XXVIII Congresso de Iniciação Científica
Fatores associados à inadequação alimentar em crianças com Síndrome de Down – resultados parciais.
Amanda Daniel¹, Natália Tonon Domingues, Luiza Tavares Carneiro Santiago, Joice Ferreira Lopes, Cátia R.Branco da Fonseca². Botucatu, Faculdade de Medicina de Botucatu, Departamento de Pediatria, Nutrição. amanda.daniel@hotmail.com. ¹FAPESP. ²orientador.
Palavras Chave: Síndrome de Down, Crianças, Avaliação Nutricional.
Introdução
A criança com síndrome de Down (SD) pode apresentar maior incidência de complicações clínicas. Uma alimentação variada e equilibrada é essencial para o crescimento e a manutenção da saúde. Aprender a comer de forma saudável é importante e pode trazer resultados relevantes para as crianças com SD, que nascem com hipotonia e podem apresentar tendência à obesidade e à constipação intestinal crônica¹.
Objetivos
Avaliar o inquérito nutricional e quantificar a ingesta de nutrientes; realizar o diagnóstico nutricional de crianças e adolescentes portadores da SD em seguimento ambulatorial no Hospital das Clínicas de Botucatu, considerando suas comorbidades.
Material e Métodos
Estudo clínico transversal, aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa, com coleta de dados primários e avaliação clínica e recordatório alimentar de 24horas (R24); 1ª etapa) coleta de dados maternos, condição de nascimento, doenças atuais, internações, malformação ao nascimento e hipotireoidismo; 2ª etapa) avaliação nutricional (peso e estatura/comprimento), e aplicação do R24 de três dias anteriores a consulta - realizada em dois momentos: M1 e após 6 meses o M2. Banco de dados elaborado no Excel; classificação nutricional proposta pela Organização Mundial de Saúde (2006), uso do NutWin [software]² para avaliar a quantidade nutricional ingerida. Analise estatística pelos SPSS (v.21).
Resultados e Discussão
Incluídos até o momento 13 crianças, 46% meninos, com mediana de idade de 2,2 anos, e mediana de 5 inadequações alimentares. Dentre as exposições associadas com o total de inadequações alimentares, observou-se que na presença de cardiopatia o número de inadequações é em média 1,81 a mais que na ausência da cardiopatia. O número de inadequações alimentares aumentou 0.25 a cada
ano da criança, dados mostrados na Tabela 1. As crianças com amamentação exclusiva ao seio materno nos seis primeiros meses de vida apresentaram em média 1.10 inadequações alimentares a menos do que nas que não o receberam exclusivamente.
Tabela 1. Regressão linear múltipla para o número de inadequações alimentares em crianças com SD.
Variável β IC95% p
Intercepto 2,66 1,52 3,80 0,001 Teve cardiopatia 1,81 0,76 2,87 0,004 Idade da criança
(anos)
0,25 0,16 0,33 0,000 Passou por
tratamento na tireoide
-165 -2,71 -0,59 0,007 Foi amamentada
exclusivamente por leite materno nos seis meses de vida
-1,10 1,84 -0,37 0,009
Modelo encontrado por procedimento Foward.
Conclusões
O aleitamento materno esteve associado a menor chance de erro alimentar, que normalmente aumenta com o passar dos anos nas crianças. As doenças crônicas como a cardiopatia levaram à maior inadequação alimentar, talvez na tentativa de aumentar a ingesta calórica da criança. O estudo até o final trará mais resultados sobre a situação proposta.
Agradecimentos
FAPESP – Bolsa de Iniciação Científica ___________________
¹AQUINO, Christiane. Alimentação de crianças com síndrome de Down.
Disponível em:
<http://www.movimentodown.org.br/2013/02/alimentacao-de-criancas- com-sindorme-de-down/>. Acesso em: 01 jun. 2016.
²ANÇÃO, M.S. et al. Sistema de Apoio à Nutrição. NutWin [programa de computador]. Versão 2.5. São Paulo: Centro de Informática em Saúde, Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina; 2002.
