CONSTRUÇÕES DE IDENTIDADE: PERSPECTIVAS SOBRE OS OUTROS 6 Paródia do hino nacional brasileiro na tela Nossas Bosques. PARÓDIA DO HINO NACIONAL BRASILEIRO NA TELA NOSSOS BICHOS TEM MAIS VIDA, DE CRISTIAN SCHONHOFEN.
QUESTÕES IDEOLÓGICAS
Porém, um século separa o texto do Hino da tela Nossas florestas têm mais vida, e esse fato é suficiente para justificar as alterações feitas pelo pintor em sua tela. O texto reproduzido do Hino Nacional sugere que o grito retumbante que definia a liberdade simbolizada pelos raios abrasadores do sol, captados pelos braços fortes do brasileiro retratado em primeiro plano, pertencia ao povo heróico.
O MITO DO PARAÍSO PERDIDO
Histórias com citações referentes ao paraíso terrestre eram muito populares, não só entre as camadas mais crédulas da população, mas também entre a elite. Percebe-se nos relatos de Gândavo e nas abordagens de Sérgio Buarque de Holanda que a situação dos países descobertos pelos navegadores do século XIV remetia invariavelmente ao mito do paraíso terrestre.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O observador percebe imediatamente o contraste entre a superestimação das questões naturais e humanas, especialmente aquelas relacionadas ao patriotismo, todas presentes no discurso ao hino nacional. As representações simbólicas retratadas pela paródia são manifestações contrárias à manipulação utópica evidente na letra do hino nacional.
A paródia permitiu a Christian Schonhofen realizar uma obra que estava criticamente engajada com o discurso da obra original. A estética pós-moderna aplicada à tela, com a síntese dos detalhes mostrados em primeiro e segundo plano e com respeito à identidade do sujeito, sustenta o processo paródico de questionamento e inversão dos símbolos do hino nacional brasileiro.
INTRODUÇÃO
O ESPETÁCULO
Ao saber da identidade de Patrícia, o dono do cachorro, que ficou sabendo das intenções de Douglas, decide matá-lo, usando a irmã como instrumento. Por exemplo, o Dono do Cão Policial usa uma máscara diferente da do Dono do Cachorro que assume o trânsito.
A DESCONSTRUÇÃO
Como exemplo, o próprio questionamento do grupo durante o processo de investigação do programa: se São Paulo for considerada um centro urbano no Brasil, não será também uma periferia, porque é uma cidade de um país periférico. Esta procura pode ser interpretada, metaforicamente, como a procura da identidade de um país que sempre tentou construir-se, mas acabou por escapar, liquefazer-se, sempre adiar-se.
DRAMATURGIA DA DIFFÉRANCE
Como o motorista de um carro passando à beira do rio e vendo um barco cheio de gente, ou a construção de uma cidade no meio do Rio Tietê. Na dramaturgia do espaço, o que é teatro, o que é vida é também um trânsito contínuo e sem fronteiras, como as identidades brasileiras.
O espetáculo BR-3 é considerado um teatro de espaços, indissociável da vivência dos lugares por onde passam e passam os integrantes do grupo, bem como das identidades migrantes. Como metalinguagem, a abordagem da dramaturgia múltipla deshierarquiza as noções de texto e autor como centro do espetáculo.
O DIFERENTE - O “OUTRO” - EM A TERRA DOS MIL POVOS 1
Ser índio aos olhos de um índio é bem diferente de ser índio aos olhos dos chamados homens brancos. Portanto, sem medo de errar, Jecupé afirma que ser índio é um estado de espírito, um estado de espírito que habitava o Brasil e as Américas antes mesmo de existir o tempo.
A TERRA DOS MIL POVOS: HISTÓRIA INDÍGENA DO BRASIL CONTADA POR UM ÍNDIO
O livro de Kaká Werá Jecupé examina os fundamentos da cultura dos povos indígenas brasileiros de uma forma diferente. O livro é ricamente ilustrado por Taisa Borges, que explora os fundamentos da cultura dos povos indígenas brasileiros.
A SITUAÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS NO BRASIL QUANDO DA CHEGADA DOS PORTUGUESES
O livro consiste em uma introdução do autor, que fala sobre si mesmo e também sobre o que é um índio; e quatro capítulos divididos em diversas histórias que tratam de diferentes aspectos da cultura indígena, contadas de acordo com suas experiências e tradições.
VISÕES DIFERENTES DA TERRA DESCOBERTA PARA COLONIZADORES E COLONIZADOS
O SENTIDO DE “ESTRANHO” NO LIVRO A TERRA DOS MIL POVOS
Este sentido de “estranho” também pode ser encontrado no espaço liminar entre as noções de público e privado. O sentimento de alienação na vida de Jecupé fica muito claro quando ele se muda para São Paulo.
A TRANSCULTURAÇÃO VIVIDA PELOS POVOS INDÍGENAS BRASILEIROS COLONIZADOS
Portanto, ele retorna ao universo tradicional de sua cultura nativa e consegue estabelecer sua própria identidade, ao entender que a origem de todos os seus problemas era a perda de conexão com a terra e o mundo de seus antepassados, por isso opta pelo anteriormente perdeu o caminho ao retornar às suas tradições. Com o texto acima aprendemos que seria muito mais fácil se soubéssemos aceitar as diferenças e soubéssemos usar tudo o que os povos ditos “conquistados” nos contam sobre sua cultura.
DIFERENÇAS CULTURAIS ENTRE COLONIZADOR E COLONIZADO
Nessas caminhadas conheci milhares de pessoas, experimentei suas riquezas: pensamento, sabedoria, rituais, mitos e medicina sagrada indígena. Os ocidentais não hesitaram em impor a sua cultura, não conseguiram compreender e aceitar uma cultura tão diferente da sua.
O INDÍGENA COMO “O OUTRO” PERANTE O COLONIZADOR
Para os colonizadores, extremamente racistas, a inferioridade dos demais era completamente normal, pois consideravam os povos conquistados subumanos e, portanto, merecedores da escravidão. Além disso, impor a própria vontade aos outros implica não considerá-los como parte da mesma humanidade da qual você faz parte, o que é justamente uma característica da civilização inferior.
O COLONIZADO E A FUGA DE SUA IDENTIDADE PARA ASSUMIR A IDENTIDADE DO COLONIZADOR
A CONTRIBUIÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS PARA A NOSSA CULTURA
Quanto à fauna, os indígenas desenvolveram técnicas para reduzir o impacto da exploração humana sobre os peixes e outros animais da floresta, que vivem em pequenos núcleos. Os indígenas que viviam às margens dos rios, principalmente na Amazônia, desenvolveram métodos de fabricação de canoas e equipamentos de pesca e tinham nos rios uma grande fonte de alimento.
CONTRIBUIÇÕES DA LÍNGUA INDÍGENA PARA O BRASIL
Na língua tupi seu som é “mb”, o que também levou à adaptação para o som B na escrita portuguesa Mbaecuaá = sabedoria, em vez de “baécuaá” ou “vaécuaá”, que não é o som espiritual da palavra.
CONCLUSÃO
Kaká Werá Jecupé mostra-nos o caminho dele e do seu povo para continuarem a defender as suas tradições, face aos deslocamentos forçados que sofreram. O autor nos mostra sua confusão e também de seu povo diante desses fatos e da perda de conexão com o país e com o lar.
EM BUSCA DA MEMÓRIA PERDIDA: O INTERDITO NÃO-DITO EM O ENCONTRO, DE ANNE ENRIGHT 1
Este artigo propõe uma breve reflexão sobre a gama de condições psicossociais que envolvem o abuso sexual de crianças presentes no romance O Encontro, de Anne Enright, com base nos instrumentos teóricos da psicanálise lacaniana. A este respeito, o Papa, como chefe da Igreja, procura defender a instituição estabelecendo que se trata de ações individuais; por outro lado, reconhece a sua responsabilidade ao “enviar uma carta circular às conferências episcopais de todo o mundo com orientações para “oferecer um programa coordenado e eficaz” em resposta aos casos de padres pedófilos” (VATICANO, 11/2010).
O PACTO DE SILÊNCIO EM O ENCONTRO, DE ANNE ENRIGHT
Desorientado, ele vivencia essa viagem errática de memória e retorna ao ponto da diegese onde havia lido algo semelhante. É através da desconstrução do discurso, da desestabilização da trama, do questionamento de sua memória e de suas certezas previamente estabelecidas que Verônica acabará por determinar a verdade, junto com o leitor.
REFLEXÕES SOBRE ORIENTE VERSUS OCIDENTE A PARTIR DO PERSONAGEM KIP, DE MICHAEL ONDAATJE
ESPAÇO E IDENTIDADE
Dentre as diversas identidades de Kip, o paciente inglês aprecia a capacidade do índio de ver coisas que outros olhos não conseguem, além de estar presente para evitar mais mortes naquela guerra. Ainda no que diz respeito à aparência, há inúmeras repetições de um certo Trompe l'oeil3, pintura na parede do quarto de um paciente inglês.
A VIAGEM E A IDENTIDADE
Um dia você vai querer vê-lo velho, no sul da França os mosteiros o celebram como um velho barbudo, mas o poder ainda está em sua aparência.” (ONDAATJE, 2007, p. 265). Ao admirar a cultura britânica, ele critica o poder inglês e certas características daquele povo: “O que ele viu na Inglaterra foi um excedente de peças que poderiam manter o continente indiano funcionando por dois séculos”. (ONDATE, 2007), p. 169) É uma crítica ao desperdício na fabricação de peças que ajudaram a preservar o Império Britânico.
A BOMBA E A IDENTIDADE
Caravaggio torna-se o porta-voz de Ondaatje para a questão do “eu” e do “outro” ao mencionar este diálogo, onde os personagens personificam o Oriente e o Ocidente. Nesta visão, o Oriente é não europeu, e isso gera inúmeras possibilidades (muçulmano, negro, pobre, remoto), é o “outro”, assim como o europeu é outra infinidade de possibilidades (branco, católico, educado, reconhecido ).
MULTICULTURALISMO
Ainda, em conversa com Caravaggio, onde comenta sobre o hábito do sapador de sempre lavar as mãos: “‗Fui criado na Índia, tio. No final das contas a imagem talvez romantizada do índio submetido à cultura inglesa ( na figura paterna de Lord Suffolk), à parte, e ele incorpora agora não apenas a Índia, mas o Oriente como um todo.
ESTUDOS DE GÊNERO - A OPRESSÃO DO FEMININO NA OBRA CLARA DOS ANJOS DE LIMA BARRETO 1
ALGUNS PRESSUPOSTOS
Se imaginássemos/pensassemos situações pós-coloniais, qual seria o lugar do discurso de Lima Barreto, quando ela fala através de seu narrador e reflete sobre a posição oprimida de Clara dos Anjos diante dos desafios da vida. Por que Clara dos Anjos não ficou indignada com a sua família diante de um comportamento tão opressivo e reprimido?
ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DO ROMANCE CLARA DOS ANJOS
Para tanto, focamos aqui algumas questões relevantes que permearão o desenvolvimento do nosso ensaio nesta pequena seção: como é condicionado o comportamento opressivo que Clara dos Anjos sofre. Na verdade, as páginas de Clara dos Anjos são escritas de forma criativa e ao mesmo tempo despojada, vocabulário ousado que atinge um público menos informado com as técnicas dos romances antigos ou modernos.
LIMA BARRETO E O SISTEMA DO COMPORTAMENTO OPRESSOR DE CLARA DOS ANJOS
21 Acreditamos que a glosa e a interpretação dessas citações reivindicam e contribuem para a ampliação do esclarecimento da trama do romance Clara dos Anjos. A esposa de Joaquim dos Anjos era supersticiosa em relação aos processos mecânicos, daí o seu comportamento enclausurado para com Clara.
ALGUMAS CONCLUSÕES
Ao analisar esse conceito, objetiva-se discutir a assimilação como condição do afrodescendente que se encontra entre a ilusão de pertencimento e o desejo de retornar às origens em busca de liberdade, que nas narrativas afro são exemplos de personagens de assimilação. representando a metáfora de Ariel na África, nos Estados Unidos, no Brasil, no Caribe e na Europa. A posição de Pecola, além de demonstrar ingenuidade, carrega o estigma do ódio por si mesmo, ou seja, a negação da própria existência e que se manifesta pelo ódio que nutre por tudo e todos relacionados à sua origem, ou mesmo como Albert Memmi ( 1967) argumenta em Retrato do colonizado precedido pelo retrato do colonizador: “A recusa de si mesmo e o amor do outro são comuns a todo candidato à assimilação.
DO TEATRO AO CINEMA: A IMPORTÂNCIA DE SER PRUDENTE, DE OLIVER PARKER 1
Ou seja, o tradutor deve aproximar ao máximo as ideias contidas no texto original do texto traduzido para não perder ou alterar completamente o seu significado, ideia coerente com a “tradução interlingual” (2005, p. 65). . Ou seja, Clüver destaca que não é só na tradução interlingual que haverá modificações, também haverá mudanças a partir da transposição de um meio para outro.
WILDE E A IMPORTÂNCIA DE SER “PRUDENTE”
Exemplo disso na peça é o fato de as duas jovens valorizarem mais o nome Ernest/Prudente do que o amor que sentem pelos dois meninos. Esta é a principal característica que o distingue de qualquer outro animal e é o que confere ao homem a capacidade de pensar, construir, identificar e viver em sociedade.
A PARÓDIA DA PARÓDIA
A cena da paródia cinematográfica da peça de Wilde retrata mais uma inquisição do que uma simples conversa entre um homem ignorante e uma suposta sogra. A transposição da peça de Wilde por Oliver Parker introduz elementos irônicos que homenageiam e ilustram ainda mais o humor satírico da obra do dândi.
RECURSOS DA TRANSPOSIÇÃO INTERSEMIÓTICA
O diretor de “A Importância de Ser Honesto” faz excelente uso dessa fonte ao explicar a história do momento em que o personagem Sr. Assim, ao fazer uma avaliação crítica do drama A Importância de Ser Honesto, de Oscar Wilde, percebe-se muitos dos sentimentos pessoais do autor. pule de seu texto.
MEMÓRIA LITERO-CINEMATOGRÁFICA DE HATOUM
Mas longe de procurar confirmar exegeticamente algum tipo de influência filosófica na composição de Hatoum, o filme de Herzog mais apontado como o criador da suposta adaptação de “O Órfão do Eldorado”: “Fitzcarraldo”, de 1982. não estou interessado em uma memória específica de uma cena do passado.
O OUTRO COMO ENIGMA E COMO SUBJETIVIDADE – UMA ANÁLISE DOS FILMES CASA DE AREIA E NÉVOA E CACHÉ 1
O movimento de suspeita provocado pelo envio apócrifo de desenhos e fitas de vídeo à família de Georges (Daniel Auteuil), apresentador de um programa sobre literatura na TV francesa, traz à tona memórias de infância das quais deduz o suposto autor dos incômodos. no final: nada permanecerá como prova. 4 Vadim Perelman dirigiu House of Sand and Mist em 2003, construindo seu roteiro em parceria com Shawn Lawrence Otto, baseado em romance de Andre Dubus III.
O LAR COMO INSÍGNIA DE UMA TERRITORIALIDADE DE TENSÕES INTERSUBJETIVAS
É a investigação de uma lógica íntima, onde “os deslocamentos da memória e os indiretos da arte nos oferecem a imagem da nossa sobrevivência psíquica”. Só a oferta deste tipo de voz permitirá as “ambivalências e ambigüidades encenadas na casa da ficção”.
A SOCIEDADE COMO LUGAR DE CHANCELAMENTO IDENTITÁRIO
Ainda dizendo que “em vez do multiculturalismo, seus atores sofrem com o que os etnólogos chamam de desculturação” (TODOROV, 2010, p. 113). Segundo Todorov, essa falta de reconhecimento é o que os leva “à revolta e à destruição da estrutura social em que vivem” (TODOROV, 2010, p. 114).
O OUTRO COMO ENIGMA
No Séminaire X, sobre L'angoisse, Lacan também apresenta de forma articulada a relação do sujeito, não apenas com a alegria do Outro, mas com as exigências do Outro e com o desejo de que essa demanda seja ocultada: "Ele me pergunta isso, mas o que você quer mesmo de mim?'” (LACAN apud CHEMAMA & VANDERMERSCH, 2007, p. 282). Portanto, “a ansiedade constitui um dos problemas que dá acesso mais direto a esta dimensão do Outro” (CHEMAMA & VANDERMERSCH, 2007, p. 283).
O OUTRO AFIRMADO COMO “ENTRE-LUGAR”
Assim: “O que seria esse espaço geopolítico, como realidade local ou transnacional, é o que se questiona e se reabre” (BHABHA, 1998, p. 25). É uma intimidade que põe em causa as divisões binárias através das quais estas esferas da experiência social são frequentemente contestadas no espaço” (BHABHA, 1998, p. 35).
A METAPOESIA DE MARIO QUINTANA 1
Todos os poemas são o mesmo poema”: como o tempo e a vida, um poema faz parte de um todo, de um corpus maior, que a. Quintana tem consciência de que está produzindo poesia quando dá o título “O poema” a um texto em prosa.
NORMAS PARA PUBLICAÇÃO
Os conceitos de Proust explicam a memória voluntária - exemplo da narrativa de Woolf - que, segundo Bergson, equivaleria ao que ele chamou de espiritual-mental, quando uma pessoa toma consciência dos fatos vividos: a mente tem o poder arbitrário de escolher os fatos sobre os quais ele irá relatar. (1999, pp.89-90, grifo nosso) ou (1999, pp.89-90, grifo no original). Dados de identificação do trabalho (título do artigo, nome do autor, e-mail do autor, endereço, instituição de origem — se o autor for professor universitário, informar o nome da instituição e a função que exerce). ela realiza — e o nome do mentor) deverá ser enviado em outro documento.