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Conscientização para adoção de boas práticas sanitárias em bem-estar animal no manejo das mastites do rebanho bovino: Miriam Yumi Makatu. -

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CAMPUS ARAÇATUBA

CONSCIENTIZAÇÃO PARA ADOÇÃO DE BOAS

PRÁTICAS SANITÁRIAS EM BEM-ESTAR ANIMAL NO

MANEJO DAS MASTITES DO REBANHO BOVINO

Miriam Yumi Makatu

Zootecnista

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CAMPUS ARAÇATUBA

CONSCIENTIZAÇÃO PARA ADOÇÃO DE BOAS

PRÁTICAS SANITÁRIAS EM BEM-ESTAR ANIMAL NO

MANEJO DAS MASTITES DO REBANHO BOVINO

Miriam Yumi Makatu Orientadora: Profa. Adj. Márcia Marinho

Dissertação apresentada à Faculdade de Medicina Veterinária – UNESP, Campus Araçatuba, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Ciência Animal (Medicina Veterinária Preventiva e Produção Animal).

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para superar as dificuldades e mostrar os caminho nas horas incertas.

À minha orientadora Profa. Adj. Márcia Marinho, pelo acolhimento, pelos valiosos ensinamentos, suas orientações e por ser um exemplo profissional.

Ao meu pai, mesmo não estando mais entre nós fisicamente sempre estará presente em minha vida e no meu coração.

À minha mãe, pelo carinho, dedicação, amor e por ser um exemplo de mulher guerreira em quem posso me espelhar.

Ao meu irmão e à minha cunhada, por sempre me ajudar e apoiar. Ao meu sobrinho e a minha sobrinha, pela alegria e paz que trazem na minha vida.

Ao colega, Jefferson Alcindo, pelo acompanhamento e auxílio nas coletas que foram fundamentais para realização deste projeto.

À funcionária do Laboratório de Bacteriologia e Micologia da UNESP/FMVA, Cilene Vidovix Táparo, pela colaboração na execução do trabalho.

À professora Katia Denise Saraiva Bresciani, por incentivar a fazer o mestrado nesta faculdade, pela indicação de orientadora e utilização do laboratório de parasitologia.

A todos os produtores dos assentamentos rurais São José I e Salvador, por me permitirem a realização do trabalho em suas propriedades.

À Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho UNESP/FMVA e ao Programa de Pós-graduação em Ciência Animal por possibilitar a realização desse projeto.

Agradeço à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela bolsa concedida.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA... 15

2.1 Importância da pecuária leiteira ... 15

2.2 Assentamentos rurais no Brasil ... 16

2.3 Boas práticas agropecuárias relacionadas ao bem-estar animal ... 18

2.4 Células somáticas ... 20

2.5 Mastite ... 21

2.6 As bactérias com maior frequência de isolamento na mastite bovina ... 25

2.6.1 Staphylococcus spp. ... 25

2.6.2 Streptococcus spp. ... 26

2.6.3 Corynebacterium spp. ... 26

2.6.4 Bacillus spp. ... 27

2.6.5 Coliformes ... 27

2.7 Escore da condição corporal ... 28

2.8 Exame parasitológico ... 29

2.9 Exame de sangue ... 30

3 OBJETIVOS ... 31

4 REFERÊNCIAS ... 31

CAPÍTULO 2 – ARTIGO CIENTÍFICO ... 41

1 INTRODUÇÃO ... 43

2 MATERIAL E MÉTODOS ... 44

2.1 Animais ... 44

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2.6 Amostras de fezes ... 47

2.7 Avaliação do escore de condição corporal ... 48

2.8 Análise microbiológica das amostras de leite ... 48

2.9 Programa educativo de conscientização e orientação sobre as boas práticas na atividade leiteira ... 49

2.10 Análise estatística ... 50

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 51

3.1 Caracterização do sistema produtivo das propriedades avaliadas ... 51

3.2 Avaliações dos quartos mamários pelo teste da caneca do fundo escuro ... 55

3.3 Avaliação dos resultados das amostras de leite pelo CMT ... 56

3.4 Determinação da CCS ... 57

3.5 Avaliação do exame microbiológico das amostras de leite ... 58

3.6 Avaliação do escore de condição corporal ... 60

3.7Avaliação das amostras de fezes e sangue ... 60

4 CONCLUSÃO ... 61

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RESUMO – Objetivou verificar se a adoção de boas práticas agropecuárias constitui-se em uma boa ferramenta para a identificação dos animais com mastite bovina, e conscientizar o produtor dos assentamentos rurais sobre a importância da implementação das boas práticas agropecuárias relacionadas ao bem-estar. Os produtores receberam orientação e foram distribuídos materiais educativos e utensílios elaborados a partir de material reciclável para a realização das boas práticas de bem-estar. Para avaliação do perfil fisiológico foram coletadas amostras biológicas como: sangue, fezes e leite, e para a avaliação da sanidade e do bem-estar animal foram utilizados um questionário. Foram avaliadas 20 vacas perfazendo um total de 79 quartos mamários. Dos 36 quartos negativos para o California Mastitis Test em 12 desses foram

isolados bactérias, sendo o de maior ocorrência Staphylococcus. Foi verificado

que o bem-estar animal estava comprometido pela incidência de mastite subclínica, infestação de ectoparasitos e ausência de medidas profiláticas. Conclui-se que o emprego de boas práticas agropecuárias é adequado para a identificação da mastite bovina, no entanto, há falta de conhecimento em relação às boas práticas, principalmente, relacionadas ao manejo preventivo e a conscientização dos produtores sobre a importância da implementação das boas práticas agropecuárias na atividade leiteira, as quais são fundamentais para melhorar as condições de bem-estar animal, a produtividade e qualidade do leite.

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SUMMARY – Aimed at verifying whether the adoption of good agricultural practices is a good tool for the identification of animals with bovine mastitis, and educating the producer of rural settlements about the importance of implementing good agricultural practices related to welfare. The producers were oriented and received educational material and utensils made from recyclable material to the achievement of good health practices. For evaluation of the physiological profile, biological samples such as blood, feces and milk were collected, and for the assessment of sanitation and welfare, a questionnaire was employed. A total of 79 mammary quarters from 20 cows were evaluated. Of the 36 negative quarters for California Mastitis Test, 12 were positive for

bacteria, with Staphylococcus being the most frequently isolated. The results

indicated that animal welfare was compromised by the incidence of subclinical mastitis, infestation with ectoparasites and the absence of prophylactic measures. It is concluded that the use of good agricultural practices is suitable for the identification of bovine mastitis, however, there is lack of knowledge regarding good practices, mainly related to preventive management and awareness of producers about the importance of implementing good agricultural practices in the dairy activity, which are key to improving animal welfare conditions, productivity and quality of milk.

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CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS

Os avanços nos estudos sobre a ciência bem-estar comprovando que os animais são seres sencientes, ou seja, possuem a capacidade de sentir conscientemente (MOLENTO, 2006), têm resultado em uma crescente preocupação entre os consumidores, produtores e a população em associar as Boas Práticas Agropecuárias (BPA) com o sistema produtivo animal. A ausência de BPA associado a enfermidades poderiam ser facilmente evitadas, desde que medidas preventivas fossem adotadas ao manejo.

A cadeia produtiva do leite é uma das atividades mais importantes do sistema agroindustrial brasileiro. A necessidade em suprir o aumento da demanda em quantidade e qualidade deste produto tem intensificado os investimentos em vacas altamente produtivas. No entanto, a máxima exploração do potencial genético destes animais, muitas vezes, não implica na manutenção do Bem-Estar Animal (BEA) (BROOM; MOLENTO, 2004).

Na pecuária leiteira, a mastite destaca-se como um dos principais fatores que contribuem para o agravamento dos problemas relacionados à atividade. A mastite é a inflamação da glândula mamária caracterizada por modificações físicas, químicas e microbiológicas no leite, e alterações patológicas do tecido glandular mamário (BLOOD; RADOSTITS, 1991), sendo um dos principais fatores que afeta significativamente a qualidade do leite (BALLOU et al., 1995). Além de ocasionar prejuízos econômicos, principalmente, na redução da produção e qualidade do leite, a mastite acarreta sérios problemas para BEA (BROOM; FRASER, 2010), uma vez que são responsáveis por causar dor e desconforto aos animais, quando acometidos por essa enfermidade (ROSA et al., 2009).

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consequentemente a produtividade. A adoção de boas práticas de BEA pode ser realizada por meio de atividades simples, incorporadas ao manejo rotineiro das propriedades leiteiras. Dentre os procedimentos de boas práticas recomendados destaca-se, principalmente, a sanidade animal, o controle da mastite e a higiene antes e depois da ordenha. No entanto, para adoção de tais práticas é necessário a conscientização das pessoas envolvidas no processo produtivo do leite.

Nos assentamentos rurais, a exploração leiteira exerce um papel fundamental na geração de renda e emprego (CASTRO et al., 2010; RIBEIRO et al., 2007; SANT`ANA et al., 2007). Apesar da importância sócioeconômica, muitos produtores enfrentam dificuldade em permanecer na atividade, devido a problemas com a eficiência produtiva que interferem na qualidade do leite (VALLIN et al., 2009).

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Importância da pecuária leiteira

O Brasil apresenta uma posição de destaque na atividade pecuária mundial, possui o maior rebanho comercial de bovinos e é o sexto maior produtor de leite do mundo (USDA, 2014).

No último levantamento, realizado pelo Censo Agropecuário de 2006, foram identificados 4.367.902 estabelecimentos agropecuários pertencentes à agricultura familiar, representando 84,4% dos estabelecimentos rurais existentes no país e 12% desses estabelecimentos rurais foram identificados como assentamentos rurais. A agricultura familiar ocupa apenas 24,3% do total da área dos estabelecimentos agropecuários do Brasil e apesar da pequena área de produção, em relação à agricultura patronal, é responsável por um significativo fornecimento de alimentos básicos para a população brasileira, gerando 30% das receitas dos estabelecimentos agropecuários brasileiros (IBGE, 2009).

Em 2014, o Brasil produziu 33,35 bilhões de litros de leite (USDA, 2014) apesar da alta produção de leite, a produção média do rebanho brasileiro foi de 1.492 litros de leite/vaca/ano (IBGE, 2013).

Segundo o Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a região Sudeste foi responsável por 11,59 bilhões de litros de leite, representando 35,88% da produção nacional. Desse total, o Estado de São Paulo produziu 1,69 bilhões de litros de leite, sendo o sexto maior produtor de leite do país (IBGE, 2009).

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A atividade leiteira possui grande importância socioeconômica no cenário nacional, está presente em aproximadamente 1,8 milhões de propriedades rurais (ALTAFIN et al., 2011) e, somente na produção primária, gera acima de três milhões de empregos (MULLER, 2002; VILELA et al., 2002). A agricultura familiar é responsável por uma ampla produção de diversos produtos agropecuários e uma das principais atividades em destaque é a pecuária leiteira. Entre os agricultores familiares, a atividade leiteira está presente em 36% das propriedades sendo responsável por 58% da produção nacional de leite, o que representa 52% do valor bruto da produção total do leite. Na região Sudeste 44% dos agricultores familiares trabalham na atividade leiteira (IBGE, 2009).

Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos a produção de leite representa 20,2% da produção agropecuária dos assentamentos rurais (DIEESE, 2006).

2.2 Assentamentos rurais no Brasil

A estrutura fundiária do Brasil é caracterizada por ser extremamente concentrada nas mãos de poucos e pelo impedimento de acesso às essas terras por uma grande quantidade de famílias de agricultores sem condições econômicas. A Reforma Agrária é um relevante instrumento estratégico de democratização da estrutura agrária do país, cumpre um importante papel de combate à concentração fundiária e de renda do nosso país (LEITE et al., 2000).

A Reforma Agrária é constituída por um conjunto de medidas que proporcionam à melhor distribuição das propriedades rurais que não cumprem seu papel social, em geral, são latifúndios improdutivos ou com alguma suspeita de irregularidade jurídica e/ou econômica (INCRA, 2010).

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que procuram organizar as buscas desses movimentos sociais e normatizar regras de obtenção à terra (MEDEIROS; LEITE, 2004).

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) é o órgão federal responsável pela execução da reforma agrária no país. Segundo os dados dessa instituição, há atualmente no Brasil 9.220 projetos de assentamentos, em uma área de 88,2 milhões de hectares, com 963.805 famílias assentadas (INCRA, 2010).

A Reforma Agrária introduz um processo de modificação no meio rural. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, 1992), os assentamentos rurais contribuem, significativamente, para o desenvolvimento econômico e social do campo por proporcionar à geração de emprego, redução do êxodo rural, aumento da oferta de alimentos e, consequentemente, a melhoria na qualidade de vida dos agricultores e trabalhadores pobres. Além disso, é importante politicamente para a modernização da distribuição de terras no país e o avanço na regulamentação agrária (INCRA, 2010).

Apesar de todas as limitações peculiares ao meio rural, os assentamentos apresentam resultados positivos que permitem aos pequenos agricultores condições decentes de produção e sobrevivência.

A distribuição das terras resulta na segurança contra as oscilações dos preços dos alimentos, instabilidade da produção e rendimentos dos produtos agrícolas e as condições desfavoráveis do mercado de trabalho. A produção de alimento para autoconsumo e a garantia de emprego em suas próprias terras reduz a vulnerabilidade dos agricultores familiares à fome ou a desemprego (LEITE et al., 2004).

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técnica e extensão rural especializada e a garantia de colocação dos seus produtos no mercado (SOUZA-ESQUERDO et al., 2013).

2.3 Boas práticas agropecuárias relacionadas ao bem-estar animal

A ciência do BEA pode ser considerada um assunto multidisciplinar, pois abrange a interação do comportamento animal, da fisiologia do estresse, nutrição, genética, medicina veterinária e de outras disciplinas que envolvem as questões de BEA (FAO, 2009).

O BEA pode ser definido como o estado do indivíduo durante a sua tentativa de adaptação ambiental (BROOM, 1986). A avaliação pode ser realizada por meio de indicadores fisiológicos que está relacionada com estresse, e o indicador comportamental que avalia a conduta do anormal se estivesse em seu habitat natural (BIANCA; KUNZ, 1978).

Para definir um padrão aceitável de BEA para animais de produção foi criada pelo comitê Brambell, na Inglaterra em 1965, as “Cinco liberdades”, que posteriormente, em 1993, foram revisadas pelo Farm Animal Welfare Council

(FAWC), nos quais os animais devem ser mantidos: • Livres de sede, fome e desnutrição; • Livres de desconforto;

• Livres de dor, injúrias e doenças; • Livres de medo;

• Livres para expressarem os padrões normais de comportamento animal.

No Brasil, desde 1934, há a preocupação com BEA, quando foram estabelecidas as primeiras medidas de proteção ao animal pelo Decreto n°24.645. Este estabeleceu as primeiras definições de maus tratos e crueldade contra aos animais e a sua penalização (BRASIL, 1934).

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“entende-se por leite, sem outra especificação, o produto oriundo da ordenha completa e ininterrupta, em condições de higiene, de vacas sadias, bem alimentadas e descansadas” (BRASIL, 2002).

Em 2008, o MAPA criou pela Portaria n°185 a Comissão Técnica Permanente para estudos específicos sobre BEA nas diferentes áreas da cadeia pecuária. E no mesmo ano também foi estabelecido pela Instrução Normativa (IN-56) os procedimentos gerais de Recomendações de Boas Práticas de Bem-estar para Animais de Produção e de Interesse Econômico (BRASIL 2008).

A mastite é um dos principais problemas que afeta o bem-estar de vacas leiteiras (PETERS, 2012). Além dos elevados prejuízos econômicos devido à redução da produção e queda da qualidade do leite, a mastite também causa dor e desconforto (BOND et al., 2012).

A adoção de práticas de BEA como, por exemplo, a implantação de boas práticas de ordenha é fundamental para promover melhores condições às vacas leiteiras e aumentar sua produtividade (FERREIRA et al., 2013). Tais práticas podem ser adotadas com baixo custo de investimento, sendo primordial a mudança de atitude dos produtores.

Em uma avaliação realizada por Guerreiro et al. (2005) em quatro propriedades do estado de São Paulo, observou-se que após adoção de boas práticas de ordenha como utilização de linha de ordem, lavagem e secagem com papel toalha dos tetos e a desinfecção dos tetos diminuíram significativamente a contagem de bactérias psicrotróficas, evidenciando que as práticas simples e de baixo custo de investimento podem melhorar a qualidade microbiológica do leite.

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33,94% a CCS em propriedades com ordenha manual e 51,58% em propriedades com ordenha mecânica.

2.4 Células somáticas

O termo células somáticas é designado para referir-se a todas as células presente no leite, compostas principalmente pelos leucócitos (neutrófilos, macrófagos, linfócitos, eritrócitos) e pelas células epiteliais (HARMON, 1994; PHILPOT; NICKERSON, 1991; SCHALM et al., 1971;). Os leucócitos são células de defesa que migram da corrente sanguínea para o interior das glândulas mamárias em resposta a uma reação inflamatória com a função de combater os agentes infecciosos (HARMON, 1994; MACHADO et al., 2000). As células epiteliais são resultantes da descamação natural que ocorre nos revestimentos internos dos túbulos e ácinos das glândulas mamárias (SCHALM; LASMANIS, 1968). As células de defesa correspondem de 75 a 98% do total das células somáticas do leite, enquanto as células epiteliais de 2 a 25% (RIBAS, 1999). As variações na quantidade e tipos de células encontrados no leite são influenciadas pelas condições fisiológicas e patológicas do animal (SCHALM et al., 1971). Geralmente, vacas com glândulas mamárias saudáveis apresentam a contagem de células somáticas (CCS) abaixo de 200.000 células/mL, podendo ser inferior a 100.000 células/mL para vacas primíparas (LANGONI, 2000) e com quartos mamários infectados assintomaticamente superiores a 250.000 células/mL, no entanto, esse valor pode sofrer variação quando infectada clinicamente, podendo obter valores acima de 2.000.000 células/mL (LEIGH, 1999).

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exerce maior influência na CCS, tornando-se uma ferramenta confiável para o monitoramento da sanidade das glândulas mamárias e sendo também utilizada para determinar a qualidade do leite (HARMON, 1994).

Os animais portadores de mastite subclínica não possuem sinais clínicos evidentes, todavia, apresentam como uma das principais características a elevação da CCS, podendo ser diagnosticada com a utilização de testes auxiliares (FONSECA; SANTOS, 2000). A quantificação das células somáticas presente no leite pode ser realizada indiretamente pelo teste de CMT ou diretamente pela contagem eletrônica de células somáticas.

O CMT é um teste químico desenvolvido por Schalm e Noordelander (1957) o qual estima qualitativamente a presença de células somáticas no leite. Trata-se um método de avaliação subjetivo em que seu principio é baseado na ação de um detergente aniônico que rompe a membrana das células somáticas, tornando a reação viscosa devido à liberação do ácido desoxirribonucleico (DNA), podendo ser classificadas em diferentes escores de viscosidade conforme a intensidade da reação (GRUNERT, 1993). É um método de baixo custo, de fácil execução e de rápida identificação do quarto mamário infectado podendo ser utilizada no momento da ordenha.

O equipamento Direct Cell Counter (DCC) é um contador de células

portátil constituído por leitor óptico de células capaz de realizar a leitura do número de células somáticas presente no leite (RODRIGUES, 2009). As amostras de leite são colocadas em um cassete contendo reagentes que se misturam com leite, reagindo com núcleo das células somáticas permitindo assim realizar a contagem das células.

2.5 Mastite

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sendo mais comum de origem bacteriana, contudo, pode estar envolvida diferentes espécies de fungos, algas e vírus (RADOSTITS et al., 2000).

Trata-se de uma doença complexa de caráter multifatorial decorrente da interação entre animal, agente etiológico e meio ambiente (DOMINGUES; LANGONI, 2001; PHILPOT, 1984), podendo ser manifestada na forma clínica e subclínica.

A mastite clínica apresenta alterações que são visíveis macroscopicamente, podendo ser identificada pela inspeção do estado físico do animal e do leite. É caracterizada por sintomas locais nas glândulas mamárias como edema, febre, rubor e dor e/ou aparecimento de grumos, pus e sangue no leite (BRADLEY, 2002). Pode ainda ser acompanhada por sintomas sistêmicos como aumento da temperatura corporal, apatia, desidratação e diminuição da produção de leite (SANTOS; FONSECA, 2007).

A detecção na fase inicial da mastite clínica pode ser facilitada com auxílio da caneca de fundo escuro, considerado um método eficaz quando utilizado todos os dias, antes das vacas serem ordenhadas (RIBEIRO et al., 2003). A mastite clínica é umas das principais causas de morte de vacas leiteiras adultas e afeta diretamente o bem-estar animal, em consequência aos quadros de hiperalgesia verificados nos episódios agudos de mastite clínica (BRADLEY, 2002).

A forma subclínica, diferente da forma clínica, não apresenta sinais evidentes de alterações no úbere ou na secreção (RADOSTITS et al., 2000). Para o seu diagnóstico é necessária a utilização de exames complementares baseados no conteúdo celular do leite. Vários testes podem avaliar o teor dessas células, entre estes destacam-se o Califórnia Matitis Test (CMT), o Wisconsin Mastitis Test (WMT) e a contagem eletrônica de células somáticas

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responsável por 90% a 95% dos casos de mastite (FONSECA; SANTOS, 2000).

Os agentes etiológicos envolvidos na infecção intramamária podem ser classificados em dois grupos conforme a sua fonte de infecção e sua forma de transmissão: mastite contagiosa e mastite ambiental.

Na mastite contagiosa, o patógeno encontra-se, preferencialmente, no interior das glândulas mamárias e na superfície da pele do úbere, a sua transmissão ocorre principalmente no momento da ordenha, sendo disseminadas entre os animais com e sem mastite ou entre os quartos mamários infectados e sadios, quando o orifício do teto encontra-se aberto (SMITH, 1993). Caracteriza-se por apresentar baixa incidência em casos de mastite clínica e alta incidência em mastite subclínica, podendo ser observada principalmente, em rebanhos que apresentam o manejo de ordenha incorreto, apresentando alta CCS, sendo normalmente crônica ou de longa duração (FONSECA; SANTOS, 2000). A redução da incidência dos casos de mastite contagiosa pode ser realizada por meio da implantação de boas práticas de ordenha, como a realização da desinfecção dos tetos antes e após a ordenha e terapia da vaca seca (MAKOVEC; RUEGG, 2003). Os principais patógenos envolvidos neste tipo de mastite são: Staphylococcus aureus, Staphylococcus

coagulase negativo (SCN), Staphylococcus coagulase positiva (SCP), Staphylococcus intermedius, Streptococcus agalactiae, Streptococcus dysgalactiae, Corynebacterium bovis e Mycoplasma bovis (COSTA, 1998;

RADOSTITS et al., 2000).

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aguda (FONSECA; SANTOS, 2000) e apresentando-se em curta duração quando comparada a mastite contagiosa (BRITO; BRITO, 1998).

Os animais geralmente apresentam baixa CCS e a maior ocorrência dá-se no período dá-seco, em relação à fadá-se de lactação. Bradley e Green (2001) relataram que as enterobactérias são responsáveis por causarem mastite clínica no início da lactação, possuindo a capacidade de se manterem quiescientes na glândula mamária durante o período seco até o parto.

Os micro-organismos ambientais causadores deste tipo de mastite compreendem Escherichia coli, Klebsiella sp., Enterobacter sp., Streptococcus uberis, Streptococcus dysgalactiae, Streptococcus bovis, Arcanobacterium pyogenes, Pseudomona ssp, Serratia, Nocardia ssp., leveduras como Candida

sp., e algas do gênero Prototheca sp. (COSTA 1998; FONSECA; SANTOS,

2000).

As bactérias causadoras da mastite podem ainda ser divididas em patógenos principais e secundários (HARMON, 1994). Os patógenos principais tais como Staphylococcus aureus, Streptococcus agalactiae, Streptococcus uberis, Streptococcus dysgalactiae e os coliformes são, geralmente,

considerados mais virulentos e prejudiciais ao úbere ocasionando maiores perdas na produção e qualidade do leite quando comparados aos patógenos secundários, tais como Corynebacterium bovis e Staphyloccous coagulase

negativo (REYHER et al., 2012).

A infecção intramamária independente da etiologia ocasiona a redução na produção de leite e ainda provoca modificações na composição do leite, tais como aumento da CCS, nos níveis de sódio, cloro, proteínas séricas, íons de bicarbonato e algumas enzimas (catalase, fosfatase ácida entre outras), diminuição nos teores de lactose, gordura, caseína, fósforo e cálcio, variando conforme a intensidade e duração da infecção (DOMINGUES; LANGONI, 2001).

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agentes patógenos da mastite. A realização de exames microbiológicos para a identificação do agente etiológico envolvido na fonte de infecção do rebanho torna-se necessária devido à diversidade de micro-organismos existentes. O conhecimento do agente causador da mastite torna-se importante para que os produtores tomem decisões mais eficientes para suas vacas, pois auxiliará de forma mais adequada na implantação de um programa de controle e profilaxia dessa enfermidade (PANKEY et al., 1991).

2.6 As bactérias com maior frequência de isolamento na mastite bovina

2.6.1 Staphylococcus spp.

O gênero Staphylococcus é caracterizado por apresentar-se

morfologicamente como coco Gram-positivo, imóvel, anaeróbico facultativo, catalase positivo, promovem fermentação acidificante da glicose com diminuição acentuada do pH podendo chegar a valores entre 4,3 a 4,5. Apresentam diversas formas, podendo ser encontrados isolados, aos pares, cadeias curtas ou agrupadas de forma irregulares com uma aparência semelhante ao um cacho de uva, por causa do processo de divisão celular que pode ocorrer em três planos perpendiculares. Podem atingir o interior das glândulas mamárias por meio da superfície externa da pele e do úbere mal higienizado, equipamentos e utensílios de ordenha contaminados e mãos dos ordenhadores. Produzem uma grande variedade de fatores de virulência como as toxinas extracelulares que estão relacionadas à resistência aos antibióticos e à severidade dos sintomas das infecções intramamária (FAGUNDES; OLIVEIRA, 2004). Podem causar mastite clínica e os casos de mastite

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2.6.2 Streptococcus spp.

Streptococcus são cocos Gram-positivos, a maioria são anaeróbicos

facultativos, catalase negativos, com propriedades hemolíticas e podem causar mastite subclínica ou clínica. Normalmente a divisão celular ocorre em um mesmo plano, formando um arranjo similar a um colar de pérola. As espécies

Streptococcus agalactiae, Streptococcus dysgalactiae, Streptococcus bovis e Streptococcus uberis são as frequentemente isoladas nas infecções

intramamárias nos rebanhos bovinos leiteiros (RAEMY et al., 2013). Pode

ocasionar tanto a mastite contagiosa, como é o caso de Streptococcus agalactiae, quanto a mastite ambiental, como as demais espécies do gênero Streptococcus (RADOSTITS et al., 2000).

2.6.3 Corynebacterium spp.

Corynebacterium são micro-organismos aeróbicos, imóveis, não

possuem cápsula, não possuem esporos, bacilos Gram-positivos, catalase positivos, retos e ligeiramente curvos com extremidades arredondadas, geralmente apresentam arranjos característicos semelhantes a letras chinesas e encontradas no interior da glândula mamária, principalmente, no interior do canal do teto (FONSECA; SANTOS, 2000).

Corynebacterium bovis é a espécie do gênero Corynebacterium com

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2.6.4 Bacillus spp.

Bacillus são micro-organismos Gram-positivos, esporuladas, podem ser

aeróbicos estritos ou anaeróbicos facultativos, são capazes de promoverem acidificação, coagulação e proteólise (TRONCO, 2010). Estão amplamente distribuídos no ambiente, podem ser encontrados em temperatura entre – 5ºC a 75ºC (NMC, 2010). A maioria são saprófitos e patógenos ocasionais e, normalmente, provocam mastite hemorrágica aguda em bovinos (RADOSTITS et al., 2000). As principais espécies isoladas frequentemente, nos casos de

mastite bovina são: Bacillus cereus, Bacillus subtilis, Bacillus licheniforrnis e Bacillus purnilus (LOGAN, 1988; PERRIN et al., 1976; SCHIEFER et al., 1976;

WATTS, 1988).

2.6.5 Coliformes

Coliformes são bastonetes Gram-negativos, aeróbicos ou anaeróbicos facultativos, não formadores de esporos, fermentadores de lactose produzindo ácido e gás em temperatura entre 32 e 37ºC em 48 horas. Estão amplamente distribuídos no ambiente das vacas (HOGAN; SMITH, 2003). São bactérias Gram-negativas da família Enterobacteriaceae, tais como Escherichia coli, Klebsiella sp. e Enterobacter sp. (HOGAN; SMITH, 2003), sendo a Escherichia coli isolada com maior frequência entre os coliformes no rebanho leiteiro. Nos

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2.7 Escore da condição corporal

O escore da condição corporal (ECC) é uma prática subjetiva que estima o estado nutricional das vacas leiteiras, constituindo uma importante ferramenta de manejo dos rebanhos leiteiros bovinos. A avaliação da condição corporal está baseada na observação visual e palpações do animal. A classificação é realizada de acordo com as quantidades de reservas teciduais, principalmente, do tecido muscular e adiposo em regiões específicas do corpo da vaca como no dorso, lombo, garupa e pélvis (EDMONSON et al., 1989).

Os animais são classificados de acordo com uma escala que varia entre 1 a 5, com intervalo de 0,25 pontos. As vacas consideradas, extremamente, magras são classificadas com condição corporal 1, vacas magras com 2, vacas condição intermediária e desejável com 3, vacas gordas com 4 e vacas obesas com 5 (WILDMAN et al., 1982). As condições corporais consideradas extremas, tanto para os escores inferiores como superiores, são indesejáveis em qualquer estágio da lactação, pois podem causar efeitos negativos na saúde das vacas, no desempenho reprodutivo, na produção de leite e no BEA (ROCHE et al., 2009). Segundo Patton et al. (1988) as vacas obesas são mais susceptíveis a apresentar distúrbios metabólicos e dificuldade no parto. As vacas, excessivamente, magras em geral possuem maior predisposição de apresentar doenças infecciosas, redução na produção de leite devido à falta de reservas corporais, com baixos teores de gordura e baixa taxa de concepção (FERGUSSON et al., 1994).

(29)

2.8 Exame parasitológico

A verminose, também conhecida como helmintose, é uma infecção parasitária provocada por vermes. Os ovos de helmintos eliminados juntamente com as fezes do bovino têm a capacidade de sobreviver longos períodos nos pastos (AZEVEDO et al., 2008).

O controle das enfermidades causadas pelos endoparasitos tem grande importância na pecuária leiteira, pois as verminoses afetam o BEA e ocasionam sérios prejuízos econômicos e produtivos em decorrência da perda de peso, queda na produção de leite, do retardo no crescimento e desenvolvimento, diminuição da taxa de fertilidade e aumento da taxa de morbidade e mortalidade.

Os animais de todas as faixas etárias podem ser afetados pela verminose, no entanto, os seus efeitos deletérios são mais perceptíveis em jovens, principalmente, logo após o desmame, pois representa um período de estresse pela mudança nos hábitos alimentares. Nos bovinos, a resposta imunológica contra o parasito torna-se efetivo a partir dos dois anos de idade (REPOSSI JÚNIOR et al., 2006).

(30)

2.9 Exame de sangue

O sangue é constituído por duas frações: líquida e celular. A primeira é composta por plasma sanguíneo e vários solutos; e a segunda, por eritrócitos, leucócitos e plaquetas. Os eritrócitos têm a função de transportar oxigênio, dióxido de carbono e íons de hidrogênio para os diferentes órgãos e tecidos do organismo (JAIN, 1993). Os leucócitos encontrados no sangue de bovinos são constituídos por neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinófilos e basófilos maduros e imaturos. Cada célula leucocitária exerce uma função no sistema de defesa.

O exame de sangue, frequentemente, utilizado na rotina laboratorial é o hemograma, pois é a maneira mais fácil, prática e econômica de se obter informações importantes sobre o estado de saúde geral do animal. O hemograma é constituído por eritrograma, leucograma e plaquetas. O eritrograma abrange a avaliação morfológica e contagem total de eritrócitos, dosagem de hemoglobina e hematócrito. O leucograma determina a variação quantitativa e morfológica das células leucocitárias. Compreendem a contagem diferencial de leucócitos e contagem total do número de leucócitos. As plaquetas constituem a avaliação morfológica e contagem de plaquetas (LOPES et al., 2008).

(31)

3 OBJETIVOS

Verificar se a adoção de boas práticas agropecuárias constitui-se em uma boa ferramenta para a identificação dos animais com mastite bovina e conscientizar o pequeno produtor dos assentamentos rurais sobre a importância da implementação das boas práticas agropecuárias relacionadas ao bem-estar animal.

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(41)

CAPÍTULO 2 – ARTIGO CIENTÍFICO: CONSCIENTIZAÇÃO PARA ADOÇÃO DE BOAS PRÁTICAS SANITÁRIAS EM BEM-ESTAR ANIMAL NO MANEJO DAS MASTITES DO REBANHO BOVINO

RESUMO – Objetivou verificar se a adoção de boas práticas agropecuárias, constitui-se em uma boa ferramenta para a identificação dos animais com mastite bovina e conscientizar o produtor dos assentamentos rurais sobre a importância da implementação das boas práticas agropecuárias relacionadas ao bem-estar. Os produtores receberam orientação e foram distribuídos materiais educativos e utensílios elaborados a partir de material reciclável para a realização das boas práticas de bem-estar. Para avaliação do perfil fisiológico foram coletadas amostras biológicas como: sangue, fezes e leite, e para a avaliação da sanidade e do bem-estar animal foram utilizados um questionário. Foram avaliadas 20 vacas perfazendo um total de 79 quartos mamários. Dos 36 quartos negativos para o California Matitis Test em 12 desses foram

isolados bactérias, sendo o de maior ocorrência Staphylococcus. Foi verificado

que o bem-estar animal estava comprometido pela incidência de mastite subclínica, infestação de ectoparasitos e ausência de medidas profiláticas. Conclui-se que o emprego de boas práticas agropecuárias é adequado para a identificação da mastite bovina, no entanto, há falta de conhecimento em relação às boas práticas, principalmente, relacionadas ao manejo preventivo e a conscientização dos produtores sobre a importância da implementação das boas práticas agropecuárias na atividade leiteira, as quais são fundamentais para melhorar as condições de bem-estar animal, a produtividade e qualidade do leite.

(42)

CONSCIENTIZATION FOR ADOPTION TO GOOD PRACTICE SANITARY IN ANIMAL WELFARE IN THE MANAGEMENT OF MASTITIS IN CATTLE

HERD

SUMMARY – Aimed at verifying whether the adoption of good agricultural practices is a good tool for the identification of animals with bovine mastitis, and educating the producer of rural settlements about the importance of implementing good agricultural practices related to welfare. The producers were oriented and received educational material and utensils made from recyclable material to the achievement of good health practices. For evaluation of the physiological profile, biological samples such as blood, feces and milk were collected, and for the assessment of sanitation and welfare, a questionnaire was employed. A total of 79 mammary quarters from 20 cows were evaluated. Of the 36 negative quarters for California Mastitis Test, 12 were positive for

bacteria, with Staphylococcus being the most frequently isolated. The results

indicated that animal welfare was compromised by the incidence of subclinical mastitis, infestation with ectoparasites and the absence of prophylactic measures. It is concluded that the use of good agricultural practices is suitable for the identification of bovine mastitis, however, there is lack of knowledge regarding good practices, mainly related to preventive management and awareness of producers about the importance of implementing good agricultural practices in the dairy activity, which are key to improving animal welfare conditions, productivity and quality of milk.

(43)

1 INTRODUÇÃO

A bovinocultura leiteira está presente em várias propriedades dos assentamentos rurais, sendo geralmente a principal fonte de renda dos pequenos produtores. Entretanto, muitos enfrentam dificuldade em permanecer na atividade, pois são caracterizados por um baixo potencial produtivo, com sérios problemas relacionados com a qualidade do leite e a sanidade do rebanho. Em contrapartida a esse fato, os consumidores e a legislação brasileira estão cada vez mais exigentes tanto com qualidade do produto como também com as normas de criação com ética (EMBRAPA, 2005).

A preocupação com bem-estar animal vem recebendo destaque no cenário mundial, inclusive no Brasil, onde já encontramos normativas que promovam ações que melhorem a qualidade de vida dos animais, como a Instrução Normativa (IN-56) a qual estabelece os procedimentos gerais de recomendações de boas práticas de bem-estar para animais de produção e de interesse econômico, criada pelo Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pecuária (BRASIL, 2008).

Uma das alternativas de garantir a qualidade e produtividade do leite e assegurar as boas condições de bem-estar dos animais é a implantação das boas práticas agropecuárias (BPAs). As BPAs são constituídas por um conjunto de normas e procedimentos a que visa garantir a saúde, a nutrição (alimento e água), o bem-estar, o ambiente e a segurança dos animais e higiene da ordenha, todavia, para que tais práticas sejam adotadas é necessário conscientizar os produtores de leite sobre a sua importância (FAO, 2013).

(44)

mastite acarreta sérios problemas para bem-estar animal (BROOM; FRASER, 2010), uma vez que são responsáveis por causar dor e desconforto aos animais, quando acometidos pela mastite (ROSA et al., 2009).

O presente trabalho objetivou verificar se a adoção de BPAs, constitui-se em uma boa ferramenta para a identificação da mastite bovina e conscientizar o pequeno produtor dos assentamentos rurais sobre a importância da implementação das boas práticas agropecuárias relacionadas ao bem-estar animal.

2 MATERIAL E MÉTODOS

O presente estudo foi realizado em rebanhos leiteiros pertencentes aos assentamentos rurais São José I e Salvador, situados nos municípios de Brejo Alegre e Birigui, região Noroeste do Estado de São Paulo. O projeto de assentamento São José I foi criado em novembro de 1986 sendo constituído por 48 unidades agrícolas familiares. E o projeto de assentamento Salvador surgiu em julho de 1999, com 20 unidades.

A presente pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética no Uso de Animais (CEUA) da Faculdade de Odontologia e Medicina Veterinária da Unesp- campus de Araçatuba, sob o número de protocolo 2013-04418.

2.1 Animais

(45)

Salvador, totalizando 79 quartos mamários, pois um teto era afuncional. O grupo amostral era constituído por vacas da raça Girolanda, primíparas e multíparas, em diferentes fases de lactação.

2.2 Caracterização do sistema produtivo de leite

Para caracterização do sistema produtivo das propriedades leiteiras foram realizadas entrevistas estruturadas com proprietários, durante as quais foi aplicado questionário estruturado relativo ao número de animais, raça, produção de leite, manejo nutricional, manejo sanitário e higiênico, medidas de controle e prevenção de mastite (Anexo A).

2.3 Exame clínico dos animais

(46)

FIGURA 1 - Diagnóstico da mastite clínica com o uso caneca de fundo preto adaptado.

Fonte: Arquivo Pessoal

2.4 Realização da prova do CMT e a determinação da CCS

A detecção da mastite subclínica foi realizada por meio da prova do CMT. Após as vacas terem o leite examinado pelo teste da caneca do fundo escuro, foi realizada a desinfecção das extremidades dos tetos com uma solução de cloro a 750ppm (pré-dipping), deixando agir por cerca de 30

(47)

Tabela 1 - Interpretação do California Mastitis Test (CMT)

Escore Reação Descrição da reação

Negativo Completamente negativa Mistura sem modificação.

Traço Suspeita Uma discreta viscosidade que desaparece com a movimentação.

+ Fracamente positiva Aumento da viscosidade sem a formação de gel.

++ Positiva A mistura torna-se, imediatamente, viscosa com a formação de gel.

+++ Fortemente positiva Ocorre a gelificação imediata com formação de massas gelationosas. Fonte: Schalm e Noorlander (1957)

Para a determinação da CCS foram coletadas amostras de leite representativas de cada um dos quartos mamários, formando-se um “pool” por animal, o qual foi submetido, imediatamente, à avaliação da contagem das células somáticas com o aparelho de teste direto portátil – DeLaval Cell Counter® (DCC). O aparelho é constituído por um leitor óptico de células que

realiza a leitura das células coradas em uma placa acrílica descartável (RODRIGUES, 2009).

2.5 Amostras de sangue

Imediatamente após a coleta das amostras de leite, foram obtidos 5mL de sangue através da punção veia jugular com o auxílio de tubos vacuntainer, contendo anticoagulante etilenodiamino tetracético (EDTA). Após a colheita o material, foi armazenado e acondicionado em caixa térmica com gelo reciclável e encaminhada para a realização do hemograma.

2.6 Amostras de fezes

(48)

seguindo a técnica de Gordon e Whitlock (1939) modificada por Ueno e Gonçalves (1998) para contagem de ovos por grama de fezes (OPG) de nematódeos gastrintestinais.

2.7 Avaliação do escore de condição corporal

As vacas foram submetidas à avaliação visual e tátil das reservas corporais em pontos específicos do corpo do animal, de acordo com a metodologia proposta por Wildman et al. (1982), utilizando uma escala de 1 (muito magra) a 5 (muito gorda), com intervalo de 0,50 pontos.

2.8 Análise microbiológica das amostras de leite

Antes da coleta das amostras de leite para análise microbiológica, foi realizada a assepsia das extremidades dos tetos, principalmente do orifício do teto, utilizando algodão embebido em álcool 70%. A higienização foi iniciada pelos quartos mamários distantes do coletor, para evitar recontaminação durante o processo de limpeza. Imediatamente, após a coleta, foram armazenadas e acondicionadas em caixa isotérmica com gelo reciclável e mantido a uma temperatura de 4°C, sendo posteriormente encaminhadas para o laboratório e congeladas a -20°C.

As amostras de leite, após serem descongeladas, foram semeadas respectivamente em meios de cultura: ágar sangue contendo 5% de sangue equino desfibrinado e ágar MacConkey. Posteriormente, as placas foram

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contaminantes aquelas que apresentaram de três ou mais agentes diferentes (NMC, 1999).

Os micro-organismos isolados foram identificados pela análise das características micromorfológicas e de apresentação ao Gram e teste da catalase. As características micromorfológicas foram realizadas por meio de esfregaços corados pelo método de Gram, para observação microscópica das características morfotintoriais. Posteriormente, os micro-organismos, foram submetidos aos testes da catalase, coagulase, resistência à novobiocina e polimixina B e bioquímicos para identificação da espécie (QUINN et al.,1994).

2.9 Programa educativo de conscientização e orientação sobre as boas práticas na atividade leiteira

Foram utilizadas inicialmente como método educativo palestras realizadas para os assentados rurais de São José I e Salvador, de Brejo Alegre e Birigui, com os temas: “Boas práticas no manejo de bezerras leiteiras”; “Controle de carrapatos no rebanho bovino” e “Boas práticas de ordenha”.

Cerca de 40 convites foram entregues, contudo, apenas cinco produtores compareceram ás palestras e devido a pouca adesão dos produtores às palestras, optou-se pela elaboração e distribuição de folder

explicativo (Anexo B) que foram apresentados aos produtores nos momentos das visitas aos assentamentos, antes da coleta de dados e do material biológico. O conteúdo do folder continha informações sobre o projeto,

orientações sobre as boas práticas e sobre a utilização dos “equipamentos” elaborados a partir de garrafinhas pet na assepsia dos tetos e no

desenvolvimento do teste.

Nas propriedades que aderiram ao projeto, foram realizadas visitas, durante as quais se transmitiu informação detalhada sobre o conteúdo descrito no folder. Na mesma oportunidade, foram realizadas demonstrações práticas

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produtor na rotina proposta, foi fixado no curral de ordenha um cartaz com os procedimentos operacionais das boas práticas de ordenha (Anexo C). Posteriormente, aos esclarecimentos técnicos, foram realizadas as coletas para averiguação do estado sanitário do rebanho podendo dessa forma melhorar e orientar os produtores de acordo com a sua realidade.

FIGURA 2 – Desinfecção dos tetos com caneca sem refluxo feita de material reciclável.

Fonte: Arquivo pessoal

2.10 Análise estatística

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O estudo teve a adesão de quatro propriedades, perfazendo um total de 79 amostras de leite bovino oriundas de 20 animais pertencentes aos assentamentos de Brejo Alegre e Birigui.

3.1 Caracterização do sistema produtivo das propriedades avaliadas

A bovinocultura de leite é a principal atividade agropecuária das propriedades avaliadas, sendo que uma delas (P1) produz ainda diversas hortaliças e as demais (P2, P3 e P4) produzem soja e milho.

Os rebanhos bovinos das propriedades avaliadas eram constituídos por animais mestiços, resultantes do cruzamento entre a raça Holandesa e Gir com diferentes graus de sangue. As vacas da raça Gir e mestiças (Gir x Holandês) são amplamente utilizadas para produção de leite no Brasil devido a sua alta capacidade de adaptação ao clima tropical e o seu desempenho produtivo satisfatório (SOUZA et al., 1996).

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A atividade leiteira era desenvolvida à base de pasto. Nas propriedades P1, P3 e P4 foi constatado o predomínio das pastagens de braquiárias (Brachiaria decumbens e Brachiaria brizantha), e na propriedade P2 do capim

Tanzânia (Panicum maximum cv. Tanzânia) e do capim Mombaça (Panicum maximum cv. Mombaça). As pastagens eram divididas em diversos piquetes de

variados tamanhos. A suplementação alimentar com volumoso era realizada somente nos períodos mais críticos do ano, quando havia escassez das pastagens sendo fornecidos nas propriedades P1, P3 e P4 cana-de-açúcar, briquete e capim elefante (Pennisetum purpureum) e na propriedade P2

apenas briquete. A propriedade P1 não fornecia concentrado para vacas, e as propriedades P2, P3 e P4 forneciam concentrado comercial, em cocho individual, durante a ordenha somente para as vacas em lactação de acordo com a quantidade de leite produzido. As propriedades que forneciam o concentrado adquiriam o produto de um fornecedor em comum, que era constituído por 22% de proteína (PB) e 80% nutrientes digestíveis totais (NDT). Os animais tinham acesso à água ad libitum, proveniente de poço cacimba.

Nas quatro propriedades as áreas de pastejo possuíam sombreamento natural. Em todas as propriedades a ordenha era feita manualmente, sendo realizada uma vez ao dia no período da manhã, com a presença dos bezerros ao pé das vacas. Os bezerros mamavam antes do início da ordenha para promover o estimulo à descida do leite, em seguida, eram amarrados próximos às mães e ao término da ordenha eram soltos juntos com as vacas.

O leite produzido era acondicionado em tambor de leite e, imediatamente, após a ordenha era conduzido até o tanque de resfriamento comunitário. A sua venda era destinada ao lacticínio da região. A coleta do leite era realizada a cada 48 horas pelo caminhão do laticínio.

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também foi observado acúmulo de lama no curral de ordenha. A presença de lama causa desconforto e problemas de higiene, principalmente durante a ordenha, além disso, dificulta o deslocamento das vacas (SANT’ANNA et al., 2014).

Os procedimentos de higiene e prevenção da mastite demonstraram ser pouco difundido nos rebanhos avaliados. Nas propriedades P1 e P2 a lavagem dos tetos era realizada quando se apresentavam sujos de lama. Somente na P2 era realizada a desinfecção dos tetos antes da ordenha (pré-dipping) e

nenhum produtor realizava a imersão dos tetos em solução desinfetante após a ordenha (pós-dipping). No estudo realizado por Jayarao et al. (2004), relataram

que adoção da prática de pré-dipping influenciou significativamente para a

redução dos patógenos da mastite ambiental. No trabalho realizado por Matsubara et al. (2011), a desinfecção dos tetos antes da ordenha com solução clorada a 750 ppm ocasionou a redução de 91,3% para coliformes e 85,3% para Staphylococcus coagulase positiva. Enquanto Oliveira et al. (2011),

constataram que as práticas de desinfecção dos tetos após a ordenha ( pós-dipping) estão associadas, significativamente, com a redução do Staphylococcus aureus no leite cru.

O uso de pré-dipping diminui, consideravelmente, a contaminação por

micro-organismos presente no ambiente, enquanto o pós-dipping reduz a

contaminação por patógenos contagiosos (MÜLLER et al., 2002). As práticas de pré e pós-dipping são eficientes para melhorar a qualidade do leite, no

entanto, devem ser realizadas de maneira corretas utilizando os princípios e concentrações recomendadas.

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