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apresentado neste capítulo. A partir do PDG, ampliamos para o desenvolvimento de um Projeto em rede, como veremos adiante.

Este projeto de pesquisa foi submetido e aprovado pelo Conselho de Ética e Pesquisa (CEP) da Unisinos e o TCLE encontra-se nos anexos. De acordo com o projeto submetido, os riscos eram mínimos para os participantes tendo em vista que, para a análise de dados da pesquisa, as informações obtidas são rigorosamente confidenciais; o anonimato de todas as pessoas que participarão da pesquisa será preservado, assim como as menções a pessoas ou instituições durante as gravações. Além do TCLE, temos a autorização para o uso de imagens em trabalhos escolares veiculadas nas mídias sociais. Este documento é assinado pelos pais dos alunos na matrícula escolar. A participação nesta pesquisa é voluntária, e o afastamento da pesquisa não acarretará qualquer risco ou penalidade. A desistência da participação da pesquisa pode ocorrer em qualquer etapa do trabalho.

participantes. O grupo focal ocorreu em dezembro de 2015 e foi planejado pela professora/pesquisadora, realizado na escola em duas etapas (manhã e tarde) para que os alunos participantes da pesquisa pudessem relatar suas experiências sobre o projeto em grupo. As perguntas realizadas na entrevista do grupo focal encontram-se no anexo B (oficina 33).

Além da entrevista do grupo focal, usaremos as postagens das rede social Facebook em que participantes e interlocutores se referem ao projeto “Eu sou João Goulart” e as peças publicitárias produzidas pelos alunos. O projeto “Eu sou João Goulart” resultou na produção de diferentes gêneros realizados pelos alunos participantes. Esses gêneros também circularam nas mídias sociais, fazendo com que a comunidade escolar e local interagissem com os alunos, com a professora e com as próprias publicações, o que possibilita geração de dados. De acordo com Recuero (2009), a interação entre os participantes revela sua rede, “as redes sociais podem ser construídas através de comentários e links” (RECUERO, 2009, p. 105), ou seja, a forma como os usuários se expressam, realizam suas postagens, se reconhecem, interagem, dialogam, constroem opiniões evidencia a construção de sua rede social e sua identidade digital também.

Com os dados gerados por meio dos instrumentos de investigação, espera-se responder à indagação desta pesquisa, cruzando as informações geradas com os métodos investigativos para compreender como o trabalho em rede conecta gêneros e pessoas, possibilitando (trans)formar aluno e professor em designers sociais ativos nas lentes dos novos e multiletramentos.

Os dados descritos acima, gerados, como se viu, num amplo ecossistema em que pessoas e gêneros se interconectam em forma de rede, chegamos ao estabelecimento de três categorias básicas: gênero como catalisador14 da rede; impactos das conexões de gêneros e pessoas na rede;

competências para uma sociedade em que as pessoas vivem em rede e caracterização de um novo Ethos.

14 Em nossa análise, o conceito de gênero catalisador não se relaciona com o conceito de gênero catalisador apresentado por Signorini (2006). Conforme apresentaremos na análise de dados, entendemos que o gênero catalisador integra-se a um ecossistema em que pessoas e gêneros se interconectam em forma de rede e interagem em situações comunicativas específicas produzindo significados em suas vidas. Para Signorini (2006), há componentes inter-relacionados que promovem “a interlocução entre formador/formando, professor/aprendiz, a emergência e a objetivação de papéis e identidades em contexto de ensino e de formação do professor, e a (re)construção de objetos de ensino/aprendizagem da escrita”. De acordo com Signorini (2006), “na interlocução formador /formando, professor/aprendiz mediada por gêneros escritos catalisadores, eles vão configurando e reconfigurando os papéis e as identidades dos interlocutores e, assim, vão-se criando novos contextos de ensino- aprendizagem, tanto nos cursos de formação de professores quanto na escola fundamental”. Nesse sentido, os gêneros catalisadores favorecem o desencadeamento e a potencialização de ações e atitudes consideradas mais produtivas para o processo de formação, tanto do professor quanto de seus aprendizes.

A pergunta de pesquisa e os objetivos dela decorrentes estão sumarizadas no quadro 05 a seguir:

Quadro 6 - Categorias de análise Fonte: Elaborado pela autora.

Compreendemos que a contribuição de nossa pesquisa para a área de Linguística Aplicada reside, por meio da linguagem, na compreensão dos impactos dos multiletramentos e dos novos letramentos, explorando a cultura digital nas aulas de Língua Portuguesa no ensino básico. Acreditamos que refletir sobre a relação dinâmica entre a prática docente e a teoria que a embasa, por meio do desenvolvimento de projetos, seja fundamental para o professor qualificar seu desenvolvimento profissional e qualificar constantemente sua prática.

Como um projeto em rede pode provocar interconexões e a que elas levam no contexto escolar?

Objetivo geral: compreender as interconexões de um projeto em rede que leva ao desenvolvimento de um novo ethos do aluno e da cultura escolar

Objetivos Corpus Ancoragem

teórica Categorias de análise Subcategorias de análise Reconhecer as

habilidades de leitura e de escrita

contemporâneas , enquanto práticas sociais, promovidas no desenvolviment o do projeto “Eu

sou João

Goulart”

Anúncio publicitário

Projeto Didático de Gênero

Letramentos Gênero como catalisador do projeto em rede

Gênero discursivo como eixo centralizador nas práticas docente Lip Dub

Flash mob Multiletramentos A multiculturalidade e a

multimodalidade na produção de peças publicitárias no campo midiático

Analisar os impactos das peças

publicitárias no ecossistema de processos comunicativos e interacionais do contexto escolar a partir projeto

“Eu sou João Goulart”

Grupo focal Postagens no Facebook

Cultura

participativa, rede digital e novos letramentos

Percepções e impactos dos alunos no projeto “Eu sou João Goulart”

Impactos das conexões de gêneros e pessoas na rede na concepção dos alunos: grupo focal

Mudança na concepção do ensino de língua materna (e a própria concepção de aprendizagem) A descoberta de novas habilidades A valorização da escola

Percepções e impactos das conexões de gêneros e pessoas na rede de interações da comunidade escolar

Impactos das conexões de gêneros e pessoas na rede na concepção da comunidade escolar: interações na rede social Facebook

Competências na educação do século XXI em uma sociedade em que as pessoas vivem em rede e caracterização de um novo Ethos na cultura escolar

4 ANÁLISE DE DADOS

Neste capítulo, levamos a cabo a análise dos dados gerados no projeto “Eu sou João Goulart”. Em nosso estudo, buscamos compreender as interconexões que um projeto em rede pode provocar e a que elas levam no contexto escolar. Nossa análise recai sobre o recorte dos dados gerados, a partir dos quais emergiram categorias e subcategorias já apresentadas na metodologia. A amplitude de dados gerados, por meio do projeto, desafia-nos a delimitar nosso foco de estudo e a observar os diferentes impactos das interconexões presentes no e entre o projeto “Eu sou João Goulart”, que promoveu ações, interações e práticas linguageiras entre atores sociais em tempos e espaços diferentes.

Nossa análise de dados está organizada em três movimentos interconectados, cada um com suas subcategorias de análise. O primeiro movimento analisa Gêneros como catalisadores de uma rede, o segundo movimento buscar compreender as Percepções e impactos dos alunos no projeto “Eu sou João Goulart” e o terceiro movimento de análise são as Percepções e impactos das conexões de gêneros e pessoas na rede de interações da comunidade escolar.