XXVII Congresso de Iniciação Científica
Aspectos de vida da raia-prego, Dasyatis hypostigma, no Parque Estadual Marinho da Laje de Santos, São Paulo.
Cioffi, I., Sartor, D., Vaske-Junior, T. Campus Experimental do Litoral Paulista, São Vicente, Ciências Biológicas com Habilitação em Biologia Marinha e Gerenciamento Costeiro, isacioffi@hotmail.com, bolsista IC/FAPESP.
Palavras Chave: Área de proteção marinha, sazonalidade, comportamento.
Introdução
A diminuição de populações de elasmobrânquios é crescente e características de vida do grupo, como crescimento lento e baixa fecundidade, os tornam alvos vulneráveis à fatores como pesca e perda de habitat. A proteção se faz necessária, porém é fundamental que aspectos de vida das espécies sejam conhecidos, para que a mesma seja eficaz.
Objetivos
O presente trabalho visa conhecer aspectos de vida da raia Dasyatis hypostigma, através do estudo da sazonalidade e tipo de comportamento desempenhado durante o dia.
Material e Métodos
O estudo foi realizado na Laje de Santos, uma ilhota rochosa, que dista 40 km da costa e está inserida no Parque Estadual Marinho da Laje de Santos. Através de mergulhos autônomos, eram realizados transectos de tempo (10 minutos) no qual o mergulhador nadava na mesma faixa de profundidade realizando a busca pelas raias e fazendo registro por vídeo. Para a sazonalidade, verificou-se a média de raias avistadas por transecto em cada estação do ano. Em relação ao comportamento, verificou-se três principais ações desempenhadas pelas raias, nadar, descansar, alimentar-se, para posteriormente averiguar qual foi desempenhado com maior frequência durante o dia, já que não houve nenhum mergulho noturno.
Resultados e Discussão
O trabalho foi realizado em um período de dois anos (Julho/2013 – Julho de 2015), tendo sido avistadas 109 raias, com tamanhos variando entre 29cm e 63cm de largura de disco. As raias demonstraram alta fidelidade à região, permanecendo durante todo o período de coleta no local. Isso se deve provavelmente ao fato de a Laje de Santos ser uma antiga área de proteção, onde há maior aporte de alimento, além de pouca incidência de espécies competidoras e predadoras. Além disso, verificou-se que que durante o dia as raias
descansam com maior frequência do que se alimentam, o que pode indicar que a espécie tenha hábitos noturnos, assim como verificado para outras espécies do gênero. Entretanto são indicadas observações noturnas que confirmem tal hipótese.
Figura 1. Média de raias por transecto por tipo de comportamento, com letras representando diferença significativa.
Conclusões
D. hypostigma permanece na Laje de Santos durante todo o ano, sendo que, durante o dia, os indivíduos descansam com maior frequência.
O trabalho utiliza-se de técnicas não destrutivas para a observação do animal em ambiente natural e são trazidas informações inovadoras acerca dos aspectos de vida de D. hypostigma, espécie que tem descrição recente, visando colaborar para manejo, proteção e futuros planos de conservação.
Agradecimentos
Campus Experimental do Litoral Paulista (CLP), FAPESP (#2013/25968-8), Associação das Operadoras de Mergulho da Laje de Santos (AOM), Fundação Florestal, Acervo Zoológico da Universidade Santa Cecília.
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