ferro Carajás aconteceu em 1984. No final do

ano seguinte, a produção chegou a 1 milhão de toneladas de minério de ferro produzidas. No terceiro ano de operação, com a entrada da usina de beneficiamento em escala industrial, com capacidade instalada de 30 milhões de toneladas/ano, foram produzidos em Carajás 13,5 milhões de toneladas de produto final.

Quadro 17. Projeto Ferro Carajás

O Projeto Minério de Ferro Carajás tem suas origens em 1967, quando foram descobertos significativos depósitos ferríferos na Serra dos Carajás nas proximidades do município de Marabá, no Sul do Pará. A reserva foi encontrada pela equipe de pesquisa da Companhia Meridional de Mineração, subsidiária do grupo norte-americano United States Steel Corporation, que, na época, efetuava um amplo programa de pesquisa mineral na Amazônia à procura de manganês. Em 1970 a CVRD e a U.S. Steel criaram a Amazônia Mineração S.A. (AMZA) com a seguinte composição acionária: CVRD (51%) e Cia. Meridional de Mineração (49%).

Os estudos geológicos realizados pela Amazônia Mineração S.A. e, posteriormente, também pela Docegeo, revelaram que a jazida de ferro em Carajás era uma importante província metalogenética. Entre 1970 e 1972, a Amazônia Mineração realizou o mapeamento geológico preliminar da região e confirmou o potencial da área que continha reservas de 17,9 bilhões de toneladas de minério de ferro com teores médios de 66,1% de ferro - suficientes para, em um ritmo de exploração de 35 milhões de t/ano, fornecer minério de ferro por mais 500 anos - além de outros depósitos significativos de manganês, níquel, cobre, cromo e outros bens minerais.

Porém, em 1977 as divergências entre as duas companhias CVRD e US Steel, agravadas com a recusa da US Steel em arcar com seus compromissos de compra de minério, culminaram com a saída oficial dos norte-americanos do empreendimento, após receberem uma indenização de US$ 50 milhões. A CVRD, detentora dos conhecimentos tecnológicos básicos em relação ao minério de ferro e já possuidora de cerca de 20% do mercado transoceânico de minério, tornava-se a única acionista da AMZA.

A primeira providência da AMZA, inteiramente controlada pela CVRD, foi realizar novos estudos para reavaliar a escala de produção mais adequada ao projeto e verificar as possibilidades de uma racionalização de seus custos, os quais, orçados em US$ 930 milhões em 1973, já alcançavam, então, cerca de US$ 3,5 bilhões. Do resultado desses estudos chegou-se à meta de produção inicial de 20 milhões de toneladas anuais, a partir de 1984, com vistas a atingir 35 milhões em 1987. Os custos do projeto foram reavaliados para US$ 2,4 bilhões. Paralelamente, a CVRD intensificou as negociações na busca de novos investidores estrangeiros e de financiamentos externo e interno para as obras necessárias. O empenho da CVRD em conseguir novos sócios vinha fracassando. Vivia-se, um período de saturamento no mercado internacional de minério de ferro, atingido durante a crise da indústria do aço. Porém, a CVRD insistiu na viabilidade econômica imediata do projeto com base em dois argumentos: (i) o primeiro é que o atendimento às crescentes demandas das siderúrgicas por finos de alto teor (sinter feed) a partir exclusivamente da produção do Quadrilátero Ferrífero em Minas Gerais, cujas reservas mais ricas se encontravam em fase de exaustão exigiria novos e crescentes investimentos no beneficiamento. Já o minério de Carajás, de alto teor de ferro, teria colocação certa no mercado internacional; (ii) o segundo argumento é que a CVRD fazia um diagnóstico otimista das perspectivas do mercado, prevendo o reaquecimento das vendas a partir de 1985.

As análises do minério de ferro de Carajás foram feitas por laboratórios nacionais, DETEG atual CDM e Usiminas e de grandes empresas siderúrgicas estrangeiras (Japão, Estados Unidos e Europa). Segundo Kury (1982), era estimada a criação de 12.700 empregos durante a fase de implantação e cerca de 5.600 empregos diretos na fase de operação.

O primeiro corpo de minério de ferro escolhido para lavra em Carajás foi o N4E, devido à facilidade de acesso ferroviário, à baixa espessura do capeamento e ao baixo teor de contaminantes. O N4E possuía 1,4 e 1,2 bilhões de toneladas de reservas geológica e lavrável, respectivamente. A ausência de contaminantes e teor de ferro de 66% do minério, proporcionaram redução dos custos de produção. “Um minério com essas características dispensa a etapa de concentração” (Entrevista com Pesquisador do Centro de Desenvolvimento Mineral; Entrevista com Engenheiro Sênior). Neste contexto, o processamento do minério consistia apenas das operações de britagem, classificação, desaguamento, moagem e filtragem. Os produtos obtidos eram sinter feed, granulado, pellet

feed e FDR (fino para redução direta).

Fonte: CVRD (1992); Vale (2012a); Sampaio, Julianelli e Penna (2002)

Atualmente, em minério de ferro, segundo Vale (2015i), a empresa opera quatro sistemas no Brasil para a produção e distribuição de minério de ferro, aos quais são referidos como sistemas Norte, Sudeste, Sul e Centro-Oeste, conforme descrito na Tabela 1. Em operações com pelotas de minério de ferro há 11 usinas de pelotização no Brasil e duas em Omã. Cabe destacar que quanto à pelotização, em meados dos anos 2000 foi criado Centro Tecnológico de Ferrosos (CTF) com o objetivo de desenvolver pesquisas focadas para minério de ferro (ver Quadro 18).

Quadro 18. Centro Tecnológico de Ferrosos (CTF)

A partir dos anos 2000 as pesquisas relacionadas a minério de ferro começaram a mudar de foco. Menos pesquisas foram realizadas em termos de processamento mineral (área já muito consolidada no minério de ferro) dando-se ênfase ao desenvolvimento de produtos. Sendo assim, em 2000 o grupo de Desenvolvimento Tecnológico de Produto Ferrosos e os equipamentos que trabalhavam com as atividades de melhorias de produto minério de ferro foram transferidos do CDM para Vitória/ES devido à proximidade com usinas de pelotização. Essa nova constituição tinha a intenção de dar ao grupo de pesquisadores uma visão do que os clientes precisavam e criar um diálogo de alto nível com os clientes na área de produtos, desempenho e soluções em minério de ferro para os clientes.

Em 2007, com a aquisição da MBR (Minerações Brasileiras Reunidas), adquiriu-se também uma planta de tecnologia mineral chamada na época “Laboratório do Miguelão”. Nesta época a Vale estava buscando ampliar a estrutura do CTF que estava em Vitória. De acordo com o Gerente de P&D do CTF:

Em Vitória estava muito apertado e também já era uma outra ideia, era uma ideia muito mais de conhecer mais os nossos recursos minerais e desenvolver soluções a partir desse conhecimento, e já existia nessa área uma infra mínima, a gente fez a mudança dos laboratórios e dos pesquisadores e dos funcionários, de Vitória aqui para o Miguelão. E em 2008, nós inauguramos o CTF e aí sim com uma estrutura maior, com um time mais robusto, e com alguns laboratórios que a gente não tinha lá em Vitória dentro dos nossos ativos. Então aqui no CTF, entrando um pouco mais no CTF, a gente se autodenomina aqui um Centro de Simulações.

No CTF é possível acompanhar, por meio de simulações numéricas e em laboratórios, todo o processo produtivo, desde a definição de rotas de beneficiamento até o comportamento do minério nas plantas siderúrgicas, com o objetivo de maximizar a produção. Dois dos principais equipamentos do CTF são: (i) o forno de amolecimento e fusão, que permite realizar ensaios metalúrgicos em altas temperaturas (até 1.700 °C) e simula diferentes condições de uso do minério de ferro em altos-fornos; e (ii) o espectrômetro Mössbauer, que investiga as características químicas e físicas dos compostos de ferro através do fenômeno de ressonância nuclear. O CTF possui 2 espectrômetros de transmissão e um espectrômetro de reflexão, menor e portátil.

A VALE é a única mineradora do mundo a manter um Centro de Pesquisas com foco em pesquisar o uso do minério de ferro e carvão no destino final da cadeia produtiva: a indústria siderúrgica. Seu objetivo é garantir o produto mais adequado às necessidades dos clientes. Para fornecer um produto sob medida, aproveita a sua grande quantidade de minas de minério de ferro para produzir produtos múltiplos de minério de ferro com diferentes teores de ferro, sílica e alumina, e várias propriedades físicas, incluindo a granulometria, oferecendo a seus clientes mais variedades.

Em 2012 o CTF possuía 90 colaboradores, 25 de nível operacional que trabalham com atividades de teste e execução de ensaios, 26 de nível técnico que coordenam os laboratórios e os planos de pesquisa e 39 de nível superior que são os pesquisadores. No que tange aos colaboradores de nível superior: (i) 26% eram graduados; (ii) 31% doutores e; (iii) 43% mestres (CD Centro de Tecnologia de Ferrosos e Entrevista com o Gerente de P&D do centro de Tecnologia de Ferrosos).

Fonte: Entrevista Gerente de P&D do CTF; Vale (2012a)

Adicionalmente, há uma participação de 50% na Samarco, que opera um sistema integrado nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, no Brasil. As operações da Samarco foram suspensas depois da ruptura na sua barragem de rejeitos em novembro

de 2015. Há ainda participação de 25% em duas empresas de pelotização na China. A atuação da VALE no mundo em 2012 é demonstrada na Figura 12.

Tabela 1. Principais áreas de atuação da Vale em minério de ferro no Brasil

Região Complexo Mina

Sistema Sudeste

Complexo de Itabira

Cauê

Minas do meio (Chacrinha, Onça, Dois Córregos, Periquito)

Conceição

Complexo de Minas Centrais

Água Limpa Gongo Soco Brucutu Complexo Mariana Alegria Fábrica Nova Fazendão Sistema Sul Complexo Paraopeba Jangada Córrego do Feijão Capão Xavier Mar Azul Complexo Itabiritos Segredos João Pereira Sapecado Galinheiro

Complexo Vargem Grande

Abóbora Capitão do Mato

Tamanduá

Sistema Norte Complexo de Carajás

Sistema Centro-Oeste

Mina de Urucum Mina de Corumbá Fonte: Vale (2016a)

Os principais produtos oriundos do processamento mineral do minério de ferro extraído pela Vale são: (i) natural pellet ore, pelota natural de minério; (ii) sinter-feed, partículas

mais finas que os granulados, tem até 0,6 centímetros de diâmetro; (iii) pellet-feed, pó de minério de ferro que passa por aglomeração para ser transformado em pelotas; (iv) granulado, material entre 0,6 e 5 cm de diâmetro que pode ser jogado diretamente nos altos fornos; e (v) pelota, produto formado por partículas de minério de ferro ultrafinas, aglomeradas com tamanho entre 8mm e 18mm e qualidade adequada para um processo de redução dos óxidos de ferro em ferro metálico (ferro gusa ou ferro esponja) (Vale, 2015d).

Figura 12. Atuação da VALE no mundo em 2012

A empresa também produz minério de manganês e ferroligas, carvão, cobre, níquel, fertilizantes e cobalto, metais do grupo da platina (“PGMs”) e outros metais preciosos (Vale, 2015b). O minério de ferro permanece como o principal produto da VALE. Também, destaca-se que a partir de meados dos anos 2000 a VALE se tornou a segunda maior produtora de níquel devido à aquisição da empresa canadense Inco (ver Quadro

19).

Quadro 19. Inco

Em 1902, foi criada, em Nova York, a empresa International Nickel Company, Ltd., como parte de uma joint venture entre as empresas Canadian Copper, Orford Copper e American Nickel Works. Em 1916, a International Nickel Company of Canada, Ltd passou a ser a operadora de Copper Cliff, em Sudbury, e, em 1918, construiu uma nova refinaria em Port Colborne. Em 1919, iniciaria suas atividades comerciais com o nome de Inco.

Uma década depois, a empresa se expandiu ao absorver a britânica Mond Nickel Company e estabeleceu sede em Toronto. Entre as curiosidades do período está o fato da mina de Frood, da Inco, ter sido responsável por produzir 40% do níquel usado na artilharia dos aliados durante a Segunda Guerra Mundial.

As operações da empresa continuaram a se expandir e, em 1973, foi aberta oficialmente a Refinaria de Níquel de Copper Cliff, avaliada em US$ 140 milhões. A operação foi responsável por introduzir as pelotas de níquel no mercado americano. O níquel da refinaria chegou a ser usado nos ônibus espaciais da NASA, em 1981.

A Inco foi adquirida pela Vale em 2006. Fonte: Vale (2015c)

O Quadro 20 demonstra a importância do minério de ferro para a VALE a partir da composição da receita da empresa, onde este foi responsável por mais da metade (54,47%) em 2013. Ademais, corroborando a importância do minério de ferro para a VALE em meados dos anos 2000 deu-se início ao Projeto S11D, o maior projeto greenfield (que envolvem projetos iniciados do “zero”), de mineração de ferro da história da VALE.

Quadro 20. Composição da receita operacional da VALE por produto, em 2013

Descrição dos Minerais % da receita operacional

Minério de ferro 58,2% Pelotas 12,5% Níquel 7,9% Fertilizantes 6,0% Cobre 5,0% Logística 3,1% Carvão 2,1% Outros 2,0% Manganês e ferroligas 1,2% PGMs 1,0% Metas preciosos 0,9% Cobalto 0,1%

Fonte: VALE (2014a)

Quadro 21. Projeto S11D

O Projeto Ferro Carajás S11D (antigo Projeto Serra Sul) é um projeto para implantação de um complexo minerário na região da Serra dos Carajás, na subdivisão chamada Serra Sul, para exploração do minério de ferro do bloco D do corpo geológico S11 (S de Sul). As instalações ficarão situadas na área do município de Canaã dos Carajás, Pará.

Trata-se do maior projeto greenfield (que envolvem projetos iniciados do “zero”), de mineração de ferro da história. As reservas do bloco D são de 4.2 bilhões de toneladas de minério de ferro lavrável, dos 11 bilhões existentes no corpo inteiro, com um teor médio de ferro de 66,7%. A produção prevista é de 90 milhões de toneladas por ano (MTPA). Esta capacidade de extração de minério é mais de um terço da produção de minério de ferro da Vale no ano de 2009 e a mesma capacidade da maior mina a céu aberto do mundo, já instalada na Serra dos Carajás, no Pará.

Os estudos de engenharia foram iniciados em 2005. A licença de instalação foi emitida pelo IBAMA em julho de 2013. O início da operação está previsto para o segundo semestre de 2016, com alcance do volume nominal de produção em 2018. O investimento total orçado é de US$ 19,49 bilhões, sendo cerca de US$ 8 bilhões destinados às instalações da mina e da usina e o restante à logística.

Na construção e operação da S11D, novas tecnologias foram utilizadas como: (i) processamento a umidade natural; (ii) sistema truckless para transporte do minério, sem uso de caminhões fora de estrada; e (iii) montagem da usina através de módulos pré-fabricados. Fonte: Vale (2015a)

Também, a produção de ferro da VALE atingiu cerca de 300 mil toneladas métricas com seu ápice em 2011, registrando uma produção de 322,6 mil toneladas métricas (Figura 13).

Figura 13. Evolução da produção de minério de ferro na VALE (mil toneladas métricas) 0 50 100 150 200 250 300 350 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Fonte: Vale (2014a)

Cabe destacar que as exportações da VALE superam as exportações de soja, açúcar, carnes, automóveis, café e aviões. O Quadro 22 apresenta o crescimento das exportações no período de 2001 a 2010.

Quadro 22. Exportações da VALE comparadas com outros produtos (US$ milhões) Ano Exportações

da VALE Soja* Açúcar* Carnes* Automóveis* Café Aviões

2001 3,297 5,206 2,279 2,629 4,239 1,393 2,839 2002 3,173 5,906 2,094 2,879 4,510 1,362 2,335 2003 4,229 7,935 2,140 3,729 5,827 1,516 1,939 2004 5,534 9,822 2,640 5,648 7,307 2,025 3,269 2005 7,021 9,232 3,919 7,391 9,189 2,879 3,168 2006 9,656 8,911 6,167 7,701 10,366 3,311 3,241 2007 12,492 10,888 5,100 9,559 10,396 3,829 4,719 2008 17,606 17,300 5,483 12,046 11,109 4,697 5,495 2009 13,719 17,058 8,378 9,602 7,122 4,222 3,860 2010 29,090 16,953 12,762 11,375 10,348 5,717 3,972

* Soja inclui grão, triturada, farelo, óleo e resíduos da extração do óleo; açúcar inclui de cana, bruto e refinado; carnes inclui as diversas formas de processamento das diferentes carnes de frango, suína e bovina; automóveis inclui de passageiros, tratores, peças e motores; e café inclui grão cru e solúvel.

CAPÍTULO 5