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A visão agregada das práticas operacionais, ambientais e sociais ante as

Notas:

(a) Práticas operacionais de atendimento ao cliente (POC), práticas operacionais de liderança (POL), práticas ambientais(PRA), práticas sociais (PRS),

**. p-value < 0,01; *. p-value < 0,05; p-value < 0,10.

Quanto à validação dos pressupostos da regressão linear, pode-se afirmar que nenhum dos pressupostos foi violado, visto que os critérios quanto aos índices VIF de multicolinearidade, quanto à normalidade dos resíduos e da homoscedasticidade foram aprovados.

A visão agregada do impacto das práticas operacionais, ambientais e sociais ante as competências operacionais pode ser verificado no Esquema 8, no qual as linhas contínuas representam as associações com significância estatística e as linhas pontilhadas descrevem as associações nas quais a relação não foi suportada estatisticamente.

Esquema 8: A visão agregada das práticas operacionais, ambientais e sociais ante as competências operacionais Fonte: elaboração própria

6.4.2.1 Discussão sobre os valores obtidos

Quanto aos dados apontados na Tabela 38, pode-se inferir que:

(a) Quanto aos efeitos das práticas operacionais ante as competências operacionais

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As hipóteses de pesquisa H4a e H4b estão suportadas estatisticamente, pois as duas variáveis operacionais ofereceram coeficientes com valores positivos e com significância estatística, possibilitando a explicação de, aproximadamente, 60% da variância para a competência de cooperação e na faixa de 70% para melhoria contínua. Nesse panorama, evidencia-se que as práticas denominadas como de infraestrutura – atendimento ao cliente e liderança – permitem a melhoria do ambiente fabril, também denominado como “energia social” assim como na implantação sistemática de processos de melhoria contínua (FLYNN et al., 1995) e que dessa forma, se desenvolvam os recursos idiossincráticos relacionados às competências (DAS et al., 2008).

(b) Quanto aos efeitos das práticas ambientais ante as competências operacionais

As hipóteses de pesquisa H5a e H5b não estão suportadas estatisticamente, visto que, as práticas ambientais não possuem coeficiente e também não contribuíram para o incremento do coeficiente de determinação das competências operacionais. Advoga-se que existe uma diferença entre as práticas e as competências operacionais relacionadas ao meio ambiente. As práticas aplicam-se ao controle do processo e podem ser consideradas como elementos padrão, de fácil cópia por parte dos concorrentes e também disponíveis no mercado (SHARMA; VREDENBURG, 1998; VACHON; KLASSEN, 2008). Por outro lado, as competências, essas podem ser classificadas como de prevenção de eventos danosos ao meio ambiente e deverão ser desenvolvidas, caracterizando-se assim, como recursos raros, difícil cópia e que agregam valor ao processo

Dessa forma, não foi suportado estatisticamente que os investimentos realizados em práticas de controle ambiental e reconfiguração de produtos e processos contribuem efetivamente para o desenvolvimento dos recursos idiossincráticos, diferentemente dos trabalhos de Christmann (2000), Lopes Gamero et al. (2009) e de Sharma e Vredenburg (1998). Destaca-se que, conforme demonstrado empiricamente por Klassen e Vachon (2003), o desenvolvimento de recursos de colaboração ante os fornecedores auxilia no compartilhamento de investimentos em tecnologias ambientais, tanto de controle como de prevenção.

(c) Quanto aos efeitos das práticas sociais ante as competências operacionais

As hipóteses de pesquisa H6a e H6b estão suportadas estatisticamente, e nesse exemplo, vislumbra-se a importância das práticas consideradas de suporte para o

desenvolvimento de recursos idiossincráticos. Nesse contexto, Hutchins e Sutherland (2008) afirmam que as práticas sociais variam de uma organização para outra, pois dependem muito do nível do esforço necessário para que essas possam incorporadas aos processos.

Especificamente quanto às ações de integração, segurança patrimonial e treinamento, essas se caracterizam sobre os investimentos em longo prazo para o desenvolvimento contínuo das políticas de recursos humanos para que as organizações possam desenvolver estratégias sobre os sistemas de qualidade, a cultura organizacional e tecnologias de informação e comunicação (AHMAD; SCHROEDER, 2003; CARTER, 2005; DANGAYACH; DESHMUKU, 2001; FINE; HAX, 1985; SWINK et al., 2005). Assim, visualizou-se que as práticas sociais contribuem em aproximadamente 40% da variância explicada pelas competências operacionais de cooperação e de 30% de melhoria contínua.

Ao final, pode-se verificar os cenários avaliados das práticas ante os critérios de desempenho e das práticas ante as competências operacionais, as principais relações testadas, as variáveis envolvidas, os coeficientes beta não padronizados e se a hipótese foi suportada ou não:

Hipóteses Relação testada Variáveis

Coeficientes com significância estatística Resultado H1a H1b H1c H1d Práticas operacionais ->

Desempenho operacional (+) POC -> DEQ POC -> DEC POC-> DEV POC -> DEF -- -- 0,334** 0,197** - não suportado - não suportado - suportado - suportado H1a H1b H1c H1d Práticas operacionais ->

Desempenho operacional (+) POL -> DEC POL -> DEQ POL -> DEV POL -> DEF -- -- -- -- - não suportado - não suportado - não suportado - não suportado H2a H2b H2c H2d Práticas ambiental -> Desempenho operacional (+) PRA -> DEC PRA -> DEQ PRA -> DEV PRA -> DEF 0,183** 0,121** -- 0,097* - suportado - suportado - não suportado - suportado H3a H3b H3c H3d

Práticas sociais -> Desempenho

operacional (+) PRS -> DEC PRS -> DEQ PRS -> DEV PRS -> DEF -- 0,133** -- -- - não suportado - suportado - não suportado - não suportado H4a1 Práticas operacionais ->

competência operacional de

cooperação (+) POC -> COC 0,144

† - suportado H4a2 Práticas operacionais ->

competência operacional de

cooperação (+) POL -> COC 0,348

** - suportado H5a Práticas ambientais ->

competência operacional de

cooperação (+) PRA -> COC --

- não suportado H6a Práticas sociais -> competência

operacional de cooperação (+) PRS -> COC 0,336**

- suportado H4b1 Práticas operacionais ->

competência operacional de

melhoria contínua (+) POC -> COM 0,226

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Hipóteses Relação testada Variáveis Coeficientes com significância

estatística Resultado H4b2 Práticas operacionais ->

competência operacional de melhoria contínua (+)

POL -> COM 0,160** - suportado H5b Práticas ambientais ->

competência operacional de

melhoria contínua (+) PRA -> COM --

- não suportado H6b Práticas sociais -> competência

operacional de melhoria

contínua (+) PRS -> COM 0,175

** - suportado Quadro 11: Resumo das hipóteses de pesquisa

Fonte: elaboração própria

6.4.3 Análise da mediação

A existência da variável mediadora se faz pela inserção de um constructo no modelo estrutural de forma que este reduz ou até mesmo neutraliza a força do impacto da variável independente (VI) sobre a variável dependente (VD) (BARON; KENNY, 1986; VIEIRA, 2009). Assim, para análise da mediação, os autores sugerem que se deve, primeiramente, avaliar o cenário sem a presença da variável mediadora (VMed) e

posteriormente considerando a existência de um fator independente e duas dependentes, sendo uma a própria mediadora e a outra, a variável dependente, visualizados no Esquema 9:

Esquema 9: Cenários possíveis: sem e com a variável mediadora.