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A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NO DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL

No documento PDF CAPA - nwk.edu.br (páginas 121-133)

Jéssica Josefa de Paiva18 Luis Carlos Gonçalves19

RESUMO

A elaboração desta pesquisa surgiu da tentativa de conhecer e entender as influências da afetividade no ambiente escolar, acreditando e defendendo a afetividade como de fundamental importância para o desenvolvimento cognitivo e pessoal da criança, sendo necessário um olhar atento, desde a primeira etapa da educação básica, para que a carência afetiva não prejudique o seu desenvolvimento ao longo de sua jornada escolar e social. Para tanto, a escola deve proporcionar um espaço de reflexão sobre o comportamento do aluno, contribuindo para o desenvolvimento de uma consciência crítica e transformadora, para que os resultados deste estudo possam servir de mais um suporte para todos os profissionais que lidam com a aprendizagem da criança. A pesquisa de campo foi desenvolvida numa escola particular, com observações e questionários aos professores para analisar o vínculo afetivo do educador enquanto facilitador para suas contribuições positivas para o desenvolvimento da aprendizagem do aluno.

Palavras-chave: Afeto; Desenvolvimento; Relação Professor/Aluno

ABSTRACT

The preparation of this research arose from the attempt to know and understand the influences of affection at school, believing and defending affection as extremely important for cognitive and personal development of children, a watchful eye is needed, since the first stage of basic education so that the lack of affection does not jeopardize their development throughout their school and social journey. Therefore, the school should provide a space for reflection on the student's behavior, contributing to the development of a critical consciousness and transformative, so that the results of this study can serve as a further support to all professionals who deal with learning child.

The field research was developed at a private school, with observations and questionnaires to teachers to analyze the bonding of the teacher as facilitator for their positive contributions to the development of student learning.

Keywords:Affection; Development; Relationship Teacher/Student

18Graduanda em Pedagogia das Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil. (e-mail: jpaiva0@gmail.com)

19 Professor Orientador do Trabalho de Conclusão de Curso de Pedagogia das Faculdades Network – Av.

Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil. (e-mail: lu1313@bol.com.br)

1 Introdução

Diversos autores se debruçaram sobre a questão do afeto, buscando mostrar a importância que a afetividade tem para o desenvolvimento cognitivo da criança, defendendo, em geral, que, para começar o processo ensino-aprendizagem.

A Educação Infantil é o alicerce da criança no que se refere ao seu ingresso no mundo da educação formal. É onde se inicia o desenvolvimento de seus aspectos físico, intelectual e psicológico de maneira sistematizada e intencional. E nesta etapa que ela começa a se relacionar com outras crianças e adultos para além de seu convívio familiar. Para, daí, iniciar a construção da aprendizagem escolar e de contato como princípios e novos valores sobre o mundo que a cerca.

A escola deve proporcionar um espaço de reflexão sobre o comportamento do aluno, contribuindo para o desenvolvimento de um pensamento crítico e transformador.

Dessa forma, os resultados deste projeto poderão dar um apoio para todos os profissionais que lidam com a aprendizagem da criança, mostrando como a afetividade pode influenciar positivamente no processo de aprendizagem. Não se esquecendo que o brincar e o cuidar são também um dos principais apoios para esse aprendizado. A criança deseja ser amada, acolhida e receber atenção devida para que o interesse do aprendizado venha a despertar.

2 Revisão Bibliográfica

O afeto é um pedaço do nosso psiquismo, responsável pelo modo de sentir e perceber a realidade, ou seja, a afetividade é responsável pelo sentimental de tudo que passamos. Segundo Rossini (2001, p.2001), “a afetividade acompanha o ser humano até a morte”. Portanto, a afetividade é algo essencial na vida de todos nós, inclusive das crianças.

Com base no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil - RCNEI (1998, p. 21):

A criança é um ser social que nasce com capacidades afetivas, emocionais e cognitivas. Tem desejo de estar próxima às pessoas e é capaz de interagir e aprender com elas de forma que possa compreender e influenciar seu ambiente. Ampliando suas relações sociais, interações e formas de comunicação, as crianças sentem-se cada vez mais seguras para se expressar.

Quando suas experiências e sentimentos são respeitados, contribuem para a sua formação como um ser valorizado, com suas próprias maneiras e costumes. A criança vive em constante fase de crescimento com capacidade de interagir, descobrir, agir e modificar o eu mundo com as próprias potencialidades.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, em seu artigo 29, define a educação infantil como a “primeira etapa da educação básica, (e) tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até cinco anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”. (BRASIL, 1996).

Um dos principais papéis da Educação Infantil é a formação do indivíduo, refletindo em um progresso no aprendizado da criança. É na escola que as crianças começam a entender a necessidade de se respeitar os “amiguinhos”, naquilo que lhe é diverso dos valores que têm de seu convívio familiar. É nesta etapa que a criança irá ser

estimulada a desenvolver suas habilidades para compreender as regras para um bom convívio social.

Uma das práticas de desenvolvimento e aprendizado infantil é a aplicação do lúdico, sendo que os pequenos são incentivados a utilizar a criatividade em diversificadas atividades. Para Siaulys (2004):

O brincar é importante para o desenvolvimento afetivo da criança, para a formação da auto-imagem, dos sentimentos e atitudes positivas sobre si mesma e os outros, para ela sentir-se forte e enriquecer a personalidade, viver intensamente as emoções, sentimentos, frustrações, imaginações e fantasias, resolvendo conflitos, desenvolvendo alianças e comportamentos sociais;

ajuda-a a construir e respeitar regras, atitudes essenciais para que aprenda a viver em sociedade e a conviver com as diferenças.

O brincar pode mudar o trabalho executado na escola no sentido de ser atraente, permitindo a progressão de novas descobertas e adaptações. Estimulando o prazer de querer saber, de elaborar e de aprender.

A infância é uma fase essencial na vida da criança, poderíamos até dizer, que é essencial para a vida de qualquer indivíduo. Essa fase é vista como a “idade do brincar”.

Com isso, há de se ressaltar a ludicidade, pois é algo que auxilia a criança a refletir, criar, recriar e descobrir o mundo em que vive.

Em Chateau (1954, p. 14):

A infância é, portanto, a aprendizagem necessária à idade adulta. Estudar na infância somente o crescimento, o desenvolvimento das funções, sem considerar o brinquedo, seria negligenciar esse impulso irresistível pelo qual a criança modela sua própria estátua.

O brincar, muito embora seja visto como uma atividade espontânea, deve ser desenvolvido não apenas para a fruição, mas também para o aprender. Sendo necessário que as crianças tenham certa autonomia para escolher seus companheiros, os papéis que assumirão, o quê e sobre o quê brincar, a partir da vontade de quem brinca.

Segundo o RCNEI (1998, p. 23):

Brincar constitui-se, dessa forma, em uma atividade interna das crianças, baseada no desenvolvimento da imaginação e na interpretação da realidade, sem ser ilusão ou mentira. Também, tornam-se autoras de seus papéis, escolhendo, elaborando e colocando em prática suas fantasias e conhecimentos, sem a intervenção direta do adulto, podendo pensar e solucionar problemas de forma livre das pressões situacionais da realidade imediata.

O professor, nesta situação, torna-se um mediador desta ludicidade, aumentando a criatividade, a alegria, o envolvimento e a animação no decorrer na brincadeira. Ainda no RCNEI (1998, p. 43):

A ação do professor de educação infantil, como mediador das relações entre as crianças e os diversos universos sociais nos quais elas interagem, possibilita a criação de condições para que elas possam, gradativamente, desenvolver capacidades ligadas à tomada de decisões, à construção de regras, à cooperação, à solidariedade, ao diálogo, ao respeito a si mesmas e ao outro, assim como desenvolver sentimentos de justiça e ações de cuidado para consigo e para com os outros.

Assim, o ato de brincar gera a preocupação com o cuidar. Desta feita, além do lúdico, o cuidar se constitui como parte necessária na educação e para a educação, exigindo conhecimentos e habilidades do educador. Cuidar de crianças pequenas em um contexto pedagógico requer a integração de vários campos de conhecimentos e o apoio de profissionais de diversas áreas.

De acordo com Kramer (2005, p. 82):

O cuidado está pautado na necessidade do outro. Isso significa que quem cuida não pode estar voltado para si mesmo, mas deve estar receptivo, aberto, atento e sensível para perceber aquilo de que o outro precisa. Para cuidar, é necessário um conhecimento daquele que necessita de cuidados, o que exige proximidade, tempo, entrega.

Cuidar requer muita atenção nas necessidades das crianças. E muita cautela para estar atento a qualquer eventual imprevisto que possa acontecer. É preciso de cuidado, tanto no aspecto afetivo (amor, atenção, carinho), como no aspecto biológico (alimentação e saúde). Quando esses aspectos são desenvolvidos de maneira adequada, aumentam a possibilidades das crianças adquirirem conhecimentos variados.

Como atesta o RCNEI (1998, p. 25):

O cuidado precisa considerar, principalmente, as necessidades das crianças, que, quando observadas, ouvidas e respeitadas, podem dar pistas importantes sobre a qualidade do que estão recebendo. Os procedimentos de cuidado também precisam seguir os princípios de promoção à saúde. Para se atingir os objetivos dos cuidados com a preservação da vida e com o desenvolvimento das capacidades humanas, é necessário que as atitudes e procedimentos estejam baseados em conhecimentos específicos sobre o desenvolvimento biológico, emocional e intelectual das crianças, levando em consideração as diferentes realidades socioculturais.

Por meio do cuidar, ajudamos a criança em seus primeiros aprendizados, em suas brincadeiras, em suas descobertas e a auxiliamos a desenvolver sua criatividade e agilidade. Retomando, não podemos esquecer que o cuidado não significa apenas os aspectos do corpo, como dar banho, alimentar, trocar, mas envolve também uma grandeza afetiva. A criança anseia sentir amada pelas pessoas que o cercam.

Se a autoestima da criança estiver baixa por falta de atitudes afetuosas e de estímulos, a angústia e o desânimo começam a “tomar conta”, podendo causar conflitos e problemas em sala de aula. Além da tarefa de ensinar, “ser educador é ser promotor de autoestima” (CURY, 2003, p. 144).

Para os autores Piaget, Almeida e Wallon, a afetividade ganha significados diferentes e mostra a sua importância para o desenvolvimento da criança.

De acordo com Piaget (1985), educar é adaptar o ser humano ao meio social. A infância é um momento que é marcado como um período de descobertas e adaptações ao meio social e físico.

Piaget foi um dos psicólogos que se dedicou ao estudo do desenvolvimento cognitivo, ou seja, o desenvolvimento da inteligência e da lógica do ser humano. Ele propõe a existência de quatro fases deste desenvolvimento, a saber:

 Sensório motor (de 0 a 2 anos): a partir de reações neurológicas básicas, a criança começa a construir concepções de ações para entender mentalmente o meio em que vive. Os esquemas sensórios motores são construídos através de exercícios dos reflexos usados pelo bebê para lidar com o ambiente.

 Pré-operatório (dos 2 aos 7 anos): É caracterizado pelo aparecimento da linguagem oral. Nesta etapa a criança substitui objetos, pessoas e ações por símbolos.

 Operatório-concreto (dos 7 aos 12 anos): Por volta dos 7 anos de idade que o pensamento objetivo e lógico da criança adquire predomínio. Ela é capaz de construir um conhecimento mais compatível acerca do mundo que a rodeia.

 Operacional-formal (dos 12 anos em diante): A partir desta idade a criança é capaz de raciocinar logicamente.

Sem o afeto, não há motivação, indagação e nem interesse para aprendizagem.

Sendo que o afeto e a aprendizagem dão suporte para o desenvolvimento de ambos, não existindo conflitos entre as duas partes, pois “a afetividade seria a energia, o que move a ação, enquanto a razão seria o que possibilitaria ao sujeito identificar desejos, sentimentos variados, e obter êxito nas ações” (LA TAILLE, 1992, p. 65-66).

Contudo, segundo Almeida (1999), não temos que apenas aceitar a afetividade como um instrumento das relações com o conhecimento. É necessário compreendê-la como uma companheira da inteligência. Na obra de Henri Wallon o afeto e a inteligência andam juntas, uma vez que ambas tem o cargo bem determinado, mas, quando se unem, permitem à criança alcançar elevados níveis. O desenvolvimento da

“inteligência é incorporada pela afetividade de tal modo que uma determinada relação afetiva evolui para uma outra” (ALMEIDA, 1999, p. 51). Essa incorporação causa um grande desenvolvimento no conhecimento da criança

O processo ensino-aprendizagem também ocorre pela relação afetiva entre aluno e professor, sendo necessário ocorrer diariamente na sala de aula. O papel do professor no desenvolvimento da aprendizagem da criança é fundamental, sendo importante que ambos possam avançar com mais facilidade e readquirindo maior rendimento.

Em Afonso (2006, p. 17):

A intensificação das relações entre professor-aluno, os aspectos afetivos emocionais, a dinâmica das manifestações da sala de aula e formas de comunicação devem ser caracterizado como pressupostos básicos para o processo da construção do conhecimento e da aprendizagem e ainda, da condição organizativa do trabalho do professor.

No cotidiano da sala de aula é necessário que haja a participação do aluno, principalmente com o diálogo. Quando exclusivamente o professor fala sem deixar as crianças indagar e nem sequer debater sobre os assuntos apresentados, as aulas tornam cansativas e desinteressantes para a criança. Com a liberdade do diálogo é possível construir uma relação íntima e afetiva entre o educador e educando, possibilitando assim um melhor aprendizado.

Segundo Saltini (2008, p. 69):

O educador não pode ser aquele que fala horas a fio a seus alunos, mas aquele que estabelece uma relação e um diálogo íntimo com ele, bem como uma afetividade que busca mobilizar sua energia interna. É aquele que acredita que o aluno tem essa capacidade de gerar ideia e colocá-las ao serviço de sua própria vida.

Segundo Freire (1996), a dialogicidade deve ocorrer em sala de aula, sendo fundamental que o educador e o educando compreendam suas posturas, numa relação dialógica, aberta, curiosa e indagadora. É essencial que o professor utilize maneiras para a aula se tornar dinâmica, estimulando o aluno a fortalecer sua capacidade reflexiva.

A maneira “como se ministra o conteúdo é fundamental” (CHALITA, 2001, p.

66). E deve ser intercalada por sentimentos de afeto, alegria, admiração, amparo e respeito. Quando esses sentimentos são recíprocos, há uma valorização no aprendizado.

Sendo assim, a relação professor-aluno envolve comportamentos relacionados, em que, as ações de um mexem com as do outro. Lembrando que o aluno não é uma mera “caixinha” com memórias de conhecimentos passados. Ele é capaz de decidir, pensar, opinar e pensar. O aluno também é sujeito como o professor o é. “As relações entre professores e alunos, as formas de comunicação, os aspectos afetivos e emocionais, a dinâmica das manifestações na sala de aula fazem parte das condições organizativas do trabalho docente” (LIBÂNEO, 1994, p. 249).

Mesmo sendo difícil toda e qualquer relação humana, devemos compreender que ela é algo essencial para a produção de mudanças educacionais e comportamentais. O professor apenas não pode se importar somente em aplicar conteúdos para crianças, mas também deve ter um grande interesse com a construção da cidadania, através de seus relacionamentos sociais.

O professor é um grande exemplo em sala de aula para as crianças, o olhar dos pequenos cerca cada detalhe do seu mestre. Ele precisa olhar e bem querer cada aluno.

É importante que o professor tenha certo cuidado com o que fala para as crianças e como as tratam, pois todos esses sentimentos ficam introjetados nos pequenos.

Para Cunha (2008, p. 80):

A professora ou professor é o guardião do seu ambiente. A começar pelos seus movimentos em sala, que devem ser adequados e gentis. A postura, o andar, o falar são observados pelos alunos, que o vê como modelo.

Independentemente de idade, da pré-escola a universidade, o professor será sempre observado.

A criança precisar ser bem recebida ao entrar na escola, quando percebe que a professora o ama e demostra sentimentos de vontade de ajudar, respeito, e dedicação a aprendizagem torna mais fácil. Tratar a criança com afeto a ajudará a sentir-se bem com as pessoas ao seu redor. Aceitar o aluno como ele é e demonstrar e fazê-lo sentir o quanto é especial, faz com que a criança tenha alegria de frequentar a escola e vontade de aprender cada vez mais. Valorizando essas vivências, a criança se sentirá protegida em sala de aula e terá a sua autoestima elevada, ou seja, o ambiente escolar será um lugar prazeroso.

Muitas vezes os professores não compartilham as alegrias da profissão.

Raramente se ouve um educador elogiando o seu aluno por ter feito um ótimo trabalho.

É necessário achar uma razão para se educar, dar atenção, amor, carinho, responder suas perguntas adequadamente. Compartilhar sonhos e alegrias com seus alunos é algo que deve ocorrer frequentemente no ambiente escolar.

A presença do professor em sala de aula é tão exemplar que a criança se espelha e copias as ações do seu educador. Todo professor deixa sua marca no aluno, sejam marcas boas ou até mesmo desagradáveis. Para Freire (1996, p. 66):

O professor autoritário, o professor licencioso, o professor competente, sério, o professor incompetente, irresponsável, o professor amoroso da vida e das gentes, o professor mal-amado, sempre com raiva do mundo e das pessoas,

frio, burocrático, racionalista, nenhum desses passa pelos alunos sem deixar sua marca.

Portanto, é necessário deixar marcas boas em nossos alunos. Marcas de amor, carinho, afeto, cuidado e respeito. Marcas que nossos alunos recordem com alegria que passaram e usufruíram um pouco da nossa prática educadora.

Segundo Paulo Freire (1996), uma das exigências para ensinar é o “saber escutar”. Quando o educador abre o espaço de diálogos com seus alunos na sala de aula, o aprendizado fica rico com muitas experiências e saberes compartilhados. Nessa transmissão de saberes, ambas as partes adquirem conhecimento, cria a oportunidade da motivação e desenvolve dúvidas e indagações. Mas, para que isso ocorra, é preciso saber escutar e falar no momento adequado.

Não existe aprendizagem da realidade sem a possibilidade de ser comunicada.

Temos que estar atentos em como agimos em sala de aula com as crianças, não permitindo que o autoritarismo entre no âmbito escolar, pois pode haver grandes retrocessos na aprendizagem. Portanto, “o professor autoritário, que recusa escutar os alunos, se fecha a esta aventura criadora” (FREIRE, 1996, p. 124). Impedindo a afirmação da criança como sujeito de conhecimento.

O dever dos educadores para com seus educandos é também de caráter afetivo.

Quando juntamos o afeto com a arte de ensinar no processo de aprendizagem, aumenta a possibilidade de pedidos do ato amoroso por parte das crianças, pois esse afeto pode preencher vazios nos seus sonhos e o fazer a sonhar novamente.

Querer bem dos alunos e cuidar deles é demonstrar o verdadeiro significado da prática educativa. Essa relação de afeto mostra que o professor e o aluno podem caminhar juntos em uma mesma direção onde todas as dificuldades podem ser resolvidas.

Freire (1996) também nos leva a ter o cuidado de não permitir que a afetividade atrapalhe a ética no dever do professor e nem avaliar o aluno olhando pelo lado amoroso que tenho por ele.

O professor que trabalha com afetividade com seus alunos é aquele que cria estratégias pedagógicas, instrutivas e criativas, demonstrando a grande alegria e entusiasmo em ensinar, estimulando os alunos a desenvolver a socialização com as pessoas e em brincadeiras em grupos. O professor tem que se concentrar no aluno, entendendo e ajudando em suas dificuldades e necessidades.

De acordo com Libâneo (1994, p. 251):

O professor não transmite apenas informações ou faz perguntas, ele também deve ouvir os alunos de forma a entender suas carências e suas dificuldades.

Nesse sentido, caberá ao professor diferenciar severidade e respeito, já que o processo de ensino ao mesmo tempo em que direciona a aprendizagem em suas atividades deve ter como objetivo orientar as atividades autônomas e independentes dos alunos estabelecendo normas e deixando bem claro aos alunos o que se espera deles.

A inteligência é desenvolvida por meio da ação e das relações. A criança aprende a partir do momento em que ela participa do processo da produção de conhecimento, por meio da brincadeira e atividades mentais e na interação com o outro e com o ambiente.

Sem dúvidas que o afeto é algo essencial na aprendizagem. Sem ele a criança não tem interesse, nem prazer e nem motivação para adquirir novos conhecimentos.

Nesse sentido, a sala de aula torna um ambiente harmonioso com transmissões de

conhecimento através do diálogo, do escutar, do brincar e claro, do querer bem ao educando.

Em Hillal (1985, p. 18):

A afetividade é o suporte da inteligência, da vontade, da atividade, enfim, da personalidade. Nenhuma aprendizagem se realiza sem que ela tome parte.

Muitos alunos há cuja inteligência foi bloqueada por motivos afetivos; outros há cuja afetividade não resolveu determinados problemas, apresentando falha no comportamento. A afetividade constitui a base de todas as reações da pessoa diante da vida de todos os seus acontecimentos, promovendo todas as atividades.

Como mediador, o professor pode construir vínculos afetivos com seus alunos, por intermédio de sua dedicação e comprometimento, dos elogios, dos carinhos, das atenções, da ajuda para resolução de problemas e do afeto, o docente pode ensinar muito a seus “pequenos”. Podendo cativar, conquistar a admiração, o amor, a alegria e o respeito de cada aluno. Desse modo, percebemos que os sentimentos de amor e de cuidado estão presentes diariamente no âmbito escolar, principalmente na forma de educar.

3 Metodologia

Este artigo tem como finalidade mostrar a importância da afetividade na educação infantil, para uma melhor compreensão e aprendizagem do aluno em âmbito escolar e social. E também a importância de ter uma ótima relação entre professor/aluno, por meio de pesquisas de vários autores importantes que desenvolveram o tema.

A metodologia de pesquisa utilizada foi qualitativa não experimental, descritiva e explicativa, com questionário dirigido aos professores para relatar a importância do afeto no âmbito escolar.

A pesquisa de campo foi desenvolvida numa escola particular denominada Escola Cristã de Sumaré, em duas salas do jardim I, uma com 13 alunos e outra com 15 alunos.

Através da observação, buscou-se apresentar a importância do afeto para com a criança e mostrar como um gesto de cuidado e carinho pode servir de apoio para seu desenvolvimento cognitivo.

4 Resultados e discussões

Como instrumento de coleta de dados foi elaborado um questionário sobre a importância da afetividade na educação infantil. Responderam este questionário duas professoras do jardim I, sendo que uma delas será nomeada como professora 1 e a outra como professora 2. Seguem abaixo o questionário e as respostas das docentes:

a) Questionário

1- Para você, que motivos levam o aluno a não ter um bom desenvolvimento da aprendizagem nos anos iniciais?

2- No seu pensar, qual a importância da afetividade para o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos dos anos iniciais?

No documento PDF CAPA - nwk.edu.br (páginas 121-133)