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Volume 3: Caça ao Morcego

No documento Rodolfo Grande Neto - José Miguel Arias Neto (páginas 131-142)

Capítulo III Construções Narrativas

3.5 Volume 3: Caça ao Morcego

A terceira história começa com o assalto a um supermercado e já de início, surge um dos personagens mais polêmicos da história criada por Frank Miller, a mulher chamada Bruno.

Figura 27:

Fonte: BATMAN: o cavaleio das trevas: Volume 3. São Paulo, Abril Jovem, ago. 1989.

Bruno e seus capangas se vestem como nazistas, porém, o visual de Bruno é muito mais arrojado que de seus capangas. Com os seios e as nádegas de fora, Bruno utiliza apenas suásticas que cobrem parcialmente seu corpo. Quando questionado sobre o fato de Bruno parecer uma transexual e de que vários personagens da obra são retratados como homossexuais, Miller respondeu:

Bruno é uma mulher. Eu gastei muito tempo expressando os caminhos que eu inicialmente concebi alguns desses personagens bizarros, sem soar como um psicopata. De qualquer forma, Bruno era uma mulher, membro do grupo do Coringa. Ele nunca teve relações com ela, porque o sexo é como a morte para ele. Mais precisamente, morte é sexo.265

Essa expressão de Miller ao definir a personagem como bizarra quando várias vezes ele ironiza e constrói de maneira sarcástica outras corporeidades. Os acovardados democratas são homens carecas e/ou flácidos. O psicólogo que critica a presença de Batman por todas as edições, é um homem esquelético e de aparência risível com o topo da cabeça calva e os tufos de cabelo ao lado da cabeça lembram a peruca de um palhaço. Enquanto os heróis da Era Reagan são militarizados e vivem apenas para a guerra – tal qual Rambo e Batman – simbolizando um tipo ideal, os vilões são tipificados a partir dos

132 grupos considerados indesejáveis. O Coringa apresentado por Miller tem trejeitos homossexuais, Bruno é uma transexual nazista. O bizarro, o indesejável e o criminoso se misturam nessas caracterizações, em oposição, ao belo, harmonioso e militarizado conjunto de características dos heróis. Outra relação possível é aquela que estabelece heteronormativo como contrário do vilanesco; além disso, é frequente o recurso a caracterização fetichista das sexualidades. O líder Mutante da edição passada tinha tons sado-masoquista, Bruno evoca um tipo de fetichismo da propaganda nazista, explorando o culto ao corpo perfeito.

Enquanto Batman e Robin enfrentam Bruno, a televisão continua a mostrar o caldeirão de animosidades e violência que domina Gotham. O cidadão comum também está se tornando paranoico. Em uma entrevista um homem diz que empurrou um mendigo nos trilhos do trem por achar que ele era um assaltante, embora tivesse percebido o uso

de muletas por parte do potencial agressor.266 Porém, sua entrevista traz algo mais: quando

o mendigo seria atropelado, uma força sobrenatural segurou o trem salvando a vida do pobre homem. A repórter da televisão dá a entender que talvez seja o Superman que retornou a atividade. Em outro momento, a televisão mostra pela primeira vez o presidente, sorridente e vestindo um terno azul estrelado parecido com a bandeira dos

EUA. Um dos repórteres pergunta ao presidente sobre a crise em Corto Maltese,267 uma

ilha fictícia criada por Miller que fica na América do Sul.

Figura 28:

Fonte: BATMAN: o cavaleio das trevas: Volume 3. São Paulo, Abril Jovem, ago. 1989.

266 MILLER, Frank. Cavaleiro das Trevas, Ed. 3, p. 8

133 Nesse momento a televisão passa não só a retratar a realidade local de Gotham com a presença dos Filhos do Batman e suas ações de milícia pela cidade, como também coloca a importância internacional da presença norte-americana na ilha centro-americana de Corto Maltese. O Presidente fictício dos quadrinhos financiou o governo da ilha, enquanto os soviéticos negativaram o intervencionismo norte-americano como uma medida perigosa para as relações internacionais.

Esse intervencionismo citado pela revista encontra paralelos com as políticas governamentais durante a Era Reagan, como lembra o historiador Rodrigo Cândido da Silva:

Reagan incorporou essa perspectiva por meio de intervenções em países periféricos. A contradição de sua doutrina se faz presente justamente nos supracitados conceitos de “autoritarismo” e “totalitarismo”. Afinal, seu conceito de levar a democracia e liberdade para todo o mundo servia apenas como argumento para combater regimes e insurreições esquerdistas (considerados por ele como totalitários). Observamos que a Doutrina Reagan não se volta contra ditaduras de direita que restringiam a liberdade e a democracia no Terceiro Mundo. Ao contrário, Reagan apoiou ações visando à derrota de governos de esquerda por grupos de direita favoráveis a um regime ditatorial, como foi o caso da Nicarágua[...].268

A Doutrina Reagan apoiou substancialmente os gastos militares e suas incursões pela América Latina visando, além de conseguir o domínio econômico estratégico de regiões periféricas, restabelecer o poder e o prestígio dos norte-americanos depois do fim da Guerra do Vietnã. Países como Nicarágua e El Salvador, contaram com o financiamento norte-americano para a criação de milícias internas que pudessem desestabilizar os governos vigentes.

O governo Reagan financiou o CONTRAS, cujos membros foram treinados na Flórida. Essas operações de treinamento consumiram US$19 milhões do orçamento da CIA e muitos dos líderes do CONTRAS eram remanescentes da ditadura Somozista. Reagan tratavaos como heróis, mas segundo LaFeber, denúncias do jornal Boston Globe revelaram que o grupo chamado de “freedom-fighters” pelos Reaganites, na realidade, destruíam infraestruturas na área da saúde Nicaraguense e matavam mulheres e crianças em suas ações.269

É interessante notar que até a terceira edição do romance gráfico, o autor estava focado em desenvolver o medo e a paranoia dentro do próprio país ou da cidade, porém, ao reforçar com as tensões globais provocadas pela Guerra Fria, Miller leva a história para outro patamar, tornando a sensação de medo e de inseguranças um sentimento compartilhado por outras nações. A própria história passa a construir a ideia de que as

268 DA SILVA, Op. Cit., p. 34-35 269Ibidem, p. 47.

134 coisas estão ficando mais perigosas e tensas. Na sequência, o leitor é apresentado pela primeira vez à dupla dinâmica nessa edição:

Figura 29:

Fonte: BATMAN: o cavaleio das trevas: Volume 3. São Paulo, Abril Jovem, ago. 1989.

A espetacular cena mostra Batman e Robin pairando pela cidade em seu incansável trabalho de protegê-la dos problemas. Batman, que antes usava uma roupa azul com seu símbolo de morcego envolto por uma elipse amarela, agora veste uma roupa preta de couro e um cinto de utilidades branco, dando um tom muito mais sombrio e sério para seu personagem que aparece aqui com o rosto fechado. Ao seu lado, a jovem Robin aparece destoando de tudo, com roupas de cores berrantes e um esboço de sorriso no rosto. Enquanto Batman é um velho preocupado, Robin é uma adolescente interessada em aventuras, pouco atenta aos problemas globais que a cercam.

Problemas, aliás, que só aumentam para a Dupla Dinâmica, pois a nova comissária de polícia, Ellen Yindel, após sua posse torna pública sua decisão de prender o Batman e todos aqueles que ousarem praticar algum tipo de vigilantismo. Motivada pelas indagações constantes a respeito da legitimidade o Homem-Morcego, indagações que ganha, novo impulso a partir da ação de jovens inspirados no Cavaleiro das Trevas, a nova comissária pretende iniciar seu combate pelo principal representante do vigilantismo. Concomitante a posse de Yindel, um prédio vai pelos ares por obra do Coringa. Batman, mais feroz do que nunca, decide então ir à caça do vilão.

135 O jornal continua noticiando a tensão soviética em Corto Maltese, mas o foco da narrativa volta-se, agora, para o primeiro encontro entre dois velhos amigos: Bruce Wayne e Clark Kent.

Figura 30:

Fonte: BATMAN: o cavaleio das trevas: Volume 3. São Paulo, Abril Jovem, ago. 1989.

É a primeira vez que o leitor se depara com Clark Kent e a construção visual do personagem é algo feito com bastante cuidado pelos desenhos de Miller e pelas cores de Varley. Clark Kent é mostrado em uma pose heroica, contemplando o horizonte, vestido como um típico galã de cinema, com sua camisa aberta e seu cabelo esvoaçante. Clark está em primeiro plano, rodeado de flores e borboletas enquanto Bruce está ao fundo mais sombreado, segurando as rédeas de seu cavalo e próximo de um cachorro de grande porte. Ambos se apresentam como contrastes. Superman é um personagem sol, enquanto Batman é um personagem das trevas. Bruce Wayne segura as rédeas dos cavalos com pulso firme, enquanto Clark idealiza um mundo utópico no horizonte. Bruce é o cachorro alerta, Clark é a borboleta.

O Superman vai ao encontro do Batman para fazer com que ele pare de agir como vigilante, dizendo que nesse caminho, mais cedo ou mais tarde, alguém com verdadeira autoridade vai obrigá-lo a parar; como o leitor pode perceber na edição passada, no universo criado por Frank Miller, o Superman trabalha diretamente para o presidente dos Estados Unidos.

136 E, é justamente o presidente, o próximo a ser mostrado durante uma coletiva de imprensa na televisão:

Figura 31:

Fonte: BATMAN: o cavaleio das trevas: Volume 3. São Paulo, Abril Jovem, ago. 1989.

O Presidente reforça seu apoio às– heroicas – tropas que lutam em solo. O presidente também acalma a população quanto a uma suposta guerra nuclear dizendo que não estão “partindo para cima”, mas que não estão fugindo das provocações soviéticas. Ele também gagueja ao revelar o real motivo da luta dos soldados, numa espécie de ato falho, dizendo que aqueles nobres homens lutam pela liberdade, de maneira patriótica e idealizada, longe de qualquer interesse econômico e político do governo. Por fim o Presidente evoca o Destino Manifesto dos Estados Unidos e seu direito de intervir e trazer melhores condições de vida para aquela população. De acordo com Silva:

Esse aspecto militarista, nos leva, quase automaticamente, a um debate acerca da Doutrina Reagan, ou seja, um princípio a partir do qual Reagan e sua equipe pensaram, planejaram e elaboraram suas políticas de Estado. A Doutrina Reagan traz em seu bojo o objetivo de voltar às intervenções em países periféricos em nome de um “universalismo democrático”. Essa proposta não soa como uma novidade na história estadunidense, pois podemos encontrar as suas bases na doutrina do Destino Manifesto270.

137 Ancorada na ideia de um universalismo democrático, as políticas do Destino Manifesto promoviam é a crença de que o povo dos Estados Unidos foi eleito por Deus para comandar o mundo e seu expansionismo é fruto da vontade divina; levar a democracia para aqueles que não a conhecem seria a missão desse país plenamente democrático. Porém, se o presidente Reagan acreditava que contava com a ajuda de Deus durante seu mandato, o Presidente construído na narrativa precisa da ajuda do Superman , alguém tão bom quanto Deus e certamente mais eficaz que a divindade cristã.

Nas primeiras páginas prevalece o tom colorido, no entanto, tal construção visual perde espaço na medida em que o confronto na ilha de Corto Maltese ascende em destaque. Uma silhueta reconhecível, apenas pela capa vermelha surge. Superman está à espreita de jatos soviéticos e apenas com a força da sua aceleração os destróiem pleno ar. No universo dos quadrinhos, Superman é a maior arma do governo, tão potente quanto uma arma nuclear na vida real. Desse momento, até o final da edição Superman é visto levantando e destruindo tanques de guerra, causando maremotos e desestabilizando estaleiros na costa da ilha.

A intervenção americana na ilha de Corto Maltese pode funcionar como uma representação ficcional da invasão a ilha de Granada em 1983. A invasão a ilha de Granada ficou conhecida pelo grande poderio bélico empregado no ataque, cerca de 5000 soldados norte-americanos foram enviados para lutar contra 1500 soldados – e operários

– cubanos que estavam na ilha.271Além do mais, a invasão a Granada ficou conhecida por

ter sido a primeira intervenção militar norte-americana a proibir a cobertura da imprensa, o que facilitou a manipulação, por parte do governo, dos eventos ocorridos e consolidou Ronald Reagan como um líder forte.

Enquanto Superman destrói todo o exército de Corto Maltese, ele pensa sobre o passado e o que o levou a trabalhar para o governo; lembra-se, ainda, que os super-heróis foram aposentados a força pelo governo, que os percebia como criminosos e foras da lei. O recordatório de Superman faz uma reflexão interessante sobre esse período "quase demos uma festa quando você se aposentou. Pena que na época, houve aquele problema com Oliver... E o FBI acabou envolvido! Lembra por que você se aposentou, Bruce? Não, é claro que não! Foi pelo que aconteceu a Jason! E você está fazendo tudo de novo! Nada importa... a não ser sua Guerra Santa! Você provavelmente riu quando eles chegaram ao

271 SANTOS, Marcelo. O poder norte-americano e a América Latina no pós-guerra fria. Tese

138 veredicto sobre nosso destino! Eles me deram uma licença para agir... E nos deixaram

viver... Anônimos!”.272

A ideia de que Batman é um ser que vive apenas para a guerra é algo que reaparece frequentemente na obra de Frank Miller, porém, é nesse momento em que tal característica é tratada de maneira explícita. Batman é o soldado que vive para a guerra e se estiver fora dela não há razão para sua existência. Conforme a história avança para o desfecho, essa noção vai se tornando cada vez mais clara.

Nas próximas páginas o Coringa se prepara para aparecer na televisão no

programa de David Endochrine,273 o leitor acompanha os bastidores do programa quando

o maquiador pede para passar maquiagem e batom no Coringa e o mesmo diz que já trouxe o seu próprio. Algo que chamou atenção, já na época, foram o visual e os trejeitos homossexuais do Coringa ficar tão evidentes para a história.

Figura 32:

Fonte: BATMAN: o cavaleio das trevas: Volume 3. São Paulo, Abril Jovem, ago. 1989.

No detalhe da imagem é possível perceber um Coringa que emana certa sexualidade, os detalhes nos olhos do personagem com suas sobrancelhas bem feitas e expressivas, seus cílios levantados e boca carnuda contrastam não só com a figura sisuda e de poucas expressões do Batman, mas com as personagens que contracenam com ele nesses quadros. Quando indagado sobre a figura do Coringa, Miller descreve em entrevista:

[...] Em poucas palavras, o Coringa é o pesadelo homofóbico [...] Em Cavaleiro das Trevas, o Coringa diz que ele nunca contou quantos milhares de pessoas ele matou, mas ele sabe que o Batman está contando e o ama por isso.

272 MILLER, Frank. Op. Cit., Ed. 3, p. 37.

139 Para Batman, que não é assexuado, mas a verdadeira essência da sublimação, esse personagem apresenta tudo aquilo que ele detesta. E isso fica um bocado estranho [...] Eu não quero soar simplista, mas pareceu uma boa ideia quando eu estava trabalhando no personagem. Eu sei que vivemos em tempos difíceis de perseguição de gays e o estereótipo gay, mas eu não estava tentando lidar com isso tanto quanto retratar esse vilão de uma maneira que eu senti ser sensível e interessante... Quando eu escrevo minhas histórias eu honestamente tento evitar mirar em qualquer um... De qualquer forma, sim, o pesadelo homofóbico faz parte da mitologia Batman/Coringa. Ela sempre esteve ali, eu apenas explicitei ela de maneira mais clara.274

Se por um lado, o Batman é um personagem cheio de camadas e o universo criado por Miller é algo polifônico, o mesmo não pode ser dito de seus vilões. Todos eles são indubitavelmente malvados. Mesmo quando, ainda na primeira edição, o vilão Duas- Caras é colocado em reabilitação, não havia indícios reais de sua reabilitação. O antigo Líder Mutante também era um ser puramente mal que gostaria de se banhar no sangue do comissário Gordon. Por sua vez, o Coringa já planeja seus crimes desde o momento em que acordou e sua reabilitação é fadada ao fracasso desde o primeiro momento. Assim, não há incentivo para que o leitor sinta algum nível de empatia por esses personagens criminosos; se há algum estímulo, ele ocorre sentido de que tais personagens causem repulsa imediata no leitor.

O Coringa reúne todos os elementos que Batman despreza; este é ordeiro, o Coringa é caótico, ambíguo, reflexo de um mundo sem respostas e entrecortado. Por mais que Miller adote de um discurso de origem, dizendo que a questão sexual sempre esteve lá, ao associar a questão homoafetiva como um pesadelo para o protagonista da história – lembrando que o herói é o modelo que deve propor uma identificação rápida com o público– Miller faz uma ode aos valores conservadores que desprezam e condenam os homossexuais, sendo eles, inclusive, elementos constantemente mobilizados para a produção de discursos sobre a degradação moral da sociedade.

Enquanto Batman tenta invadir o prédio da televisão, ele precisa lutar com a polícia que está lá para prendê-lo. Ocupada caçando o Batman, a polícia permite que o Coringa se sinta livre para ameaçar matar toda a sua plateia, inclusive, o psicólogo que tentou reabilitá-lo. Então, Coringa usa de seu famoso gás do riso, uma substância química que mata suas vítimas deixando os músculos do rosto paralisados com um sorriso brutalmente disforme.

Na sequência, o Coringa vai visitar Selina Kyle, anteriormente conhecida por ser a Mulher-Gato e um dos interesses românticos mais populares do Homem-Morcego. Selina vive sua vida agora como uma agenciadora de prostitutas de luxo. Outro elemento

140 bastante comum nas histórias dos heróis militares da década de 1980 é justamente a presença de mulheres fazendo papel de prostitutas. Ao encontrar o mesmo aspecto nos filmes de Rambo, Douglas Kellner descreve uma situação que, por analogia, poderia ser utilizada na compreensão do conjunto de representações constantes na obra do Batman:

[...] Sintomaticamente, as personagens do filme são prostitutas... Essa renúncia as mulheres e à sexualidade ressalta o tema de que o guerreiro deve seguir sozinho e renunciar ao prazer erótico. Esse tema obviamente se ajusta ao tema militarista e masculinista do filme tanto quanto ao gênero dos heróis masculinos ascéticos que devemestar acima da tentação sexual para atingirem eficácia máxima como salvadores ou guerreiros.275

O herói precisa se manter puro, casto e focado. O herói não pode ser fraco ou ser dado aos prazeres mundanos, caso contrário sua luta será sempre em vão e ele estará maculado com toda a sujeira deste mundo. A obra chega a soar misógina se todas as personagens femininas forem colocadas em perspectiva. Robin tem sua sexualidade apagada para que ela não afete o desenvolvimento do personagem masculino, a nova comissária atua num ambiente hostil e masculino como a delegacia de polícia e seu corpo se torna também masculinizado, Bruno que também é descrita como mulher é uma vilã e por isso sua sexualidade está tão em evidência e, por último Selina Kyle, é apresentada velha, depressiva e alcoólatra e que já não pode mais contar com o poder da sedução de quando era uma cobiçada ladra.

O Coringa envenena Selina e pede para que ela use suas prostitutas para envenenar um de seus clientes, um importante senador. Novamente é a televisão que narra os eventos entre uma ação e outra, dizendo que o senador Noches está nu, enrolado em uma bandeira pedindo o uso de força nuclear na ilha de Corto Maltese quando ele, de repente, se joga do prédio.

Quando Batman reencontra Selina, ela está vestida de Mulher-Maravilha com os braços e pernas amarradas por cordas, uma espécie de paródia das aventuras da Princesa Amazona durante a Segunda Guerra Mundial, em que as cenas de submissão da heroína eram bastante comuns e visavam satisfazer os sonhos de seus jovens leitores soldados, quando estes estavam em descanso.

A Dupla Dinâmica descobre que o Coringa irá armar seu plano no parque da cidade durante um evento comunitário. Quando Batman e Robin saem do prédio de Selina, eles são interceptados pela polícia e novamente entram em confronto. Batman foge da força policial, mas não sem antes alertar a comissária de que a vida do governador corre perigo.

141 A história volta para o Coringa distribuindo algodão doce de graça para as crianças no parque de diversões. O vilão causa explosões na montanha-russa quando Batman finalmente chega. Porém, algo está diferente, pela primeira vez Batman está disposto a

No documento Rodolfo Grande Neto - José Miguel Arias Neto (páginas 131-142)

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