• Nenhum resultado encontrado

VISÃO HERMÉTICA DO SONHAR

No documento Os Sonhos (páginas 37-40)

“SONHAR É UM INSTRUMENTO

ARTÍSTICO POR EXCELÊNCIA ”.

SALVADOR DALÍ

2 0 0 7 – 3 3 6 0

T E M A 1. 7 7 8

P

elo que estudamos nas palestras recentes podemos ter em mente a indagação de até que nível a Psicologia e a Neurofisiologia têm chegado, na tentativa de em essência explicar o significado do sonhar. Tudo o que tem sido escrito sobre isso não atende a muitos aspectos do sonhar, tais como os Sonhos Lúcidos, e os Sonhos Premonitivos – Proféticos – pois uma condição gerada no cérebro não tem como poder servir para prever o futuro. Uma previsão de futuro pode ser feita a partir de dados, estabelecendo uma probabilidade que por refletir exatidão, mas no caso de uma previsão exata seria precisa a existência de um incomensurável banco de dados a partir do qual um modelo pudesse vir a ser estabelecido. No cérebro não pode existir isso porque nele só há registro de informações dos conhecimentos e vivencias adquiridas durante a vida. Por isso tomando-se como base apenas a estrutura cerebral, não tem como explicar eventos futuros complexos e amplos, isso por haver carência de dados em número suficientemente elevado para sobre eles ser estabelecido um modelo exato. No caso de sonhos premonitivos ou explicativos exatos com um que aconteceu com Mendeleiev pode ser justificado, como eventos ainda não ocorrido, e mais ainda, como modelos ainda não surgidos podem ser percebidos em estado de sonho? – Até mesmo descobertas cientificas e criações artísticas ainda inexistentes podem ser antecipadas em visões oníricas.

A

neufisiologia não tem como explicar, por exemplo, um sonho tido por Dimitri Mendeleiev, que o levou à descoberta da “tabela dos elementos” a qual veio se constituir um modelo clássico em química. Uma descoberta pesquisador russo Mendeleiev foi muito importante e conforme ele declarou, ela apenas lhe foi mostrada através de um sonho. Trata-se de uma tabela que permitiu a previsão da existência de muitos elementos químicos então desconhecidos. Na época só eram conhecidos cerca de 50 elementos e na tabela havia bem mais de 100. Isso vem sendo confirmado com exatidão até hoje quando esse número já foi elevado mais alem, em torno de 120 elementos. Até mesmo propriedades químicas de novos elementos podem ser conhecidas com o auxilio da citada tabela. Numa época em que só se conheciam cerca de 50 elementos Mendeleiev viu em sonho mais do que o dobro o que se confirmando com exatidão.

E

videntemente no cérebro de Dimitri Mendeleiev não podia haver registros de elementos desconhecidos de onde pudessem ser colhidas em sonho as informações, então o sonho dele não foi uma evocação em nível cerebral, como é explicado pela neurofisiologia. O sonho de Kekulé sobre os compostos benzênicos até pode ser enquadrado nas hipóteses formuladas pela neurofisiologia, mas não o de Mendeleiev, pois não é fácil entender como perceber o número de elementos químicos ainda não conhecidos, e de suas propriedades. Através de um sonho aquele pesquisador criou a tabela dos elementos químicos que até hoje é tida como exata. Segundo ele ela foi visualizada por ele em sua integra durante um sonho. Ainda hoje não foram isolados alguns elementos, mas graças à tabela é possível se prever suas existências e propriedades químicas. Nos derradeiros anos foram descobertos alguns elementos “novos” e que mostram a exatidão daquela tabela vista por Mendleiev em sonho.

38

C

oisas assim mostram que no sonho são mostradas coisas ainda não descoberta e nem ao menos suspeitas de existirem. Isso mostra que o sonho tem poder de solucionar grandes enigmas e de efetivar “criações novas” como as que ocorrem não somente no campo da ciência como também no campo das artes em geral.

P

odemos afirmar que as dificuldades encontradas pela ciência para explicar muitos questionamentos residem no fato dela não saber, ou de não querer aceitar a verdade de que tudo quanto há já existe no “E” – Consciência Cósmica. A V∴O∴H∴ afirma que tudo preexiste. Tudo quanto há preexiste no nível do “disco da Consciência”. Tudo quanto se afirma existir é apenas um efeito de percepção. Onde ela é focada o ser se dá conta da existência de algo, de que aquilo existe realmente. Nosso aqui e agora é tão somente fruto do que está sendo focalizado pela mente em nível de percepção.

A

nossa realidade decorre do ponto de focalização da mente; o dia-a-dia resulta de um nível de percepção; resulta de um ancoramento da percepção em um determinado ponto de registro da Consciência. Tudo aquilo que for “sacado” dele se constitui a realidade pessoal.

A

mente vive focada em um ponto que não é estático, mas sim estacionário “diante” da consciência graças a uma força de coesão que mantém a percepção sem grande flutuação, embora seja possível aquele ponto ser deslocado de sua posição habitual. Voltemos à analogia que temos freqüentemente feito, comparando a mente e a consciência com se fosse um disco e uma agulha de vitrola. No disco de vitrola, o ponto de incidência da agulha dita aquilo que é reproduzido no momento, é, por assim dizer, o aqui e o agora que está sendo vivenciado. Em se tratando da Mente/Consciência é a mesma coisa, a Mente capta aquilo que está registrado no ponto de incidência na Consciência. Na analogia podemos sentir que a manutenção da agulha num determinado ponto do disco requer certa força mantenedora da posição, mas é plenamente possível haver mudança, é possível o deslocamento da agulha para qualquer ponto do disco, desde que um impulso seja adicionado.

O

ponto focal da Mente é mantido por uma força de coesão que no estado de vigília é relativamente forte, e é por isso que a percepção da pessoa tem dificuldade de ser deslocada. Para que isso aconteça é mister certo nível de prática e de energia. Durante o sonho naturalmente há uma atenuação da força de fixação e assim ocorre uma flutuação da percepção que passa a abordar outros pontos ( na analogia: a agulha se desloca na superfície do disco com certa facilidade). Cada ponto acessado pela flutuação da percepção mental durante o sono se manifesta como sonho.

N

a verdade o ponto acessado não é menos real do que aquele que caracteriza o estado de vigília. O sonhar é, portanto, perceber distintos pontos do nível da consciência (pontos do disco). Percepção do futuro é igual à acessamento de pontos ainda não percebidos. Por isso no sonho a percepção pode se fazer sentir independentemente em nível de passado, de futuro ou de detecção de qualquer expressão de existência, pois na consciência não existe tempo linear e sim todas as possibilidade de existência, que, talvez, seja em numero infinito.

U

m ponto já percebido pode voltar a ser visto e isso é recordação, enquanto que um ainda não acessado é futuro. No sonho a percepção flutua e assim pode abordar pontos correspondentes a passado e a futuro. Coisas ainda não descobertas já constam no “E” e dessa forma muitas coisas ainda a serem descobertas podem ser percebida. Isso foi o que aconteceu no sonho de Mendeleiev, ele viu o futuro. O mesmo pode ser dito com referência ao sonho de Kekulé que o levou a descobrir o ciclo benzênico abrindo uma porta para o desenvolvimento da química orgânica.

M

edos, sustos, stress, assim como drogas psicoativas apenas agem como elemento desencadeador de mudanças de posicionamento do ponto de percepção. As percepções não são geradas no cérebro, é algo de nível muito mais elevado. Nenhuma substancia é capaz de gerar imagens de futuro, elas apenas podem levar a percepção para outros pontos de detecção, que chamam d planos ou de mundos.

N

a fase REM o deslocamento do ponto de detecção é mais fácil, por isso o sonho nessa fase é mais claro. É natural que a funções cerebrais estejam mais ativas.

39

Q

uando a pessoa consegue se manter ciente na fase REM então ocorrem o Sonho Lúcido. Ela mesmo estando dormindo ainda assim toma ciência do que a mente está detectando. Assim como a pessoa pode direcionar sua mente para um ponto qualquer da consciência, nada implica que isso aconteça durante o sono, bastando para tanto que por estar desperta e ativa direcione o foco de percepção para algum lugar.

N

ormalmente evito falar de vivências pessoais, mas vou fazer uma exceção pela sua importância como ilustração do que dissemos nesta palestra. Certa vez em estado modificado de percepção, vi uma seqüência incomensurável de pinturas(quadros), muitos deles já existia pintados e eu as conhecia; um número muitos maior que certamente já existiam pintados, e mais ainda outros que por certo ainda não haviam sido trazido para o nosso plano de existência (mundo). Outra feita, a percepção foi de musicas, musicas conhecidas, musicas desconhecida e um numero talvez infinito de músicas inéditas. Com essas percepções pude entender que aquilo que chamam de criar algo na verdade é de trazer ao nível da percepção de outras pessoas. Então tenho como entender o que aconteceu com Kelulé, com Medeleiev, com Salvador Dali e inúmeros outros. Eles apenas perceberam aquilo que já existe no “E”, mas que ainda não fora vivenciado no mundo habitual

40

No documento Os Sonhos (páginas 37-40)

Documentos relacionados