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(IR)RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO POR ATO DE SEUS JUÍZES:ANÁLISE DOUTRINÁRIA E

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Academic year: 2023

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ORIGEM, FORMAÇÃO E TEORIAS DO APARECIMENTO DO ESTADO

  • Teoria familiar
  • Teoria da força
  • Teoria da divindade
  • Teoria contratual

A origem do Estado e os fatores que levaram o homem a viver em sociedade têm sido objeto de análise por diversas correntes doutrinárias. Hobbes14, tratando do estado de natureza, diz que os homens nada têm a temer, exceto a força dos outros homens.

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CONCEITO DE ESTADO

  • Estado Antigo
  • Estado Grego
  • Estado Romano
  • Estado Medieval
  • Estado Moderno
  • Estado Contemporâneo

Alguns autores que tratam do assunto utilizaram uma ordem cronológica, partindo do estado antigo e terminando no estado contemporâneo. A Noite Escura na História da Humanidade é o nome que alguns dão a esta época, pois é sem dúvida um dos períodos mais difíceis do plano do Estado.

CONCEITO DE ESTADO

ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO ESTADO

  • Povo
  • Território
  • Governo Soberano

Segundo Burdeau, o território nada mais é do que um limite natural para as ações dos detentores do poder e não constitui um limite característico do Estado. A área deve ser vista de uma perspectiva política e jurídica e não apenas geográfica. Também não se deve confundir o conceito de território com o conceito de propriedade, pois neste último encontramos o poder do império, ou melhor, a sua competência jurisdicional, e na área da propriedade o poder de dominação52.

É importante comentar, portanto, que em determinado território vigora apenas um ordenamento jurídico, é o chamado princípio da territorialidade, como na época, antes da consolidação do Estado, em que as pessoas viviam fiéis a diferentes ordenamentos jurídicos . juntos na mesma área geográfica já se foi há muito tempo. Duguit ensina que a palavra governo tem dois significados: coletivo, como conjunto de órgãos que presidem a vida política do Estado, e singular, como poder executivo, “o órgão que exerce a função mais ativa em termos de assuntos públicos”. 55. A soberania, por outro lado, pressupõe a supremacia absoluta, devendo ser considerado como soberano aquele Estado que na comunidade internacional não encontra limites no exercício dos seus direitos e não aceita a tutela de outrem nos seus assuntos internos56.

Esta soberania estende-se mesmo para além das fronteiras, na protecção dos seus súbditos, na extraterritorialidade da representação diplomática, na força das decisões dos seus tribunais57.

A SEPARAÇÃO DE PODERES

A responsabilidade civil do Estado mudou com o desenvolvimento da sociedade e do Estado. As teorias publicísticas da responsabilidade estatal são: a teoria da falha de serviço e a teoria do risco, que alguns autores dividem em teoria do risco administrativo e/ou integral. Com base no que foi dito até agora, basta esclarecer o que é responsabilidade e mostrar a diferença entre responsabilidade civil e criminal para finalmente compreender a designação de responsabilidade civil do Estado.

A obrigatoriedade ou não da devolução dos bens afetados é problema de responsabilidade civil do Estado. Uma das questões mais prementes do direito administrativo parece ser a extrema dúvida sobre se existe responsabilidade civil do Estado pelas condutas (atos ou omissões) cometidas no âmbito da jurisdição. Nos termos do art. 630 do Código de Processo Penal”, segundo Medauar165, além disso prevalece a irresponsabilidade.

Finalmente, o argumento mais forte é aquele que reconhece que a responsabilidade do Estado pelos atos dos seus juízes constitui um delito contra a coisa julgada179. Vale destacar o desenvolvimento jurisprudencial sofrido pelas decisões do Supremo Tribunal Federal sobre o reconhecimento da responsabilidade civil do Estado pelos atos de seus juízes. O princípio da responsabilidade objetiva do Estado não se aplica aos atos do Poder Judiciário, salvo nos casos expressamente declarados em lei.

ORIGEM DA RESPONSABILIDADE CIVIL

Na busca de indicar quando surgiram os primeiros ideais constitutivos da responsabilidade civil, é necessário remontar aos primórdios da civilização humana, quando o homem, vivendo em grupo, agia a partir de uma vingança coletiva contra o agressor, que feriu outro membro61 . Posteriormente, o Estado tornou o acordo obrigatório e passou a exercer exclusivamente a função de apuração do valor das perdas. Durante este período, não houve distinção entre responsabilidade civil e criminal, e o Acordo serviu como meio de resolver ambas as questões. Contudo, um marco no desenvolvimento histórico da responsabilidade civil ocorre com a edição da Lex Aquilia, cuja importância foi tão grande que deu nome ao novo termo para responsabilidade civil delitual ou extracontratual.

Embora a finalidade original se limitasse ao proprietário da coisa lesada, a influência da jurisprudência e as prorrogações concedidas pelo pretor levaram à construção de uma eficaz doutrina romana de responsabilidade extracontratual. Na Idade Média, o conceito de dolo e culpa no sentido estrito da palavra tomou forma, levando à distinção entre responsabilidade civil e criminal.69. O berço do conceito doutrinário de responsabilidade civil foi a obra do advogado francês Domat, teoria que logo foi cunhada pelo Código Civil francês e outras legislações que pressupunham a culpa70.

Por fim, a responsabilidade civil assemelhou-se à concepção contemporânea quando seu estudo percebeu que não bastava garantir a reparação das hipóteses de culpa, ou seja, da ênfase subjetiva, mas também das circunstâncias que causaram o simples risco de dano, ampliando sua escopo. de incidência para eventos que não exigiram a realização de culpa. O movimento inovador levanta-se contra o trabalho secular; a guerra continua persistente e implacavelmente; Ripert proclama Saleilles e Josserand 'liquidatários da massa falida da culpa' e, apesar das alegações de que a teoria do risco vacilou no calor do seu ataque, os seus defensores continuam no cargo e as necessidades económicas e sociais da vida moderna são intensas. forçar os legisladores a abrir brechas na concepção da teoria clássica da responsabilidade. Assim, a instituição da responsabilidade civil evoluiu no tempo e no espaço, através de diferentes teorias criadas para ela, conforme análise a seguir.

TEORIAS DA RESPONSABILIDADE CIVIL

  • Teoria da irresponsabilidade do Estado
  • Teorias civilistas
  • Teorias publicistas

Em pleno período em que vigoravam os estados absolutos, é claro que a primeira teoria que cresceu foi a da irresponsabilidade do Estado. Assim, ainda que o Estado não tenha suportado o prejuízo, ou seja, prevaleceu a irresponsabilidade do Estado, a indenização recaiu sobre a atuação de seus agentes, reconhecendo, em última análise, a responsabilidade individual do agente estatal, desde que comprovada sua dolo e culpa79. Esta análise acabou por reconhecer uma nova fase na história na evolução do Estado absolutista para o Estado de direito: a implementação da ainda limitada responsabilidade do Estado através da teoria civilista.

A responsabilidade do Estado não foi introduzida repentinamente, desenvolveu-se através do desenvolvimento do direito para obter o seu alcance moderno, a teoria civil, uma etapa deste desenvolvimento, inclui a teoria dos atos de império e gestão e a teoria da culpa civil. Na primeira fase, as ações do ente estatal foram divididas em dois grupos devido à responsabilidade do Estado; em atos de império e atos de governança. Através desta análise, “procurou-se equiparar a responsabilidade do Estado à responsabilidade do empregador ou do cliente pela actuação dos empregados ou agentes (..)”, ou seja, “a doutrina civil serve de inspiração ao artigo 15 do Código Civil Brasileiro (de 1916), que estabeleceu a teoria da responsabilidade subjetiva do Estado”, enfatiza Di Pietro96.

Sem esquecer que a culpa do servidor deveria ser provada pelo lesado ou por quem lhe compete legalmente, desta vez a responsabilidade do Estado e do servidor não correspondeu integralmente aos interesses dos lesados, pois a autoridade exigiu provas . Embora alguns estudiosos não concordem com tal discrepância, Meirelles distingue entre a teoria do risco administrativo e a teoria do risco integral, dizendo que a primeira reconhece - enquanto a segunda não - as causas que excluem a responsabilidade do Estado: a culpa da vítima, culpa de terceiro. clientes ou força maior105. Nessa abordagem, as teorias foram estruturadas até levarem aos fundamentos da responsabilidade patrimonial do Estado que encontramos hoje, fica claro que o Estado brasileiro garante responsabilidades subjetivas e objetivas com sua Carta Magna.

ESPÉCIES DA RESPONSABILIDADE CIVIL

Cretella Júnior destaca que “a responsabilidade contratual decorre do descumprimento de cláusulas aceitas por ambas as partes. Assim, quando um contrato é celebrado, se uma ou mais cláusulas não forem cumpridas, o dano causado incluirá a responsabilidade do infrator”109, e quanto à responsabilidade extracontratual, entende que “decorre da violação do princípio geral de neminem laedere110, pois todo aquele que exerce uma atividade deve arcar com os benefícios e perigos, vantagens e desvantagens” 111. Esse entendimento doutrinário foi introduzido na legislação brasileira, o atual Código Civil em seus artigos define os fundamentos da responsabilidade contratual.

Quanto ao agente, a responsabilidade civil estrutura-se em relação a quem pratica a ação, classificada em direta e indireta. Há situações em que o ordenamento jurídico responsabiliza civilmente alguém por danos não causados ​​diretamente por ele, mas por terceiro com quem mantém algum tipo de relação jurídica. São situações em que a priori configura responsabilidade civil indireta, como observam Gagliano e Pamplona Filho. Portanto, será necessária a prova da culpa do agente para estabelecer a obrigação de reparação.”

A obrigação de reparar é a consequência jurídica lógica do ato ilícito, com base no capítulo das obrigações indenizatórias do art. Na tese da presunção de culpa, o conceito genérico de culpa continua a ser a base da responsabilidade civil. Em determinadas circunstâncias, suspeita-se da conduta culposa do causador do dano e cabe-lhe provar a inexistência de culpa para se exonerar da obrigação de indemnização.

CONCEITO DA RESPONSABILIDADE CIVIL

Pelo contrário, diz respeito à responsabilidade pecuniária do Estado, à responsabilidade extracontratual do Estado ou à responsabilidade civil do Estado por condutas unilaterais, cometidas ou omitidas, legais ou ilegais, materiais ou legais que lhe sejam atribuídas. O certo, porém, é que uma expressiva manifestação doutrinária foi recentemente reforçada com reflexões antecipatórias na jurisprudência, no sentido de reconhecer a responsabilidade do Estado pelos danos decorrentes de suas falhas e omissões na prestação de jurisdição. Os fundamentos que conduzem à responsabilidade civil do Estado pela atividade administrativa extracontratual são plenamente aplicáveis ​​ao âmbito da jurisdição e da atividade legislativa”, afirma Justen Filho135.

Uma questão sempre presente”, RT 674/70; Ruy Rosado de Aguiar Júnior, “A Responsabilidade Civil do Estado pelo Exercício da Função Jurisdicional no Brasil”, Ajuris 59/5 e Maria Sylvia Zanella de Pietro,. Responsabilidade Civil do Estado. P. 477. . (a) impor ou executar medida que prive a liberdade individual, sem formalidades legais ou abuso de poder; No resto da função jurisdicional, ou seja, na maioria dos julgamentos proferidos na função jurisdicional, parece que a responsabilidade do Estado só surgiria se houvesse dolo, fraude ou má-fé por parte do magistrado.

No entanto, aplicam-se os mesmos critérios que existem para atribuir a responsabilidade do Estado na execução de. Apesar desta decisão, manteve-se estabelecido o posicionamento contrário à responsabilidade objetiva do Estado, dado o que o Ministro considerou ALEGAÇÃO DE EXECUÇÃO EXCESSIVA DE ORDEM FEITA PELO JUIZ, QUE SERIA SUBTRAÍDA À IMUNIDADE NO QUE DIZ RESPEITO A AÇÕES JUDICIAIS TÍPICAS. CIVIL.

A arte. 5e, LXXV, da Constituição: é uma garantia, um mínimo, que não atrapalha a lei nem impede possíveis construções doutrinárias que possam reconhecer a responsabilidade do Estado em outras hipóteses que não a de erro judiciário no estrito sentido, mas de uma clara falta objectiva de serviço público da Justiça. Por fim, apesar do forte avanço doutrinário em favor da mudança do entendimento jurisprudencial vigente, conclui-se que a Excelência Pretoriana permanece firme quanto ao ideal de irresponsabilidade civil do Estado pelas ações decorrentes da função jurisprudencial, salvo nos casos que estejam previstos no lei.

Referências

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