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Dexmedetomidina retal em ratos: avaliação dos efeitos sedativos e sobre a mucosa.

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REVISTA

BRASILEIRA

DE

ANESTESIOLOGIA

PublicaçãoOficialdaSociedadeBrasileiradeAnestesiologia

www.sba.com.br

ARTIGO

CIENTÍFICO

Dexmedetomidina

retal

em

ratos:

avaliac

¸ão

dos

efeitos

sedativos

e

sobre

a

mucosa

Volkan

Hanci

a,

,

Kanat

Gülle

b

,

Kemal

Karakaya

c

,

Serhan

Yurtlu

a

,

Meryem

Akpolat

b

,

Mehmet

Fatih

Yüce

d

,

Fatma

Zehra

Yüce

b

e

Is

¸ıl

Özkoc

¸ak

Turan

d

aDepartamentodeAnestesiologiaeReanimac¸ão,DokuzEylulUniversity,SchoolofMedicine,Izmir,Turquia

bDepartamentodeHistologiaeEmbriologia,ZonguldakBulentEcevitUniversity,SchoolofMedicine,Zonguldak,Turquia cDepartamentodeCirurgiaGeral,ZonguldakBulentEcevitUniversity,SchoolofMedicine,Zonguldak,Turquia

dDepartamentodeAnestesiologiaeReanimac¸ão,ZonguldakBulentEcevitUniversity,SchoolofMedicine,Zonguldak,Turquia

Recebidoem1dejulhode2013;aceitoem9desetembrode2013 DisponívelnaInternetem1denovembrode2014

PALAVRAS-CHAVE Dexmedetomidina; Reto;

Rato; Anestesia; Mucosa

Resumo

Justificativaeobjetivos: Nesteestudopesquisamososefeitosanestésicosesobreamucosada aplicac¸ãoretaldedexmedetomidinaemratos.

Métodos: RatosmachosalbinosWistar,com250-300g,foramdivididosemquatrogrupos:Grupo S(n=8)foiumgruposhamqueserviudeparâmetroparaosvaloresbasaisnormais;GrupoC (n=8)consistiuemratosquereceberamaaplicac¸ãoretalapenas desorofisiológico;Grupo IPDex(n=8)consistiuemratosquereceberamaplicac¸ãointraperitonealdedexmedetomidina (100␮gkg−1)eGrupoRecDex(n=8)consistiuemratosquereceberamaaplicac¸ãoretalde dex-medetomidina(100␮gkg−1).Paraaadministrac¸ãodosfármacosporviaretal,usamoscânulas intravenosasdecalibre22,comosestiletesremovidos.Aadministrac¸ãoconsistiuemavanc¸ar acânula1cmnoretoeovolumedeadministrac¸ãoretalfoide1mLparatodososratos.Os tempos(min)delatênciaedeanestesiaforamregistrados.Duashorasapósaadministrac¸ãopor viaretal,75mgkg−1decetaminaforamadministradosatodososgruposparaanestesia intra-peritoneal,seguidoporremoc¸ãodosretosdosratosaumadistância3cmdistalpormeiode procedimentocirúrgicoabdominoperineal.Osretosforamhistopatologicamenteexaminadose classificados.

Resultados: A anestesia foi feita em todos osratos dogrupo RecDex após aadministrac¸ão dedexmedetomidina.OtempodeiníciodaanestesianoGrupoRecDexfoisignificativamente maislongoecomumadurac¸ãomaiscurtadoquenoGrupoIPDEx(p<0,05).NoGrupoRecDex,a administrac¸ãodedexmedetomidinainduziuperdaslevesamoderadasdaarquiteturadamucosa docóloneretoduashorasapósainoculac¸ãoretal.

Conclusão:Emboraaadministrac¸ãode100␮gkg−1dedexmedetomidinaporviaretalemratos tenharesultadoemumadurac¸ãosignificativamentemaiordaanestesia,emcomparac¸ãocom

Autorparacorrespondência.

E-mails:vhanci@gmail.com,volkanhanci@yahoo.com(V.Hanci).

0034-7094/$–seefrontmatter©2013SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todososdireitosreservados.

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aadministrac¸ãoretaldesorofisiológico,nossasavaliac¸õeshistopatológicasmostraramquea administrac¸ãoretalde100␮gkg−1dedexmedetomidinaocasionoudanoslevesamoderadosà estruturadamucosaretal.

©2013SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todosos direitosreservados.

KEYWORDS Dexmedetomidine; Rectum;

Rat; Anesthesia; Mucosa

Rectaldexmedetomidineinrats:evaluationofsedativeandmucosaleffects

Abstract

Backgroundandobjectives: Inthisstudy,weinvestigatedtheanestheticandmucosaleffects oftherectalapplicationofdexmedetomidinetorats.

Methods:MaleWistaralbinoratsweighing250-300gweredividedintofour groups:GroupS (n=8)wasashamgroupthatservedasabaselineforthenormalbasalvalues;GroupC(n=8) consistedofratsthatreceivedtherectalapplicationofsalinealone;GroupIPDex(n=8) inclu-dedratsthatreceivedtheintraperitonealapplicationofdexmedetomidine(100␮gkg−1);and GroupRecDex (n=8) includedratsthatreceivedtherectalapplicationofdexmedetomidine (100␮gkg−1).Fortherectaldrugadministration,weused22Gintravenouscannulaswiththe styletsremoved.Weadministeredthedrugsbyadvancingthecannula1cmintotherectum,and therectaladministrationvolumewas1mLforalltherats.Thelatencyandanesthesiatime(min) weremeasured.Twohoursafterrectaladministration,75mgkg−1ketaminewasadministered forintraperitonealanesthesiainallthegroups,followedbytheremovaloftherats’rectums toadistaldistanceof3cmviaanabdominoperinealsurgicalprocedure.Wehistopathologically examinedandscoredtherectums.

Results:AnesthesiawasachievedinalltheratsintheGroup RecDexfollowingthe adminis-trationofdexmedetomidine.The onsetofanesthesiainthe GroupRecDex wassignificantly laterandofashorterdurationthanintheGroup IPDEx(p<0.05).In theGroupRecDex,the administrationofdexmedetomidineinducedmild---moderatelossesofmucosalarchitecturein thecolonandrectum,2hafterrectalinoculation.

Conclusion:Although 100␮gkg−1 dexmedetomidineadministered rectallytoratsachieveda significantlylongerdurationofanesthesiacomparedwiththerectaladministrationofsaline, ourhistopathologicalevaluationsshowedthattherectaladministrationof100␮gkg−1 dexme-detomidineledtomild---moderatedamagetothemucosalstructureoftherectum.

©2013SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublishedbyElsevier EditoraLtda.Allrights reserved.

Introduc

¸ão

Pré-medicac¸ãoéaadministrac¸ãopré-operatóriade medica-mentossedativosporvianasal,oral,retal,intramuscularou intravenosaparareduziromedodopacienteemrelac¸ãoà cirurgia,obtersedac¸ão,diminuiraansiedadeeaquantidade necessáriade anestésicos.1-6 Além dos benzodiazepínicos,

comomidazolam,comumenteusadosparaessefim,ousode alfa-2agonistas,como clonidinae dexmedetomidina,está ficandocadavezmaispopular.3-8Parapacientespediátricos,

éessencial queosagentesdepré-medicac¸ão sejam admi-nistradosdeformanãoinvasiva;istoé,porviatransmucosa, nasalouoral.3-5,7,8Aadministrac¸ãoporviaretaltambémé

preferida,especialmenteparaapré-medicac¸ãodecrianc¸as pequenas.2,3,9-11 Estudosanterioresmostraramque,similar

amidazolam ecetamina, clonidinapodeseradministrada porviaretalparapré-medicac¸ão.2,9-14

Dexmedetomidina é um agonista alfa-adrenérgico com altos níveis de especificidade e seletividade para os receptoresalfa-2. Dexmedetomidina pode ser usada para sedac¸ão, analgesia e anestesia em cenários de cuidados intensivos, bem como para aplicac¸ões de anestesia local e regional.8,15-17 Pesquisas mostraram também que esse

fármaco pode ser administrado como pré-medicac¸ão por via oral, nasal, transmucosa ou intramuscular.4,8,18-24 No

entanto,nãoexistemestudospublicadossobreaaplicac¸ão retaldedexmedetomidinacomopré-medicac¸ão.

Anossahipótesefoiqueaadministrac¸ãode dexmedeto-midinaa ratospor viaretal produziriaumefeito sedativo semcausardanoàmucosaretal.

Paratestaressa hipótese,comparamososefeitos anes-tésicosdedosesiguais dedexmedetomidinaadministradas aratosporviaretalouintraperitoneal.Alémdisso, compa-ramososefeitoshistopatológicosdaadministrac¸ãoporvia retaldedexmedetomidinasobreamucosaretal.

Materiais

e

métodos

(3)

com temperatura ambiente controlada (24±1◦C) em um ciclode12/12horas(claro/escuro)ealimentadoscomrac¸ão padrãoeáguaaté12horasantesdoprotocoloexperimental. TrintaedoisratosalbinosWistarmachos,compesoentre 250e300g,foramalocadosaleatoriamenteemquatro gru-posdeoitoratoscada.OGrupoS(n=8)foiumgruposham

queserviudeparâmetroparaosvaloresbasaisnormais;o GrupoC(n=8)consistiuemratosquereceberamaplicac¸ão retalapenasdesorofisiológico;oGrupoIPDex(n=8) consis-tiuemratosquereceberamaaplicac¸ãointraperitonealde dexmedetomidinaeGrupoRecDex(n=8)consistiuemratos quereceberamaaplicac¸ãoretaldedexmedetomidina.

Os ratos foram pesados antesdo experimento. Para a administrac¸ãodos fármacospor via retal,usamos cânulas intravenosasdecalibre22G,comosestiletesremovidos.A administrac¸ãoconsistiuemavanc¸aracânula1cmnoretoe ovolumedeadministrac¸ãoretalfoide1mLparatodosos ratos.25

Identificamosoinícioeadurac¸ãodaanestesiaemtodos os grupos e observamos o reflexo de endireitamento.26

Medimosalatênciadaanestesia(tempo necessárioparaa perda doreflexo de endireitamento) e o tempo de anes-tesia(durac¸ãodaperdadoreflexodeendireitamento)em minutos(min).26 Duas horas após a administrac¸ãopor via

retal domedicamento em estudo, 75mgkg-1 de cetamina

foram usados em todos os grupos para anestesia intrape-ritoneal, seguido pelaremoc¸ãodos retosdos ratosa uma distância 3cm distal por meio de procedimento cirúrgico abdominoperineal.25 Os retos foramhistopatologicamente

examinadoseclassificados.27

Estudopreliminar

Antes doexperimento, avaliamos aeficácia de diferentes doses de dexmedetomidina administrada por via retal em estudos anteriores.16,17,28 Administrados 1

␮gkg−1,

10␮gkg−1, 50␮gkg−1 e 100␮gkg−1 de dexmedetomidina

retal a dois ratos decada grupo.25 No estudo preliminar,

não obtivemos anestesia com a administrac¸ão retal de 1 ou 10␮gkg-1 de dexmedetomidina; contudo, obtivemos

anestesia em um dos ratos que receberam 50␮gkg-1 e

em ambos os ratos que receberam 100␮gkg-1 de

dex-medetomidina retal. Portanto, a dose de 100␮gkg-1 de

dexmedetomidina foi escolhida para seradministrada por viaretaleintraperitoneal.

Grupos

Osratosdogruposham(n=8)nãoreceberamadministrac¸ão dequaisquersubstânciasporviaretal.Essesratosforam usa-doscomocontrolesparaoexamehistopatológicodoreto. Elesreceberam75mgkg-1 decetaminaporvia

intraperito-neal,seguidoporremoc¸ãodos retosa umadistância 3cm distal, por meiode cirurgia abdominoperineal.25 Osretos

foramhistopatologicamenteexaminadoseclassificados.27

Os ratos do grupo controle (n=8) receberam 1mL de sorofisiológicoatravésdainserc¸ãode1cmdeumacânula intravenosa de calibre 22G, sem estilete, no reto. Após a administrac¸ão de soro fisiológico, medimos a durac¸ão daanestesianos ratos.26 Osretosforamremovidosauma

distância 3cm distal por cirurgia abdominoperineal.26

Os retos foram histopatologicamente examinados e classificados.27

Administramos100␮gkg-1dedexmedetomidina

intrape-ritonealaosratosdogrupoIPDex(grupodexmedetomidina intraperitoneal,n=8).Estabelecemosadose adequadade dexmedetomidina com a ajuda do estudo preliminar e pesquisasanteriores.16,17,28Apósaadministrac¸ãode

dexme-detomidina,avaliamosadurac¸ãodaanestesianosratos.26

Nogrupodexmedetomidinaretal(GrupoRecDex,n=8), sorofisiológicofoiadicionado a100␮gkg-1 de

dexmedeto-midinaparaumvolumetotalde1mL,administradoporvia retalcom cânula intravenosa decalibre 22G semestilete a 1cm no reto. Após a administrac¸ão da dexmedetomi-dina,avaliamosadurac¸ãodaanestesianosratos.26Osretos

foram removidosa uma distância 3cm distal via cirurgia abdominoperineal.25 Os retosforam histopatologicamente

examinadoseclassificados.27

Avaliac¸ãohistológicadalesãodamucosadocólon

Para a observac¸ão em microscopia de luz, as amostras de cólon distal foram embebidas em blocos de parafina depois de ser fixadas em soluc¸ão de formol a 10%. Cor-tesde cincomicrômetros (5␮m) foramobtidos e corados

comhematoxilina-eosinaetricrômicodeMasson,com méto-dosconvencionais.Umhistologistaclassificouasalterac¸ões patológicasdocólondemodocego,comaescaladelesão histológicadesenvolvidaporLeungetal.27Resumidamente,

alesãodamucosafoiclassificadade0a4,deacordocom osseguintescritérios:grau0,mucosanormal;grau1,lesão apenassuperficialdoepitélio;grau2,lesãodoepitélio da metadesuperiordaglândula;grau3,lesãodamaiorpartedo epitélioglandularquenãoseestendeatéabasedaglândula egrau4,destruic¸ãodoepitéliodetodaaglândula.

Análiseestatística

A análise estatística foi feita com o ProgramaEstatístico paraCiênciasSociais(SPSS)versão16.0paraWindows(SPSS, Chicago,IL).Paraosescoreseasvariáveiscomdistribuic¸ão não normal, os grupos foram comparados com o teste U

deMann-Whitney e o teste deKruskal-Wallis. Os resulta-dos foram expressos como medianas (percentil 25◦, 75). Umvalordep<0,05foiconsideradoestatisticamente signi-ficativo.

Resultados

Os resultados relacionados à durac¸ão da anestesia e as avaliac¸õeshistopatológicasdosretosforamregistrados.

Durac

¸ão

da

anestesia

(4)

Tabela1 Latênciadaanestesiaetempodeanestesiadeacordocomosgrupos(mediana[percentil25◦,75])

GrupoS(n=8) GrupoC(n=8) GrupoRecDex(n=8) GrupoIPDex(n=8) p

Latênciadaanestesia(min) 0(0-0) 0(0-0) 13,50(11,25-15,75)a,b,c 8,5(5-9,75)a,b 0,001

Tempodeanestesia(min) 0(0-0) 0(0-0) 62,50(47-79)a,b,c 111,5(96-115)a,b 0,001

ap<0,001comparadocomoGrupoS;testeUdeMann-Whitney. b p<0,001comparadocomoGrupoC;testeUdeMann-Whitney. c p<0,001comparadocomoGrupoIPDex;testeUdeMann-Whitney.

anestesianoGrupoIPDexfoisignificativamentemaislonga doquenogrupoRecDex(p<0,001)(tabela1).

Achadoshistopatológicos

Ascaracterísticashistológicasdasparedesdocólonedoreto dosgruposshamecontroleforamdeterminadascomo nor-mais(fig.1A-D).NoGrupoRecDex,ofármacoinduziuperdas levesamoderadasdaarquiteturadamucosadocólonedo retoduashorasapósainoculac¸ãoretal(fig.1E-F).Os exa-meshistológicosmostraramapresenc¸adelesãodamucosa comperdadecélulas epiteliais glandularese superficiais. Comomostraatabela1,aclassificac¸ãomicroscópica(2 [2-2])doscólonsdoGrupoRecDexfoisignificativamentemaior doqueadossegmentosdoretoecólondosratosdosgrupos

shamecontrole(p<0,001)(tabela2).

Discussão

Nesteestudo,aadministrac¸ãodedexmedetomidinaporvia retalmostrouteratividadeanestésica,mastambémcausar danosignificativoàmucosaretalderatos,emcomparac¸ão comosgruposcontroleesham.

Osagonistasalfa-2constituemumgrupodefármacos nor-malmente usados em anestesia para efeitos de sedac¸ão, analgesiaeanestesia.11-14,18-24 Clonidina,ummembrodesse

grupo,tambémpodeserusadacomopré-medicac¸ão.11-14A

administrac¸ãodepré-medicac¸ãoporviaretalé particular-mentepreferidaemcrianc¸aspequenasdevidoàfacilidade deadministrac¸ão.2,3,9-11

Estudos anteriores relataram que clonidina pode ser usada de forma eficaz por via retal.11-14 Ao comparar a

eficácia de clonidina e midazolam administrados por via retal,Bergendahl etal.11 descobriramqueo usode

cloni-dinacomopré-medicac¸ãoresultouemescoresmenoresde dordoquemidazolamnoperíodopós-operatórioimediato. Os autores também relataram que as crianc¸as que rece-beram cetaminapor via retal apresentarammais sedac¸ão nas primeiras 24 horas de pós-operatório do que as que receberam midazolam.11 Em um estudo que comparou a

administrac¸ão por via retal de clonidina (25␮gkg−1) e

midazolam (300␮gkg−1)paraprevenir o aumentode

neu-ropeptídeoY,causadoporintubac¸ãotraquealemcrianc¸as, Bergendaletal.13concluíramquenãohouvediferenc¸a

sig-nificativaentre osdois grupos. Um estudo que investigou as características farmacocinéticas de clonidina adminis-trada por via retal mostrou que a sua concentrac¸ão plasmática máxima foi de 0,77ngmL-1 e que o tempo

(5)

Tabela2 Escoresdeavaliac¸ãohistopatológicadeacordocomosgrupos(mediana[percentil25◦,75])

GrupoS(n=8) GrupoC(n=8) GrupoRecDex(n=8) p

Classificac¸ão microscópica

0(0-0) 0(0-0) 2(2-2)a,b 0,001

a p<0,001comparadocomoGrupoS;testeUdeMann-Whitney. b p<0,001comparadocomoGrupoC;testeUdeMann-Whitney.

necessáriopara atingir essaconcentrac¸ão foi de51min.14

O mesmo estudo mostrou que a meia-vida de clonidina retal foi de 12,5horas e a biodisponibilidade de 95%. Os autoresrelataramqueaconcentrac¸ãoplasmáticade cloni-dinaatingiu níveisclinicamenteeficazes10minutosapósa administrac¸ãoretal14etambémque2,5

␮gkg−1declonidina

administrados por via retal a crianc¸as aproximadamente 20minutosantesdainduc¸ãodaanestesiapodeatingiruma concentrac¸ãoplasmáticaclinicamenteeficaz.14

Dexmedetomidina é umagonistaalfa-adrenérgico alta-menteespecíficoesensívelquepodeseradministradopor via oral, nasal, transmucosa ou intramuscular como pré--medicac¸ão.4,8,18-24

Özcengizetal.20 mostraramquedexmedetomidinaoral

podepreveniraagitac¸ãopós-sevofluranoemcrianc¸as.Yuen etal.4relataramque1

␮gkg−1dedexmedetomidina

intrana-salproduziu sedac¸ãosignificativamentemaioremcrianc¸as comidadesentre2-12anos,em comparac¸ãocom midazo-lam oral.Osautores enfatizaramque dexmedetomidinae midazolamcriaramcondic¸õesdepré-medicac¸ão semelhan-tese queambos eramaceitáveis.4 Emoutro estudo,Yuen

et al.29 descobriram que, em média, a sedac¸ão teve

iní-cio25minutosapós a administrac¸ão dedexmedetomidina por via intranasal e que a média de durac¸ão dasedac¸ão foide85minutos.Sakuraietal.21relataramque3-4

␮gkg−1

dedexmedetomidinaadministradosporviaoralacrianc¸as umahoraantesdacirurgiaforamconfiáveiseeficazes.

Em uma comparac¸ão dos efeitos de dexmedetomidina (2␮gkg−1) e midazolam (2␮gkg−1) administrados como

pré-medicac¸ão por via intranasala pacientes pediátricos, Talonetal.22 descobriramqueosdoisfármacos

apresenta-ramcaracterísticassemelhantesdeinduc¸ãoerecuperac¸ão anestésica.No entanto,osautores relataram que dexme-detomidinafoi maiseficazna induc¸ãodosono e queesse fármacoeraumaopc¸ãoútilaomidazolamoral.22

Embora a administrac¸ão de clonidina por via retal e de dexmedetomidina por via oral, nasal e transmucosa como pré-medicac¸ãoesteja definida, nãoháestudo sobre aadministrac¸ãodedexmedetomidinaporviaretal.

Em nossoestudo, a administrac¸ão retal de100␮gkg−1

de dexmedetomidina proporcionou anestesia em todos os ratosdogrupo.Adurac¸ãodaanestesiaemambososgrupos que receberam dexmedetomidina por via intraperitoneal e retal foi significativamente maior do que nos grupos controle e sham. No entanto, o início da anestesia foi significativamente maistardio nogrupodexmedetomidina retaldoque nogrupodexmedetomidina intraperitoneale adurac¸ãodaanestesiafoisignificativamentemenordoque nogrupointraperitoneal.

A administrac¸ão por via retal é um método opcional de pré-medicac¸ão, especialmente em crianc¸as pequenas. Os mecanismos de absorc¸ão dos fármacos administrados

porvia retalsão semelhantesaos dosistema gastrintesti-nalsuperior.Otransportepassivoéoprincipalmecanismo de absorc¸ão de um medicamento retal. A velocidade de absorc¸ãodosfármacosadministradosporvia retalé influ-enciadaporfatorescomoopeso molecular,asolubilidade lipídicaeograudeionizac¸ãodomedicamento.Noentanto, há relato de que a administrac¸ão de medicamentos por viaretalcausaefeitossecundários,comoinflamac¸ãolocal, lesão da mucosa retal, ulcerac¸ão, sangramento e dor retais.30

A administrac¸ão retal de agentes anestésicos também podecausardanosàmucosaretal.25Estudosanteriores

mos-traramque a administrac¸ãoporvia retal demetoexital a 10%provocalesão namucosaretalderatos queiniciaem minutos,torna-seperceptívelem60minutoseprogrideem 24horas.25

No entanto, há poucos estudos dos efeitos dos alfa-2 agonistassobreamucosaretal.31,32 Maxsonetal.31

relata-ramousodeclonidinaemratosparadiminuiraproduc¸ão de muco em um modelo de isquemia/reperfusão intesti-nal.Em umrelato decaso,o usoprolongadodeclonidina foi relatado como causador de penfigoide cicatricial em mucosaanal,vulvarepeleperianal.32Nessecaso,oexame

deimunofluorescência direta das lesões indicou a pos-sibilidade de danos aos tecidos mediados pelo sistema Complementoentreascélulasbasaisdaepidermeea mem-branabasal.32

Em nossa revisão da literatura, não encontramos um estudo que avaliou os efeitos da administrac¸ão de clo-nidina por via retal sobre as células da mucosa retal. Em nosso estudo, descobrimos que a administrac¸ão de 100␮gkg−1dedexmedetomidinaporviaretalcausouperda

moderada da superfície da mucosa retal e das células epiteliaisglandulares.Acreditamosquealesãodamucosa causada por dexmedetomidina pode ter um mecanismo semelhanteaodaclonidina.31,32Contudo,nãoinvestigamos

osmecanismosdeformac¸ãodelesãodamucosanopresente estudo.Essesresultadospreliminaresem ratospodemnão serobservadosnamucosaretaldesereshumanos,devidoà doseelevadaealtaconcentrac¸ãoresultantedaaplicac¸ãoà mucosaretalnopresenteestudo.Acreditamosqueestudos futuros devem investigar os efeitos de dexmedetomidina sobreamucosaretaleareversibilidadedosdanos.

Adosededexmedetomidinausada emnossoestudofoi identificadacomoamaiseficazparaadministrac¸ãoretalno estudopreliminar.Váriosestudosrelataramosefeitos neu-roprotetoresdedexmedetomidina,embora em dosesmais elevadas(até100␮gkg−1).33---35

(6)

histopatológicarevelouqueotratamento anteriorlevoua danosmoderadosdaestruturadamucosaretal. Portanto, paraousosegurodedexmedetomidinacomopré-medicac¸ão administradaporviaretal,acreditamosqueestudosfuturos sãonecessáriosparaesclarecerosefeitosdofármacosobre amucosaretal.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

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Referências

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