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O trabalho profissional a partir da década de 1990 frente às políticas

No documento Universidade do Estado do Rio de Janeiro (páginas 75-85)

2.2. O trabalho do assistente social na indústria da construção civil no

2.2.2. O trabalho profissional a partir da década de 1990 frente às políticas

Essas configurações impostas pelo mercado econômico mundial e nacional exigem, na maioria das vezes, uma atuação profissional que tenha um caráter educativo que procura garantir a denominada “conscientização”32 por parte do trabalhador, acerca da importância na observância das normas da política de qualidade.

2.2.2 O trabalho profissional a partir da década de 1990 frente às políticas

Conforme é do conhecimento de V.S.ª, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) através de sua Divisão de Apoio ao Setor Privado está analisando uma solicitação de financiamento encaminhada pela empresa para o financiamento parcial da implantação do projeto X.

A fase atual da análise do projeto está voltada à avaliação dos impactos ambientais decorrentes de intervenções dessa natureza e dos programas ambientais de mitigação e controle propostos, para assegurar que a implantação e operação do empreendimento se darão em harmonia com a proteção, conservação e melhoria do meio ambiente urbano sob a influência do projeto. Neste sentido, ao mesmo tempo, se busca a efetivação de garantias à implantação e manutenção das medidas de mitigação e controle ambiental que correspondam a soluções técnicas adequadas e atendam ás normas e procedimentos ambientais deste banco. (BID, 1998, apud: Madureira, 1999:34).

Sobre esse outro objeto de atenção a questão ambiental no Brasil esta preocupação surge recentemente, com o desenvolvimento do capitalismo e, conseqüentemente, da industrialização. O desenvolvimento do capitalismo, voltado exclusivamente para o lucro, através da produção de mercadorias e da reprodução social da sua lógica e linguagem, é acompanhado da modernização da sociedade brasileira. Intensificado nas últimas décadas, tal desenvolvimento trouxe uma série de aspectos sociais e ambientais negativos à sociedade civil.

Com o desenvolvimento econômico - social presente na construção de vias expressas, viadutos, grandes edifícios, estradas, rodovias etc., as organizações financeiras, cada vez mais, vêm se preocupando com a possível degradação ambiental provocada pela construção, entre outros fatores de poluição.

A exigência de construir projetos que diminuam os impactos ambientais, que podem ocorrer no entorno das comunidades, leva as empresas a considerar o profissional do Serviço Social uma representatividade social, que possui uma ampla formação acadêmica. Assim, ao trazer o discurso da responsabilidade social para o seu contexto, as empresas da construção civil passam a requisitar o assistente social para atuar além da implementação de programas de qualidade e produtividade, desenvolvendo programas sociais nas comunidades em torno da empresa. Essas atividades são vistas pelas construtoras com meios para mais investimentos e melhoria da imagem da empresa junto aos financiadores.

Os dados levantados pela pesquisa de campo, através das entrevistas realizadas com as assistentes sociais da construção civil, confirmam que um dos fatores para a requisição do assistente social nas construtoras, vem sendo

realmente exigido pelos contratos pré-estabelecidos entre as empresas de construção e os órgãos financeiros.

Esse fato vem trazendo novas requisições ao Serviço Social, o que é confirmado no seguinte depoimento.

A “B” (empresa de tecnologia avançada) achou por bem estar contratando uma assistente social, porque ela desenvolvia vários projetos. Um deles era o programa de alfabetização para os trabalhadores. Inclusive, essa contratação era exigência do cliente. Funcionava como uma espécie de marketing para o cliente, um dos diferenciais para que a “B” pegasse esse trabalho, conquistasse esses trabalhos junto às empresas americanas, mostrando aquele lado de responsabilidade social.

Aí, eu fui contratada para estar trabalhando diretamente nesse canteiro de obras aqui no Rio de Janeiro. Quando o canteiro acabou, eu fui dispensada porque a “B”

não conseguiu mais nenhuma obra aqui no Rio de Janeiro. (assistente social entrevistada).

Por outro lado, com base em minha experiência nesse campo, percebe-se que grande parte das construções, financiadas pelo poder público ou privado, em comunidades, provocam o rompimento com a herança cultural comunitária, muitas vezes desmobilizando os seus moradores. Isso ocorre a partir do momento em que, com a construção de um projeto de urbanização e saneamento básico, é fragmentado o sentido de coletividade e de pertencimento da população comunitária rompendo-se as relações culturais, políticas e sociais existentes anteriormente à construção da obra. Nesse sentido, mais uma vez, deparamo-nos com a questão da fragilização da ação coletiva, seguindo a lógica do mercado, conseqüentemente do capital.

Como exemplo, apresento, as conseqüências de uma obra pública do tipo rodovia como a “Linha Amarela”, que foi projetada para ser construída no meio de favelas na região norte do Rio de Janeiro, que ocasionou um conjunto de impactos físicos, sociais e culturais a população do entorno da obra, conforme apresentado no nosso trabalho anterior:

‘redução da qualidade do ambiente da circunvizinhança devido à deposição de poeira, em virtude da sistematização da construção; tendência ao aumento do stress da população circunvizinha, em conseqüência das vibrações provocadas pelas operações de compactação do solo e fundações; tendência à depreciação das relações sociais existentes; problemas no relacionamento social dos moradores assentados, devido à convivência entre pessoas com grandes diferenças culturais e sociais; aumento do número de casos de distúrbios emocionais, provocados por conflitos originados das diferenças culturais e sociais’. (Madureira, 1999:41).

Esses impactos podem prolongar-se como na poluição do ar e sonora, provocadas pelos veículos utilizadores da rodovia, como também aconteceu no conjunto residencial à entrada/saída do atual acesso à Barra da Tijuca, na Gávea.

Tais impactos fazem com que as organizações internacionais, utilizando também as exigências da Constituição Federal do Brasil, introduzam em seus programas de investimentos financeiros, que a contratante apresente, junto com o projeto para a construção da obra, propostas de trabalho que amenizem impactos ambientais nas áreas afins. Por esse motivo, nos dias atuais, as empresas vêm inserindo na política empresarial a questão da responsabilidade social.

Essa realidade confirmar as análises de Iamamoto (1998), Mota (2000) e Cesar (2002) sobre o novo espaço comunitário apropriado pelas empresas, apresentado no item 1.2.

A ‘nova cultura corporativa’ transcende as fronteiras fixas do campo da administração e da teoria da organização para se integrar à ideologia do mercado mundial, cujos campos fecundos são as práticas de marketing articuladoras do ciclo de consumo do capital contemporâneo. (Cesar, 2002:2)

Para o empresariado, o assistente social vem a ser requisitado para exercer a sua intervenção profissional de forma a administrar possíveis problemas que vêm afetar a produção da construtora. Na concepção do gerente da obra, o assistente social, como representante da política social da empresa, tem o papel de administrar os conflitos existentes, internos e externos ao contexto das empresas. Tem a responsabilidade de “mediar”, administrar e controlar os “males” que agridem o desenvolvimento da produtividade da obra, pois a redução da mesma gera desperdício e perda de capital investido.

Nas comunidades, o assistente social trabalha em ações comunitárias junto aos objetivos da empresa. No complexo da Rocinha e na comunidade do morro do Vidigal, por exemplo, que estava bastante ligada ao meu trabalho como estagiário nesse campo, o exercício profissional do assistente social se objetiva principalmente na articulação das instituições e dos movimentos sociais existentes no âmbito das comunidades, assim como também na mobilização comunitária para implantação de projetos e programas sociais.

Sobre essa questão da responsabilidade social, Iamamoto (1998:129) confirma que essa recente tendência das empresas, ao apresentar uma face social no contexto empresarial, expressa uma estratégia de marketing.

O monte da solidariedade humana, da preservação da natureza para o desenvolvimento auto-sustentado, do compromisso com a redução da pobreza e exclusão passam a ser utilizados como meios de atribuir respeitabilidade e legitimidade social ao empreendimento, estimulando a elevação de seus índices de rentabilidade.

Também Mota (1999:155) afirma que se trata de uma nova estratégia de inserção empresarial para o enfrentamento da questão social, no seu interesse:

Cautelosamente, podemos sugerir que a questão social deixa de ser objeto específico da atuação do Estado e passa a ser também foco da ação empresarial, como parte da formação de uma nova cultura”.

Diante deste fato, o trabalho do Serviço Social nas construtoras do município do Rio de Janeiro, passou não mais a se limitar a atender aos trabalhadores da empresa, no setor de benefícios. Assim, esse trabalho não apenas se resume em atender às demandas dos trabalhadores da construção civil, mas também tendo como objeto as relações sociais externas e como novo sujeito a população em torno da obra.

Também Francisco (1997), aponta as novas requisições que exigem a atuação do assistente social em outras áreas além da de benefícios, onde está tradicionalmente situado, com o desencadeamento do processo de reestruturação produtiva no trabalho.

A participação do Serviço Social na implementação de Programa de Qualidade e Produtividade cresce na medida em que se faz necessária a “pedagogia de adesão”, como no dizer de Ana Elizabete Mota. È o Serviço Social atuando na esfera sócio educativa. (Francisco, 1997:54).

Desse modo, com a necessidade de implementar uma face social no seu contexto, as empresas exigem que o trabalho do assistente social passe a dar ênfase nas questões relativas à “responsabilidade social” por parte da empresa. Ela se integra à política de qualidade e a possibilidade de uma aliança entre a empresa e os órgãos governamentais, superando assim a visão da “especialidade”

concentrada na administração de benefícios.

Conforme analisado na monografia anterior (Madureira, 1999), na indústria da construção civil, o assistente social, requisitado nesse campo como representante do trabalho social da empresa, tem efetivado o seu trabalho profissional numa dimensão bastante diversificada. Uma delas refere-se à utilização do seu papel de articulador e facilitador em intermediar as relações sociais na construção da chamada interdisciplinaridade. Isto porque, na construção civil, esse profissional,

para atender às demandas exigidas pelo contexto empresarial tem exercido, na maioria das vezes, o seu trabalho com outras áreas afins. Nesse contexto, o desempenho profissional requer capacitação para atuar em equipes interdisciplinares, como o setor da Medicina e Segurança do Trabalho, também voltados para a preocupação em desenvolver propostas de trabalho voltada tanto para os trabalhadores da construção civil, como para as áreas próximas ao entorno da empresa.

Essas novas formas de incorporar, em sua organização, uma face social e outras políticas de reprodução da força de trabalho indicam não apenas a adesão à lógica de acumulação de capital, como também uma estratégia de incorporação dos trabalhadores aos novos valores e forma de produção e modos de aceitar as exigências, no interesse empresarial.

Mota (1995:156) destaca três esferas da ação empresarial em função das mudanças no trabalho.

No âmbito do processo e das relações de trabalho nas empresas, mediante o desenvolvimento de novas práticas de gestão da força de trabalho, seja no processo técnico de produção, seja relativo à reprodução social; no âmbito das instituições do estado, fazendo-se representar como formuladores e interlocutores de políticas econômicas, financeiras e sociais; no âmbito da publicização do seu pensamento social, valendo-se da construção e socialização de conhecimentos, valores e propostas qualificadoras do seu projeto.

Tais demandas têm trazido ao trabalho do assistente social um novo dimensionamento do seu próprio saber profissional e de sua intervenção na dinâmica da organização das empresas, juntamente com críticas pertinentes, como a seguinte:

Hoje, a construção civil quer certificação. As empresas estão correndo atrás da série ISO 9000, 9002, até a 14000 (do meio ambiente). Por um lado, a empresa tem ganhado, pois, repassando os conceitos de qualidade para os funcionários, você envolve os mesmos. No entanto, muitas vezes essa qualidade fica só no discurso, não sendo associada à qualidade de vida do funcionário. (assistente social entrevistada).

No entanto, o que se percebe com os dados levantados na pesquisa, analisados mais adiante é que falta ao assistente social da indústria da construção civil uma percepção sobre as novas possibilidades de trabalho e estratégias de intervenção profissional nesse campo, junto às novas requisições empresariais.

Existem diferenças entre as construtoras que prestam serviço em comunidades de população de baixa renda e as construtoras do setor

“empreendedor” quanto às estratégias e demandas. As segundas passam a utilizar novos discursos empresariais, como, por exemplo, da “qualificação profissional”.

Estas tentam provocar um novo comportamento produtivo do trabalhador, onde a confiabilidade e o envolvimento do mesmo com os objetivos da empresa são os ingredientes indispensáveis. Sendo assim, passam a investir predominantemente em programas de qualidade e produtividade e, conseqüentemente, por isso, em treinamento dos trabalhadores.

César (2002), analisar que as estratégias adotadas pelas empresas a partir da década de 1990, implicaram em redefinições nas políticas sociais empresarias, gerando transformações no comportamento produtivo, pautado no envolvimento do trabalhador com os objetivos da empresa.

As mudanças efetuadas nos meios de consumo, modos de controle e mecanismos de reprodução material da força de trabalho, nesse sentido, visam estabelecer instrumentos que se tornam objeto de consentimento nas relações estabelecidas no processo de produção. Tal consenso é obtido através de incentivos materiais e simbólicos dirigidos aos trabalhadores, propiciando seu engajamento com as metas de qualidade e produtividade e aprofundando sua subordinação às normas da produção. (ibid. idem: 01)

Na construção civil, o conceito de qualidade foi primeiramente associado à a visão de satisfação do cliente. Obviamente, a satisfação do cliente não é resultado apenas e tão somente do grau de conformidade com as especificações técnicas mas também de fatores como prazo e pontualidade de entrega, condições de pagamento, atendimento pré e pós-venda, flexibilidade, entre outros.

Paralelamente a esta extensão do conceito de qualidade, surgiu a visão de que o mesmo era fundamental no posicionamento estratégico da empresa perante o mercado. Pouco tempo depois, percebeu-se que o planejamento estratégico da empresa, enfatizando a qualidade, não era suficiente para seu sucesso. O conceito de satisfação do cliente foi então estendido para outras entidades envolvidas com as atividades da empresa. O termo “qualidade total” representa a busca da satisfação, não só do cliente, mas de todos as entidades significativas na existência da empresa e também da excelência organizacional da empresa.

Considerando a qualidade total como o estado ótimo de eficiência e eficácia na ação de todos os elementos que constituem a existência da empresa, tem-se a necessidade de modelar sua organização e o contexto no qual a mesma estava

inserida. Ao resultado desse processo de modelagem deu-se o nome de Modelo Referencial para Gestão da Qualidade Total.

Esse modelo compreende todo o processo de implementação do programa de qualidade total dentro das empresas de construção civil. A eficiência dessa implementação gera a certificação da ISO Série 9000 (normas de gestão de qualidade e garantia da qualidade – Diretrizes para a aplicação e uso) que busca garantir a qualidade dos serviços e produtos oferecidos pela empresa credenciada no sistema.

Para efetivar seus objetivos, são implementados treinamentos, cursos de capacitação, palestras que atingem os 5 S compreendidos como os sensos de limpeza, utilização, coordenação, saúde e autodisciplina, buscando novos hábitos que a classe trabalhadora deve adquirir para o desenvolvimento de um trabalho de qualidade.

No entanto, as estratégias adotadas pelas empresas com o objetivo de melhorar a produção e a rentabilidade financeira, apontam para a intensificação da precarização da força de trabalho, presente historicamente neste campo. Conforme já apresentado, neste setor, menos da metade da força de trabalho é contratada formalmente com acesso às garantias oferecidas pela legislação trabalhista. Com a concorrência e a busca de melhor qualidade, essa situação se agrava, contraditoriamente. Isto porque todo esse processo de reestruturação está baseado numa política de redução dos custos, presente na eliminação de postos de trabalho e terceirização de atividades e principalmente maior lucratividade ou acumulação de capital. Um exemplo pode ser expresso quanto ao quadro de profissionais em Serviço Social no campo da construção, apresentado anteriormente,

Em algumas construtoras, o assistente social por não construir outras alternativas de trabalho profissional frente às novas necessidades da empresa, - muitas vezes pela falta de um maior qualificação profissional -, foi demitido ou repassados as suas atividades para um outro setor, como por exemplo o departamento administrativo, - exclusivamente para desenvolver a política de benefícios junto aos trabalhadores.

Nesse sentido, pode-se perceber que a questão da responsabilidade social e a política de qualidade, implicaram modificações no exercício profissional dos assistentes sociais inseridos neste campo. Com base nas entrevistas realizadas, hoje, no ramo da construção civil, o assistente social, diferentemente da situação

funcional anterior, após ter passado por significativa perda de postos de trabalho, insere-se neste setor de modo terceirizado, com restrições de direitos trabalhista e com dificuldades de negociação no trabalho, uma vez que pertence ao setor de serviços que sub-contratam a sua força de trabalho

Segundo Pereira (1999), ao analisar o trabalho do assistente social nesse campo, pode-se afirmar também que, na indústria da construção civil o processo de terceirização desse profissional ocasionou a precarização das condições de trabalho em termos salariais e de benefícios sociais. Além disso, outro elemento apresentado pela autora, foi sobre o papel diferenciado do assistente social terceirizado e o que possui vínculo com a empresa-mãe. O profissional contratado pela empresa-mãe possui salários mais altos e incentivos diretos, como, por exemplo, plano de saúde e participação no lucro da empresa. Esses elementos fazem com que esse profissional permaneça na empresa mesmo que o trabalho não seja tão estimulante.

Outro aspecto, diagnosticado com a pesquisa, refere-se às condições de vida e de trabalho dos usuários do Serviço Social. Com a tendência de redução do número de trabalhadores regulares e a ampliação dos contratados, há uma alteração também nas demandas dos usuários do Serviço Social, uma vez que as sub empreiteiras contratadas não possuem benefícios e incentivos que garantam a reprodução social dos trabalhadores, como também nas condições de trabalho e contratação dos assistentes sociais.

Considera-se, ainda, com base na pesquisa de campo, que o processo de reestruturação produtiva mundial não introduziu inovações tecnológicas significativas no processo produtivo da maioria dessas empresas da construção civil no Brasil. A sua principal estratégia vem sendo a garantia da certificação da série ISO 9000, que aponta para a intensificação do trabalho e precarização das condições dos trabalhadores, já historicamente presente neste campo. Cada vez mais, os trabalhadores vêm perdendo o vínculo formal e, conseqüentemente, o acesso à proteção da legislação trabalhista que evidência a vulnerabilidade e precariedade a que estes trabalhadores estão sendo submetidos. Isto, sem citarmos os baixos salários, a alta rotatividade no emprego e as más condições do trabalho em canteiros de obras, alvos tradicionais de atenção no setor.

Essa diversidade vem implicando não apenas a emergência de novas demandas para o usuário do Serviço Social, os trabalhadores da construção civil,

principalmente no que diz respeito às mudanças das relações e condições de trabalho, como a reordenação do espaço de trabalho do assistente social, alargando os canais técnico - operativos, pela realização de ações profissionais, nos níveis de assessoria, planejamento e formulação, gestão e análise de programas e políticas sociais.

No entanto, avalia-se, na construção civil, que o profissional do Serviço Social requer um amplo conhecimento teórico-crítico e técnico-operativo do seu objeto de ação, para conseguir trabalhar as demandas da instituição e as demandas dos trabalhadores, ambos usuários do Serviço Social. Como tem sido sinalizado desde Faleiros (1985), é preciso fazer uma análise institucional. A ausência do conhecimento da categoria de mediação e da análise institucional ocasiona o que nas últimas duas décadas vem acontecendo: a perda do espaço do Serviço Social.

Se no campo da prestação de serviços sociais, o profissional do Serviço Social necessita de uma ampla análise da instituição para delinear o seu espaço profissional e efetivar políticas sociais para os trabalhadores, no âmbito externo das empresas, além desse arcabouço de conhecimentos e técnicas, o assistente social, como o técnico capacitado em construir, implementar e executar projetos, deve buscar e criar estratégias que contribua na amplitude da dinâmica de sua prática.

Diante do exposto, podemos observar que são significativas e contraditórias as implicações das alterações no mundo do trabalho para o Serviço Social neste ramo da produção, seja observando-o pelo prisma de trabalhador assalariado, seja como profissional que atua nas questões oriundas da relação capital/trabalho, seja na sua valorização e ampliação dos espaços de atividades devidos aos padrões internacionais.

Todavia, considera-se que, apesar da perda brusca de postos de trabalho nesse setor, o assistente social hoje vem se deparando com um leque de requisições para o qual precisa estar preparado. Desse modo, esse profissional depara-se com um círculo vicioso que precisa ser rompido.

2.3. Tendências dos assistentes sociais no campo: o entendimento das

No documento Universidade do Estado do Rio de Janeiro (páginas 75-85)