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4.3 Organismos Auxiliares da Vinha

4.3.3 Vertebrados

No ecossistema vitícola, os Vertebrados fazem parte da cadeia alimentar e, deste modo, exercem uma acção sobre o equilíbrio de algumas pragas da cultura. A regulação das populações é mais facilmente atingida em agro-sistemas com elevada biodiversidade (Strecht, 2009a).

Aves

As populações de aves auxiliares podem ser aumentadas pela implementação de estruturas que levem à sua aproximação e fixação (Árvores, arbustos, plantas herbáceas e elementos estruturais), nomeadamente através da instalação de ninhos artificiais. A introdução de aves com o intuito de limitar uma população continua a ser uma prática pouco expandida.

Alguns exemplos de Aves auxiliares são a Alvéola-branca, a Carriça, a Coruja-das- torres, o Estorninho, o Melro, o Peneireiro-vulgar, o Pisco-de-peito-ruivo, a Poupa e as Toutinegras. Segundo Strecht (2009b), são descritos no Quadro 4.4 os Habitats

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Agrícolas que estas aves frequentam, de forma a promover ou implementar as IEE necessárias, no sentido da fixação destas populações.

Quadro 4.4. Principais Aves auxiliares e seus habitats agrícolas (Adaptado de Strecht, 2009b)

NOME COMUM NOME CIENTÍFICO HABITAT AGRÍCOLA

Alvéola-branca-comum Motacilla alba L. Pastagens, hortas, campos de milho ou outro cereal, pomares, quinteiros, terreiros e telhados de casas

Carriça Troglodytes troglodytes L. Frequenta hortas, pomares e vinhas, sebes e bosques em torno de terrenos agrícolas

Coruja-das-torres Tyto alba Scopoli

Prefere zonas agrícolas abertas, arrozais, restolhos de milho, de girassol, de forragens, pastagens permanentes, searas e terrenos em pousio

Estorninho Sturnus spp. Frequenta uma grande diversidade de habitats. Nidifica em cavidades de árvores e muros

Melro-preto Turdus merula L. Frequenta jardins, hortas, pomares, avelaneiras e vinhas

Peneireiro-vulgar Falco tinnunculus L. Frequenta todo o tipo de terrenos abertos. Nidifica em velhos ninhos de gralhas, reentrâncias das escarpas e edifícios rurais

Pisco-de-peito-ruivo Erithacus rubecula L. Frequenta hortas, jardins e pomares

Poupa Upupa epops L. Frequenta zonas de pomares, culturas hortícolas, pousios e pastos próximos de bosques

Toutinegra-de-cabeça-

negra Sylvia melanocefala Gmelin Frequenta sebes, silvas, olivais, taludes, terrenos em pousio e bosques de baixa altura

Mamíferos

Os Mamíferos exercem um contributo na limitação natural das pragas, sendo contudo pouco avistados dada a generalidade do seu hábito nocturno. Alguns exemplos de Mamíferos auxiliares são a doninha, os morcegos, os musaranhos e o ouriço-cacheiro. Segundo Strecht (2009b), são descritos no Quadro 4.5 os Habitats Agrícolas que estes mamíferos frequentam, de forma a promover ou implementar as IEE necessárias, no sentido da fixação destas populações.

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Quadro 4.5. Principais Mamíferos auxiliares e seus habitats agrícolas (Adaptado de Strecht, 2009b)

NOME COMUM NOME CIENTÍFICO HABITAT AGRÍCOLA

Doninha Mustela nivalis L.

Frequenta os meios onde vivem os roedores. No Inverno e Primavera habita florestas, muros de pedra, sebes, árvores velhas. No Verão e Outono habita meios abertos e culturas anuais, sebes, caminhos, canais e taludes

Morcegos Ordem Chiroptera De noite voam sobre terrenos de cultivo e casas. De dia e durante a hibernação abrigam-se em árvores ocas, grutas, minas, pontes, sebes altas, casas, rochas, igrejas e capelas

Musaranhos Ordem Insectivora, Família Soricidae Locais de coberto vegetal considerável, sebes, terrenos incultos e vegetação espontânea. Durante o dia podem esconder-se em buracos, nos campos, muros e cortes de gado

Ouriço-cacheiro Erinaceus europaeus L. Frequenta bosques, terrenos com sebes, proximidades de casas, hortas, jardins e parques

Répteis

O papel dos Répteis é subestimado. No entanto, a comunidade científica tem vindo a executar medidas educativas no sentido de informar a população acerca da importância tanto dos Répteis como dos Anfíbios no equilíbrio dos ecossistemas.

Alguns exemplos de Répteis auxiliares são o cágado, o licranço, a osga e o sardão. Segundo Strecht (2009c), são descritos no Quadro 4.6 os Habitats Agrícolas que estes répteis frequentam, de forma a promover ou implementar as IEE necessárias, no sentido da fixação destas populações.

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Quadro 4.6. Principais Répteis auxiliares e seus habitats agrícolas (Adaptado de Strecht, 2009c)

NOME COMUM NOME CIENTÍFICO HABITAT AGRÍCOLA

Cágado-comum Mauremys leprosa Schweiger

Frequenta ribeiros de montanha de fundo rochoso, ribeiros temporários de fundo arenoso ou vasoso, tanques, lagoas, canais de irrigação, barragens e locais costeiros

Licranço Anguis fragilis L. Frequenta regiões húmidas, prados, terrenos de cultivo, pomares e vinhas. Ocupa galerias escavadas por roedores ou por ele próprio

Osga-comum Tarentola mauritanica L. Espécie antropófila, frequenta zonas urbanas e rurais, locais pedregosos ou rochosos, muros, paredes, habitações, edifícios rurais e troncos de árvores

Sardão Lacerta lepida Daudin Charnecas, matagais, terrenos cultivados, vinhas, olivais e zonas com abundância de refúgios

Anfíbios

Tal como os Répteis o seu papel é ainda subestimado. Alguns exemplos de Anfíbios auxiliares são a Rã-verde, a Rela, a Salamandra-de-pintas-amarelas e o Sapo-comum. Segundo Strecht (2009c), os Habitats Agrícolas que estes anfíbios frequentam, de forma a promover ou implementar as IEE necessárias, no sentido da fixação destas populações (Quadro 4.7).

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Quadro 4.7. Principais Anfíbios auxiliares e seus habitats agrícolas (Adaptado de Strecht, 2009c)

NOME COMUM NOME CIENTÍFICO HABITAT AGRÍCOLA

Rã-verde Rana perezi Seoane

Ambientes aquáticos, charcos, presas de água, levadas de água, pântanos, lameiros, tanques de rega, lagos, lagoas, barragens, açudes e ribeiras

Rela Hyla arborea L. Durante o dia expõe-se ao sol sobre arbustos perto de pontos de água. Possui tendência para locais crepusculares e nocturnos

Salamandra-de-

pintas-amarelas Salamandra salamandra L. Frequenta zonas montanhosas, húmidas e sombrias, bosques caducifólios junto a ribeiros e charcos

Sapo-comum Bufo bufo L. Frequenta hortas, jardins e pomares. Durante o dia refugia-se perto de muros de pedra, entre a vegetação ou outros orifícios

No documento Conversão para viticultura biológica (páginas 138-142)