• Nenhum resultado encontrado

Universidade do Estado do Rio de Janeiro

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2023

Share "Universidade do Estado do Rio de Janeiro"

Copied!
107
0
0

Texto

A partir de 1990, a indústria da construção no Brasil passou por mudanças únicas na forma como regulamentava e controlava sua força de trabalho. Nesse cenário, aborda-se a inserção dos assistentes sociais na indústria da construção civil no Rio de Janeiro.

As mudanças no mundo do trabalho no final do século XX

Este novo padrão de desenvolvimento capitalista permitiu a flexibilidade não só dos processos de trabalho, mas também dos mercados de trabalho, dos produtos e dos padrões de consumo. O desemprego estrutural, devido à exploração do trabalho vivo e às consequências da flexibilidade capitalista, conduziu a um processo de heterogeneização, fragmentação e complexificação das condições de trabalho e de vida.

As relações sociais de trabalho no Brasil a partir da década de 1990

A informalidade aumentou de 51% da força de trabalho em 1989 para 60% em 2000, principalmente em sectores como a agricultura e a construção11. Posteriormente, no período de desenvolvimento da década de 1970, tais políticas adotaram o conceito de “salário indireto”, com o objetivo de atrair e reter força de trabalho.

O setor da construção civil no Brasil: a força de trabalho e as novas

A indústria da construção civil no Brasil

Perante a instabilidade económica e a ausência de iniciativas por parte do Estado, a indústria da construção está a realizar um longo processo de adaptação, que leva à redefinição de produtos e mercados, à procura de novos padrões de qualidade e produtividade, e à adopção, não muito significativamente, de inovações tecnológicas, organizacionais e de gestão de força de trabalho. Ao examinar as construtoras do Rio de Janeiro, percebe-se que a organização e gestão da mão de obra é desenvolvida pelas necessidades da construtora para atender às exigências do empreiteiro ou do mercado. Estas últimas apresentam sobretudo traços de modernização na organização do trabalho e na gestão da força de trabalho.

Qualifica-se um novo tipo de trabalhador, cujo perfil se adapta melhor aos objetivos empresariais de gestão da força de trabalho para aumentar o valor do capital. Isso aconteceu principalmente no final da década de 1990, quando se observou um processo de mudança na forma de gestão da força de trabalho empregada nesse setor, presente no discurso da qualidade integral, da competência profissional e do trabalhador polivalente. A situação realça as más condições de trabalho a que estão expostos os trabalhadores da construção, bem como a redução da protecção social devido à doença e às pensões.

O procedimento utilizado pelo sindicato é o seguinte: vamos pelo menos manter os empregos que já temos, os empregos na construção. Perante a responsabilidade de fazer face ao processo de reestruturação que tem afetado o setor da construção, verificam-se também alterações no mercado de trabalho dos assistentes sociais e nas exigências colocadas ao seu exercício profissional.

A força de trabalho – o sujeito da construção civil no Brasil

Cerca de 48% dos trabalhadores da construção civil vêm de outros estados como Piauí, Paraíba, Maranhão, Alagoas, Bahia e Minas Gerais, onde os salários são mais baixos. Nesse sentido, a análise realizada por Iamamoto (2001) sobre os trabalhadores da agroindústria canavieira pode ser aplicada a esta população de trabalhadores da construção civil. A mão de obra da construção civil no Brasil é composta basicamente por uma população masculina, sendo 94,15% do sexo masculino e apenas 5,85%.

Laurell e Noriega, utilizados por Freire (2003), relacionam o conceito de consumo às cargas biológicas e psicológicas, ou seja, à longa jornada, às condições de trabalho e ao sofrimento psicológico do trabalhador. Em termos de tempo de serviço, dados coletados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) mostram uma rotatividade de mão de obra muito elevada na construção civil. A construção civil pode ser diferenciada dependendo do espaço de trabalho, no que diz respeito ao comportamento do trabalhador e à organização política local.

A realidade dos trabalhadores da construção civil na cidade do Rio de Janeiro é, portanto, diferente da de um trabalhador da construção civil, por exemplo. 64,18% dos trabalhadores da construção civil estudaram apenas até a 4ª série do ensino fundamental, sendo que mais da metade deles não completaram essa série ou eram analfabetos.

A contratação e exploração

A jornada de trabalho na indústria da construção é de 44 horas semanais, de segunda a quinta, nove horas (07h00-17h00) e sexta-feira, 8 horas diárias (07h00-16h00). As entidades representativas visam basicamente contribuir para a melhoria das condições e das relações trabalho-vida dos trabalhadores da construção civil. Logicamente, o Serviço Social sofre as implicações deste processo, com novas formas de solicitações e pedidos de trabalho.

Na contemporaneidade, o crescimento da desigualdade social, expressa no desemprego estrutural e na exclusão global, tem afetado as condições de trabalho dos assistentes sociais. Com base em referências, exigências e espaços, será apresentada a seguir a realidade observada juntamente com as novas condições de trabalho dos assistentes sociais na indústria da construção. Segundo Pereira (1999), ao analisar o trabalho dos assistentes sociais nesta área, pode-se dizer também que, na indústria da construção, o processo de contratação deste profissional tem levado a condições de trabalho inseguras em termos de salários e benefícios sociais.

O segundo aspecto diagnosticado pela pesquisa diz respeito às condições de vida e de trabalho dos usuários dos serviços sociais. É positivo porque o especialista amplia seus conhecimentos e cria mais um local de trabalho para o serviço social. A análise das consequências da reestruturação produtiva na construção civil indica mudanças nas condições de trabalho, redução da força de trabalho com contratos de trabalho em favor de contratos de trabalho mais flexíveis.

Neste sentido, no âmbito das empresas de construção coexistem novas e velhas formas de gestão da força de trabalho. Como já mencionado, as mudanças na forma como a força de trabalho é gerida na indústria da construção trouxeram novas demandas para os profissionais de Serviço Social nesta área. O mundo do trabalho frente ao processo de reestruturação produtiva: um desafio no processo de trabalho dos assistentes sociais na construtora, na cidade do Rio de Janeiro.

Um balanço sobre as novas demandas e espaços de trabalho do

O trabalho do assistente social na indústria da construção civil no

A requisição do assistente social na construção civil

As empresas não percebem o que é o nosso trabalho, como os assistentes sociais podem trabalhar, o que podem fazer pela construção, em termos de trabalho. No campo da prestação de serviços sociais, o assistente social procurava criar benefícios ou buscar recursos sem custos, muitas vezes conforme exigido por uma construtora para atingir objetivos institucionais. Com base na minha observação deste exercício de estágio, ficou claro que até meados da década de 1990 a prática profissional do assistente social estava muito mais focada no desenvolvimento de programas voltados para a saúde do trabalhador, como alcoolismo e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. , e também para projetos de complementação escolar, incluindo a introdução de salas de aula em canteiros de obras através do programa “Alfabetizar é Construir”30.

Na coordenação desses projetos, o assistente social desenvolveu suas ações profissionais em conjunto com o técnico em segurança do trabalho. 29 É interessante destacar o nome “colaboradores”, referindo-se aos subcontratados, típico da linguagem neoconservadora de “qualidade total”, incorporada pelo assistente social. Diante deles, o assistente social aparece de forma preventiva, por meio de conversas com os trabalhadores, demonstrando a diferença na sua linguagem, que é o principal meio de seu trabalho.

O trabalho dos assistentes sociais nas empresas de construção exige uma compreensão destas expressões de questões sociais e estratégias que contribuem para a concretização dos direitos sociais dos trabalhadores. Assim, a procura de assistentes sociais na indústria da construção, nos últimos anos, tendeu a incluir a gestão de uma “política” de compromisso e envolvimento dos trabalhadores no processo produtivo.

O trabalho profissional a partir da década de 1990 frente às políticas

Portanto, com a necessidade de implementar uma face social em seu contexto, as empresas exigem que o trabalho do assistente social enfatize questões relacionadas à “responsabilidade social” por parte da empresa. Nesse contexto, a atuação profissional exige capacitação para atuação em equipes interdisciplinares, como o Setor de Medicina e Segurança do Trabalho, voltado também para o desenvolvimento de propostas de trabalho voltadas tanto para trabalhadores da construção civil quanto para áreas próximas. No entanto, o que se pode constatar a partir dos dados recolhidos na investigação, que foi posteriormente analisada, é que os assistentes sociais da indústria da construção carecem de conhecimento sobre novas oportunidades de trabalho e estratégias de intervenção profissional nesta área, bem como sobre novas solicitações de negócios.

Conforme já apresentado, menos da metade da força de trabalho deste setor é contratada formalmente com acesso às garantias oferecidas pela legislação trabalhista. Isto porque todo este processo de reestruturação se baseia numa política de redução de custos, incluindo eliminação de empregos e terceirização de atividades e principalmente maior rentabilidade ou acumulação de capital. Em algumas empresas de construção, o assistente social, por não ter criado outras alternativas profissionais de trabalho em resposta às novas necessidades da empresa, - muitas vezes por falta de maior qualificação profissional -, foi despedido ou as suas atividades foram transferidas para outro setor , como administrativo, - unicamente para desenvolver a política de benefícios com os trabalhadores.

Com a tendência de redução do número de trabalhadores a tempo inteiro e o aumento dos trabalhadores contratados, as exigências dos utilizadores dos serviços sociais também estão a mudar, uma vez que os subcontratantes não dispõem de benefícios e incentivos que garantam a reprodução social dos trabalhadores, bem como como as condições de trabalho e emprego dos assistentes sociais. Contudo, acredita-se que os assistentes sociais hoje, apesar da perda repentina de empregos neste setor, enfrentam uma série de exigências para as quais devem estar preparados.

Tendências dos assistentes sociais no campo: o entendimento das

Por outro lado, quando observamos o trabalho do Serviço Social nas instituições que representam os trabalhadores da construção civil, vemos uma realidade diferente. Neste sentido, a formação profissional assume um peso privilegiado para a introdução e manutenção do Serviço Social na construção civil, incluindo o trabalho ético, explorando este espaço contraditório. Sem isso, podemos acabar perdendo a especialidade e, com isso, extinguir a profissão de Serviço Social.” (Madureira, 1999, p. 48).

Temo que estejamos apenas ocupando esses espaços e perdendo a identidade do serviço social na empresa e acabando então com um espaço profissional...na verdade o mercado de trabalho!. Ou seja, preservar esse traço histórico da profissão, que combina a objetividade (através da assistência material) com a subjetividade (através do processo socioeducativo), na forma do serviço social. Ao contrário do que possa parecer à primeira vista, podemos dizer que ainda existe um vasto campo de atuação dos assistentes sociais na indústria da construção.

In: Formação em serviço social e políticas sociais: módulo 1: Crise contemporânea, questões sociais e serviço social, Brasília, CEAD, p. Considerações sobre o processo de reestruturação produtiva relacionado ao Serviço Social nas empresas do estado do Rio de Janeiro. A categoria da mediação na tendência marxista do Serviço Social e sua presença no trabalho dos assistentes sociais.

Educação em Serviço Social e Política Social: Módulo 1: Crise Contemporânea, Questões Sociais e Serviços Sociais, Brasília, CEAD, pp. Mercosul e Reforma do Estado: Implicações para Políticas Públicas.

Referências

Documentos relacionados

50 AL BERTO: A URGÊNCIA EM FINGIR E TESTEMUNHAR1 KENEDI SANTOS AZEVEDO DOUTORANDO Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil