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EDUCAÇÃO INCLUSIVA SÍNDROME DE DOWN

No documento PDF CAPA - nwk.edu.br (páginas 59-71)

EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Down Syndrome. The result will be analyzed so that we can identify key change points to reach the quality expected for school education.

Keyword: Disability, special needs, school.

1 Introdução

O assunto inclusão dá origem a inúmeras discussões sobre suas vantagens e desvantagens, pois há quem seja a favor da inclusão dos alunos com algum tipo de deficiência em classes comuns, reconhecendo tal necessidade e seus ganhos com a adoção da política, como há quem seja contra, vislumbrando todo tipo de dificuldade com a sua inclusão. Afinal, existem propostas que favorecem inserção desses alunos em classes regulares, porém elas não garantem sua permanência. Assim, de modo geral, as instituições de ensino estão encontrando dificuldade para modificar seu funcionamento e sua estrutura para atender seus alunos da melhor forma possível.

De acordo com os preceitos constitucionais de que toda criança tem direito a educação, a política na área de educação pública no Brasil, nos últimos anos, tem tido a inclusão de estudantes com Síndrome de Down e outros tipos de deficiência na rede regular de ensino, assim, atualmente, vemos um crescimento significativo no número de matrículas. A educação de crianças com SD é um processo complexo e requer adaptações e, muitas vezes, o uso de recursos especiais.

Um ensino de qualidade para todos os alunos provoca e requer da escola brasileira novas posturas e a inclusão é um motivo a mais para que o ensino se modernize e para que os professores aperfeiçoem as suas práticas. É uma inovação que exige um comprometimento e um esforço de atualização e reestruturação das condições atuais da maioria de nossas escolas de nível básico.

A busca por uma qualidade de ensino nas escolas públicas e privadas de modo que se tornem aptas para responder às necessidades de cada um de seus alunos, de acordo com suas especificidades, é o motivo da luta pela inclusão, dando uma nova esperança de um futuro melhor para as pessoas com deficiência. As escolas devem possibilitar ao aluno o reconhecimento e a valorização da diversidade, vivenciando situações diferentes de construir conhecimentos e conviver com novas formas de comunicação, além de garantir o direito das pessoas com deficiência, rompendo as barreiras impostas pela sociedade. É de extrema importância que se dê suporte pedagógico aos docentes em assuntos referentes à Educação Inclusiva e Síndrome de Down.

2 Revisão bibliográfica

Educação é importante para todos os indivíduos, mas uma educação que atenda a necessidades especiais vai agir como fator transformador na vida de um aluno portador de deficiência mental. Essa educação é um bem que vai produzir benefícios durante toda a vida.

A atitude não só do docente, mas da escola como um todo, é o ponto chave para uma educação especial de qualidade. Deve-se ter a plena convicção de que cada individuo tem sua especificidade porem com uma pratica educativa diferenciada, será possível chegar ao aprendizado.

Os excluídos que são chamados a inclusão são definidos pelo autor:

O conceito de alunos com necessidades educativas especiais não se limita a um grupo de crianças, jovens ou adultos que tenham algum tipo de deficiência mental, limitações sensoriais ou neurológicas. É um conceito que abrange qualquer diferenciação ou necessidade de recursos pedagógicos diferenciados no processo de aprendizagem escolar (ROSSETO, 2005, p. 44).

A partir daí, entende-se que qualquer indivíduo que sai da “normalidade” é caracterizado como aluno de necessidades especiais.

No que se refere a esse artigo, objetivo entender como se dá a inclusão e o ensino de crianças com Síndrome de Down no ensino regular.

Primeiramente, é importante entender o que é Síndrome de Down. Segundo Martin (2011), uma alteração genética caracterizada pela presença de um terceiro cromossomo de número 21, o que também é chamado de trissomia do 21. Nesse caso, a pessoa, ao invés de 46, terá 47 cromossomos. O diagnóstico pode ser apresentado ainda durante a gestação, através de ultrassom e outros exames ou o casal no pré-nupcial através de um exame chamado cariotipagem pode saber se possui alguma alteração nas células que transmitirão ao futuro bebe. É importante ressaltar que no caso do diagnóstico de Síndrome de Down, o aborto é ilegal.

É fundamental para a saúde do bebe que seja descoberta ainda durante a gravides, no entanto, muitos profissionais da saúde dão a noticia de forma muito grosseira para os pais. Esse é um momento muito importante e difícil para a família, a noticia deve ser dada de forma delicada, de maneira a encorajar os pais e fazer com que entendam que, assim como qualquer outra criança, dependerá deles o sucesso de seu filho.

Segundo Varella (2015), oito mil crianças nascem por ano com essa Síndrome, que é considerada um acaso inevitável da genética.

Hall (1964, 1966), citado por Gonçalves (s.d.), lista algumas características físicas de portadores de Síndrome de Down: fenda palpebral oblíqua; orelhas displásicas; pele abundante no pescoço; prega palmar transversa única; hiperelasticidade articular; pelve displásica; displasia da falange média do quinto dedo. Mas o maior dos problemas encontrados pelos pais de crianças com Síndrome de Down é o atraso na aquisição da fala e da linguagem.

Esse indivíduo apresenta dificuldade em exercer as atividades intelectuais leves ou severas, além de outras dificuldades. Algumas características e suas intensidades variam de pessoa para pessoa, mas, em sua maioria, são indivíduos de estatura baixa e pesquisas informam que 50% das pessoas com Síndrome de Down apresentam problemas cardíacos, mas que podem ser resolvidos através de cirurgias.

Em 1980, a criança que nascia com essa síndrome era considerada mongoloide e a expectativa de vida era de 30 anos, além disso, os pais internavam em escolas especiais. Hoje em dia isso mudou e muito e a expectativa de vida deu um salto para mais de 60 anos.

As crianças portadoras de SD devem ser constantemente estimuladas através de diversas atividades e devem ter a atenção dos pais. Já foi provado que a estimulação precoce é determinante para quem nasce com essa síndrome. A partir dos primeiros meses de vida, essa criança já pode receber com estímulos com um fonoaudiólogo, fisioterapia, terapias ocupacionais e é claro, em casa. A partir de certa idade, eles inclusive já podem ser estimulados com tarefas domesticas simples. A familiaridade, estar com outras pessoas, é extremamente importante para que se habituem ao convívio social.

A APAE (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais) antigamente atendia

todas as pessoas portadoras de SD ou algum tipo de deficiência intelectual. Essa grande estrutura organizacional, visa à qualidade de vida e educação desses indivíduos. No entanto, hoje em dia, vemos que os pais estão inserindo seus filhos na rede regular objetivando uma educação mais ampla.

Não muito tempo atrás, a APAE desenvolvia seu trabalho a partir de uma visão patológica, de forma terapêutica. No entanto, pesquisas mostram uma nova visão, a do individuo portador de necessidades especiais, com isso surge a visão pedagógica, em que esse individuo passa a ter uma abordagem educativa, objetivando sua emancipação.

Segundo Dolci (2005, p. 31), “para que isso aconteça, a atuação do pedagogo é essencial, e a relação com os demais profissionais serve como acesso aos recursos, dando suporte para o desenvolvimento das potencialidades”. Ou seja, a escola como um conjunto tornará possível o desenvolvimento desse aluno.

Em 2013 foi criada a lei nº12.796, dando o direito das crianças com algum tipo de deficiência frequentar a rede regular de ensino. Ainda sim, existem muitas instituições que não atendem esses alunos ou cobram taxas extras para que tenham um professor de apoio, ou material especializado. Ambas as situações são ilegais. Existem leis que garantem que a criança com necessidades especiais frequentem escolas e sem custo extra. A lei nº 13146 de 06 de julho de 2015 proíbe a cobrança de taxas adicionais e exige que a escola disponibilize material adaptado. Os pais podem e devem cobrar os direitos de seus filhos, junto à própria escola ou procurar órgãos que podem auxiliar e garantir que as leis sejam cumpridas.

Está claro que no Brasil, atualmente, a maioria das escolas da rede regular, particulares e publicas não possui muitos recursos e estruturas, mas tem absorvido muitas crianças com síndrome de Down, fazendo com que professores e demais profissionais dessa área sintam-se apreensivos. Mas este nervosismo é dispensável, pois, com um pouco de sensibilidade e conhecimento, será possível dar a atenção necessária a esses alunos.

Figura 1: Criança com Sindrome de Down inserida na escola regular.

Fonte: http://g1.globo.com/educacao/noticia/2013/03/inclusao-de-alunos-com- deficiencia-intelectual-cresce-e-desafia-escolas.html

Não somente a escola, mas as pessoas em geral devem estar dispostas a quebrar paradigmas e mudar padrões. Dentro da instituição de ensino, será necessário traçar

novos objetivos e investir na formação de professores e funcionários. A família também tem papel importante, auxiliando e informando sobre as subjetividades do aluno, pois como qualquer outro, ele possui características próprias e estas devem ser trabalhadas. É essencial que todos acreditem que esse indivíduo tem potencial. O indispensável é assumir uma postura de respeito e de confiança nas possibilidades da criança.

Rozek sugere uma nova postura pedagógica, uma forma de compreender o ser humano a partir de uma visão sócio-histórica:

Compreender o ser humano numa perspectiva sócio-histórica significa reconhecê-lo na sua humanidade, na sua semelhança, não enfocar os problemas do sujeito isoladamente. Isso implica a indissociação entre sentimentos/afetos e cognição, ou seja, a compreensão de que a produção da deficiência é, antes de tudo, um produto sociocultural. Precisamos aprender sobre nós mesmos e sobre os semelhantes, compreender as demandas subjetivas, que, por sua vez, mobilizam e orientam maneiras de ser, de perceber e de estar no mundo. (ROZEK, 2005, p. 289).

O pedagogo deve ver esse aluno com Síndrome de Down ou com qualquer outro portador de alguma deficiência como ser humano. Deve entender, compreender seus sentimentos, abordá-los a partir desse entendimento e, a partir daí, atender suas necessidades.

A educação especial “é um jeito de se fazer educação escolar diferenciando-a, especificando-a quando se fizer necessário.” (MELLO, 2005, p. 15), sendo assim, entende-se que a forma de educar molda-se de acordo com a necessidade do aluno. O importante é transmitir o conhecimento.

Já foi comprovado que crianças com SD têm capacidade de se desenvolver normalmente e ainda melhor em ambiente inclusivo, porém esta deve ser uma ação em conjunto entre as famílias, escola e sociedade. Essa criança deve ser incentivada, para isso, o ideal é que os colegas tenham conhecimento e sejam instruídos de qual a melhor maneira de ajudar o portador da SD. Sendo inserido socialmente, esse aluno irá interagir mais e, em consequência, será mais fácil o processo de desenvolvimento.

Geralmente, essas crianças têm uma visão de mundo mais confusa e também são menos maduras tanto social quanto emocionalmente, portanto é muito importante e essencial que tenham a ajuda dos colegas. Além de apoio, estes servem como modelo para suas atitudes e comportamento.

Figura 2: Criança com SD durante a realização de atividade na escola regular.

Fonte: http://g1.globo.com/fantastico/quadros/qual-e-a-diferenca/noticia/2015/08/escolas-nao-podem- negar-matricula-criancas-com-sindrome-de-down.html.

A meta de início é que o aluno com SD seja inserido e aprenda a se relacionar com os colegas. “Antes de o aluno chegar, a turma deve ser esclarecida a respeito de sua deficiência e como todos podem se ajudar mutuamente.” (BASTOS, 2007) Assim sendo, será mais fácil tornar o ambiente mais receptivo. A partir daí, ele deve aprender as regras da escola, trabalhar de forma cooperativa, etc.

É importante dizer que o docente deve estar ciente de sua importância e atento ao comportamento tanto do aluno com SD quanto dos demais e assegurar o seu desenvolvimento. Para isso ele pode estimular atividades em grupo, optar pela ajuda de um aluno ao invés de um adulto, utilizar revezamento entre os colegas, fazer atividades individuais como ajudante e também estimular a autoconfiança.

O aluno com Síndrome de Down demora um pouco mais para se situar e seu tempo de aprender é mais lento, sendo assim, é necessário respeitar o tempo do aluno.

A afetividade é algo que pode fazer significativa diferença no processo ensino aprendizagem, pois, assim como qualquer outro aluno este precisa de carinho e atenção, com isso se sentirá mais confiante em suas ações e desenvolverá melhor suas capacidades.

A alegria, o se sentir bem nos motiva e com os portadores de SD não é diferente.

Em um ambiente harmonioso, a aprendizagem e o desenvolvimento serão favorecidos.

3 Metodologia

Esta pesquisa tem por objetivo verificar se a instituição de ensino oferece um ambiente acolhedor e adaptado para uma criança com Síndrome de Down, quais os métodos que o professor utiliza no processo de ensino aprendizagem, quais as dificuldades encontradas tanto pelo professor quanto pelo aluno em questão durante o processo, qual o comportamento dos demais alunos da sala e se o ambiente em geral é realmente de inclusão.

A pesquisa de campo realizada foi qualitativa que conforme Moreira e Caleffe (2006), “explora as características dos indivíduos e cenários que não podem ser facilmente descritos numericamente. O dado é frequentemente verbal e é coletado pela

observação, descrição e gravação”. Por tanto, esta pesquisa buscou um contato direto com a escola, professor e aluno, o que proporcionou uma visão ampla do processo de inclusão.

O estudo foi realizado nas Faculdades Network, escola particular que atende crianças em período integral ou apenas manhã ou à tarde, as seguintes etapas: berçário, maternal, nível I e II, ensino fundamental, médio, técnico e superior.

A pesquisa se deu por meio de observação e entrevista livre aos funcionários e alunos da escola. No caso, o aluno observado tem seis anos e está no primeiro ano.

4 Análise de Dados

Antes mesmo de conhecer pessoalmente o aluno em questão, conversei com a professora que deu aula para ele na Educação Infantil no ano passado quando ele ainda tinha 5 anos. Ela me informou que se tratava de uma criança muito querida por todos, que, no ano que passou com ele, teve experiências de grande valor e que nunca irá se esquecer.

A professora informou-me que passava o mesmo conteúdo para o aluno com SD e para os demais, apesar de fazer no seu tempo, ele fazia tudo que os outros faziam, participava de todas as atividades e brincadeiras. Segundo ela, a única diferença era que os demais alunos escreviam as palavras que ela colocava na lousa, diretamente no caderno. Já com ele, ela utilizava primeiramente o alfabeto móvel, ensinava ele a montar a palavra na mesa e depois escrever no caderno.

Enquanto conversei com essa professora, pude ver nitidamente em seu rosto o carinho com que falava, mas, por se tratar de uma professora muito carinhosa com todos os alunos, imaginei imediatamente que a afetividade foi algo presente durante todo o tempo que passou com ele.

Quando fui ao primeiro ano, fiquei com um pouco de receio de ele se sentir observado e prejudicar o seu desenvolvimento, então sentei um pouco longe. Percebi que ele possui as características que diferenciam uma criança com SD das demais.

Olhos amendoados, mãos com dedos curtos, etc. Contudo, achei que ainda assim ele passaria despercebido entre crianças sem Síndrome de Down, afinal possui características comuns como cabelos curtos e pretos, pele branca, olhos castanhos.

Observei que a sala possui o tradicional alfabeto na parede, uma cartolina com o primeiro nome de todos os alunos e um marcado na frente do nome do ajudante do dia que, por acaso, nesse dia, era o nosso aluno. Também possui um painel com o nome dos alunos e os seus significados. Ele se senta na frente da professora, bem no meio da sala.

Diferente do que pensei, ele é um aluno muito tranquilo, sossegado, na maior parte do tempo, não interage socialmente.

Nesse dia, a professora estava ensinando a fazer um “telefone sem fio” feito com materiais recicláveis. Ele observava enquanto a professora explicava, mas não falou nada. Ela chamava duplas para falar e ouvir, para verificar que de fato o telefone reciclado funcionava.

Fiquei curiosa em saber qual a relação entre eles, como as outras crianças o tratam. Perguntei para alguns alunos e a resposta foi a mesma, que todos gostam dele e que todos têm que ajudá-lo, que ele é especial.

Durante a explicação da professora, na maior parte do tempo, ele brinca com os dedos da mão, colocando-os na boca, na verdade, ele sempre tem algo na boca ou fica com a língua para fora. Não é de falar muito, mas quando alguém fala com ele, prontamente ele responde, brinca, chama o nome do amigo.

A professora passou uma atividade, teria que circular os materiais que são utilizados para fazer o tal telefone sem fio. Ela se abaixou e explicou novamente somente para o aluno especial e foi perguntado se cada um daqueles objetos era passível de ser utilizado na confecção. Ele fez a atividade normalmente. Em seguida, ela passou outra atividade e explicou novamente coletivamente e depois individualmente para ele.

Na hora de pedir os cadernos, como os outros, ele levantou e foi na fila para mostrar o seu a professora, mas ele não tinha feito a atividade, então ela puxou uma cadeira ao lado da sua mesa e foi explicando para ele novamente e, assim, ele fez.

Nessas atividades, pude observar que ele conhece todas as letras, mas ainda encontra dificuldade em formar palavras.

Durante o intervalo, a professora me passou algumas informações, segundo ela, ele sabe as letras e sabe identificar palavras. Ele associa letras a objetos, por exemplo:

letra A associada à palavra Abelha, assim, se a professora fala Avião, ele se perde, mas ela diz que, aos poucos, ele está aprendendo e bem. Ela também disse que, no início do ano letivo, ele não tinha noção de espaço, escrevia as palavras na página inteira do caderno, mas agora, já sabe que deve escrever na linha.

Com relação a ele ser calmo, ela disse que, assim como existem alunos

“normais” travessos, ele é especial e tranquilo, que isto é um comportamento devido à personalidade dele e que ele é muito atento ao que ela fala com ele, sendo assim, destaca-se por estar mais desenvolvido do que outros alunos. No entanto, às vezes, ele não quer participar ou não quer fazer a atividade. A atitude que ela toma é conversar com ele, explicar e incentivar. Se mesmo assim ele não quer, ela espera o tempo dele.

Observei que ela é muito amiga dos alunos, mas demostra certa delicadeza com seu aluno especial. Algo que me chamou muita atenção é que ela não diz palavras negativas, pelo contrário, mesmo quando ele faz errado, ela não fala a palavra não, ela pergunta novamente e ele mesmo se corrige. Também a cada acerto ela o incentiva

“muito bem”, “certinho”, e ele se motiva e continua a fazer a tarefa. A professora me informou que, na parte da manhã, ele frequenta a APAE e, à tarde, o ensino regular.

Tive a oportunidade de conversar com o professor de Educação Física, ele me disse que o segredo é tratá-lo como igual, não fazer diferença, pois assim ele se sentirá acolhido, terá confiança e liberdade. O aluno em questão, dentro das suas limitações, desenvolve-se normalmente. Mais especificamente, ele se distrai com facilidade, e o professor deve estar atento, mas, em geral, ele consegue participar de todas as atividades. Segundo o professor, trata-se de um aluno calmo, que não dá nenhum tipo de trabalho, muitas vezes, ele se sai melhor do que outro aluno, dito “normal”.

Tive a oportunidade de ficar na sala de aula durante alguns dias, e o comportamento dele é o mesmo. Quando passa uma tarefa, a professora explica de maneira geral e, em seguida, senta-se com o aluno com SD e o acompanha enquanto ele realiza a tarefa. Os alunos o tratam com carinho e atenção e o auxiliam sempre que necessário. Segundo a professora, no início do ano, ela explicou para os demais alunos sobre seu colega especial e que deveriam ajudá-lo.

Ela me disse que, em outra oportunidade, teve um aluno com Síndrome de Down, mas que se tratava de uma criança mais velha, cujos pais não o haviam estimulado desde pequeno, portanto seu comportamento era outro, muitas vezes, ele não se controlava e tirava a roupa ou jogava as coisas. Mais tarde, depois de uma avaliação, os pais decidiram que seria melhor que ele voltasse para a APAE.

Para complementar o estudo de caso, fui até a APAE de Nova Odessa e lá fui informada que os alunos que são encaminhados à rede pública frequentam a unidade um dia por semana para ter um tipo de reforço. São acompanhados pelo psicólogo,

No documento PDF CAPA - nwk.edu.br (páginas 59-71)