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Produção de proteínas para estudos estruturais e biotecnológicos

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(1)

P r o d u ç ã o

d e P r o te ín a s p a r a E s tu d o s E s tr u tu r a is

e B io te c n o ló g ic o s

SRQPONMLKJIHGFEDCBA

T e x to q u e s is te m a tiz a

nmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

o

tr a b a lh o c ie n tífic o d a c a n d id a ta p a r a

a

o b te n ç ã o d o títu lo d e L iv r e D o c ê n c ia

P r o fa . O r a . A n a P a u la U lia n d e A r a ú jo

Departamento de Física e Informática

Instituto de Física de São Carlos

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Março de 2008.

(2)

S u m á r i o

I N T R O D U Ç Ã O

dcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

1

C A P Í T U L O 1 :

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

PULCHELLINA 1-1

1.1INTRODUÇÃO E RELEV ÃNCIA 1-1

1.2PUBLICAÇÕES GERADAS A PARTIR DESSE TRABALHO 1-12

1.3REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1-12

C A P Í T U L O 2 : SEPTINAS 2-1

2. 1INTRODUÇÃO E RELEV ÃNCIA 2-1

2.2PUBLICAÇÕES GERADAS A PARTIR DESSE TRABALHO 2-4

2.3REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 2-4

C A P Í T U L O 3 :P R O T E Í N A S L I G A N T E S D E C Á L C I O 3-1

3.1INTRODUÇÃO E RELEVÂNCIA 3-1

3.1PUBLICAÇÕES GERADAS A PARTIR DESSE TRABALHO 3-5

3.2REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 3-5

C A P Í T U L O 4 : O U T R O S T R A B A L H O S RELEVANTES 4-1

4.1 INIBIDORES DE PROTEINASES VEGETAIS 4-1

mlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Publicações geradas a partir desse trabalho 4-3

4.2 EXPRESSÃO DE PEPTÍDEOS RECOMBINANTES 4-4

Publicações geradas a partir desse trabalho 4-5

4.3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 4-5

I F S ( U

C lI)S E R V iÇ O DE B I8 ~ IO T E C A

(3)

Dedicatória

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

(4)

AgradecimentoszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Meu infinito obrigada ao Grupo de Biofísica, particularmente

à profa. Leila M.

Beltramini, aos profs. Otaciro R. Nascimento e Antônio J. da Costa-Filho, pela amizade,

apoio e estímulo para que esse trabalho se tomasse real.

Ao prof. Richard

C. Garrat pela dedicação,

competência

e oportunidade

de

trabalharmos juntos, tomando as reuniões de projeto quase que em família.

Aos técnicos do Grupo de Biofísica: Bel, Andressa, João e Femando que sempre

fizeram o impossível

se tomar possível, caso fosse necessário. E é claro, à Ester, pela

ajuda com a burocracia administrativa

e principalmente com memorial!

À profa. Heloísa S. S Araújo, pela amizade e por não me deixar desanimar!

A todos os colaboradores,

os quais me permitiram "aventuras" em outras áreas;

Aos meus alunos e ex-alunos, com quem eu aprendo mais dia-a-dia;

Aos meus pais, irmãos,

aos "Crestana

Guardia"

e toda minha família, pelo

incentivo e carinho sempre.

Ao Hélio, Nina e Ian pela compreensão, ajuda e pelo amor incondicional.

(5)

I n t r o d u ç ã o

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

A expressão de proteínas tem sido um dos principais focos desde o advento da

tecnologia

do DNA recombinante

na década de 1980. Um exemplo

disso está na

produção

de insulina recombinante

para uso clínico, em 1982, a qual até então era

disponível de fontes como pâncreas porcino ou bovino [Villa-Komaroff

et al., 1980]. A

produção

de insulina humana em

mlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Escherichia coli

foi um dos principais

eventos na

medicina

[Falzon et al., 2006]. Poucas proteínas

estão disponíveis

em abundância

suficiente que permitam

seu isolamento

direto e purificação

a partir dos tecidos nos

quais ocorrem. Assim, a produção heteróloga de proteínas tem possibilitado

produzir

importantes

fármacos (por ex. hormônio de crescimento),

bem como proteínas para a

indústria e para a pesquisa

científica. Nesse contexto,

a disponibilidade

de proteína

purificada é um pré-requisito

para sua caracterização bioquímica, biofísica e estrutural.

Escherichia coli

é o hospedeiro

mais atraente para a produção

de proteínas

recombinantes,

principalmente

devido

à facilidade

de uso, robustez

e baixo custo

[Grãslund et al., 2008]. Porém, existem desvantagens em usar

E. coli

como hospedeiro

para a expressão.HGFEDCBA

E . coli

não é capaz de produzir

modificações

pós-traducionais

eucarióticas, tais como glicosilação, as quais podem ser críticas para produzir a proteína

de interesse enovelada e ativa. Ainda, algumas proteínas, especialmente

aquelas maiores

e proteínas de membrana não são expressas em

E. coli

ou expressam de forma insolúvel

como corpos de inclusão [Villaverde

dcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

&

Carrio, 2003].

Estudos têm indicado que cerca de 50% de proteínas provenientes de Eubacteria

ou Archaea

e somente

cerca de 1

o{

de proteínas

de Eukarya

podem

ser expressas

solúveis em

E. coli

[Braun

&

LaBaer, 2003]. Além disso, a probabilidade

de sucesso na

expressão de uma proteína solúvel em

E. coli

diminui consideravelmente

para massas

I FS( ..USP

S E R V iÇ O D e . B J ó ':,U fE C P

(6)

Introdução

dcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

1 1

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

acima de ~60kDa (figura 1.1). Adicionalmente,

é bem estabelecido

que os níveis de

expressão e o grau de solubilidade

de uma proteína recombinante

expressa em

E. coli

podem

ser grandemente

influenciados

por uma variação

sutil nas seqüências

de

aminoácidos

nas regiões N- and C-terminais

[Bjõrnsson

et al.,

1996; Peti

&

Page,

2007]. Domínios protéicos isolados muitas vezes têm mais sucesso na expressão que

proteínas relativamente

grandes, compostas de vários domínios, sendo por isso alvos de

expressão e purificação preferenciais nesses casos.

0.7

0.2

D o c lo n e s o lú v e l àp r o te ín a p u r ific a d a -p e q u e n a e s c a la ( 1 m L ) 0.6

0.5

ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

-

A

, - - ,

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. . • • ....,

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•••••

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D o c lo n e àp r o te ín a p u r ific a d a c o m s u c e s s o e m la r g a e s c a la • • • • •

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• •

••••••••••••••

• •

•••••••••

o

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L L

0.4

0.3

D a p r o te ín a p u r ific a d a à

d e te r m in a ç ã o d a e s tr u tu r a

0.1

Or--'--~--~---r---r---r--.---'---.--.

O 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1,000

T a m a n h o d a c o n s tr u ç ã o

Figura L I : S o l u b i l i d a d e e m f u n ç ã o d o t a m a n h o d a c o n s t r u ç ã o ( e m a m i n o á c i d o s ) . Existem relativamente poucas proteínas alvo com comprimentos maiores que 800 aminoácidos, assim, essas frações foram extrapoladas e são mostradas em cinza [Figura adaptada de Structural G enom ics C onsortium et al., 2008].

Outras

bactérias

tais

como

Bacillus subtilis,

fungos

como

Saccharom yces

cerevisiae

e

Pichia pastoris,

sistemas de células de insetos usando Baculovírus e células

de mamíferos

vêm sendo opções alternativas

para contornar

problemas

que podem

surgir quando se usaHGFEDCBA

E . coli

como célula hospedeira [Falzon et al, 2006]. Ainda, para

expressar proteínas tóxicas à célula hospedeira e proteínas de membrana, sistemas livres

(7)

Introdução

dcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

I I I

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

expressão em

E. coli

sejam duas: i) a falta de um sistema eficiente de secreção para o

meio de cultura, característica

compartilhada com outras bactérias Gram-negativas,

masHGFEDCBA

\ , ; r,~ M

não com as Gram-positivas,

o que toma

Bacillus

[Georgiou

&

Segatorf

e

Lactococcus

lactis

[Morello

et al., 2008]

sistemas

atraentes

se a idéia é secretar

o produto

recombinante;

ii) em bactérias Gram-negativas,

a membrana externa, a qual serve como

um barreira que previne a entrada de moléculas tóxicas, apresenta lipopolissacarídeos

[Nikaido, 2003] que podem contaminar

o produto recombinante

após a purificação.

Contudo,

E. coli

é ainda hoje o hospedeiro

mais utilizado na produção de proteínas

recombinantes

e alguns dos problemas associados podem ser contornados.

De modo geral, os sistemas de expressão mais usados atualmente,

visando à

biologia estrutural, são baseados na expressão em

Escherichia coli

ou células de insetos

infectadas

com Baculovírus.

Na maioria

dos casos, algum desses dois sistemas

é

aplicável

para a expressão

de quase todas as proteínas

solúveis,

em quantidades

aceitáveis para estudos estruturais

[Lundstrom, 2007]. Entretanto,

quando se trata de

proteínas de membrana, a situação é bem diferente. Essas proteínas quando produzidas

exibem baixos rendimentos e estabilidade, o que tem levado a um aumento nos esforços

para o desenvolvimento

de vetores e sistemas de expressão alternativos.

Dos sistemas de expressão em

E. coli

comumente utilizados, aqueles baseados

no promotor do bacteriófago

T7 (vetores pET) [Studier et al., 1990] são certamente os

mais populares na produção de proteínas recombinantes

(os vetores pET participaram

de mais de 90% das preparações

protéicas depositadas no PDB até 2003) [Sorensen,

2005].

Mais

de 50 diferentes

plasmídeos

da geração

pET

estão

comercialmente

disponíveis,

sendo

que

o sistema

inclui

promotores

híbridos,

múltiplos

sítio. de -:

clonagem

para

a

incorporação

de

diferentes

parceiros

de

fusão

e

sítios

de

reconhecimento

de proteases.

A caracterização

estrutural de proteínas geralmente requer um produto puro e

altamente homogêneo. Nesse sentido, a engenharia genética tem facilitado imensamente

o processo de purificação

pela introdução de vários "tags" de afinidade no N- ou

C-terminais ou mesmo dentro da seqüência codificante do gene de interesse. Os "tags"

mais comuns

usados são as caudas de histidinas

(peptídeos

com 6 ou 10 resíduos

(8)

Introdução

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

IV

afinidade por metal imobilizado

(lMAC). Outros "tags" comuns são MBP

(m altose

binding protein),

cuja purificação é baseada na cromatografia de afinidade em coluna de

maltose;

GST (glutationa

S-transferase),

FLAG, entre muitos

outros.

dcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

É

claro que,

quando possível, a cromatografia

de afinidade é a primeira escolha para purificação.

Outros meios de purificação

incluindo etapas de precipitação

e gradientes

requerem

grandes quantidades

de material e não são adequados

para proteínas

recombinantes

expressas

em baixos níveis. Adicionalmente,

cromatografias

de exclusão

molecular,

interação

hidrofóbica,

troca-iônica

e fase-reversa

são consideradas

na purificação.

Naturalmente,

se não há um "tag" (recombinante

ou nativo), a purificação

seguirá um

caminho "clássico", o qual será proteína-dependente.

Finalizando

essa breve introdução, um sistema de expressão ideal só pode ser

selecionado

se a produtividade,

a atividade,

a utilização

e as características

físico-químicas da proteína de interesse são levadas em consideração

[Yin

et ai.,

2007]. Em

outras palavras: os sistemas de expressão também são proteína-dependentes.

Esta tese traz uma série de trabalhos publicados ou aceitos que exemplificam

o

quanto a expressão

heteróloga

pode contribuir para os estudos estruturais.

Diversas

estratégias para a produção de proteínas, expressas em vetores compatíveis com

E. coli

e em geral com alto rendimento permitiram estudos estruturais e/ou funcionais.

Além

disso,

a purificação

das proteínas

recombinantes

e, em alguns

poucos

casos, de

proteínas nativas também surgem nos trabalhos como um ponto decisivo para atingir a

qualidade

necessária

para os estudos

estruturais

e funcionais.

Estes, por sua vez,

complementam

grande parte da história apresentada e passaram assim a fazer parte de

minha rotina de trabalho.

No capítulo

1 é feita

uma breve revisão

sobre proteínas

inativadoras

de

ribossomos

(RIPs)

e são apresentados

os resultados

de minha

principal

linha de

pesquisa

hoje:

estudos

de biologia

molecular,

celular,

bioquímicos

e biofísicos

envolvendo a pulchellina, uma proteína inativadora de ribossomos altamente tóxica.

O segundo

capítulo

traz uma breve introdução

e os resultados

da produção

heteróloga e estudos estruturais da septina 4 humana (SEPT4), uma proteína expressa

(9)

Introdução

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

v

As mudanças

conformacionais

Ca

2

+-induzidas

são o foco do capítulo

3, em

trabalhos envolvendo

a produção

recombinante

e os estudos estruturais

de proteínas

ligantes de cálcio.

No quarto

capítulo,

a expressão

heteróloga

e purificação

visando

supnr

a

demanda da produção

de proteínas

são mostradas em trabalhos em colaboração

com

outros pesquisadores.

ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

R e f e r ê n c i a s B i b l i o g r á f i c a s

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Georgiou, G. & Segatori, L. (2005). Preparative expression of secreted proteins in bacteria: status report and future prospects. C urrent O pinion in Biotechnology 16:538-545.

Grãslund S, Sagemark J, Berglund H, Dahlgren LG, Flores A, Hammarstrõm M, Johansson I, Kotenyova T, Nilsson M, Nordlund P, Weigelt J. (2008). The use of systematic N- and C-terminal deletions to promote production and structural studies of recombinant proteins. Protein Expression and Purification. Published article online: 22 November 2007. doi:l0.1016/j.pep.2007.11.008

Klammt C, Schwarz D, Lõhr F, Schneider B, Dõtsch V, Bernhard F. (2006). Cell-free expression as an emerging technique for the large scale production of integral membrane protein. FEBS

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Lundstrom, K. Structural genomics and drug discovery (2007). J C ell. M oi. M ed. 11: 224-238.

Morello E, Bermúdez-Humarán LG, Llull D, Solé V, Miraglio N, Langella P, Poquet

dcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

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(10)

Introdução

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

VI

Genomics/Proteomics Initiative

dcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

& SPINE2-Complexes (2008). Protein production and purification. N ature M ethods, 5: 135 - 146.

Studier, F.W., Rosenberg A.H., Dunn J.J. and Dubendorff J.W. (1990). Use of T7 RNA

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Yin J, Li G, Ren X, Herrler G. (2007). Select what you need: a comparative evaluation of the

(11)

C a p í t u l o 1 . P u l c h e l l i n a

ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

1 . 1 I n t r o d u ç ã o e r e l e v â n c i a

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Até o fim do século XIX, acreditava-se que a atividade tóxica do extrato bruto

de sementes

maduras

de

mlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Abrus precatorius

era devido à contaminação

por toxinas

bacterianas. Nesta época, os estudos com sementes tóxicas tinham enfoque médico. Em

1884, Warden

dcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

&

Waddel mostraram que a toxicidade de sementes de

Abrus precatorius

era devido a uma fração protéica que podia ser precipitada com álcool a partir de um

extrato aquoso, excluindo

a possibilidade

da toxicidade ser creditada à contaminação

bacteriana. A seguir, Stillmark (1888) baseado em dados experimentais

de uma proteína

isolada

de sementes

de

Ricinus com m unis,

atribuía

a toxicidade

à capacidade

da

proteína

aglutinar

eritrócitos

in vitro.

Somente no início da década de 70, estudos

mostraram

que

as preparações

daquela

época

eram

referentes

a uma

Proteína

[nativadora

de Ribossomos

(RIP), formada por uma citotoxina

e uma hemaglutinina

[Olsnes

&

Pihl, 1973].

As proteínas inativadoras

de ribossomos (RIPs) são uma classe de enzimas (EC

3.2.2.22) que catalisam

especificamente

a clivagem da ligação N-glicosídica

entre a

ribose

e a adenina

numa

seqüência

conservada

da subunidade

28S dos rRNAs

eucarióticos

[Endo

&

Tsurugi,

1987]. Endo

et aI.

(1987) verificaram

que todos os

resíduos

de adenina

clivados

estavam

localizados

em um

loop

de uma seqüência

específica

do RNA

ribossomal

(A

4324,

em ribossomos

de fígado

de ratos).

Esta

(12)

C apítulo

dcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

1-Pulchellina 1 - 2

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

RIPs na célula promove

um dano irreversível

no ribossomo,

o qual impossibilita

a

ligação dos fatores de elongação

EF-l

e EF-2, impedindo

o passo de elongação na

tradução e, conseqüentemente,

bloqueando a síntese protéica.

Após a atividade enzimática das RIPs ter sido reconhecida

[Endo

et al.,

HGFEDCBA

1 9 8 7 ;

Endo

&

Tsurugi, 1987], a atividade rRNA N-glicosilase tomou-se sua principal marca e

ainda

é usada

para

identificar

essas

proteínas

tóxicas.

Porém,

existem

trabalhos

relatando

que a maioria

das RIPs possui também

uma atividade

polinucleotídica

adenosina glicosilase (APG). Algumas RIPs liberam mais de um resíduo de adenina dos

ribossomos, outras ainda agem nas espécies de RNA a parte do RNA ribossomal e em

regiões poli A [Barbieri

et al.,

1997]. No entanto, a eficiência dessa atividade APG é

consideravelmente

menor que a atividade RNA N-glicosilase

nos ribossomos

e, dessa

forma, a ação citotóxica não pode ser atribuída a essa atividade. De qualquer forma, a

observação das RIPs depurinarem também DNA e outros ácidos nucléicos [Peumans

et

ai,

2001] abriu novas perspectivas

sobre o mecanismo de como essas toxinas matam a

célula.

ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

C l a s s i f i c a ç ã o d a s R I P s

Segundo Mundy

et

ai

(1994), as RIPs estão classificadas

de acordo com suas

propriedades físicas e estruturais em três grupos :

RIP tipo 1: são enzimas monoméricas que possuem um único domínio RNA

N-glicosilase,

sendo

que a maioria

possui

tamanho

aproximado

de 30 kDa

[Barbieri

et al.,

1993], como a saporina (de

Saponaria officinalis)

e a PAP, uma

proteína

antiviral

de

Phytolacca am ericana.

Apesar

das RIPs tipo

1 serem

distintas na sua seqüência

primária como um todo e

nas modificações

pós-traducionais,

elas compartilham

uma estrutura terciária

altamente

conservada

[Lord

et al., 1 9 9 4 ] .

RIP tipo 2: são proteínas heterodiméricas,

na sua maioria altamente tóxicas, com

propriedades

lectínicas e enzimáticas em subunidades polipeptídicas

separadas,

porém expressas como prepro-proteínas.

Cada subunidade tem cerca de 30 kDa,

sendo um polipeptídeo

com atividade RIP (cadeia A), ligado por meio de uma

(13)

C apítulo I -Pulchellina

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

1-3

se ligar a glicoproteínas

ou glicolipídeos da superfície de células eucarióticas e

mediar o transporte da cadeia A para o citosol [Beaumelle

et al.,

1993]. Uma vez

no citosol, a

ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

R I P

tem acesso a maquinaria de tradução e rapidamente interrompe

a síntese protéica. Alguns exemplos pertencentes

a esta classe são a abri na, de

Abrus precatorius,

a ricina, de

Ricinus com m unis

e a pulchellina,

de

Abrus

pulchellus.

Van Damme

et al.,

2001 incluíram as RIPs tipo 2 clássicas como uma

categoria de quimero-RIPs,

a qual possui tanto os dímeros ligados como não

ligados covalentemente

(por exemplo, as aglutininas de sementes de

R. com unis

e

A. precatorius),

além das RIPs tetraméricas de

Polygonatum m ultiflorum

(na

qual os monômeros

são não covalentemente

associados)

e de

Sam bucus nigra

(SNAl),

que os monômeros

são unidos por meio de ligações dissulfeto entre as

cadeias B.

R I P

tipo 3: são sintetizadas como precursores inativos (pro-RIPs) que requerem

um processamento

proteolítico entre os aminoácidos envolvidos na formação do

sítio ativo [Mundy

et al.,

1994]. Essas RIPs são bem menos prevalentes que os

outros dois tipos. Até o momento, foram caracterizada

R I P

tipo 3 somente em

milho e cevada [Bass

et

HGFEDCBA

a l . , 1 9 9 2 ] .

Apesar de elementos da estrutura do domínio das

R I P

tipo 1 serem encontrados

em outras proteínas

ligantes

de RNA, como a RNase H de

Escherichia coli

e da

transcriptase reversa retroviral [Ready

et ai,

1988], nenhum domínio parecido com o de

N-glicosilase tem sido encontrado em outras proteínas.

Diferente

do domínio

N-glicosilase

da cadeia A, a estrutura

{J-treefoil

dos

domínios individuais

da cadeia B é amplamente distribuído e extremamente

antigo. A

cadeia B das RIPs tipo 2 e lectinas relacionadas consistem de cópias duplicadas de um

peptídeo ligante a galactose tripartido, denominado

subdomínios

a,

p

e y, sendo cada

subdomínio composto por 40 resíduos de aminoácidos. Os sítios de ligação a açúcares

são formados por meio de uma dobra acentuada no esqueleto da estrutura formada pelas

seqüências

Asp, VaI e Arg, mais um resíduo aromático variável, o qual promove a

(14)

C apítulo I -Pulchellina

dcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

1 - 4

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

dois eventos de inserção de duplicação em

tandem ,

o qual ocorreu antes de sua fusão

com o domínio ancestral N-glicosilase

[Rutenber

et ai,

1987]. Ou seja, acredita-se que

as RIPs tipo 2 tenham surgido por meio da fusão de um ancestral da RIP tipo 1 com

uma lectina, originando as cadeias A e B respectivamente.

ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

A t i v i d a d e d a s R I P s

As RIPs podem

ter grande potencial

terapêutico

como toxinas

quiméricas,

obtidas por meio de manipulações

genéticas [Lappi

et ai,

1994] ou bioquímicas,

como

as imunotoxinas

(RIPs ligadas a anticorpos

capazes de direcioná-las

seletivamente

contra alvos celulares

específicos)

[Falini

et ai,

1992] ou toxinas conjugadas

(RIPs

ligadas a moléculas

carreadoras

específicas )[Casscells

et ai,

1992; Cavallaro

et ai,

1993] tomando-as

seletivamente

tóxicas para um dado tipo de célula alvo. As toxinas

usadas são muito potentes e por causa de sua função catalítica, mesmo que poucas

moléculas

alcancem

o citosol

da célula alvo já será letal.

Diferente

dos agentes

quimioterápicos,

as

toxinas

levam

a

morte

tanto

células

quiescentes

quanto

proliferativas

[Fracasso

et al.,

2004]. Dessa forma, podem ser úteis no tratamento de

câncer [Pryme

et

HGFEDCBA

a l . ,

2006], além do uso no combate de doenças auto-imunes e também

contra a infecção por HIV [Wang, 2002].

As diferenças observadas na citotoxicidade

de diferentes RIPs são maiores que

as descritas para a atividade enzimática, possivelmente

devido a diferenças estruturais

que a proteína deve sofrer para atingir o alvo intracelular para exibir sua ação tóxica

[Battelli, 2004].

A ausência da cadeia B com propriedades lectínicas nas RIPs tipo 1 é

apontada como a responsável

pela diferença na citotoxicidade

entre RIPs tipo 1 e 2

[Barbieri

et al.,

1993]. A presença da cadeia B asseguraria a ligação à superfície celular,

facilitando

o processo

de endocitose

[Olsnes

&Pihl,

1973]. De fato, vem sendo

mostrado que a cadeia B da RIP tipo 2 media a entrada da cadeia A para dentro da

célula através de uma interação do receptor lectínico glicosilado. Porém, a presença de

um sítio ligante

de RIP na superfície

da célula

não garante

que a toxina

será

intemalizada

e que a síntese protéica seja abolida [Refsnes

et al.,

1974]. Além disso, a

(15)

C apítulo I -Pulchellina

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

1-5

exemplo, modecina é tão tóxica a células como a ricina e a abrina [Stirpe

et al.,

1985] e,

como essas toxinas,

ela pode ligar-se às moléculas

contendo

resíduos

de galactose

terminais

na membrana,

contudo,

liga-se à receptores

diferentes

dos receptores

de

abrina e presentes em número bem menor.

Comparações

entre a estrutura das RIPs e a citotoxicidade

tomaram-se

ainda

menos lineares quando uma nova classe de RIP tipo 2 emergiu. Apesar da presença da

cadeia lectínica, essa classe possui citotoxicidade

similar as RIP tipo 1. O destino da

RIP após a intemalização

parece

ser de grande relevância

para a sua toxicidade

[Sandvig

dcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

&

van Deurs, 1996]. A falta da toxicidade das RIP tipo 2 não tóxicas pode ser

atribuída às características

da cadeia B, influenciando a distribuição subcelular

e então

o destino da cadeia A após a intemalização.

Por exemplo, a baixa toxicidade de nigrina

b comparado com a ricina tem sido pelo menos em parte explicado pela alta degradação

da nigrina b pelas células, resultando

em uma baixa concentração

remanescente

no

interior das células e pelo diferente caminho intracelular

seguido pelas duas lectinas

[Battelli

et al.,

1997]. Portanto,

as RIPs tipo 2 também

possuem

uma toxicidade

altamente

variável,

que pode ser ocasionada

principalmente

pelas diferenças

no seu

destino intracelular.

A atividade

enzimática

das diferentes

RIPs

pode

vanar

dependendo

das

diferenças estruturais no sítio ativo e em outros domínios relacionados

à atividade que

determinam

a especificidade

a substratos, por meio da influência da interação de cada

RIP

com

diferentes

alvos

subcelulares

[Battelli,

2004].

A

atividade

adenina

polinucleotídeo

glicosilase

(APG) não está distribuída

uniformemente

nas diferentes

RIPs e nem está corre1acionada a ação no rRNA [Battelli, 2004].

Ainda, uma atividade

lipolítica foi associada à ricina [Lombard

et

HGFEDCBA

a l . , 2 0 0 1 ] ,

atividade esta que pode estar envolvida no processo de envenenamento

pela toxina. A

etapa de interação lipídeo-proteína

parece ser devido principalmente

à presença de uma

atividade não lectínica na cadeia B, no caso da ricina [Moulin

et al.,

1994]. Mutações e

estudos estruturais sugerem que a presença ou a ausência dessa atividade pode justificar

a diferente toxicidade entre as RIP tipo 2 tóxicas e não tóxicas. Os diferentes efeitos e

lesões observados

in vivo

após a administração

de várias RIP tipo 2 tóxicas pode

(16)

C apítulo

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

1-Pulchellina 1-6

da célula, (ii) o caminho e o destino intrace1ular, e (iii) a distribuição dentre os diversos

tipos celulares, e conseqüentemente

entre os órgãos diferentes.

dcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

A

ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

s í n t e s e d a s R I P s

Grande parte do que se sabe a respeito da síntese e processamento

das RIPs tipo

2 baseia-se

em estudos

com a ricina. A ricina é sintetizada

como uma molécula

precursora única (preproricina),

na qual as cadeias A e B da toxina madura estão unidas

por um peptídeo

de ligação de 12 aminoácidos.

A porção N-terminal

da cadeia A

madura é precedida por 35 resíduos na sua "pré-seqüência"

e os primeiros 26 resíduos

mediam a translocação

co-traducional

do precursor nascente para o lúmen do retículo

endoplasmático

(RE). A seqüência sinal é c1ivada durante esta etapa. A pro-ricina é

glicosilada e as pontes dissulfeto estabilizadas. No RE a pro-ricina é transportada

via

vesículas

do Complexo

de Golgi para os vacúolos

de estocagem

protéica,

onde é

processada por uma proteinase para atingir sua forma madura [Lord

e

HGFEDCBA

t al.,

1994].

I n t e r n a l i z a ç ã o d a s R I P s

o

mecanismo

de entrada das RIPs nas células ainda é alvo de especulação.

Atualmente

muitas

evidências

sugerem

que elas entram

e distribuem-se

por vias

específicas. A primeira etapa de intemalização

das RIPs é a interação RIP-célula, que

consiste na ligação dessas proteínas

aos sítios receptores

presentes

na superfície da

membrana

celular [Battelli, 2004]. O número de sítios de ligação nas células varia

bastante para as diferentes RIPs tipo 2 [van Deurs

et ai,

1985]. Essas proteínas podem

ser captadas por um maior número de células devido à presença de glicoconjugados

na

superfície celular [Peumans

&

Van Damme, 1995]. Outro processo de reconhecimento

é

a interação de receptores com as cadeias laterais de carboidratos presentes nas proteínas

[Frigerio

et al.,

1998]. Esta também é a hipótese considerada para as RIPs tipo l, além

daquela delas entrarem nas células por meio da fase fluídica da endocitose, sendo então

(17)

---_. -

mlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

C apítulo 1-Pulchellina 1-7

Para alcançar

os substratos

citosólicos,

várias toxinas

são transportadas

não

somente

para

endossomos,

mas

fazem

um transporte

retrógrado

para

o retículo

endoplasmático

(RE) antes de serem translocadas através da membrana do RE. A cadeia

B da ricina é uma lectina galactose específica que é responsável pela ligação da ricina

nos galactosídios

da superfície da célula [Olsnes

et ai.,

1974]. Uma porção da ricina

migra dos endossomos

recentes para o sistema trans-Golgi e de lá para o RE [Lord

dcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

&

Roberts, 1998; Sandvig

et ai.,

2004; Lord

et aI.

2005]. No lúmem do RE, as cadeias A e

B se separam, possivelmente

pela ação da enzima dissulfeto isomerase. A cadeia A

liberada pode interagir com lipídeos negativamente

carregados na membrana do RE e,

quando parcialmente

enovelada, será apresentada como um substrato ERAD (proteínas

associadas à degradação

no RE), levando-a a ser transportada

através da membrana do

RE para o cito sol. Estudos espectroscópicos

com a cadeia A da ricina demonstraram

mudanças significativas

na estrutura secundária da proteína como um resultado de sua

interação

com

lipossomos

contendo

fosfolipídeos

negativamente

carregados.

Essa

mudança, induzida pela ligação ao lipídeo, acarreta em perda da atividade da cadeia A

de

se

ligar

à

adenina.

Desta

forma,

Day

et

ai

(2002)

especularam

que

o

desenovelamento

parcial da cadeia A induzido pela interação com a membrana da célula

durante

o processo

de internalização

pode facilitar

seu reconhecimento

como um

substrato

ERAD.

A

cadeia

A

nativa

é

extremamente

resistente

à degradação

proteolítica,

porém

parcialmente

enovelada

é bem

mais

sensível.

A

cadeia

A

parcialmente

enovelada

no citosol será susceptível

a degradação

proteossomal.

Foi

calculado que aproximadamente

5

%

da quantidade total de ricina dentro das células

podem alcançar o compartimento

subcelular que permitirá a translocação para o citosol

[van Deurs

et ai.,

1988]. Porém, uma porção da cadeia A é resistente a esta degradação

por meio do seu renovelamento,

que se torna possível

pela sua interação

com o

ribossomo,

ficando

a molécula

cataliticamente

ativa

e capaz

de

depurinar

sua

subunidade

28S [Argent

et ai.,

2000]. Desta forma, o ribossomo

exerce o papel de

(18)

C apítulo I -Pulchellina

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

1-8

A

ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

P u l c h e l l i n a

Uma nova

R I P

foi isolada de sementes de

Abrus pulchellus,

em 1998, por

Ramos e colaboradores.

Tratava-se de uma

R I P

tipo 2 heterodimérica,

composta de uma

cadeia enzimática

com atividade RNA N-glicosilase

(~ 29 kDa, designada cadeia A)

ligada, através de uma ponte dissulfeto, a uma cadeia lectínica galactose-ligante

(~31

kDa, a cadeia B). Esta nova

R I P

tipo 2 apresentou uma toxicidade alta para mamíferos

(DLso= 30llg/Kg

de peso corpóreo),

comparável

a ricina e a abrina. A partir desses

dados e do incentivo do prof. Renato de Azevedo Moreira, iniciamos um projeto nesta

linha de pesquisa.

O primeiro

resultado

deste

trabalho

conjunto

está

apresentado

no artigo

publicado

na revista

Toxicon

[Silva

et al.,

2003]. Neste, batizada

de pulchellina,

a

toxina foi isolada de uma cultura de calos, estabelecida a partir de explantes imaturos de

cotilédones

de

Abrus pulchellus

(figura

1.1). A idéia inicial

era obter uma fonte

alternativa para a produção

da toxina, independente

das sementes, uma vez que não

tínhamos

acesso

à planta

mãe. Havia dúvidas

se a expressão

da pulchellina

seria

mantida em tecidos indiferenciados,

pois já sabíamos que a toxina no vegetal estava

presente

somente

nas sementes.

Para excluir a possibilidade

de que a pulchellina

extraída

dos

calos

fosse

ainda

remanescente

das células

iniciais

dos

explantes,

monitoramos a expressão da cadeia A da pulchellina nas culturas por RT-PCR, além da

atividade tóxica. Os resultados indicaram que a pulchellina estava sendo sintetizada nos

calos, o que permitiu sua purificação

a partir destes, abrindo uma nova frente para a

produção da toxina a partir da cultura de tecidos.

Entretanto,

a idéia de ter uma fonte ilimitada da toxina, objetivando

tanto os

estudos estruturais quanto suas aplicações como imunotoxinas,

levou-nos a clonagem e

expressão da pulchellina. Na época, clones para várias

R I P

tipo 2, como ricinas e abrina

já haviam sido descritos em diversos laboratórios

[Evensen

et

ai.

1991; Wood

et

ai.

1991; Hung

et

ai.

1994] e revelavam

que essas proteínas pertenciam

a uma família

multigênica

que não possuía

íntrons. Baseada nesta informação,

nossa estratégia de

clonagem

pressupôs

que uma situação similar ocorreria

para a pulchellina,

dada à

(19)

C a p í t u l o 1 - P u l c h e l l i n a

nmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

1-9

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

seqüências primárias já descritas para abrina e ricina [Wood

e t a l .

1991]. Assim, usamos

oligonucleotídeos

degenerados,

baseados nas seqüências publicadas das cadeias A e B

de isoformas de abrina, para amplificar a seqüência genômica específica desejada.

Figura 1.1:A b r u s

SRQPONMLKJIHGFEDCBA

p u lc h e llu s t e r n u i j l o r u s : a espécie é uma trepadeira perene, com ramos

geralmente finos, pouco lenhosos, possuindo folhas compostas, cujo comprimento pode variar de 5 a 10

cm. O fruto é um legume de 3 a 5 em de comprimento, deiscente, contendo de 3 a 6 sementes marrom

claras por fruto. Detalhes da flor ampliada (à esquerda) e parte da planta (à direita).

(20)

C apítulo I -Pulchellina

dcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

1 -1 0

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

dicroísmo

circular, o qual mostrou uma estrutura secundária

com predominância

de

folhas

13,

em concordância

com a estrutura

da cadeia B de abrina.

Ao final do

renovelamento,

a proteína apresentava-se

monomérica.

Havia, portanto, um resíduo de

cisteína livre e reativo, para o acoplamento

de outras moléculas (fármacos ou sondas)

visando à internalização

destes no citosol de células alvo. Esse trabalho foi o primeiro

desafio em termos de expressão solúvel e seu insucesso levou a um grande aprendizado

com relação ao uso de linhagens alternativas para expressão visando à solubilização,

bem como aos métodos de renovelamento.

A cadeia B, em especial, tem ~ 30 kDa e

conta com 9 cisteínas, sendo oito dessas participantes de ligações dissulfeto intracadeia.

o

outro artigo foi focado na produção da cadeia A da pulchellina ativa, visando

a possibilidade

de seu uso em imunotoxinas

[Silva

et al.,

2005]. Um fragmento de DNA

genômico

contendo

a seqüência

que codifica a cadeia A foi inserido num vetor de

expressão bacteriano para produzir a cadeia A, fusionada a GST, em

Escherichia coli.

Após a expressão e purificação,

a atividade da proteína recombinante

foi determinada

pela sua capacidade de depurinação de rRNA

in vitro.

Também

in vitro,

a cadeia A foi

associada a cadeia B, ambas recombinantes,

para produzir um heterodímero

ativo

in

vivo,

com toxicidade comparável a pulchellina nativa. Esses resultados abriram espaço

para a utilização da cadeia A recombinante

em preparações

de imunoconjugados

com

potencial terapêutico, numa parceria com a empresa

N anocore

(Campinas, SP).

Ainda decorrente

da produção heteróloga

da cadeia B da pulchellina

(rPBC),

surge uma nova questão: a proteína recombinante

era capaz de ligar-se a determinadas

células, mas ainda retinha a capacidade de ser endocitada?

Para responder tal dúvida,

teve início um projeto em colaboração coma profa. Heloías S. Selistre-Araújo

(UFSCar)

para determinar células de mamíferos que tinham sua adesão promovida pela rPBC. A

partir daí, microscopia> de fluorescência

e confocal foram usadas para determinar

a

x

localização

intracelular

'da pulchellina

nativa (controle)

e da rPBC.

Os resultados

suportam

a hipótese

que

internalização

via endossomos

e o transporte

retrógrado

através do Complexo de Golgi são usados por ambas proteínas [Goto

et

al.,

2007].

Voltando

um pouco no tempo, durante o processo

de clonagem

genômica,

informações sobre as porções N e C-terminais da pulchellina haviam sido perdidas. Para

(21)

C apítulo I -Pulchellina

dcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

1 - 1 1

cD N A Ends)

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

e, a partir das seqüências obtidas novas clonagem foram feitas por

RT-PCR. Analisando os diversos cDNAs amplificados vimos que existiam diferenças entre

eles, as quais poderiam ser referentes a isoformas. Paralelamente,

estávamos isolando a

pulchellina nativa para caracterizar melhor sua atividade e haviam também indícios de

isoformas. Várias isoformas de abrina já tinham sido descritas, de modo que não era

surpreendente

o que

estávamos

encontrando.

Porém,

será que nossa

escolha

na

clonagem havia sido acertada? As toxicidades das isoformas diferiam entre si. Teríamos

escolhido a melhor (mais tóxica)? Em que elas diferiam? A busca das respostas para tais

questões nos levou a um estudo bioquímico mais profundo da pulchellina nativa, o qual

está em parte contido na publicação recente da revista

FEBS Journal

[Castilho

et al.,

2008]. Neste trabalho, foi possível o isolamento de 4 isoformas da pulchellina (P I, P Il,

P

A

I I I

e P IV) utilizando cromatografias

diversas. Havíamos isolado sete cDNA distintos

e purificado

quatro isoformas

da pulchellina

nativa, sendo a relação entre cDNAs e

isoformas o nosso desafio. As proteínas foram então submetidas à digestão tripsínica e

analisadas por espectrometria

de massas. As seqüências geradas foram correlacionadas

às isoformas usando um banco de dados composto das seqüências

dos cDNA dos 7

clones. Os valores de ICso e LDso indicaram que P I e P II são mais tóxicas que P

I I I

e P

IV. Os resultados

suportam

a hipótese

que as diferenças

na toxidade

podem

ser

relacionadas

às diferenças

na cadeia

B (ligante)

que media

as interações

com a

superfície celular.

Este trabalho mais recente com a pulchellina

(em parte ainda não publicado)

contou com uma nova colaboradora: a profa. Lynne M. Roberts

(U niversity ofW arw ick,

C oventry, U K ).

O grupo da Profa. Roberts possui uma linha de pesquisa bastante

consolidada

com

RIPs

[Lord

et al.,

2005a; Lord

et al.,

2005b; Smith

et al., 2006;

Spooner

et al.,

2006], contribuindo

para a elucidação dos mecanismos

de transporte da

ricina no interior da célula [Roberts

&

Smith, 2004; Di Cola

et aI.,

2005]. Assim, o

estabelecimento

dessa colaboração tem nos permitido aprender e produzir contribuições

significativas

no tema,

culminando

no convite do prof. Mike Lord

(U niversity of

W arw ick, U K ),

para redigir um capítulo sobre a pulchellina no livro da série

Plant C ell

M onographs

publicado

pela

Springer,

que trará revisões

sobre proteínas

vegetais

(22)

C apítulo

dcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

1-Pulchellina 1 - 1 2

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

1.2 Publicações geradas a partir desse trabalho

• Silva, A L C, Horta, A C G, Moreira, R A, Beltraminil, L M, Araújo, A P U. Production of Abrus pulchellus ribosome-inactivating protein from seed callus culture. Toxicon,

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Sugar-binding Chain. Protein Expression and Purification. 31: 12 - 18,2003.

• Silva A L C, Goto, L S, Dinarte, A R, Hansen, D, Moreira, R A, Beltramini, L M, Araujo, A P U. Pulchellin, a highly toxic type 2 RIP from Abrus pulchellus: cloning, heterologous expression of A-chain and structural studies. FEBS Journal, 272: 1201

-1210,2005.

• Goto, L. S, Castilho, P. V, Cominetti, M.R, Selistre-Araújo, H. S, Ulian Araújo, A P. Endocytosis of Pulchellin and its recombinant B-chain into K-562 cells: binding and uptake studies. Biochim ica et Biophysica Acta (General Subjects), 1770, 1660 - 1666, 2007.

• Castilho, P V, Goto, L S, Roberts, LM, Araújo, A P U. Isolation and characterization of four type 2 ribosome inactivating pulchellin isoforms from Abrus pulchellus seeds.

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C apítulo 1 -Pulchellina

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

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Production of

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Abrus pulchellus

ribosome-inactivating protein

from seeds callus culture

André Luis C. Silva

a

,*,

Ana Cecília G. Horta

dcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

b

,

Renato A. Moreira'',

Leila M. Beltramini", Ana Paul a U. Araújo"

"G rupo de Biofisica M oleeular e Espeetroseopia, Instituto de Físiea de São C arlos, U niversidade de São Paulo, C aixa Postal 369,

São C arlos, SP C EP /3560-970, Brazil

bLaboratório de Leetinas e G lieoeonjugados, D epartam ento de Bioquím ica e Biologia

HGFEDCBA

M o l e c u l a r , U niversidade Federal do C eará, C aixa Postal 6020, Fortaleza, C E C EP 60455-900, Brasil

Received 28 October 2002; accepted 19 February 2003

Abstract

Ribosome inactivating proteins (RIPs) were isolated from callus culture that were established from seed explants ofAbrus

pulchellus. Cotyledon segments of immature seeds were inoculated in basal medium MS supplemented with different

concentrations of auxin (2,4-D), citokinin (kinetin and BA) and sucrose in order to determine the best callus induction. A .

pulchellus type 2 RIP (pulchellin) expression was monitored in callus cultures by RT-PCR and biological activity. The calli

obtained after 35 days were freeze dried, macerated and submitted to extraction of total RNA and proteins (0.1 M Tris-HCI pH 7.6 buffer, containing 0.15 M NaCI, 3 h at room temperature). A specific DNA fragment codifying the A-chain pulchellin was amplified from callus RNA suggesting the presence of the protein. This was confirmed in the calli crude extract that showed haemagglutinating activity against rabbit blood cells and a high intraperitoneal toxicity to mice. The crude extract was also submitted to affinity chromatography on a Sepharose-4B column. The retained protein, peak released by 0.1 M galactose, appeared to be composed of two main bands in polyacrylamide gel electrophoresis, in denaturating conditions, with a similar pattern to that obtained with seeds.

© 2003 EIsevier Science Ltd. Ali rights reserved.

K eyw ords: Abrus pulehellus; Leguminosae; Callus; Lectin; Ribosome-inactivating protein

1. Introduction

Abrus pulchellus, sub-species tenuiflorus, belonging to

the family Leguminosae, sub-family Papilionoideae, con-tains a seed lectin (pulchellin), specific for galactose and galactose-containing sugars, showing haemagglutinanting and toxic activities (Ramos et aI., 1998). Pulchellin is a ribosome inactivating protein (RIP) type 2. Type 2 RWs are a combination of lectin B subunit and toxic A subunit held together via a disulfide bond (Olsnes and Pihl, 1981; Hedger and Podder, 1997). Each subunit plays a distinct role during their action on eukaryotic cells (Olsnes and Sandvig, 1988;

• Corresponding author. Tel./fax: +55-16-271-53-81. Esm ail address: a1coelho@if.sc.usp.br (A.L.e. Silva).

Leah et al., 1991; Swimmer et al., 1992; Steeves et al., 1999). The B subunit, which contains two galactose binding sites, binds the toxin to cell surface glycoproteins and/or glycolipids containing terminal galactose and helps endo-cytosis and subsequent transport of the A subunit into cytosol (Olsnes and Pihl, 1982; Beaumelle et al., 1993; Sandvig and VanDeurs, 1994). The A subunit is an enzyme that, when free in cytosol, depurinates a single base, adenine 4324, of the 28S rRNA in mice, thereby inactivating protein synthesis (Endo et al., 1987; Endo and Tsurugi, 1987).

The detection of RIPs and agglutinins in tissues and organs of unrelated plants has been widely reported (Pratt et al., 1990; Datta et al., 1991; Singh and Singh, 2000). The highest concentrations have been found in plants belonging to families of Asparagaceae (Bolognesi et al., 1990), 0041-0101/03/$ - see front matter © 2003 Elsevier Science Ltd. All rights reserved.

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