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REVISTA
BRASILEIRA
DE
REUMATOLOGIA
Artigo
de
revisão
Seguranc¸a
do
uso
de
terapias
biológicas
para
o
tratamento
de
artrite
reumatoide
e
espondiloartrites
Licia
Maria
Henrique
da
Mota
a,∗,
Bóris
Afonso
Cruz
b,
Claiton
Viegas
Brenol
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Daniel
Feldman
Pollak
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Geraldo
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Rocha
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Pinheiro
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Maria
Magalhães
Laurindo
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Ivânio
Alves
Pereira
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Jozélio
Freire
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Carvalho
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Barros
Bertolo
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Medeiros
Pinheiro
j,
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Victor
Carioca
Freitas
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Silva
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Louzada-Júnior
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Percival
Degrava
Sampaio-Barros
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Rina
Dalva
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o,
Rodrigo
Aires
Corrêa
Lima
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Luis
Eduardo
Coelho
Andrade
qaFaculdadedeMedicina,UniversidadedeBrasília,Brasília,DF,Brasil bInstitutoBIOCOR,BeloHorizonte,MG,Brasil
cDepartamentodeMedicinaInterna,FaculdadedeMedicina,UniversidadeFederaldoRioGrandedoSul,PortoAlegre,RS,Brasil dEscolaPaulistadeMedicina,UniversidadeFederaldoEstadodeSãoPaulo,SãoPaulo,SP,Brasil
eFaculdadedeCiênciasMédicas,UniversidadedoEstadodoRiodeJaneiro,RiodeJaneiro,RJ,Brasil fFaculdadedeMedicina,UniversidadedeSãoPaulo,SãoPaulo,SP,Brasil
gUniversidadeFederaldeSantaCatarina,Florianópolis,SC,Brasil hCentroMédicoAlianc¸a,Salvador,BA,Brasil
iFaculdadedeCiênciasMédicas,HospitaldeClínicas,UniversidadeEstadualdeCampinas,Campinas,SP,Brasil
jAmbulatóriodeEspondiloartriteseOsteoporose,DisciplinadeReumatologia,EscolaPaulistadeMedicina,UniversidadeFederal
doEstadodeSãoPaulo,SãoPaulo,SP,Brasil
kReumatologista,Fortaleza,CE,Brasil
lFaculdadedeMedicina,UniversidadeFederaldeGoiás,Goiânia,GO,Brasil
mFaculdadedeMedicinadeRibeirãoPreto,UniversidadedeSãoPaulo,RibeirãoPreto,SP,Brasil nDisciplinadeReumatologia,FaculdadedeMedicina,UniversidadedeSãoPaulo,SãoPaulo,SP,Brasil
oSec¸ãodeDiagnósticoeTerapêutica,Servic¸odeReumatologia,HospitaldoServidorPúblicoEstadualdeSãoPaulo,SãoPaulo,SP,Brasil pHospitalUniversitáriodeBrasília,HospitaldeBasedoDistritoFederal,Brasília,DF,Brasil
qDisciplinadeReumatologia,EscolaPaulistadeMedicina,UniversidadeFederaldeSãoPaulo,SãoPaulo,SP,Brasil
∗ Autorparacorrespondência.
E-mails:liciamhmota@gmail.com,jotafc@gmail.com(L.M.H.Mota).
http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2014.06.006
informações
sobre
o
artigo
Históricodoartigo:
Recebidoem25dejunhode2013 Aceitoem30dejunhode2014 On-lineem13deoutubrode2014
Palavras-chave: Artritereumatoide Espondiloartrites Biológicos Imunobiológicos Seguranc¸a
r
e
s
u
m
o
Otratamento dasdoenc¸as reumáticasautoimunessofreuumaprogressivamelhora ao longodaúltimametadedoséculopassado,quefoiexpandidacomacontribuic¸ãodas tera-piasbiológicasouimunobiológicos.Noentanto,háqueseatentarparaaspossibilidades deefeitosindesejáveisadvindosdautilizac¸ãodessaclassede medicac¸ões.ASociedade BrasileiradeReumatologia(SBR)elaborouumdocumento,baseadoemamplarevisãoda literatura,sobreosaspectosrelativosàseguranc¸adessaclassedefármacos,mais especifica-mentenoquedizrespeitoaotratamentodaartritereumatoide(AR)edasespondiloartrites. Ostemasselecionadospelosespecialistasparticipantes,sobreosquaisforam estabeleci-dasconsiderac¸õesquantoàseguranc¸adousodedrogasbiológicas,foram:ocorrênciade infecc¸ões(bacterianas,virais,tuberculose),reac¸õesinfusionais,reac¸õeshematológicas, neu-rológicas,gastrointestinais,cardiovasculares,ocorrênciasneoplásicas(neoplasiassólidase dalinhagemhematológica),imunogenicidade,outrasocorrênciaserepostavacinal. Optou--se,pormotivosdidáticos,porsefazerumresumodaavaliac¸ãodeseguranc¸a,deacordo comostópicosanteriores,porclassededrogas/mecanismodeac¸ão(antagonistasdofator denecrosetumoral,bloqueadordaco-estimulac¸ãodolinfócitoT,depletordelinfócitoBe bloqueadordoreceptordeinterleucina-6).Emseparado,foramtecidasconsiderac¸õesgerais sobreseguranc¸adousodebiológicosnagravidezenalactac¸ão.Estarevisãoprocuraoferecer umaatualizac¸ãoamplaeequilibradadasexperiênciasclínicaeexperimentalacumuladas nasúltimasduasdécadasdeusodemedicamentosimunobiológicosparaotratamentoda AReespondiloartrites.
©2014ElsevierEditoraLtda.Todososdireitosreservados.
Safe
use
of
biological
therapies
for
the
treatment
of
rheumatoid
arthritis
and
spondyloarthritides
Keywords:
Rheumatoidarthritis Spondyloarthritis Biologicals Immunobiologicals Security
a
b
s
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Thetreatmentofautoimmunerheumaticdiseaseshasgraduallyimprovedoverthelasthalf century,whichhasbeenexpandedwiththecontributionofbiologicaltherapiesor immu-nobiopharmaceuticals.However,wemustbealerttothepossibilitiesofundesirableeffects fromtheuseofthisclassofmedications.TheBrazilianSocietyofRheumatology (Soci-edadeBrasileiradeReumatologia/SBR)producedadocumentbasedonacomprehensive literaturereviewonthesafetyaspectsofthisclassofdrugs,specificallywithregardtothe treatmentofrheumatoidarthritis(RA)andspondyloarthritides.Thethemesselectedby theparticipatingexperts,onwhichconsiderationshavebeenestablishedasthesafeuseof biologicaldrugs,were:occurrenceofinfections(bacterial,viral,tuberculosis),infusion reac-tions,hematological,neurological,gastrointestinalandcardiovascularreactions,neoplastic events(solidtumorsandhematologicneoplasms),immunogenicity,otheroccurrencesand vaccineresponse.Fordidacticreasons,weoptedbyelaboratingasummaryofsafety asses-smentinaccordancewiththepreviousthemes,bydrugclass/mechanismofaction(tumor necrosisfactorantagonists,T-cellco-stimulationblockers,B-celldepletorsand interleukin-6receptorblockers).Separately,generalconsiderationsonsafetyintheuseofbiologicalsin pregnancyandlactationwereproposed.Thisreviewseekstoprovideabroadandbalanced updateofthatclinicalandexperimentalexperiencepooledoverthelasttwodecadesofuse ofimmunobiologicaldrugsforRAandspondyloarthritidestreatment.
©2014ElsevierEditoraLtda.Allrightsreserved.
Introduc¸ão
O tratamento das doenc¸as reumáticas autoimunes sofreu umaprogressivamelhoraaolongodaúltimametadedoséculo passado,quefoiexpandidacomacontribuic¸ãodasterapias biológicasouimunobiológicos(tambémdenominados agen-tesbiológicosoudrogas modificadorasdocursoda doenc¸a – DMCD-biológicas). Todo esse processo tem implicado na
melhoria dos resultados terapêuticos e da qualidade de vida, bem como na reduc¸ão na morbi-mortalidade dos pacientes.1,2
interferirnasinalizac¸ãodosprocessoscelularesse multipli-camemritmoacentuadoenovaspossibilidadesterapêuticas serãoprogressivamenteacrescentadas.3–5No entanto,como ocorrecomqualquerclassedefármacos,háqueseatentar paraaspossibilidades deefeitos indesejáveisadvindos dos medicamentosimunobiológicos;aspectoqueganha dimen-sãoaindamaior,dadaaintensaac¸ãodessasmoléculassobre diversosprocessosimunológicosdeimportância fundamen-tal. Acrescente-se a isso o fato de que vários dos alvos dessas moléculas participam de múltiplos processos fisio-lógicos,ampliandooleque depossibilidadesdeefeitos dos respectivosmedicamentosinibidoresouantagonistas.
Asquestõesdeseguranc¸asãoimportantesparaomelhor bem-estardopacienteenorteiamotratamentomédicodesde aAntiguidade.Sobreautilizac¸ãodosagentes imunobiológi-cosempregadosnaReumatologia,aaplicac¸ãodessapremissa podeauxiliarnaescolhadamelhoropc¸ãoparacadapaciente. Como advento denovas terapias, osprincipais questiona-mentosdepacientesemédicossãosobreosbenefícioseos custos,mastambémsobreaseguranc¸adessasmedicac¸ões. Assim,alémdeconsideraromecanismodeac¸ãoeas pecu-liaridadesfarmacológicasdecadaumdosagentes,incluindo aposologia,ameia-vida(plasmáticaebiológica)eaviade administrac¸ão,bemcomoaopinião,aadesãoeograude com-preensãodopaciente,oreumatologistaprecisaponderaros principaiseventosadversosparacadacenárioemparticular.6 Comessasconsiderac¸õesemmente,aSociedadeBrasileira deReumatologia(SBR)julgouoportunaaelaborac¸ãodeum textosobreosaspectosrelativosàseguranc¸adessaclassede fármacos.Opresentedocumentorepresentaaopinião con-sensualdoscomponentesdaComissãodeArtriteReumatoide (AR)daSBRedediversosespecialistasconvidados,incluindo membrosdaComissãodeEspondiloartritesdaSBReoutros reumatologistasqueparticiparamdoIVFórumsobreagentes Biológicos–FoconaSeguranc¸adaSBR.
Objetivo
Proverumdocumentoquerepresenteaopiniãode especialis-tas,baseadosemamplarevisãodaliteratura,sobreosaspectos referentesàseguranc¸anousodemedicamentos imunobio-lógicosemReumatologia, maisespecificamenteno quediz respeitoaotratamentodaartritereumatoide(AR)edas espon-diloartrites.
Método
O método de elaborac¸ão do documento incluiu a revisão da literatura, realizada pelos especialistas reumatologistas membrosdaComissãodeARdaSBRedemaisespecialistas convidados,membrosda Comissão deEspondiloartrites da SBReparticipantesdoIVFórumsobreagentesBiológicos– FoconaSeguranc¸a,realizadonosdias20e21dejulhode2012, emSãoPaulo,Brasil.Olevantamentobibliográficoabrangeu publicac¸õesexistentesnasbasesMEDLINE,SciELO,PubMede EMBASEatéfevereirode2013.Asrecomendac¸õesforam escri-tasereavaliadasportodososparticipantesdurantemúltiplas rodadasdequestionamentosecorrec¸õesrealizadasvia Inter-net.
Os temasselecionadospelos especialistasparticipantes, sobreos quaisforamestabelecidas considerac¸õesquantoà seguranc¸adousodedrogasbiológicasnaReumatologiaforam: ocorrência de infecc¸ões (bacterianas, virais, tuberculose), reac¸ões infusionais, reac¸ões hematológicas, neurológicas, gastrointestinais, cardiovasculares, ocorrências neoplásicas (neoplasias sólidasedalinhagemhematológica), imunoge-nicidade,outrasocorrênciaserepostavacinal.Optou-se,por motivosdidáticos,porsefazerumresumo daavaliac¸ãode seguranc¸a, deacordocom ostópicos anteriores,por classe dedroga/mecanismodeac¸ão,e,emseparado,considerac¸ões geraissobreseguranc¸adousodebiológicosnagravidezena lactac¸ão.
Avaliac¸ãodeseguranc¸aporclassededroga/mecanismo deac¸ão
Antagonistasdofatordenecrosetumoral(anti-TNF)
Ofatorde necrosetumoralalfa(TNF␣)éumacitocina
pró--inflamatória queexerce múltiplos efeitos sobre diferentes tiposde célulasedesempenhapapelcríticonapatogênese dasdoenc¸asinflamatóriascrônicas,comoaAR,aespondilite anquilosante(EA),aartritepsoriásica(AP),eaartriteassociada às doenc¸as inflamatórias intestinais (artriteenteropática).7 Exerce ac¸ão citotóxica sobre diferentes tipos de linfócitos, estimulandosuaapoptoseeadecélulasendoteliais. Atual-mente,existemcincodiferentesagentesbiológicosanti-TNF (tambémdenominadosbloqueadoresdoTNF)nomercado:o adalimumabe(ADA),umanticorpomonoclonal100%humano; o certolizumabe (CERT) pegol, um fragmento Fab de um anticorpoanti-TNFhumanizado,comaltaafinidadeaoTNF, conjugadocomduasmoléculasdepolietilenoglicol(5%-10% deproteína animal);oetanercepte(ETN),proteína defusão composta pelo receptor solúvel do TNF mais a região Fc da IgG; o golimumabe (GOL), outro anticorpo monoclonal humano;eoinfliximabe(IFX),umanticorpomonoclonal qui-mérico(25%-30%deproteínaanimal).8Comexcec¸ãodoIFX, deusoendovenoso(EV),osagentesbiológicosanti-TNFsão medicac¸õesdeusosubcutâneo(SC).
Os agentes biológicosanti-TNF sãoutilizadosnos casos deausênciaderespostaourespostaincompleta(parcial)às drogasdebaseconvencionais,principalmenteometotrexato (MTX),tantonaAR9,10quantonaAP.11,12JánaEA,podemser prescritosapós falhaaousocontínuo deanti-inflamatórios nãohormonais(AINH),noscasosdedoenc¸a predominante-menteaxial,eapósdrogasdebaseconvencionais,emcasos dedoenc¸aperiférica.13,14
Utilizadosnotratamento daARháquaseduasdécadas, osagentesanti-TNFcostumamterseuusomantidoporpelo menoscincoanosem60%dospacientes,segundoo Regis-troHolandêsdeMonitorac¸ãodaAR.15Seu usopormaisde umadécadanãotemapresentadoriscosgravescomrespeito àseguranc¸aalongoprazonaAR.16Apossibilidadede sucessi-vastrocasdeagentesbiológicosnoacompanhamentoalongo prazodospacientescomARpodetrazerdúvidassobreaqual agenteatribuirosefeitosbenéficosouadversos.17
GOL pordois anos.21 Não hádistinc¸ãode eficáciaentre as diferentesdrogasanti-TNFnotratamentodaEA.A suspen-sãoabrupta doIFX, após boa respostasustentada portrês anos,provocourecidivaemmaisde90%dospacientes den-trodeumperíododeumano.22Emboraamanutenc¸ãodouso deanti-TNFsejasemelhantenaEAenaARapósumanode seguimento,apersistênciadousodeanti-TNFalongoprazo ésignificativamentemaiornospacientescomEA.23Também naAP,osagentes anti-TNF mantêmboarespostaao trata-mentoaolongodotempo,nãohavendoprazoparasuspensão dadroga.24–26Asmedicac¸õesanti-TNFsãocontraindicadasem mulheresgrávidasouqueestejamamamentando,em paci-entescom insuficiência cardíacacongestiva (ICC)classe III
eIV, segundo a classificac¸ão da New YorkHeart Association (NYHA),emvigênciadeinfecc¸ãoativaoucomelevadorisco paraodesenvolvimentodeinfecc¸ões(úlceracrônicade mem-brosinferiores,artritesépticanosúltimos12meses),infecc¸ões pulmonaresrecorrentes,esclerosemúltipla,ecom diagnós-ticoatualoupregressodeneoplasias(menosdecincoanos). Deve-seacompanharopacientedemaneiracuidadosa, ava-liandoopossívelsurgimentodesinaisdeinfecc¸ão,quedeve sertratadadeformaprontaeimediata.7–9
Infecc¸ões
Na manutenc¸ão das doses de quaisquer agentes anti-TNF, tantonoinícioquantoaofinaldeanosdetratamento,omais frequenteeimportantedentreoseventosadversosé repre-sentadopelasinfecc¸ões.Geralmente,asinfecc¸õescostumam serbacterianasouvirais,afetandoprincipalmentetrato res-piratório, pele, partes moles e trato urinário.27 O risco de hospitalizac¸ãoporinfecc¸ãobacterianaéduasvezesmaiorno pacienteemusodeanti-TNF doquenospacientesemuso deMTXisolado;esteriscoaumentaquatrovezesquandose consideraoprimeirosemestredetratamento.28
A maior parte dos dados disponíveis sobre o risco de infecc¸ãoempacientes emuso deterapiabiológica diz res-peitoaosprimeirosagentes anti-TNF:IFX, ETNeADA.Não háestudoscomparativosdefinitivos.Metanáliseseavaliac¸ão dosestudosobservacionaisnãodemonstraramdiferenc¸a sig-nificativanaincidênciadecomplicac¸õesinfecciosasentreos diferentesagentesbiológicos.Aindaquecommenortempo deobservac¸ão,oentendimentovigenteéqueagentes anti--TNFmaisnovoscomoGOLeCERTpegolestãoassociadosao mesmoriscodeinfecc¸ão.29
Apesardeosensaiosclínicosnãodemonstraremaumento significativoemrelac¸ãoaoplacebo,metanálises,estudosde extensãoeregistrospós-marketingconfirmaram maiorrisco deinfecc¸ãoempacientescomdoenc¸asreumáticasemusode agentesbiológicos.Oriscorelativo(RR)paradiferentesformas deinfecc¸ãovariade1,2-2,8emcomparac¸ãoaDMCDsintéticas ounãobiológicas,comoMTX.29,30Infecc¸õesgraves–definidas comoinfecc¸õesquenecessitamdeadmissãohospitalare/ou antibióticosporviaintravenosa(IV)–einfecc¸õesoportunistas, comotuberculose,infecc¸õesfúngicaseporPneumocystis cari-nii,tambémapresentamincidênciaaumentadaempacientes emusodeterapiabiológica.31Aincidênciadecomplicac¸ões infecciosas não aumentacom a evoluc¸ão do tratamento e parecesermaiornosprimeirosmesesdeexposic¸ãoaoagente biológico.27,31
Variac¸ão no espectro de sinais esintomas associados à infecc¸ãoeapresentac¸õesclínicasatípicassãocomuns,oque exigedomédicomonitorizac¸ãocriteriosaesuspeic¸ãoclínica paraocorretodiagnóstico.30Infecc¸õescutâneasestãoentre osefeitosadversosmaisfrequentescomousodosanti-TNF.29 Elascorrespondemacercade20%detodasascomplicac¸ões infecciosas associadas com os inibidores do TNF, ficando atrásapenasdoacometimentodotratorespiratório.30 Celu-lite de origem bacteriana einfecc¸ões pelo vírus doherpes zosterestãoentreascomplicac¸õesinfecciosascutâneasmais comuns. Embora a infecc¸ão pelo herpes zoster seja mais comumempacientescomARdoquenapopulac¸ãoemgeral, estudosrecentesmostramumaumentodorisconosusuários deterapiaimunobiológica.32,33
Como complicac¸ãoinfecciosa, atuberculose exige espe-cialatenc¸ão.Comoo TNFtempapelcentralnaformac¸ãoe namanutenc¸ãodaintegridadedogranuloma,atuberculose éumeventoadversoquepotencialmentedeveriasermuito frequente,34nãofossesuaprevenc¸ãosistemática,quenunca devesernegligenciada.Amaiorpartedoscasosocorrenos primeirosmesestratamentocomanti-TNFeafrequênciade tuberculoseextra-pulmonareapresentac¸õesatípicasémaior empacientesemusodeagentesanti-TNF.35
Estudosobservacionaisemetanálisesprocuraramavaliar diferenc¸a noriscode tuberculoseentreos diferentes agen-tesanti-TNFeosresultadossãoconflitantes.Oentendimento vigenteéquesehouverdiferenc¸a,estanãoseriade significân-ciaclínica.36Oriscodereativac¸ãodetuberculosepareceser menorcomoutrosagentesbiológicos,masnãohádados defi-nitivos,motivopeloqualseindicatriagemparatuberculose latenteeseutratamentoemtodosospacientesquedeverão usaragentesbiológicos.
Assim como outras sociedades de especialidade, a SBR recomendaatriagemparatuberculoselatenteatravésde epi-demiologia, imagemdotórax etestetuberculínico (PPD).37 Quando disponíveis, os testes de liberac¸ão de ␥-interferon
(IGRA-doinglêsinterferongammareleaseassay)invitro,como Quantiferon®ouElispot®,podemaumentaraacuráciapara
o diagnóstico de tuberculose latente.38 Pacientes com evi-dênciadetuberculoselatentedevemreceberisoniazidapor seis meses. Na gestac¸ão existe um estado fisiológico de supressãoimune,oqueéimportanteparaarelac¸ão mater-nalcomaimunogenicidadealogênicafetal.Nestemomento existeumaumentodosníveisdeprogesteronaeconsequente desvio da resposta Th1 para Th2. O teste do quantife-rondependeda integridadedarespostaimunecelularTh1, e assim a performance deste teste pode ser menor na gestac¸ão. Ainda que possam ter importânciaclínica, até o momentonãohátestesdisponíveisparaautilizac¸ãona prá-tica clínica que permitam monitorar o aparecimento e a intensidade de anticorpos contradrogas anti-TNF eoutros biológicos.
NoscasosdePPDmaiorouiguala5mm,empacientessem tratamentodaITbLantesdosagentesanti-TNF,aisoniazida deveseriniciadaemantidaporseis meses.Não há neces-sidadede suspender osantagonistas doTNFempacientes assintomáticos.Nossintomáticos,aadequadaavaliac¸ãodo especialistaéfundamental.
Partindo da premissa da ausência de dados científicos consistentessobreanecessidadedarepetic¸ãodoteste tuber-culínico(PPD),testedereforc¸o(PPD-Booster)ederadiografia detóraxnessecenário,nãoérecomendadaainvestigac¸ão roti-neirae/ouanualempacientesassintomáticose/ousemdados epidemiológicosconvincentes.
Noentanto, o reumatologistapode solicitar a reinvesti-gac¸ão da ITbL em casos de dúvida do manuseio clínico, considerandoa prevalência local da tuberculose, os dados clínicos(alcoolismoedesnutric¸ão eoutras condic¸ões asso-ciadas de imunossupressão, por exemplo) e as condic¸ões socioeconômicas.Oassuntoserádiscutidomais detalhada-menteemdocumento específicosobremanejo de doenc¸as endêmicasempacientescomAR,emfasedeproduc¸ãopela SBR.
Napresenc¸adeinfecc¸ãopelosvírusdashepatitesBeC,o usodeanti-TNFdeveserevitado.Emcasosexcepcionaisde infecc¸ãopelovírusCdahepatite,drogasanti-TNFpodemser utilizadascomotratamentoantiviralassociado.37
Omanejodeoutrasdoenc¸asinfecciosas,incluindodoenc¸as endêmico-epidêmicas noBrasil, como hanseníase,malária, doenc¸a de Chagas, esquisotossomose, leishmaniose, filari-ose,dengue,febreamarela,infecc¸õesfúngicas(blastomicose, paracoccidioidomicose,etc),entreoutras,serádiscutidoem documentoespecíficopelaSBR.
Reac¸õesinfusionais
A maioria das reac¸ões cutâneas relacionadas com a administrac¸ãodeinibidoresdoTNF temintensidadeleve a moderada,nãorequerendoainterrupc¸ãodomedicamento.39 Asreac¸õesmaisfrequentessão:eritema,urticária,eczemaou exantema,quepodem,porsuavez,seremacompanhadasde dorouedema.39Enquantooaparecimentodeexantemafoi descritoemcercade6,9%dospacientesquereceberamIFX,40 reac¸õesnolocaldainjec¸ãoforamrelatadasemcercade40% doscasoscomETN41e15%comADA.42Comosnovos anti--TNF,aincidênciadereac¸õesnolocaldainjec¸ãopareceser menor,sendode2,3%comoCERT43e2,4%comoGOL.44
Reac¸õeshematológicas
Alterac¸ ¯oescomoplaquetopenia,anemia(aplástica)e panci-topenia são raramente descritas durante o uso da terapia anti-TNF,emboraalgumasrecomendac¸ões,comoas diretri-zesbritânicaseoConsenso2012daSociedadeBrasileirade ReumatologiaparaTratamentodaArtriteReumatoide, sugi-ram a monitorizacao das séries sanguíneas.37,45 Há, até o momento,19casosdeplaquetopeniadescritosnaliteratura emassociac¸ãoaosanti-TNF.46Nenhumdoscasosesteve asso-ciadoaquadroclínicorelevanteouasangramentoimportante. Poroutrolado,aleucopeniaéumaanormalidadedasséries hematológicasquepodeservistaumpoucomaiscomumente emalgunspacientes sobterapia anti-TNF.47 Nessesentido, umestudoqueincluiu130pacientessobusodeIFXrelatou ocorrênciadeleucopeniaemcercade12%doscasos.48A
pos-sibilidadedebloqueiodamedulaoudedestruic¸ãoperiférica jáfoiavaliadaesugere-seestaúltimapossibilidadecomoa maiscorriqueira.49
A ocorrência de neutropenia é definida quando a con-tagem de neutrófilosencontra-se abaixode 1.500mm3 e o
riscodeinfecc¸ãoémaiorquandoabaixode1.000mm3.Até
omomento,neutropeniafoireportadaem111pacientes uti-lizandoagentesanti-TNF,amaioriacomdiagnósticodeAR, sendoque96%nãoestavamsobusodeoutramedicac¸ao imu-nossupressoracompotencialdegerarneutropenia.Amaioria doscasosestavaemusodeETN(72,8%),seguidodeIFX(18,5%) eADA(9%).Umestudodemonstrouquedoisfatoresderisco importantessãoacontagemdeneutrófilosantesdousode anti-TNFmenorque4.000mm3ehistóriadeneutropeniapor
DMCDsintéticos.Apresencadeeventossérios acompanha-dosdenetropeniafoidescritoem6%doscaos,semnenhuma morteassociada.46
A conclusãocom osdados atualmentedisponíveis éde que o uso de agentes anti-TNF parece estar associado a baixorisco dealteracõeshematológicas, sendoa plaqueto-peniaumeventoraríssimo,ealeucopeniaporneutropenia amanifestac¸ãomaisfrequente.Comorotina,aavaliac¸ãodo hemogramapoderiaserdeutilidadeimediatamenteantesde darinícioenoseguimentodospacientesutilizando imunobi-ológicos.
Reac¸õesneurológicas
Paradiagnosticaroevento neurológicoassociadoaousoda terapia biológica, devem ser levados em considerac¸ão os seguintesfenômenos:onexocausalentreousoeoevento, observac¸ãodamelhoraparcialoucompletaapósa suspen-são domedicamento, recidiva dossintomas após eventual reintroduc¸ão do biológico, comprovac¸ão do acometimento neurológicoe,sepossível,comparac¸ãocomincidência espe-radaparaapopulac¸ão.50
Várias manifestac¸ões neurológicas foram descritas em pacientesemusodeterapiabiológica.Dentreelas destacam--se: exacerbac¸ão ou aparecimento da esclerose múltipla, neurite óptica e várias formas de neuropatia periférica desmielinizante. A prevalência de doenc¸a desmielinizante induzidapelouso deterapia biológicarelatada emensaios randomizadoscontroladoseemestudospós-comercializac¸ão nas doenc¸as autoimunes (AR, artrite idiopática juvenil, espondiloartritesedoenc¸adeCrohn)éestimadaentre0,02% e0,20%.Umametanálisedessesestudosobservouuma preva-lênciaentre0,05%e0,20%.Oscasosdescritossão,sobretudo, com o uso dos bloqueadores do TNF-␣ (IFX, ETN e ADA)
AsíndromedeGuillain-Barrétambémédescritaem paci-entescomdiagnósticodeARemusodeanti-TNFe,comouma desuascausas,ainfecc¸ãoviralpréviaaoeventodeveser lem-brada,umavezqueoriscodeinfecc¸ãoporvíruséaumentado quandoemusodessesagentes.54
Dois estudos que avaliaram o uso de anti-TNF para tratamento de esclerose múltipla foram interrompidos por exacerbac¸ão da doenc¸a, sugerindo o efeito deletério des-sesagentes para essa condic¸ão.55,56 Umaanálise feita por Fernández-Espartero et al., na Espanha, comparando uma revisãosistemática da literatura(RSL) dosrelatos decasos da literaturamédicacom oregistroespanholde biológicos BIOBADASER(SpanishRegistry of Biological Therapiesin Rheu-matic Diseases) e com o sistema de farmacovigilância da Espanha,FEDRA(SpanishPharmacovigilanceDatabaseofAdverse Drug Reactions) não conseguiu estabelecer uma associac¸ão clara entre o uso de anti-TNF (IFX, ETN e ADA) para tra-tamento de doenc¸as reumáticas e a ocorrência de doenc¸a desmielinizante.57
OsdadosdoBIOBADASER,comumaexposic¸ãode13.075 pacientes/ano com diagnóstico de AR, confirmaram nove casos de doenc¸a desmielinizante (22 casos suspeitos não confirmados), com uma taxa de incidência de 0,69 por 1.000pacientes-ano(intervalodeconfianc¸ade95%IC: 0,36-1,32).Ataxadeincidênciadeesclerosemúltiplanapopulac¸ão daEspanha(0,022a0,038)foisemelhanteàtaxa observada nospacientesqueutilizaramanti-TNF(0,01-0,33).57Osdados doFEDRAdescreveram10casosdedoenc¸asdesmielinizantes empacientescomdiagnósticodeARtratadoscomanti-TNFe RSLencontrou31relatosdecasos.Ostiposdedesmielinizac¸ão mais descritos foram: esclerose múltipla, neurite óptica e doenc¸adesmielinizanteperiférica.Dentreasdoenc¸as reumá-ticaspesquisadas,aARcorrespondeuamaisde50%doscasos nastrêsanálises,comdistribuic¸ãosemelhanteentregêneroe idadeetaxadeincidênciamenordoquenaAP(1,04/1000;95% IC:0,34-3,24)enaEA(0,70/1000;95%IC:0,17-2,79).Noregistro doBIOBADASERfoiobservadoumtempodeexposic¸ãomaior aosanti-TNF(médiade1,44anos)emenortaxaderecuperac¸ão dadoenc¸adesmielinizante(43%).57
Essas diferenc¸as entre os dados e a aparente falta de associac¸ãoentreousodeDMCDbiológicasparaotratamento daAReaocorrênciadedoenc¸adesmielinizantepodemser explicadaspeloviésdométodoparaoregistrodoscasosem cadaumdessesestudosepeladificuldadedeanálisedeum grupocontroleadequado.
Em contraponto, umestudo do tipo caso-controle utili-zandoumbancodedadosdeumacoortedemaisde10mil pacientescomARsugeriuqueosagentesanti-TNFestavam associadosaumaumentoderiscodeaproximadamente30% paraeventosdesmielinizantes.58
Quanto às medidas empregadas para o tratamento das manifestac¸õesneurológicas associadasao usodeanti-TNF, principalmente nos casos de manifestac¸ões do SNC e de mononeuritemúltipla,foramdescritasisoladamenteouem associac¸ãoas seguintes condutas: doses elevadasde corti-costeroidesviaoralouempulsoterapia,imunoglobulinaIV, plasmaférese, ciclofosfamida, azatioprina e ciclosporina A. Apulsoterapiacomcorticosteroideeaimunoglobulinatêm sido as modalidades mais empregadas. Apenas suspensão
doagente biológicotambém foirealizada,comreversãoou normalizac¸ãodoquadroemalgunscasos.52
Antesdeseiniciarumanti-TNF,deve-seavaliara possibili-dadedecomprometimentoneurológicoanteriorpelahistória eexamefísico,afimdedetectaretratarquadrosde neuropa-tiaprévia.Asmanifestac¸õesneurológicasnaARsãomais fre-quentesempacientesidosos,nadoenc¸acompioresfatores prognósticos,presenc¸adecomorbidadeseoutrascondic¸ões potencialmentecausadorasdeouassociadasaneuropatias. Ousodeagentesanti-TNFestácontraindicadoempacientes com doenc¸a desmielinizante,sobretudo,empacientes com diagnósticoatualoupréviodeneuriteóptica,neuropatia peri-féricadesmielinizanteouesclerosemúltipla.Nasuspeitade doenc¸adesmielinizante,deve-sesuspenderoanti-TNF ime-diatamenteeprocurarestabelecersehánexocausalentreo uso damedicac¸ão eo surgimento dossintomas.Sugere-se procederà investigac¸ãoedocumentac¸ãoadequada, depen-dendodotipodemanifestac¸ãoneurológica,afimdeafastar apossibilidadedequadrosneurológicosnãorelacionadosao agentebiológico.Otratamentodeveserindividualizadopara cada paciente, a depender da gravidade do quadro e das manifestac¸õesneurológicas,podendo-seutilizar: coticosteroi-desemaltasdosesouempulso,imunoglobulina, plasmafé-rese, ciclofosfamida,azatioprinaeciclosporinaA.Casoseja necessáriaareintroduc¸ãodeumagentebiológicopara con-troledaatividadedaAR,apreferênciadeveserparaagentes nãoanti-TNF,comorituximabe(RTX)ouabatacepte(ABAT).
Reac¸õesgastrointestinais
Manifestac¸õesgastrointestinaisehepáticasassociadasaouso deanti-TNFsãoincomuns.
Reac¸õescardiovasculares
Asdoenc¸asreumáticasdenaturezainflamatóriaestão associ-adasàmortalidadeelevada,emgrandepartedecorrenteda mortalidade cardiovascular.59,60 Diversosestudos encontra-ramumaumentodaocorrênciadeeventoscardiovasculares naARenaEA,oquepodeserjustificadopeloaumentode citocinasinflamatóriascomooTNF,ateroscleroseacelerada, disfunc¸ãoendotelial,usodeoutrasmedicac¸õesque acarre-tam morbimortalidade cardiovascular, presenc¸a de fatores de riscocardiovasculartradicionais eaprópriagenéticado indivíduo.61
Doenc¸ascomoaAR,aEAeaICCtêmemcomumapresenc¸a deelevadosníveisdecitocinasinflamatórias,principalmente oTNF.62Nessesentido,atentativadetratamentodaICCcom anti-TNFpareceuserumaalternativa.Contudo,ousode anti--TNFparatratamentodepacientescominsuficienciacardíaca (classesfuncionaisIIIeIVNYHA)nãodemonstroubenefício63 efoiassociadoaelevadonúmerodeefeitosadversose mor-talidade, levando à interrupc¸ão prematura desses estudos clínicos.64Alémdisso,algunsindivíduosquenão apresenta-vamhistóriapréviadecardiopatiadesenvolveramICCcomo tratamento,quefoicompletamenterevertidacoma suspen-sãodomedicamentoanti-TNF.65Estefatolevouàsuspensão dosestudosecolocouaICCgravecomocontraindicac¸ãopara aterapiaanti-TNF.
lado,seriabiologicamenteplausívelqueareduc¸ãodoprocesso inflamatórioatravésdousodeagentesanti-TNFpudesse, teo-ricamente,reduziroriscodefalênciacardíaca.Poroutrolado, osanti-TNFpoderiamaumentaroriscodefalênciacardíaca empacientescomAR,talqualocorreunapopulac¸ãogeral.66 Paratentarresolveressedilema,nessetópicoanalisaremosos estudosqueavaliaramanti-TNFeeventos cardiovasculares emAR,enãoemoutras doenc¸asreumáticasinflamatórias, pois além da AR ser fortemente associada a eventos car-diovasculares, as evidências publicadas mais robustas são encontradasparaestadoenc¸a.Seráfeitaaanálisedorisco car-diovascularglobaleindividualmente,levando-seemcontao infartodomiocárdio(IM),oacidentevascularencefálico(AVE) eainsuficienciaICC.
Aavaliac¸ãodoriscodousodeanti-TNFeeventos cardio-vascularescomoumtodofoivistaemseteestudosenvolvendo pacientescomdiagnósticodeAR,incluindoumestudo ran-domizado controlado, quatro coortes, um estudo do tipo caso-controleeumestudotransversal,cujaconclusãogeral éadequeaterapiaanti-TNFreduzaocorrênciadeeventos cardiovascularescomoumtodo, declinando oRR para0,46 (95%IC:0,25-0,85).67–71Seteestudos(umacoorte,cinco caso--controleeumestudotransversal)avaliaramoriscodeIMem pacientescomARenãodetectaramdiferenc¸asentreos indiví-duosrecebendoanti-TNFeosemgrupocontrole(tratadoscom DMCDsintéticas),emboranaqueles pacientesque apresen-taramrespostaEULAR(EuropeanLeagueAgainstRheumatism) boaamoderadaaosseismesesdetratamento,tenhahavido reduc¸ãodoRRde64%(95%IC:0,19%-0,69%)emcomparac¸ão aosnãorespondedoresEULAR.72–78OriscodeAVEcom anti--TNFfoiavaliadoempacientescom ARemquatroestudos (umacoorte,umcaso-controleedoistransversais).A conclu-sãodamaioriadessesestudosédequeantagonistasdeTNF nãoforam associados com riscode AVE e,aparentemente, naquelesindivíduosqueresponderamao anti-TNFe conti-nuaramseuusopormaisdeseismeses,oriscodeAVEfoi reduzido.79
AocorrênciadeICCduranteousodeanti-TNFem paci-entescomARfoi avaliadaemseisestudos(cincocoortese umcaso-controle).80–85Osresultadosdessestrabalhosforam conflitantes.Emboraousodeanti-TNFemidosospossaestar associadoaaumentodoriscodeICC,84 naquelespacientes abaixodos50anos,aconclusãoaindanãoédefinitiva.
Aconclusão geral sobre esse tópico éde que o uso de anti-TNFemARpareceestarassociadoamenormorbidade cardiovascular,quando as manifestac¸õessão avaliadas em conjunto.Entretanto,aavaliac¸ãoindividualdoriscodeAVE, IMeICCaindanãoapresentaconclusõesdefinitivas.
Neoplasiassólidas
Especula-seseousoalongoprazodeDMCDbiológicas pode-riacontribuirparaoaumentodoriscodecâncernospacientes comdoenc¸asinflamatórias.Aindanãoestáclaroseadoenc¸a malignaéumaconsequênciadainflamac¸ãocrônicaoudas terapiasutilizadas para tratardoenc¸as inflamatórias,como aAR.86 Estudosdemonstramque, naAR, existeum maior riscodecertasdoenc¸asmalignas,incluindolinfoma,câncer depulmão,câncerdepelenãomelanomae,possivelmente, melanomaeleucemia. Evidências atuaissugeremque isso
ocorradevidoàinflamac¸ãonãocontroladaepossivelmente aotabagismo.86
Antes do advento das DMCD biológicas, a ocorrência de neoplasias sólidas em pacientes com diagnóstico de AR espelhava-se no que era visto na populac¸ão em geral, incluindocâncer depulmão,colorretal, pele,mamas, prós-tata, bexiga,ovárioepâncreas,oquenãomudoudeforma significativaapósaintroduc¸ãodasnovasterapias.87Wolfee Michaudobservaram em13.001pacientesdoNational Data-bankforRheumaticDiseasesqueousodebiológicosnãoestava associadocomoaumentoderiscodetumoressólidos.88
Os tumores cutâneos estão entre as possíveis manifestac¸õesassociadasaousodosanti-TNF.Evidênciasde umriscoaumentadodecarcinomanãomelanomaentre paci-entestratadoscomanti-TNFincluemmetanálisededadosde registros,deestudosobservacionaisprospectivosedeensaios randomizados.88–91 Os mais frequentes são as neoplasias cutâneasnão-melanoma,principalmente,ocarcinoma baso-celulare,commenorfrequência,oespinocelular.89–94 Casos demelanomamaligno,entretanto,tambémjáforamdescritos em pacientes em uso de terapia anti-TNF.95–104 Apesar do papelexatodessesfármacosnoaparecimentodomelanoma não estarbem estabelecido,deve-seprestarmuita atenc¸ão paraosurgimentodelesõespigmentadasoumudanc¸asdas característicasdenevuspreexistentes.39Nadúvida,visando aocorretoesclarecimentodoquadro,recomenda-seoestudo histopatológicodalesão.
Emrelac¸ãoàrecorrênciadecâncersólidoapósusodos bio-lógicospoucosesabedevidoàexclusãodessespacientesna participac¸ão emestudos clínicos.10 Recomenda-se que,em pacientes tratadosdecâncersólido hámaisdecinco anos, qualqueragentebiológicopossaserutilizado.Nospacientes commenosdecincoanosdetratamento,oRTXdevesero biológico de escolha.Dessaforma, emboranão tenha sido observadoriscoaumentadoparaneoplasias,comexcec¸ãoda neoplasiadepelenãomelanoma88–91nospacientesemusode agentesanti-TNF,continuasendoapropriadofazervigilância paraaocorrênciadedoenc¸asmalignas(incluindorecorrência detumoressólidos)empacientestratadoscominibidoresdo TNF.
Linfomas
evoluc¸ãoecomaltacargainflamatória.Nãochegaa surpre-ender,portanto,que osdadosrelacionados como riscode linfomaassociadocomousodeterapiaanti-TNFsejam con-flitantes.
Em metanálise recente, envolvendo 63 estudos clínicos randomizados(ECR),com29.423pacientescomAR analisa-dos, embora o risco de linfoma nos usuários de anti-TNF, quando comparado com o risco dos indivíduos- controle, tenhasidoodobro(oddsratio–OR2,1;95%IC:0,55-8,4),essa diferenc¸anãotevesignificânciaestatística.Osautoresdessa metanálise lembram que o número limitado de pacientes eotempo reduzidodeacompanhamento dosECRlimitam aextrapolac¸ão dessesdadospara ouso prolongadodesses medicamentos.110Analisandoosprimeiroscasosdelinfoma emusuários de terapiaanti-TNF, metade foi diagnosticada nasoitoprimeiras semanasde tratamento.111 Não existem evidências,atéomomento,dosurgimentodeumrisco cres-centedelinfomarelacionadocomousomaisprolongadodos anti-TNF.86,112
UmaRSLemetanálisederegistroseestudos observacio-nais,tambémrecentementepublicada,confirmaramque,em comparac¸ãocomapopulac¸ãogeral,ospacientestratadoscom inibidoresdoTNFtêmumriscoaumentadodelinfoma(taxa deincidênciapadronizadade2,55;95%IC:1,93-3,17).89,113–115 QuandocomparadoscompacientesdeARtratadoscom medi-camentossintéticos,entretanto,nãofoiobservadoumrisco aumentadoparalinfoma(riscoestimadode1,11;95%IC: 0,70-1,51).88,116,117
Imunogenicidade
Anticorposanti-quiméricoshumanos(HACA,doinglêshuman anti-chimeric antibody) e HAHA (do inglês human anti-human antibody) podem ocorrer com todas as drogas da classe,masseuefeito sobreaeficáciada terapiaéincerto. A induc¸ão da produc¸ão de anticorpos contra os agentes anti-TNF dependeprincipalmente de suaestrutura.Drogas quiméricastêm uma maiorcapacidade de induzir imuno-genicidadeemcomparac¸ãoamedicamentoscompletamente humanos. Entre os agentes anti-TNF, esse fenômeno foi estudadoprincipalmenteempacientesutilizandoIFX, especi-almentenaARedoenc¸adeCrohn.Aprevalênciadeanticorpos anti-IFX na AR varia de 12%-44% e parece ser inversa-menteproporcionalaosníveisséricoserespostaterapêuticaà medicac¸ão.OusodeETNfoiassociadoaodesenvolvimentode anticorposanti-ETNem0%-18%dospacientes,semimpacto aparenteemsuaeficáciaouocorrênciadeeventosadversos. EstudosempacientescomARedoenc¸adeCrohnmostram aocorrênciadeanticorposanti-ADAem1%-87%dos pacien-tes.Em25 crianc¸ascomartriteidiopáticajuvenil,8%delas apresentaramanticorposanti-ETN.118,119
Osmétodosmaisutilizadosparaadetecc¸ãodosHACAe HAHAsãooELISA(EnzymeLinkedImmunoSorbentAssay)eo radioimunoensaio.Apresenc¸ade anticorposcontraIFXem pacientescom ARpodesugerirumapior resposta terapêu-tica e umrisco aumentado de reac¸ão infusional.Contudo, essas mesmas conclusões podem não ser observadas em relac¸ãoaanticorposanti-ADAeanti-ETN.Atolerância imu-nológica ao ADA e IFX pode ser aumentada com o uso concomitantedeimunomoduladores,taiscomooMTXe aza-tioprina.Nãoexisteevidêncianaliteraturaqueareatividade
dosHACA eHAHAseja cruzadaparaosdiferentes agentes anti-TNF.119
Outrasreac¸ões
Entre as manifestac¸ões não citadas anteriormente, as der-matológicassãodeespecialinteresse.Osquadroscutâneos descritos nos usuários de inibidores de anti-TNF podem, didaticamente,serdivididosem:reac¸õescutâneas relaciona-dascomasuaadministrac¸ão,infecc¸õescutâneas,neoplasias cutâneas(já citadasanteriormente)eenfermidades imuno-mediadas.
Entreasenfermidadesimunomediadas,oaparecimentode psoríasejáfoidescritoapósoempregodediversosfármacos comoantimaláricos,anti-inflamatóriosebetabloqueadores.97 Nocasodaassociac¸ãodepsoríasecomoempregodos anti--TNF, o que parece paradoxal é o surgimento de lesões cutâneas depsoríase como emprego deumfármaco indi-cadoparaoseutratamento.Aprevalênciadessefenômeno é variada, mas segundo alguns estudos, encontra-se entre 0,6%e5,3%.98,99,120 Otempodelatênciamédioentreo iní-ciodoinibidordoTNFeoaparecimentodaslesõescutâneas éde10mesespodendo, entretanto,variardealgunsdiasa váriosanos.97,101–103Ostrêsprincipaistiposdelesões psoriá-sicasobservadassão:pustular,emcercade56%,emplaca,na metadeegutataemcercade12%doscasos.104Maisdeum tipodelesãoestápresenteemtornode15%dospacientes.104 Aformaclínicamaiscaracterística,associadaaousodos ini-bidoresdoTNF,éapustulosepalmo-plantar.104
Inicialmente,essaslesõesforamconsideradascomouma reac¸ãodehipersensibilidadeaofármaco,estudoshistológicos posteriores,entretanto,mostraramtratar-sedelesões idênti-casàsdosindivíduoscompsoríaseidiopática.102,120Emgeral, os pacientes que desenvolvem esse tipo de efeito adverso haviamapresentadoboarespostaaoanti-TNF,detalforma que,oaparecimentodalesãocutâneaafeta,negativamente,a efetividadedotratamento.
Comoamaioriadoscasosdescritosdessaassociac¸ão ocor-reu empacientescom AR,nãosepodeesquecerque:pode tratar-se,desdeoinício,deumcasodeartritepsoriásica,uma vezque,ematé15%dospacientescomessaenfermidade,o quadroarticularinicia-seantesdocutâneo;outratar-se, ape-nas,da associac¸ãodeduascondic¸õesquenãosãoraras.104 Acoexistênciadapsoríaseedaartritereumatoide,entretanto, éinfrequente,cercade2%,enquantoosurgimentodepsoríase induzidapelosinibidoresdoTNFocorreemcercade3%dos pacientescomespondiloartriteseentre2%-5%doscomAR, umaincidênciamuitoacimadoesperado.98,102,120
Também já foram descritos casos de lúpus cutâneo,121–124 alopecia aerata,99,125–133 vasculite cutânea,134–138 vitiligo,135,139,140 policondrite recidivante,141 polimiosite/dermatomiosite,142,143 esclerodermia localizada (morfea),144–146 granuloma anular135,147 líquen ou reac¸ão liquenoide120,135,148epênfigo149–151comoempregodos inibi-doresdoTNF.Arelac¸ãocausaeefeitosdessasassociac¸ões, entretanto,nãoestãobemestabelecidas.
Respostavacinal
Entretanto,umautormostrourespostareduzidaàessavacina quandoavaliadaempacientesutilizandoIFXouETN associ-adoaoMTX.155Damesmaforma,estudorealizadonoBrasil queavaliouavacinacontrainfluenzaH1N1,constatou,além dobomperfildeseguranc¸a,reduc¸ãodasoroprotec¸ãoem paci-entescomARindependentemente da atividadede doenc¸a. OMTXfoiaúnicaDMCDassociadaàreduc¸ãoderespostaà vacina.156Quantoàvacinaanti-pneumocócica,ousoisolado doMTXoucombinadoaalgunsanti-TNF(ADA,ETNeIFX), podediminuiraeficáciadavacina,enquantoousoisolado dessesbiológicosnãoinfluenciaarepostavacinal.153,155 Adici-onalmente,ousodeanti-TNFpodereduzirsignificativamente arespostavacinal157àvacinacontrahepatiteB.
Asvacinascomcomponentesvivosatenuadosdevem, pre-ferencialmente, serindicadas três a quatrosemanas antes início da terapia imunossupressora, para garantir que a replicac¸ãoviraltenhaterminadoantesdaalterac¸ãoda com-petência imune dopaciente (em func¸ão douso da droga). Casocontrário,emvigênciadetratamento,avacinac¸ãodeve seradiadaporpelomenosotempocorrespondenteaquatro meias-vidasdecadadrogaanti-TNF.158
Drogabloqueadoradaco-estimulac¸ãodolinfócitoT– abatacepte(ABAT)
ABAT é uma proteína de fusão humana que consiste no domínioextracelulardaCTLA-4humanaligadoàporc¸ãoFc modificada da imunoglobulina (Ig) G1 humana. Essadroga inibe a ativac¸ão da célula T por ligar-se ao CD80 eCD86, assimbloqueandoainterac¸ãocom CD28(oreceptorda co--estimulac¸ão).159OABATfoiaprovadoemdezembrode2005 peloFoodandDrugAdministration(FDA)paraAR,tantonafalha doDMCD sintético, como biológico. NoBrasil, o Consenso 2012daSBRparaTratamentodaARsugerequeoABATpossa serutilizadoempacientescom ARativaquefalharamaos DMCDsintéticos,preferencialmentequandoestesforam uti-lizadosemcombinac¸ão,ouapósousodeanti-TNF.ABATpode serusado como monoterapia ou preferencialmente combi-nadocomDMCDsintético.37
UmaRSLsobreousodeABATempacientescomAR com-pilouseteestudose2.908pacientes.NestaRSL,oseventos adversostotaisforamdiscretamentemaiscomunscomABAT comparado com placebo (RR 1,05; 95% IC: 1,01-1,08), e as infecc¸õesgravesem12mesesforammaiscomunscomABAT versusogrupocontrole (PetoOR: 1,91;95% IC:1,07-3,42).160 Dadosacumulados de 4.149 pacientes de diversos estudos pivotaisdemonstraramqueaincidênciadeeventosadversos graves(95% IC)com ABATémuitobaixaereduzde forma gradualacadaano.161,162
Emrelac¸ãoàseguranc¸adainterac¸ãodoABATcomMTXou outrosDMCD,aextensãodoestudoAIM(Abataceptin Inade-quateresponderstoMethotrexate)mostroueficáciaeseguranc¸a doABATcombinadocomMTX.163OestudoASSURE(Abatacept StudyofSafetyinUsewithOtherRATherapies)mostroutambém seguranc¸adacombinac¸ãodoABATcomMTX,ecom hidroxi-cloroquina,sulfassalazina,leflunomidaouazatioprina.164
Infecc¸ões
ABAT é contraindicado em pacientes com infecc¸ão ativa, incluindoúlcerascutâneas,prótesesinfectadasequesejam
portadores decateter.165 Riscode infecc¸ãograve érelatado em2,9%comABATversus1,9%complacebo.164Acombinac¸ão com outro biológico aumenta o risco (infecc¸ão grave 5,8% versus 1,6%).164 ABAT não aumenta infecc¸ão por Mycobac-terium tuberculosise foram relatados apenas nove casos de tuberculose em4149pacientes tratadosao longodotempo (12.132 pacientes-ano).162 Um estudo com camundongos demonstrouaseguranc¸adestadrogaemrelac¸ãoàinfecc¸ão tuberculosa.166Nesseestudo,ainfecc¸ãocrônicaporM tuber-culosisfoiprovocadaemcamundongosC57BL/6.Apósquatro meses da infecc¸ão induzida,os camundongosforam trata-doscomdiferentesagentesbiológicosporaté16semanasem trêsdiferentesgrupos, umcomABAT,eosoutrosdois com anti-TNFouplacebo.OscamundongostratadoscomABATe placebomantiveramcontroledatuberculose,comsobrevida de100%após 16semanasde tratamento.Oscamundongos tratadoscom anti-TNFtiveram 100%demortalidadena9a
semana,comperdadepeso,cargabacterianaaumentadanos pulmões,linfonodosebac¸o.Assimconcluiu-sequeABATnão exacerbouinfecc¸ãoporM.tuberculosisnoscamundongos.166
Assimcomoparapacientesqueiniciamoutrosagentes bio-lógicos,testesderastreamentoparahepatiteBeCdevemser feitosantesdoiníciodoABAT.161
Reac¸õesinfusionais
As reac¸ões infusionais com ABAT são raras, com 3,9/ 100 pacientes-anos em seis estudos analisados, os quais incluíram3755pacientes.162Ossintomasmaisrelatadossão tonturas,náuseas, cefaleiaehipertensãoarterialsistêmica. Asreac¸õesdehipersensibilidadegravesãoraras(0,4%versus 0,2%complacebo).162,167
Reac¸õeshematológicas
Não há estudos até o presente momento que avaliaram alterac¸õeshematológicaseABATemdoenc¸asreumáticas.
Reac¸õesneurológicas
Nãohárelatosdeneuropatiaperiféricaouacometimentode SNCassociadosaousodoABATatéomomento.
Reac¸õesgastrointestinais
Alterac¸õesde enzimashepáticas sãodiscretaseraras com ABAT (0,1%-1% dos pacientes), e assim, de pequeno valor clínico.Acombinac¸ãocomMTX,AINE,corticoide, sulfassa-lazinaeleflunomida parecenão aumentaraocorrência de hepatotoxicidade.161
Reac¸õescardiovasculares
Emrelac¸ãoaoriscocardiovascularaumentadodospacientes comAR,osestudosrealizadosmostramqueousodoABATnão determinamaiorrisco.161,162Doenc¸acardiovascularnão con-traindicaousodeABAT,eestadroganãointeragecomdrogas cardiovascularesoucomousodeanticoagulanteoral.162
Neoplasias
Neoplasiassólidaselinfomas
usodeDMCDsintéticos.162Umestudoanalisouseteensaios clínicoscom4.134pacientesversuspacientescomARdecinco coortes(41529AR,comumacompanhamentomédioentre1,8 e9,3anos).Napopulac¸ãotratadacomABAT,foiencontrada umataxadelinfomassimilaràquelaobservadanasdiferentes coortesdeAR,comataxadeincidenciapadronizadade0,89 (95%IC:0,36a2,15).168
Emrelac¸ãoaoriscodelinfomaeoutrasdoenc¸as hemato-lógicas,osestudosduplo-cegoeabertocom4.149pacientes tratadoscomABAT(11.658pacientes-ano)mostraram malig-nidade hematológica em apenas 0,13/100 pacientes-ano (similaràAR),masdamesmaformaquecomousodos agen-tesbiológicosanti-TNF,ousodeABATdeveserevitadoem pacientesquetiveramlinfomanosúltimoscincoanos.161
Imunogenicidade
Diferente do observado com o uso de DMCD biológicos anti-TNF,ofatorantinuclear(FAN)eoanti-DNAnãose posi-tivaramaolongodotempoempacientesemtratamentocom ABAT.162Nãoparecehaverformac¸ãodeHACAeHAHAcomo usodeabatacepte.
Outrasocorrências
OusodeABATécontraindicadoempacientescomquadrode doenc¸apulmonarobstrutivacrônica(DPOC),porexacerbac¸ão doquadrodedispneiaemaiorocorrênciadeinfecc¸ões.37
Há relatos de ocorrência de quadros de rash psoriasi-forme,169 bem como síndrome lúpus like e síndrome de Sjögren170possivelmente.associadosaousodeABAT.
Oriscodedesenvolvimentodeeventosautoimunescom ABATbaseado em dados acumuladosde 4.149 pacientes e 12.132pacientes-anomostrouraroscasosdepsoríasecutânea, comORde0,60,síndromedeSjögren–ORde0,26evasculite –ORde0,34.162
Respostavacinal
Emrelac¸ãoàvacinac¸ãoempacientescomARemusodeABAT, uma subanálise doestudo Abatacept Researched in RA pati-entswithanInadequateanti-TNFresponsetoValidateEffectiveness (ARRIVE)avaliouaeficáciaeseguranc¸adavacinac¸ãocontra influenzaem20pacientes.171Umtotalde55%,50%e35%dos pacientesdesenvolveramrespostavacinalaoH1N1,H3N2e sorotiposdeinfluenzaB,respectivamente.Umestudono Bra-silinvestigouarespostahumoralàvacinac¸ãocontraovírusda gripeH1N1em11pacientescomARtratadoscomABAT com-binadocomMTX.172Apenas9%dosdoentestratadoscoma combinac¸ãoABATeMTXobtiveramsoroprotec¸ão,comparado com58%dospacientescomMTXisoladoe70%dosindivíduos saudáveis.Schiffecolaboradoresinvestigaramarespostaà vacinacontraopneumococoem21pacientescomARtratados comABATemumasubanálisedoestudoARRIVE.173Desses 21 pacientes, 81% obtiveram resposta imunológica a pelo menosumsorotipo.173
Droga
depletora
de
linfócito
B
–
rituximabe
(RTX)
ORTXéumanticorpomonoclonaldirigidocontraolinfócito CD20+,indicadoempacientescomARematividademoderada
àgravequetiveramfalhaterapêuticaaoagenteanti-TNF.37,174 É utilizado, preferencialmente, emassociac¸ão com o MTX, podendoserprescritoemassociac¸ãocomoutrasDMCD.ORTX apresenta melhor resposta terapêutica em indivíduos com sorologiapositivaparafatorreumatoide(FR)e/ouanticorpos anti-peptídeocitrulinadocíclico(anti-CCP).175Osindivíduos comboarespostaaotratamentopodemsersubmetidosanovo cursodeRTX,casoreativemadoenc¸a,emintervalodetempo não<6meses.176
Em metanálise que incluiu 938 pacientes tratados com RTX, não responsivosouintolerantes àDMCD sintética ou anti-TNF,acompanhadospor24a48semanas,foiverificada que a incidência de efeitos adversos em todos os siste-mas não foi maior doque naqueles tratados com placebo (RR: 1,062; 95% IC: 0,912-1,236; p= 0,438). No que diz res-peito aonúmero de pacientes quesofreram aomenosum evento adversograve,nãofoiobservadadiferenc¸a significa-tiva entre os tratadoscom RTX e placebo (RR: 0,855; 95% IC: 0,622-1,174; p = 0,333).177 A seguranc¸a emlongo prazo após múltiplas infusões de RTXtambém foi analisada em recentepublicac¸ão.178Osdadosavaliadossãooriginadosde oitoensaiosclínicosrandomizadosedoisestudosabertosde extensão,incluindoumtotalde3194pacientesquereceberam até17cursosdeRTXaolongode9,5anos(4.418 pacientes--ano).Ospercentuaisdeinfecc¸õeseeventosadversossérios permaneceramestáveisaolongodotempoeapósmúltiplas infusões.178
ORTXécontraindicadoempacientescom hipersensibili-dadeaoRTXououtrasproteínasmurinas,infecc¸õesativase insuficiênciacardíacagrave.179
Infecc¸ões
Comrelac¸ãoainfecc¸ões,metanálisequeincluiu745 pacien-testratadoscomRTXemtrêsensaiosclínicosrandomizados observouquenãohouveaumentoderiscoparainfecc¸ões gra-vesemcomparac¸ãoaogrupoplacebo.180
No estudo anteriormente citado de van Vollenhoven et al.,178 o percentual de infecc¸ões graves foi de 3,94/ 100 pacientes-ano (3,26/100 pacientes-ano em pacientes observadospormaisdecincoanos)efoicomparávelaodo grupo placebo associado ao MTX (3,79/100 pacientes-ano). Diminuic¸ão nos níveis de imunoglobulinas foi observada a partir de quatro meses após pelo menos um curso de RTX, porém seu significado clínico é incerto. O sub-grupo de pacientes com baixos níveis de IgG apresentou maior risco de infecc¸ões graves em comparac¸ão aos paci-entes que nunca apresentaram esse achado, mas o risco de infecc¸ão já era aumentado nesses pacientes mesmo antes de desenvolver diminuic¸ão dos níveis de IgG. Os níveisde IgGdevem serdosadosantesdotratamento com RTX e monitorados ao longo do tempo.179 Baixos níveis de IgM não estiveram associados a um risco maior de infec¸ão.
dobuláriodamedicac¸ãorecomendarapesquisade tubercu-loselatenteantesdoiníciodamedicac¸ão.36,181
Emrelac¸ãoàhepatiteBeàhepatiteC,especialistas reco-mendamqueasorologiaparahepatiteBdeveserrealizada antesdoinício dotratamentocom RTX.179 Reativac¸ão tem sidodocumentadatantoempacientesnegativosquanto posi-tivos para o antígenode superfície do vírus da hepatite B (HBsAg–surfaceantigenofthehepatitisBvirus),182,183 enfati-zandoanecessidadedeseaveriguarnãoapenasHBsAg,mas tambémoutrosanticorposcontraoantígenocentralou antí-genodocore(HBcAg-hepatitisBcoreantigen)paraidentificar oestado decarreador positivo. Anegatividade para HBsAg (comnegatividadetambémparaosanticorposanti-HBs) iden-tificaogrupodepacientesquenecessitadevacinac¸ãoantes deterapiaimunossupressora.ApesquisadeDNAdovírusda hepatiteB(HBV-DNA)nãoéindicadaparatriagem,maspara averiguac¸ãodacargaviralerespostanainfecc¸ãocrônica esta-belecidapelovírusdahepatiteB.Emborahajavariac¸ãoentre as recomendac¸ões atualmente vigentes, de maneira geral, considera-sequeaquelespacientesquesãoHBsAgpositivos e/ouanti-HBcpositivosdevemsertratadosprofilaticamente. Omanejo dainfecc¸ão ocultapelovírus da hepatiteB,com anti-HBc positivo de forma isolada permaneceincerto: em taispacientes,oHBV-DNApoderiaserdeterminadoe,então, terapiaprofiláticapoderiaserconsiderada,comseguimento próximodopaciente.Avaliac¸ãorotineiraparahepatiteC tam-bémdeveserconsiderada.184–189Reac¸õesinfusionais
Oseventosadversosmaisfrequentessãoasreac¸ões infu-sionais,queocorremem30%-40%dospacientesnaprimeira infusãoe cercade 10% na segunda infusão.190 Na maioria das vezes,asreac¸ões sãode intensidade leveà moderada. Casosgravesquerequeremdescontinuac¸ãodadrogaocorrem emmenosde1%dospacientestratados.179Cadainfusãode RTXdeveserprecedidadautilizac¸ãode100mgde metilpred-nisolonaIV60 minutosantes, umgrama deparacetamol e anti-histamínicoparadiminuiragravidadeeafrequênciadas reac¸õesinfusionais.190
Reac¸õeshematológicas
O efeito sobre linfócitos B com a deplec¸ão dos mesmos é esperadoefazpartedomecanismodeac¸ãodestadroga. Entre-tanto,nãoéesperadareduc¸ãosignificativadacontagemtotal delinfócitos. Aseguranc¸adadeplec¸ão delinfócitosBapós múltiplasinfusõesdeRTX,especialmenterelacionadaaorisco cumulativodeinfecc¸õesgraveseneoplasias,nãoestá total-menteestabelecidaempacientescomartritereumatoide.178 Oseventosadversoshematológicosnãotêmsemostrado rele-vantesnosestudosdelongoprazo.178,191
Reac¸õesneurológicas
Atéomomento,seiscasosdeLEMforamrelatadosem paci-entescomARtratadoscomRTX.178,179 Amaioria doscasos apresentava ARde longa durac¸ão eusode múltiplos imu-nossupressores. O número de casos de LEM relatado em pacientes com diagnóstico de AR em uso de RTX confere umriscode0,4/100.000pacientes-ano,discretamente aumen-tadoemrelac¸ãoàpopulac¸ãogeral(0,2/100.000)emenordo queobservadoempacientescomlúpuseritematososistêmico (4/100.000).53 Assim, emboraa ocorrência seja considerada rara (1:20.000), em func¸ão da grande morbimortalidade da
condic¸ão,recomenda-sevigilânciaclínicaparaeste diagnós-ticonestapopulac¸ãodepacientes.
Nãohárelatosdeneuropatiaperiféricaassociadaaouso doRTXatéomomento.
Reac¸õesgastrointestinais
Não temsidoobservadoaumentodeeventosadversos gas-trointestinaisapósaexposic¸ãoaoRTX.178,192
Reac¸õescardiovasculares
Nãotemsidoobservadoaumentodoriscodeinfartoagudo domiocárdioaolongodotemponospacientestratadoscom RTX.178
Neoplasias
Neoplasiassólidaselinfomas
Não tem sido observado aumento do risco de neoplasias sólidasouhematológicasaolongodotemponospacientes tra-tadoscomRTXperíododeobservac¸ãodeaproximadamente 10anos.178
Imunogenicidade
Dados de seguranc¸a de longo prazo dos ensaios clínicos randomizadosemARindicamque11%(273/2.578)dos paci-entes expostos ao RTX desenvolvem HACA.191 Pacientes HACA-positivosnãoapresentarammaiornúmerodereac¸ões infusionaisduranteosegundocursodeRTXemrelac¸ãoaos pacientesHACA-negativos.
Outrasocorrências
Foramrelatadospoucoscasosdequadrospsoriasiformesapós infusãodoRTXparatratamento dedoenc¸asreumáticasou outrasindicac¸ões.Umasériedetrêscasosfoidescritaemdois pacientescomAReumcomLES,comnecessidadede trata-mentoespecíficoparapsoríaseeadescontinuac¸ãodoRTX.192 Manifestac¸ões pulmonares foram identificadas em um estudo de revisão sistemática, com 121 casos de doenc¸a intersticialpulmonar.Apenasnovedessespacientestiveram indicac¸ão do RTXpara tratamento de doenc¸as reumáticas: incluindo três casos de AR, um delesem associac¸ão com doenc¸a de Castleman. Nesta revisão, a doenc¸a intersticial pulmonarfoiconsideradarara,porémcompotencialde mor-bidadeemortalidade.Todososcasosapresentaramachados deimagem(radiografiae/outomografiacomputadorizadade tórax).Os testesdefunc¸ão respiratória, quandorealizados, demonstraramdéficitdacapacidadededifusãoepadrão res-piratóriorestritivo.193
Respostavacinal
O uso de RTX está relacionado com reduc¸ão da resposta às vacinas tanto de células T independentes quanto T dependentes.158 Existem evidênciasque sugeremuma res-postacomprometidaàsvacinasanti-pneumocócicaecontra influenza quando administradas em pacientes em uso de RTX.179,196,197Arepostaàvacinacontrainfluenza(incluindo tambémavacinacontrainfluenzaAeH1N1)tambémfica par-ticularmentecomprometidaquandoavacinaéadministrada precocemente,quatroaoitosemanasapósaadministrac¸ãodo RTX.Assim,asvacinascontrainfluenzaeanti-pneumocócica devemseraplicadasantesdeiniciarRTXouseismesesapós a1a
infusãoequatrosemanasantesdapróximadose.158,179 Pacientes com grande risco de contrair tétano que rece-beram RTX dentrodas últimas24 semanas devem utilizar imunizac¸ãopassivacomimunoglobulinaantitetânica.Outra vacinaquedeveseradministradaantesdousodeRTXécontra ahepatiteB.179
Droga
bloqueadora
do
receptor
de
interleucina-6
(IL-6)
–
tocilizumabe
(TOCI)
OTOCIéumanticorpomonoclonalhumanizadodirigido con-traoreceptordainterleucina6(IL-6),incluindoafrac¸ãosolúvel ealigada àmembrana plasmática,capazdebloquearsuas ac¸õescelulares.ÉusadonotratamentodaARematividade, combinadaaoMTXouaoutraDMCD,mastambémem mono-terapiaeempacientescomrespostainadequadaaoMTXoua outrasDMCDouaosbloqueadoresdoTNF.37Demodogeral,a vigilânciadevesercontínuaparatodososeventosadversos relacionadosaoTOCI. Noentanto,algunsdelesestão mais relacionadosao iníciodo tratamento etendem a apresen-tarposteriorreduc¸ãonafrequênciadeocorrência,como as reac¸õesinfusionais,alterac¸õesdasconcentrac¸õesplasmáticas doslipídiosedastransaminaseshepáticas.
Os dados do perfil de seguranc¸a do TOCI foram retira-dosdosensaiosclínicosrandomizadosplacebocontrolados (ECRPC),com24semanasdedurac¸ão,consideradospivotais pararegistroeaprovac¸ão,mastambémdeestudosdemais longoprazo,incluindoosresultadosdosregistros,vigilância pós-marketing,sobretudodoFDAeEMEA(European Medici-nesEvaluationAgency).
Infecc¸ões
Assimcomooutrosagentesimunobiológicos,oTOCInãodeve serusadoempacientescominfecc¸ãoativaporqualquer pató-geno, incluindo bactérias, vírus, fungos e parasitas. 198,199 Tradicionalmente,aproteínaCreativa(PCR)éutilizadacomo umdosbiomarcadorespararastreamento deinfecc¸ões. No entanto, ela perde o valorem usuários de TOCI, uma vez queocorrereduc¸ãoexpressivadasconcentrac¸ões plasmáti-casda PCRapós o usodesse agente.Até omomento, não existemevidênciasquemostremacapacidadedoTOCIem suprimirarespostafebril.RecentemetanálisedaCochrane, incluindo8ECRPC,mostrouriscodeinfecc¸ão1,2vezesmaior parapacientestratadoscomTOCIdoqueaquelesemusode DMCDsintéticas,36,200confirmandodadospreviamente publi-cadospelogrupodoNishimoto.201Noentanto,esserisconão
aumentacomotempodeexposic¸ão,comtaxaparaeventos gravesquevariadequatroaseisparacada100.000 pacientes--ano,202mesmosecombinadoaoutrasDMCDsintéticas.203
Diferentemente dos bloqueadores do TNF, o TOCI não aumentooriscodereativac¸ãodeTbL.204Noentanto,ainda érecomendadoorastreamentodaITbLanteseduranteouso de agentesimunobiológicos,especialmenteemáreas endê-micas.NoJapão,nãohouveaumentodonúmerodecasosde doenc¸apormicobactériasnãotuberculosas.205
Evidênciasrecentesnãodemonstraramaumentodataxa deinfecc¸ãodaferidaoperatóriaempacientescomAReem uso de TOCI após realizac¸ão de artroplastia total de joe-lho ou quadril.206 Recomenda-se suspensão doTOCI, pelo menos, quatro semanas antes do procedimento. Compi-lando informac¸ões de quadros infecciosos que ocorreram apóscirurgiasortopédicas(artroplastias),de1999a2010,de modoretrospectivo,Momoharaetal.observarammaisatraso de cicatrizac¸ão da ferida operatória (20/122; 16,4%) doque infecc¸ões (3/122;2,45%) no grupoque usouTOCI, especial-mente quandoo procedimento cirúrgico envolvia o pé ea coluna.207
Emrelac¸ãoàshepatitesviraispelosvírusBeC,osdadosdos estudosaindasãopreliminares,umavezqueessespacientes foramexcluídosdosECRPC.Nomomento,oTOCInãodeveser usadonessecenárioclínico.204,208
Quanto àsinfecc¸õesoportunistas,ataxa ébaixaevaria de 0,2a 0,3para cada 100mil pacientes-ano. Asinfecc¸ões fúngicassãoasmaiscitadas.203
Reac¸õesinfusionais
São eventos raros com o TOCI e podem ser minimizados com a lentificac¸ão da velocidade de infusão endovenosa e/ouadministrac¸ão depré-medicac¸ãocomcorticosteroides. Reac¸ão anafilática grave e necessidade de descontinuac¸ão definitivadoTOCIsãobastanteraras.
Reac¸õeshematológicas
Estudoscompequenonúmerodeparticipantestêm demons-tradoqueumdosprincipaiseventosadversoshematológicos relacionadosaoTOCIéaneutropenia.209Omecanismo res-ponsável ainda não é bem conhecido, mas parece estar relacionado ao papel imunológico direto ou o bloqueiodo receptordaIL-6nessascélulas.
Emgeral,aneutropeniaéleveetransitóriaenãoaumenta oriscodeinfecc¸õesperse.Casosmaisgravesoupersistentes exigemreduc¸ãodadosedamedicac¸ãopara4mg/kginfusãoe descontinuac¸ãodefinitivasenãoresolvida.210
Reac¸õesneurológicas
Existeapenasumrelatodecasodeneuropatiaperiférica rela-cionadaaousodoTOCI.210
Reac¸õesgastrointestinais