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Desempenho reprodutivo e produtivo de ovelhas deslanadas mantidas em regime de pasto e suplementadas

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA - UNESP

CÂMPUS DE JABOTICABAL-SP

DESEMPENHO REPRODUTIVO E PRODUTIVO DE

OVELHAS DESLANADAS MANTIDAS EM REGIME DE

PASTO E SUPLEMENTADAS

Pós-Graduanda: Fernanda Patrícia Gottardi

Orientadora: Prof

a

Dr

a

Gisele Zoccal Mingoti

Co-orientadora: Profª Drª Jacira Neves da Costa Torreão

Tese apresentada à Faculdade de Ciências

Agrárias e Veterinárias – UNESP, Câmpus de

Jaboticabal, como parte das exigências para a

obtenção do título de doutora em Medicina

Veterinária (Reprodução Animal).

(2)

Gottardi, Fernanda Patricia

G685d Desempenho reprodutivo e produtivo de ovelhas deslanadas

mantidas em regime de pasto e suplementadas. / Fernanda Patricia

Gottardi. – – Jaboticabal, 2012

xv, 119 f .: il. ; 29 cm

Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de

Ciências Agrárias e Veterinárias, 2012

Orientador: Gisele Zoccal Mingoti

Banca examinadora: Carlo Aldrovandi Torreão Marques, Joaquim Mansano Garcia, Lia de Alencar Coelho, Vera Fernanda Martins Hossepian de Lima.

Bibliografia

1. Endocrinologia. 2. Reprodução Animal. 3. Ovinos. I. Título. II.

Jaboticabal-Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias.

CDU 619:612.6:636.3

(3)
(4)

DADOS CURRICULARES DO AUTOR

FERNANDA PATRICIA GOTTARDI - nascida em Jundiaí – SP, ao dia 05 do

mês de setembro de 1983; concluiu o ensino médio no Colegio Thathi-COC, na

cidade de Araçatuba – SP, em dezembro de 2000. Ingressou no curso de

Graduacao em Medicina Veterinária na Faculdade de Medicina Veterinaria da

Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” – UNESP, Araçatuba-SP,

em março de 2001. Concluiu o curso superior em Medicina Veterinária em dezembro

de 2006. Durante a graduação realizou estagio de iniciação cientifica sob orientação

da Profª. Drª. Gisele Zoccal Mingoti, junto à disciplina de fisiologia dos animais

domésticos, com bolsa de iniciação cientifica da FAPESP, processo nº 2004/112490.

Ingressou no curso de pós-graduação, nível de Mestrado, sob orientação da Profª.

Drª. Gisele Zoccal Mingoti, no Programa de Medicina Veterinária, Área de

Concentração em Reprodução Animal, na Faculdade de Ciências Agrárias e

Veterinárias Campus de Jaboticabal da Universidade Estadual Paulista – UNESP,

em março de 2007, com bolsa de mestrado da FAPESP, processo n0 2007/58577-8,

o qual concluiu em fevereiro de 2009, com a defesa da dissertação intitulada

“Inibição da maturação nuclear pela Butirolactona I durante o transporte de oócitos

bovinos destinados à produção in vitro de embriões (PIV). Realizou estágio docência

na faculdade de Medicina Veterinária na UNESP-Araçatuba junto à disciplina de

fisiologia dos animais domésticos I durante o segundo semestre de 2008. Aprovada

no curso de pós-graduação, ao nível de Doutorado em setembro de 2008, iniciou as

atividades em marco de 2009 no Programa de Medicina Veterinária, Área de

concentração em Reprodução Animal, na Faculdade de Ciências Agrárias e

Veterinárias - FCAV, Campus de Jaboticabal da Universidade Estadual Paulista –

UNESP. Ingressou como docente na Universidade Federal do Piauí, no Campus

Profª Cinobelina Elvas/ Bom Jesus-PI em março de 2010, onde atualmente é

professora assistente I vinculada ao curso de Medicina Veterinária, sendo

(5)

EPÍGRAFE

Bom mesmo é ir à luta com determinação,

abraçar a vida com paixão,

perder com classe

e vencer com ousadia,

porque o mundo pertence a quem se atreve

e a vida é "muito" para ser insignificante.

(Augusto Branco)

Não desista enquanto você ainda for capaz de fazer um esforço a mais.

É nesse algo a mais que está a sua vitória."

(6)

AGRADEÇO E DEDICO....

À Deus,

que me mostra como conquistar meus objetivos colocando em meu caminho

obstáculos e ao mesmo tempo anjos que me ensinam a voar. Tenho certeza que

sem SUA mão não teria chegado até aqui!

Aos meus pais,

Maria Cecília e Alcides Fernando,

por no momento da escolha de meu nome terem sonhado com a “Doutora Fernanda

Patrícia Gottardi”. O início de um grande sonho que me ensinaram a buscar.

Ao meu amigo, meu companheiro, meu amor,

Sammy Sidney,

que entre o frio e muito calor, entre as várias páginas deste trabalho e entre o odor

do aprisco e o cheirinho de amor permanece forte ao meu lado em rumo a novos

desafios.

Ao meu querido irmão,

Paulo Eduardo,

pelo amor, respeito, amizade, admiração e torcida.

A minha preciosa gatinha,

Leka,

que com seus miados, ronronares, lambidinha, “xêros” e olhares me mostra a

grandeza de um amor tão puro, que mesmo na ausência está comigo.

As ovelhas, carneiros e cordeiros deste experimento,

(7)

AGRADECIMENTOS,

À Universidade Estadual Paulista, em especial ao campus de Jaboticabal e

Araçatuba, todos seus funcionários e professores pelos ensinamentos, da

graduação ao doutorado, que são muito importantes na minha vida profissional.

À minha amiga orientadora Profª Drª Gisele Zoccal Mingoti, que mesmo depois de

tantos anos juntas no trabalho, continua me surpreendendo com sua postura

profissional e humana. Minha eterna orientadora, com quem tenho ainda muito a

aprender.

À minha co-orientadora Profª Drª Jacira Neves da Costa Torreão, por ter confiado

em mim ao me dar a oportunidade de desenvolver este trabalho em um campo tão

diferente do que estava acostumada, parceira deste e de muitos trabalhos que virão.

Aos professores das bancas de qualificação e defesa, Prof. Dr. Joaquim M. Garcia,

Profª Drª Vera F. M. H. de Lima, Drª Maria Emilia F. Oliveira, Prof. Dr. Wilter R. R.

Vicente, Prof. Dr. Carlo A. T. Marques, Profª Drª Lia A. Coelho, pela disponibilidade,

sugestões, conhecimentos, orientações e respeito, que muito contribuíram e ainda

contribuirão para o aperfeiçoamento deste trabalho.

Ao Prof. Dr. Guilherme de Pádua pela disponibilidade do laboratório de

Endocrinologia da Faculdade de Medicina Veterinária (UNESP- Araçatuba-SP) e

orientações sobre a técnica de radioimunoensaio, e as funcionárias do laboratório

Devani e Fernanda pela execução da técnica e atenção.

As colegas de Araçatuba, em especial, Beatriz e Nathália pela ajuda na organização

de minhas amostras, pelo abrigo em Araçatuba e pelos conhecimentos trocados e

agradável convívio durante estes anos compartilhando a mesma orientadora.

À Universidade Federal do Piauí, minha nova casa que me acolheu e me faz a

(8)

Ao Prof. M.Sc. Antônio de Souza Júnior, pela realização da inseminação artificial dos

animais, disponibilidade e atenção, pronto para ajudar sempre que solicitado.

Ao Prof. M.Sc. Alécio Matos Pereira, que por alguma obra do destino tem somado

comigo em muito trabalhos.

Aos estagiários, meus orientados Bruna, Rafael, Iago, Yago, Gláucia, Felipe, Elzon,

Isak e Luana Andrade, meus quase orientados Arturene, Sheila, Tairon, Lucas,

Luzia, Cecília, Arthur, Isabelle, João Paulo, Márcia, Glau, Nathália, Cezário, Luana

Saraiva, Maíra, Clayton, Raimundo, ..., enfim, a todos alunos que passaram ou

permaneceram no aprisco, que além de me ajudarem na mão de obra de todo

experimento me ensinaram acima de tudo a orientar como professora e a trabalhar

como colegas.

Aos funcionários do aprisco, pela ajuda com os cuidados dos animais.

Ao Prof. M.Sc. Manoel Lopes da Silva Filho pela auxilio na hora desesperada da

cesariana da ovelha.

Aos colegas de trabalho, em especial, Profª. Drª Leilane R. Barros Dourado e Prof.

M.Sc. Daniel Biagiotti, amigos que me ajudaram a me inserir neste novo mundo;

Profª Drª Adriana C. Mancin, Profª Drª Luciana P. Machado e Profª Drª Katiene R. S.

Souza, grandes amigas que me ajudaram a relaxar no meio do tumulto do

experimento.

A minha família, avós, Tia Helenice, Thaisa, Júnior, Gustavo, Vanessa e minha

sogra Zilneide, pelo amor, admiração e torcida.

A todas as pessoas que de perto ou de longe, de alguma forma ajudaram na

realização deste trabalho.

(9)

SUMÁRIO

Página

CERTIFICADO DA COMISSÃO DE ÉTICA DE USO ANIMAL ...

RESUMO ... v

vi

ABSTRACT ... viii

LISTA DE ABREVIATURAS ... x

LISTA DE TABELAS ... xii

LISTA DE FIGURAS ... xiv

CAPÍTULO 1- Considerações Gerais ... 1

1.1 Introdução ... 1

1.2 Objetivos... 3

1.2.1 Objetivo Principal... 3

1.2.2 Objetivos Específicos... 3

1.3 Revisão bibliográfica... 4

1.3.1 Caracterização dos grupos genéticos de ovinos deslanados... 4

1.3.1.1 Ovinos da raça Santa Inês... 4

1.3.1.2 Ovinos da raça Morada Nova... 5

1.3.1.3 Cruzamento de ovelhas nativas com reprodutor da raça Dorper. 6 1.3.2 Fisiologia Reprodutiva das ovelhas ... 7

1.3.2.1 Ciclo estral ... 7

1.3.2.2 Fertilização e implantação embrionária... 7

1.3.2.3 Gestação e lactação ... 8

(10)

1.3.3 Desempenho reprodutivo de ovinos deslanados criados na região

nordeste... 11

1.3.4 Nutrição e reprodução... 14

1.3.4.1 Escore da condição corporal... 15

1.3.4.2 “Flushing”... 16

1.3.4.3 Insulina ...……… 16

1.3.4.4 Leptina ... 17

1.3.4.5 Cortisol ... 20

1.4 Referências bibliográficas ... 21

CAPÍTULO 2. Desempenho reprodutivo de ovelhas Morada Nova e Santa Inês submetidas à “flushing”, inseminação artificial em tempo fixo (IATF) e repasse... 29

2.1 Introdução... 30

2.2 Material e Métodos... 32

2.2.1 Localização e período experimental... 32

2.2.2 Animais e manejo... 33

2.2.3 Suplementação alimentar (“Flushing”)... 33

2.2.4 Sincronização do estro... 34

2.2.5 Inseminação artificial em tempo fixo (IATF)... 34

2.2.6 Repasse com carneiro Dorper... 35

2.2.7 Diagnostico de prenhez... 35

2.2.8 Delineamento experimental e análise estatística... 36

2.3 Resultados... 37

2.4 Discussão... 44

(11)

2.6 Referências bibliográficas ... 52

CAPÍTULO 3. Desempenho produtivo de ovelhas Morada Nova e Santa Inês suplementadas durante o pré e pós-parto... 57

3.1 Introdução... 58

3.2 Material e Métodos... 59

3.2.1 Localização e experimental... 59

3.2.2 Animais e manejo... 60

3.2.3 Suplementação alimentar das matrizes... 61

3.2.4 Pesagens das matrizes e dos cordeiros ... 62

3.2.5 Delineamento experimental e análise estatística ... 62

3.3 Resultados... 64

3.4 Discussão... 71

3.5 Conclusões... 78

3.6 Referências bibliográficas ... 78

CAPÍTULO 4. Perfil hormonal do período de lactação e retorno da atividade cíclica ovariana de ovelhas Morada Nova e Santa Inês suplementadas durante o pré e pós-parto... 83

4.1 Introdução... 84

4.2 Material e Métodos... 85

4.2.1 Localização e período experimental... 85

4.2.2 Animais e manejo... 86

4.2.3 Suplementação concentrada... 87

4.2.4 Coletas de sangue e dosagens hormonais... 87

4.2.5 Delineamento experimental e análise estatística... 88

(12)

4.4 Discussão... 101

4.5 Conclusões... 110

4.6 Referências bibliograficas... 110

(13)
(14)

DESEMPENHO REPRODUTIVO E PRODUTIVO DE OVELHA DESLANADAS

MANTIDAS EM REGIME DE PASTO E SUPLEMENTADAS

(15)

ovelhas e o peso dos cordeiros foram verificados semanalmente durante todo período experimental. As médias dos efeitos significativos foram comparadas pelo teste de Tukey (p<0,05). Durante a estação de monta o peso e ECC das ovelhas variaram entre as semanas de suplementação (p<0,05). A taxa de estro foi de 88,2% após sincronização, sendo que 43,2% dos estros surgiram em até 24h após final do protocolo hormonal. A taxa de prenhez da IATF foi de 31,4% e após repasse com monta natural obteve-se 50,0% de prenhez, com o ECC interferindo (P<0,05) na fertilidade. A taxa de parto múltiplo foi maior (P<0,05) para ovelhas prenhes por IATF do que para ovelhas prenhes da monta natural. Verificou-se que o nível de suplementação de 1,5%PV resultou em maior (p<0,05) peso e ECC das ovelhas MN e SI durante a gestação. Para ovelhas SI o nível de suplementação interferiu (p<0,05) também durante a lactação, mas o nível de suplementação não apresentou efeito (p>0,05) no desempenho e eficiência de produção. Partos múltiplos resultaram em maior (p<0,05) peso e ECC das ovelhas SI durante a gestação, peso dos cordeiros e eficiência produtiva ao nascimento. Ovelhas MN apresentaram maior (p<0,05) eficiência de produção de cordeiros ao nascimento e ao desmame. Durante a lactação a taxa de estro foi de 54,2%, de retorno à atividade cíclica de 75,0%, de estro seguido de ovulação foi de 41,7% e de ovulação silenciosa de 79,2%, com manifestação de estro aos 52 dias pós-parto e retorno a atividade cíclica reprodutiva aos 48,5 dias pós-parto. Ovelhas SI com ECC 2,5-3,5 apresentaram retorno a atividade cíclica reprodutiva mais cedo e maior concentração plasmática de progesterona (p<0,05). A concentração de cortisol foi maior (p<0,05) em animais com ECC 1,0-2,0. A concentração de leptina foi maior (p<0,05) até 50 dias pós-parto, para ovelhas SI e para animais com ECC 2,5-3,5. A maior concentração de insulina foi verificada nos animais suplementados com 1,5%PV e com ECC entre 2,5-3,5. Houve correlação positiva (p<0,05) entre as concentrações plasmáticas de cortisol e leptina, insulina e cortisol, insulina e leptina. No entanto, não houve correlação (p>0,05) das concentrações destes hormônios com as concentrações de progesterona. Concluiu-se que o “flushing” resulta em ganho de peso e melhor condição corporal, garantindo a padronização do rebanho e alta fertilidade; o protocolo hormonal utilizado adianta o momento de estro e interfere na taxa de prenhez da IATF e de partos múltiplos. A suplementação ao nível de 0,5%PV garante bons resultados de produtividade. Durante a lactação ovelhas SI demonstram melhor restabelecimento da atividade reprodutiva. A condição corporal do animal interfere nas concentrações plasmáticas dos hormônios leptina, cortisol e insulina. Ovelhas deslanadas sofrem estresse do período de lactação e/ou da alta temperatura e baixa pluviosidade do ambiente, o que reflete em alterações do metabolismo energético.

(16)

REPRODUTIVE AND PRODUTIVE PERFORMANCE OF WOLLES REMAIN

UNDER PASTURE AND SUPLEMENTED

(17)

Tukey´s test (p <0.05). During the breeding season weight and BCS of ewes varied between weeks of supplementation (p <0.05). The estrous rate was 88.2% after synchronization, and 43.2% of estrous appeared within 24 hours after the end of the hormonal protocol. The pregnancy rate of TAI was 31.4% and after natural mating was obtained 50.0% of pregnancy, with BCS interfering (p<0.05) in fertility. The rate of multiple births was higher (p<0.05) in pregnant ewes for TAI than to pregnant ewes of the natural mating. It was found that the level of 1.5% BW supplementation resulted in higher (p<0.05) weigh and BCS of MN and SI ewes during pregnancy. For SI ewes level of supplementation interfered (p<0.05) also during lactation, but the level of supplementation had no effect (p>0.05) in performance and production efficiency. Multiple births resulted in higher (p<0.05) in weight and BCS SI ewes during pregnancy, weight of lambs at birth and productive efficiency. MN ewes had higher (p<0.05) efficiency of production lambs at birth and weaning. During lactation the estrous rate was 54.2%, return the cyclic activity of 75.0%, estrous followed by ovulation was 41.7% and 79.2% silent ovulation, with the expression of estrous happened 52 days postpartum and return the cyclic activity to 48.5 days postpartum. Sheep SI with BCS 2.5 to 3.5 had to return reproductive cyclic activity and higher plasma concentrations of progesterone (p<0.05). The cortisol concentration was higher (p<0.05) in animals with BCS 1.0 to 2.0. The leptin concentration was higher (p<0.05) up to 50 days postpartum, for SI and animals with BCS 2.5 to 3.5. The highest concentration of insulin was observed in animals supplemented with 1.5% BW and BCS between 2.5 to 3.5. There was positive correlation (p<0.05) between plasma concentrations of cortisol and leptin, insulin and cortisol, insulin and leptin. However, there was no correlation (p>0.05) concentrations of these hormones with progesterone concentrations. It was concluded that the "flushing" results in weight gain and better body conditions, ensuring standardization and high fertility, the hormonal protocol used advances the timing of estrus and interferes with the TAI pregnancy rate and multiple births. The supplementation level of 0.5% BW ensures good productivity results. During lactation SI ewes showed better return of reproductive activity. The body conditions interfere in plasma concentrations of leptin, insulin and cortisol. Ewes suffer stress of lactation and / or high temperature and low rainfall environment, which reflects changes in energy metabolism.

(18)

LISTA DE ABREVIATURAS

CV – coeficiente de variação

DIC – delineamento inteiramente casualizado

DPPE – dias após o parto para retorno a manifestação do primeiro estro

DPPRAC – dias após o parto para o retorno a atividade cíclica ovariana

CECC – classe de escore da condição corporal

ECC – escore da condição corporal

ECCI – escore da condição corporal no inicio do “flushing”

ECCIATF – escore da condição corporal no momento da IATF

ECCF – escore da condição corporal no final do “flushing”

EC – eficiência de produção de cordeiro

ECDP – eficiência de cordeiro ao desmame com peso da ovelha ao parto

ECDD – eficiência de cordeiro ao desmame com peso da ovelha ao desmame

eCG – gonadotrofina coriônica equina

FSH – hormônio folículo estimulante

GnRH – hormônio liberador de gonadotrofina

GPIIATF – ganho de peso do início da suplementação até a IATF

GPIATFF – ganho de peso do momento da IATF até o final da suplementação

GPS – ganho de peso semanal

IATF – inseminação artificial em tempo fixo

IGF-I – fator de crescimento semelhante a insulina

LH - hormônio luteinizante

MAP – medroxiprogesterona

mg – miligrama

Mhz – mega-hertz

mm – milímetro

MN – Morada Nova

nº - número

PIATF – prenhez resultante da inseminação artificial em tempo fixo

(19)

PREP – prenhez resultante do repasse com monta natural

PROD – produtividade ao desmame

PT – prenhez total

PV – peso vivo

RAC – retorno à atividade cíclica ovariana

RETE – retorno ao estro

SI – Santa Inês

°C - graus Celsius

Kg – quilograma

kDa - Kilodalton

(20)

LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO 2

Tabela 1. Médias e erro padrão da média do peso (kg) e escore da condição corporal (ECC) das ovelhas Morada Nova de Santa Inês em função dos efeitos da raça, semana de suplementação e classe de ECC durante a estação de cobertura...

38

Tabela 2. Ganho de peso médio semanal (kg) e erro padrão da média das ovelhas

do início do “flushing” até o final da estação de cobertura ... 40

Tabela 3. Taxas de prenhez por IATF (PIATF), de retorno ao estro (RETE), de

prenhez após repasse (PREP) e de prenhez total (PT) durante a estação

reprodutiva de ovelhas Morada Nova e Santa Inês ... 42

Tabela 4. Taxa de estro (ESTRO), de prenhez por IATF (PIATF) e prenhez após

monta natural no repasse (PREP) de acordo com o ECC no momento... 44

CAPÍTULO 3

Tabela 1. Peso médio (kg) e erro padrão da média das ovelhas durante o final da

gestação e lactação de acordo com os efeitos de suplementação, classe de escore

da condição corporal (ECC) e semana de suplementação ... 65

Tabela 2. Interações dos efeitos raça e suplementação sobre o peso médio (kg) das ovelhas Morada Nova e Santa Inês durante o final da gestação e lactação...

67

Tabela 3. Média e erro padrão da média do peso vivo (kg) e escore da condição corporal (ECC) das ovelhas no parto e no desmame em função dos efeitos da raça, nível de suplementação e tipo de parto...

(21)

Tabela 6. Média e erro padrão da média da produtividade ao nascer (PRODN), eficiência de cordeiro ao nascimento (EC), eficiência de cordeiro ao desmame com peso da ovelha ao parto (ECDP), eficiência de cordeiro ao desmame com peso da ovelha ao desmame (ECDD) e produtividade ao desmame (PRODD) em função da raça e tipo de parto... 70

CAPÍTULO 4

Tabela 1. Médias e erro padrão da média do número de dias após o parto para apresentação do primeiro estro (DPPE) e do número de dias após o parto para o retorno a atividade cíclica (DPPRAC) durante a lactação em função da raça, nível de suplementação e classe de ECC... 90

Tabela 2. Médias e erro padrão da média das concentrações plasmáticas de progesterona em função da raça, nível de suplementação, classe de escore da condição corporal e tempo (dias) pós-parto... 93

Tabela 3. Interação dos efeitos da raça e suplementação com a classe de ECC sobre a concentração plasmática de progesterona (ng/mL) durante o período de lactação...

94 Tabela 4. Médias e erro padrão da média das concentrações plasmáticas de cortisol, leptina e insulina em função da raça, nível de suplementação, classe de escore da condição corporal (ECC) e do tempo (dias) pós-parto...

(22)

LISTA DE FIGURAS

CAPÍTULO 2

Figura 1. Manejo reprodutivo do início ao final da suplementação alimentar durante a estação de cobertura de ovelhas da raça Morada Nova e Santa Inês... 35

Figura 2. Número de ovelhas Morada Nova (MN) e Santa Inês (SI) em cada classe de escore da condição corporal no início do “flushing” (ECCI), no momento da IATF (ECCIATF) e no final do “flushing” (ECCF)... 39

Figura 3. Porcentagem de detecção de estro em ovelhas Morada Nova e Santa Inês após 12, 24, 36 e 48 horas da retirada de esponja de progestágeno (MAP) e do período total... 41 Figura 4. Porcentagem de partos múltiplos de acordo com a raça, origem da prenhez e classe de escore da condição corporal (CECC)... 43

CAPÍTULO 3

Figura 1. Desenvolvimento ponderal das ovelhas Morada Nova (MN) e Santa Inês (SI) suplementadas com concentrado ao nível de 0,5% e 1,5% do peso vivo durante o pré e pós-parto... 66

Figura 2. Taxa de mortalidade ao nascimento e mortalidade ao desmame (MORTD) de acordo com a raça, nível de suplementação materna, tipo de parto e total... 71

CAPÍTULO 4

Figura 1. Concentrações plasmáticas de progesterona e dia de manifestação de estro ( ) de acordo com a raça (Morada Nova - MN e Santa Inês - SI) e com o nível de suplementação concentrada (0,5 e 1,5% do peso vivo) durante as semanas de lactação...

91 Figura 2. Concentrações plasmáticas de cortisol de acordo com a raça (Morada

Nova - MN e Santa Inês - SI) e com o nível de suplementação concentrada (0,5

e 1,5% do peso vivo) durante as semanas de

lactação...

(23)

Figura 3. Concentrações plasmáticas de leptina de acordo com a raça (Morada Nova - MN e Santa Inês - SI) e com o nível de suplementação concentrada (0,5 e 1,5% do peso vivo) durante as semanas de lactação...

97 Figura 4. Concentrações plasmáticas de insulina de acordo com a raça (Morada Nova - MN e Santa Inês - SI) e com o nível de suplementação concentrada (0,5 e 1,5% do peso vivo) durante as semanas de lactação...

(24)

CAPÍTULO 1- Considerações Gerais

1.1 Introdução

O efetivo ovino do Brasil é composto por 16.811.721 milhões de animais, na

região Nordeste são criados 9.566.968 milhões de cabeças, perfazendo um total de

56,9% do rebanho nacional. O Estado do Piauí é o quarto maior produtor desta

região, com um rebanho de 1,38 milhões de cabeças, composto em sua maioria por

ovinos deslanados dos grupos genéticos Santa Inês, Morada Nova e Somalis

Brasileira (PPM/IBGE, 2011).

A criação de ovinos deslanados é uma atividade que apresenta grande

potencial produtivo (tanto para carne como para pele), pois estes animais

apresentam alta eficiência para ganho de peso nos primeiros seis meses de vida e

período gestacional curto (5 meses). Adicionalmente, o mercado é ávido,

caracterizado pela procura maior que a oferta. Porém, tem-se observado baixos

índices de desempenho, em razão da utilização de sistema produtivo extensivo,

associado a nenhuma seleção genética, a falta de manejo reprodutivo e alimentação

inadequada, sobretudo durante o período seco, (TORREÃO, 2007).

É possível aumentar a produtividade no semiárido nordestino com técnicas

nutricionais e reprodutivas sem grandes custos para o produtor, entre essas

ressalta-se: a suplementação alimentar com o fornecimento mínimo de concentrado

contendo o máximo de ingredientes que possam ser produzidos pelo próprio

produtor (TORREÃO, 2008); o cruzamento de fêmeas Santa Inês ou Morada Nova

com macho Dorper, animais de uma região com características edafoclimáticas

semelhantes às do nordeste brasileiro que levaria a obtenção de mestiços com

melhor conformação de carcaça (QUESADA et. al., 2002); ou ainda, a realização da

inseminação artificial em tempo fixo (IATF) para facilitar o melhoramento genético e

o manejo reprodutivo (BIEHL, 2009).

Independente do sistema de produção empregado, o manejo nutricional e

reprodutivo deve ser um processo cuidadoso, pois é a partir dele que se iniciam os

(25)

manejo nutricional e reprodutivo deve-se avaliar frequentemente o Escore de

Condição Corporal (ECC), uma maneira simples e prática de se determinar o estado

nutricional de um animal (CÉSAR; SOUZA, 2007).

A avaliação final do manejo reprodutivo é dada pela eficiência reprodutiva a

partir da taxa de natalidade, prolificidade, mortalidade ao desmame e retorno da

atividade cíclica pós-parto associado à determinação plasmática de progesterona.

Além disso, hormônios metabólicos relacionados com os processos nutricionais e

reprodutivos, como, insulina, leptina e cortisol, quando mensurados ao longo da

estação de monta ou no período pós-parto podem ser utilizados na tentativa de

explicar essa relação entre nutrição e reprodução.

Embora estejam bem estabelecidos os efeitos da nutrição sobre a

reprodução de ruminantes, há poucos estudos direcionados a ovelhas Santa Inês e

Morada Nova. O conhecimento de parâmetros nutricionais, hormonais e

reprodutivos, específicos de ovelhas deslanadas, tem por finalidade orientar as

estratégias de manejo, na tentativa de se obter índices reprodutivos satisfatórios

para as condições ambientais na qual esses grupos genéticos se desenvolveram.

Considerando ainda que, os genótipos deslanados podem ser utilizados nos

programas de cruzamento como genótipo materno ou paterno, contribuindo de forma

significativa para o aumento das taxas reprodutivas dos rebanhos, além de conferir

(26)

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Principal

Avaliar o desempenho produtivo e reprodutivo de ovelhas deslanadas da raça

Santa Inês e Morada Nova em regime de pasto e suplementadas.

1.2.2 Objetivos Específicos

Verificar a eficiência reprodutiva de ovelhas Morada Nova e Santa Inês

criadas a pasto e submetidas a “flushing”, a inseminação artificial em tempo fixo

(IATF) e repasse durante uma estação reprodutiva;

Analisar o efeito dos níveis de suplementação, do escore da condição

corporal, semanas de suplementação e tipo de parto no desempenho produtivo e

eficiência reprodutiva de ovelhas Santa Inês e Morada Nova;

Acompanhar o desempenho ponderal dos cordeiros até o desmame

verificando os efeitos do nível de suplementação materna, tipo de parto e sexo;

Identificar o primeiro estro pós-parto e o retorno à atividade cíclica ovariana

em ovelhas deslanadas suplementadas a pasto durante a metade final da gestação

e lactação.

Analisar o efeito da raça (Santa Inês e Morada Nova), nível de suplementação

(0,5 e 1,5%PV) e da condição de escore corporal médio do período de lactação

sobre as concentrações plasmáticas de progesterona, cortisol, leptina e insulina.

Correlacionar as concentrações plasmáticas desses hormônios no retorno à

(27)

1.3 Revisão bibliográfica

1.3.1. Caracterização dos grupos genéticos de ovinos deslanados

Segundo Paiva et al. (2005), os grupos genéticos naturalizados de ovinos

brasileiros são constituídos em geral por animais de pequeno porte, e que até o

momento foram submetidas a baixas taxas de seleção artificial e melhoramento

genético, sendo pouco especializadas na produção de carne e pele, porém,

apresentam alta resistência a doenças e a parasitas.

Os grupos genéticos ovinos de clima tropical são caracterizados por animais

de pêlo curto, bastante rústicos e adaptados às condições ambientais. No entanto,

em termos de produtividade são mais tardios, quando comparados aos grupos

genéticos ovinos oriundos de regiões de clima temperado (CAMBELLAS, 1993).

Gonzáles-Stagnaro (1993) afirma que os ovinos de grupos genéticos tropicais

combinam seus atributos de rusticidade e adaptação com maior produção numérica,

apesar de parecerem pequenos e descarnados, tratam-se de animais compactos,

sem gordura e com adequado desenvolvimento corporal.

1.3.1.1 Ovinos da raça Santa Inês

O grupo genético Santa Inês foi desenvolvido no Nordeste brasileiro, mais

especificamente no Estado da Bahia, como resultado do cruzamento intercorrente

entre ovinos dos grupos genéticos Bergamácia, Rabo Largo, Morada Nova e animais

crioulos da própria região (PAIVA, 2005). São ovinos deslanados, de grande porte,

mochos, com pelagem variada. Os machos quando adultos chegam a pesar de 80 a

100 kg e as fêmeas podem atingir de 60 a 70 kg (SILVA SOBRINHO, 2003).

A criação de ovinos Santa Inês para produção de carne e pele tem

despertado o interesse dos criadores, principalmente, em função do seu maior porte

e velocidade de crescimento, entretanto, do ponto de vista biológico é um material

genético novo, necessitando ainda de melhoria genética, principalmente, no que se

refere à qualidade de sua carcaça (VIEIRA et al., 2008). As fêmeas destes grupos

(28)

esses animais são mais exigentes e menos rústicos, o que demanda melhor recurso

forrageiro em função do maior porte (SILVA SOBRINHO, 2003).

Apesar de a raça ser de origem do nordeste, sabe-se que em temperaturas

ambientais elevadas os ovinos da raça Santa Inês e seus cruzamentos manifestam

insatisfação fisiológica (elevação da temperatura corporal, frequência respiratória e

cardíaca) e modificam seu desempenho (menor ganho de peso corporal, conversão

alimentar e rendimento de carcaça), na tentativa de manter a temperatura corporal

constante (RASLAN, 2011).

A raça Santa Inês vem adquirindo grande importância na ovinocultura

moderna, utilizada como raça pura ou para cruzamentos industriais. Conforme Silva

e Araújo (2000), a raça Santa Inês apresenta alta velocidade de crescimento e

produz carcaça de boa qualidade, sendo uma raça potencial para a produção do

meio sangue em cruzamentos industriais. Porém, poucos dados estão disponíveis

com relação aos parâmetros de peso ao nascer; peso ao desmame e peso

pós-desmame; taxa de parição; prolificidade; proporção sexual e idade à puberdade em

ovinos da raça Santa Inês.

1.3.1.2 Ovinos da raça Morada Nova

Os ovinos da raça Morada Nova constituem um dos principais genótipos

nativos de ovinos deslanados criados do Nordeste do Brasil. Esses animais foram

encontrados entre os anos 1937 a 1938, pelo Professor e Zootecnista Octávio

Domingues, em visita ao Município de Morada Nova, no Estado do Ceará. Nos anos

seguintes foram observados mais exemplares nos municípios de Quixadá,

Quixeramobim, Crateús, Sobral, Tauá, além de outras cidades do interior cearense e

no Estado do Piauí. Não se sabe ainda exatamente a origem genética destes

animais, mas é muito provável que a raça Morada Nova tenha contribuições tanto de

carneiros ibéricos quanto africanos, tendo os descendentes destes certamente

sofrido a ação seletiva das forças da natureza. Desta forma considera-se a raça

Morada Nova uma das principais raças nativas de ovinos deslanados do Nordeste

do Brasil.

Os ovinos deslanados da raça Morada Nova são animais mochos, com

(29)

chegam a pesar de 40 a 60 kg e as fêmeas de 30 a 50 kg de peso vivo (FACÓ et al.,

2008). São animais muito prolíficos com alta frequência de partos múltiplos, sem

estacionalidade reprodutiva e as fêmeas apresentem boa habilidade materna. São

muito rústicos e bem adaptados às condições edafoclimáticas do semiárido, onde

desempenham importante função social e econômica fornecendo proteína de

qualidade e pele de boa qualidade (SILVA SOBRINHO, 2006).

Por outro lado, ovinos Morada Nova apresentam baixo ganho de peso e baixa

qualidade de carcaça reduzindo índices produtivos (FACÓ et al., 2008). Porém

deve-se ressaltar que a raça Morada Nova apredeve-senta pequeno porte e,

consequentemente, os pesos às várias idades tendem a ser mais baixos quando

comparados com os pesos de outras raças de maior porte, assim como, o ganho em

peso depende não apenas do potencial genético dos animais, mas

fundamentalmente de um suporte alimentar adequado em quantidade e qualidade, o

que na maioria das vezes não é provido.

Sendo assim, a prolificidade, a qualidade de pele, a rusticidade e adaptação

às condições de produções hostis do semiárido nordestino, sendo capaz de obter

elevadas taxas de fertilidade mesmo sob condições menos favoráveis, faz da raça

Morada Nova um material genético de extrema importância para o produtor de carne

ovina do Nordeste. No entanto, os rebanhos dessa raça vêm reduzindo de tamanho

a cada ano, sendo que muitos criadores têm optado pela criação de outras raças

como a Dorper e, principalmente, a Santa Inês. Tal fato, somado ao cruzamento

indiscriminado com animais de raças exóticas, tem posto em risco a existência e a

preservação deste importante genótipo (FACÓ et al., 2008). Além do mais, a raça

Morada Nova ainda é muito pouco estudada, portanto, verifica-se a necessidade de

um maior esforço para preservar e caracterizar o germoplasma desta raça.

1.3.1.3 Cruzamento de ovelhas nativas com reprodutor da raça Dorper

Em geral, raças localmente adaptadas ou simplesmente locais do Nordeste

brasileiro são adaptadas às condições edafoclimáticas dessa região, porém carecem

de precocidade de acabamento e qualidade de carcaça (BARROS et al., 2005).

A raça Dorper, originária da África do Sul, é um composto das raças Dorset

(30)

raça apresenta alta taxa de desenvolvimento e crescimento da carcaça com boa

conformação (SOUZA; LEITE, 2000) e tem sido muito utilizada em cruzamento com

ovelhas nativas deslanadas.

1.3.2. Fisiologia Reprodutiva das ovelhas

1.3.2.1. Ciclo estral

Nas ovelhas o ciclo estral tem duração de 17 ± 2 dias, e se divide em uma

fase luteal, que se estende desde o dia 2 (estro = dia 0) do ciclo, até

aproximadamente o dia 13, e uma fase folicular, desde o dia 14 até o dia 1. O pico

do LH conduz à ovulação do folículo pré-ovulatório e também da estrutura folicular

remanescente, com a subseqüente formação do corpo lúteo (CL). Enquanto o corpo

lúteo se desenvolve, as concentrações de progesterona secretadas aumentam.

A progesterona secretada durante a fase luteal exerce vários efeitos durante o

ciclo estral: 1) realiza um “priming” sobre os centros comportamentais do cérebro, de

forma tal que o comportamento de cio será induzido por um aumento posterior dos

estrógenos na fase folicular; 2) modula o desenvolvimento folicular de forma que o

próximo pico de LH induzirá a formação de um corpo lúteo normal; 3) inibe a

secreção uterina do hormônio prostaglandina (PGF2α) durante os primeiros dias da fase luteal; e 4) suprime a freqüência de pulsos de hormônio liberador de

gonadotrofina (GnRH) inibindo a secreção tônica de LH.

O estro ocorre na última parte da fase folicular, período relativamente curto,

sendo 2-3 dias na ovelha, esse período varia com a idade, genótipo, situação

geográfica e contato com os machos. O estro é mais curto se as fêmeas estão em

contato contínuo com os machos. As condições de transporte e sobrevivência de

espermatozóides no trato genital da fêmea dependem do estádio do ciclo estral, ao

final deste as condições são de deterioração (JANUDEEN; WAHID; HAFEZ, 2005).

1.3.2.2. Fertilização e implantação embrionária

A fecundação nos animais domésticos ocorre na ampola, região do oviduto, e

se caracteriza pela fusão do oócito com um espermatozóide dando lugar à formação

(31)

ocorra a fecundação os gametas masculinos necessitam ultrapassar as barreiras

naturais do trato genital da fêmea para se encontrarem com os oócitos na ampola do

oviduto. Um só espermatozóide é necessário para fecundar um oócito, porém são

muitos os requeridos no útero e oviduto a fim de assegurar a fecundação. Os

espermatozóides sobrevivem no útero e oviduto cerca de 10 a 12 horas. A vida do

oócito é de 12 a 24 horas. Se qualquer dos gametas estiver envelhecido não

ocorrerá à fecundação e se ocorrer o embrião formado pode desenvolver-se com

anormalidade e degenerar (JANUDEEN; WAHID; HAFEZ, 2005).

1.3.2.3 Gestação e lactação

A gestação das ovelhas dura aproximadamente 21 semanas, compreendendo

um período que pode variar de 145 a 160 dias, ou seja, em torno de 5 meses. De

acordo com CUNHA et al., (1999), o período de gestação é considerado em duas

fases distintas.

A primeira fase da gestação é o período correspondente aos dois primeiros

terços, ou seja, os três primeiros meses ou até 90 a 100 dias de gestação. Neste

período ocorre a diferenciação dos órgãos e tecidos, assim como o crescimento do

feto de até 30% de seu peso corporal, numa faixa de peso entre 0,5 a 1,0 kg. Neste

período da gestação pode ser fornecida uma alimentação, que satisfaça as

exigências nutricionais de mantença das matrizes. Porém, não deve ocorrer restrição

alimentar nas primeiras 3 a 4 semanas após a cobertura, para que não ocorra

redução nos índices de concepção, bem como não comprometer a implantação do

embrião no útero e desenvolvimento placentário.

A segunda fase da gestação é o período correspondente ao terço final, ou

seja, a partir dos 100 dias da gestação ou últimos 50 a 60 dias antes do parto. Neste

período o feto irá crescer 70% do seu peso corporal e nas ovelhas observa-se o

início da produção de leite, ao redor de 30 dias antes do parto. Neste período as

matrizes devem receber a melhor alimentação possível, em quantidade e qualidade,

porque nesta fase as exigências nutricionais da ovelha gestando um cordeiro

(32)

O desenvolvimento mamário se inicia no final da gestação, ao redor de 30

dias antes do parto, sendo considerada a primeira fase da lactação, a qual está

relacionada com a alimentação adequada da ovelha (SUSIN, 1996). A segunda fase

da lactação se dá quando se estabelece o fluxo normal do leite, isto é, no período

pós-parto, ocorrendo a maior produção de leite da ovelha durante a 4ª ou 5ª

semana. A alimentação nestes períodos: primeira e segunda fase da lactação, é

fundamental porque o crescimento do cordeiro, nas primeiras semanas de vida,

depende exclusivamente do leite materno (CUNHA et al., 1999).

1.3.2.4 Retorno à atividade cíclica reprodutiva e progesterona

Sistemas de produção de ovinos mais intensivos buscam um intervalo entre

partos inferior ou igual há oito meses, para alcançar esta meta, a ovelha deve

conceber durante os três primeiros meses pós-parto, sendo necessário à ocorrência

de, pelo menos, um estro ovulatório nesse período. Assim, a capacidade reprodutiva

dos pequenos ruminantes está relacionada ao retorno da atividade ovariana

pós-parto, com presença de estros ovulatórios que dependem de modificações ocorridas

no organismo durante o anestro lactacional. Dentre as modificações ocorridas estão:

a involução uterina e a síntese e secreção de hormônios gonadotróficos, com

crescimento e maturação folicular, ovulação, formação de corpo lúteo e luteólise,

caracterizando-se, portanto, o restabelecimento do sincronismo do eixo

hipotalâmico-hipofisário-ováriano e uterino (SIMPLÍCIO et al., 1989).

No início da lactação, os hormônios hipofisários estão mais dirigidos para a

síntese e secreção de leite, do que para a restauração da atividade cíclica dos

ovários, resultando em um período de anestro pós-parto (MAIA; COSTA, 1998). O

impedimento da liberação de GnRH, FSH e LH ou a não-resposta dos folículos

ovarianos aos estímulos das gonadotrofinas podem bloquear a atividade ovariana.

A secreção de LH no pós-parto é inicialmente baixa, começando a aumentar

após 10-20 dias. Já a secreção de FSH aumenta progressivamente desde os

primeiros dias pós-parto, apresentando valores máximos por volta dos 20 dias,

favorecendo assim o desenvolvimento folicular. Este aumento é possível, graças a

(33)

da freqüência de secreção de GnRH e/ou por efeito do “feedback” positivo do

estradiol proveniente dos folículos em desenvolvimento. Entretanto a secreção

pulsátil de LH não vem acompanhada inicialmente do pico pré-ovulatório de LH, que

é observado posteriormente.

A ausência do pico pré-ovulatório de LH é resultado do esgotamento do

estoque de LH durante a gestação devido ao efeito negativo e prolongado de

hormônios esteróides, principalmente do estradiol, sobre o hipotálamo, diminuindo a

liberação de GnRH e consequentemente o estímulo à síntese e liberação de LH pela

adenohipófise com depressão de seus receptores (NISWENDER; NETT, 1988). A

resposta de LH ao GnRH exógeno, começa a ser evidente depois do dia 20

pós-parto, o que significa que nos primeiros dias do pós-parto ainda não ocorre

regularização no número de receptores para GnRH na hipófise (PETERS;

LAMMING, 1990).

No entanto o período de anestro pós-parto ainda pode se prolongar em

animais sujeitos a estresse, como o estresse nutricional pelo balanço energético

negativo do final da gestação e início da lactação. Sabe-se que em animais sob

estresse o aumento da concentração plasmática de opióides endógenos inibe a

liberação de GnRH, produzindo um prolongamento do anestro pós-parto, tanto em

ovinos como em bovinos (YAVAS; WALTON, 2000).

Por este desequilíbrio hormonal o primeiro ciclo ovárico depois de um período

de anestro não vem precedido de sintomas de estro, e tanto sua duração como a

secreção de progesterona por parte do corpo lúteo, são inferiores ao normal. São

necessárias uma ou duas ovulações antes que apareça a primeira receptividade

sexual e, portanto, o começo da fertilidade (ELOY; SOUZA, 1999).

Portanto, para se evitar um estresse nutricional pós-parto as fêmeas devem

ser bem alimentadas no final da prenhez, para que possam apresentar atividade

ovariana pós-parto compatível com o ciclo estral normal, mais precocemente, o que

implicará na diminuição do intervalo entre partos (ELOY; SOUZA., 1999). Para

GONZÁLEZ-STAGNARO (1993) a duração do anestro pós-parto, normalmente

observado nos pequenos ruminantes criados nos trópicos, depende do manejo

(34)

crias em amamentação e da presença do macho. Geralmente, o balanço energético

negativo causa atraso na reativação do ovário com longos períodos de anestro,

estros silenciosos, ciclos estrais curtos e com baixa fertilidade (ELOY et al., 2011).

Sendo assim, nem sempre a atividade ovariana pós-parto está acompanhada

de concentrações e atividades hormonais normais de um ciclo estral. Por isso, para

o monitoramento da atividade ovariana nas diversas espécies domésticas tem sido

realizada a dosagem das concentrações de progesterona circulante, em cabras e

ovelhas (MORALES-TERÁN et al., 2004; ELOY et al., 2011), uma vez que refletem

diretamente a função do corpo lúteo, que é o mais importante para que uma fêmea

consiga assegurar uma próxima gestação.

Durante o ciclo estral, a concentração de progesterona basal é de 0,2 ng/mL,

ao dia 4 do ciclo ocorre uma clara elevação da concentração de progesterona no

plasma sanguíneo, que alcança um pico de 2 a 4 ng/mL no dia 7, para em seguida

diminuir rapidamente a partir do dia 15, em torno de 36 horas antes do período de

receptividade sexual (ROBERTSON, 1984). Concentrações basais de progesterona

permitem o aumento da freqüência de pulso de LH, mas a onda de LH não ocorre,

proporcionando, assim, persistência do folículo dominante (RUBIANES, 2004).

Assim, considera-se o reinício da ciclicidade ovariana quando as

concentrações de progesterona são maiores do que 1,0 ng/ml (SENGER, 2003).

Sendo assim, este valor é um indicador da função ovariana normal já que

imediatamente após o parto as concentrações de progesterona circulantes estão

abaixo deste valor. No entanto, há autores (MORALES-TERÁN et al., 2004;

AZEVEDO et al; 2002) que consideram como indicativo de retorno a atividade

ovariana valores acima de 0,5ng/ml de progesterona circulante, em duas coletas

consecutivas.

1.3.3 Desempenho Reprodutivo de ovinos deslanados criados na região

nordeste

É entendido como eficiência reprodutiva o somatório da fertilidade, da

prolificidade e da sobrevivência dos cordeiros ao desmame. No entanto, vale

(35)

fertilidade e da prolificidade, enquanto a sobrevivência dos cordeiros está associada

à alimentação adequada durante o período pré-parto até o desmame aliado à

habilidade materna (AZEVEDO; MARTINS FILHO, 2000). A sobrevivência dos

cordeiros e as características reprodutivas, tais como, prolificidade, fertilidade e

intervalo de partos são as características de maior importância econômica

observadas em ovinos deslanados(MORAIS, 2005).

Em experimento conduzido na Embrapa Caprinos, Sobral - CE, durante

estação seca, a despeito do baixo desempenho geral atribuído às adversidades

estacionais, foi verificado um desempenho reprodutivo superior dos ovinos Morada

Nova, que se mostraram mais precoces, apresentando o primeiro estro cerca de

13% mais cedo do que a raça Santa Inês, mais férteis e produziram maior peso total

de crias até um ano de idade do que os ovinos Santa Inês e os caprinos

Anglo-nubiano, Bhuj e Canindé, evidenciando a grande adaptação destes ovinos a

condições ambientais mais hostis (SANTOS et al., 2007). Ainda quanto a fertilidade,

SILVA; ARAÚJO (2000) relataram que em ovelhas deslanadas esta não varia com a

idade.

A prolificidade é expressa o número médio de crias nascidas por parto.

Também pode ser expressa em termos percentuais, dividindo-se o número de crias

nascidas pelo número de matrizes paridas e multiplicando o resultado da divisão por

100 (ALBUQUERQUE, 2007). Em experimento realizado por Silva et al. (2000) foi

constatado que ovelhas Morada Nova apresentaram maior taxa de ovulação na

pastagem nativa quando comparadas às das raças Santa Inês e Somalis Brasileira,

com taxa de prolificidade em torno de 1,43.

Silva; Araújo (2000) constataram que a prolificidade em ovelhas crioulas e em

mestiças de Santa Inês aumentou com idade, sendo que as ovelhas com idade

acima de 3,5 a 4,5 anos foram mais prolíficas. Estudos constataram que ovelhas de

grupo genético Santa Inês acima da terceira ordem de parto, apresentaram maior

prolificidade ao parto e maior produção de peso de cordeiro, em comparação as

ovelhas de primeira e segunda ordem de parição (ALBUQUERQUE et al., 2007).

É importante mencionar que crias nascidas de partos múltiplos apresentam

menores pesos ao nascimento e maior mortalidade, já que a presença de mais de

(36)

levando assim à superioridade de peso observada em animais oriundos de partos

simples (LÔBO et al., 1992). Apesar dessa superioridade, é mais vantajoso,

economicamente, selecionar ovelhas com maior prolificidade, pois estas produzem

maior volume de carne ao abate, desde que se atenda à melhoria nas condições

ambientais e, principalmente, nas nutricionais (FIGUEIREDO, 1986).

A morte de um cordeiro antes do desfrute faz com que todo o esforço

produtivo e reprodutivo anterior (cio, cobertura, concepção, gestação, parto e

criação) seja perdido. Logo, é fácil compreender que a taxa de sobrevivência é uma

das características de maior impacto sobre a economicidade de um sistema de

produção de carne ovina. A sobrevivência depende de vários aspectos, dentre os

quais se destacam os controles sanitários de doenças infecciosas e parasitárias, a

habilidade da matriz em produzir leite, cuidar e alimentar sua cria e, principalmente,

a nutrição das matrizes e crias.

Fernandes et al. (2001) encontrou taxas de sobrevivência de cordeiros

Morada Nova de 82,2% e 66,4%, do nascimento à desmama do nascimento até um

ano de idade, respectivamente. Verificando ainda peso das crias ao nascimento de

3,01Kg e peso ao desmame de 10,62kg. Já para a raça Santa Inês observou-se

peso ao nascer de 4,0kg e peso ao desmame de 24,5kg. Deve-se, no entanto

considerar que o peso das crias é influenciado por sexo, tipo de parto potencial

genético e nutrição no período final da gestação (COSTA, 2007).

Poucos trabalhos comparam cruzamento de Doper com Santa Inês e Dorper

com Morada Nova, entre eles Carneiro et al. (2008) verificaram que o cruzamento

Dorper com Santa Inês garantiram melhores qualidade de caraça e assim maior

produtividade do que o cruzamento de Dorper com Morada Nova, por outro lado a

raça Morada Nova apresentam vantagens que estão relacionadas, principalmente, à

fertilidade e adaptação a ambientes muitas vezes inóspitos a outras raças.

A duração do anestro pós-parto dependerá do manejo nutricional prévio e da

condição corporal ao parto e está regulado pela época, estágio de lactação, número

de crias amamentadas grupo genético, idade ou ordem de parição (primípara ou

multípara), ocorrência de distorcia, pela produção leiteira, presença do reprodutor e

influência de problemas relacionados à gestação (PIRES; RIBEIRO, 2006). Devido a

(37)

concentração plasmática de progesterona pós-parto tem apresentado um intervalo

de tempo bastante variado entre trabalho com as diferentes raças de ovelhas

deslanadas. Em ovelhas Santa Inês, Eloy e Souza (1999) encontraram

concentrações de progesterona acima de 1 ng/ml, a partir do 21º dia, caracterizando

o reinício da atividade ovariana pós-parto. Por outro lado, Torreão (2007) e Leal

(2007), encontraram concentrações de progesterona ≥1,0 ng/ml apenas por volta dos 60 dias pós-parto.

1.3.4 Nutrição e reprodução

A nutrição influencia a fertilidade, diretamente através do fornecimento de

nutrientes específicos, que exercem efeitos sistêmicos no hipotálamo, através da

síntese de GnRH, na adeno-hipófise, pela síntese e liberação das gonadotrofinas,

FSH, LH e do hormônio do crescimento (GH), e nos ovários, por meio das regulação

do crescimento folicular e da síntese de esteróides, estrógeno e progesterona

(DISKIN et al., 2003). Além disso, a nutrição atua sobre as concentrações circulantes

dos hormônios e outros metabólitos que são requeridos para o sucesso da

reprodução, como insulina, leptina, cortisol e glicose (RONDINA et al., 2005).

Assim, o desempenho reprodutivo dos caprinos e ovinos depende da

nutrição e do manejo sanitário (SIMPLICÍO; SANTOS, 2005) e, por isso, rebanhos

bem nutridos geralmente apresentam índices reprodutivos satisfatórios e,

conseqüentemente, aumentam as produções de carne, leite e peles.

As funções reprodutivas, como a ciclicidade estral e o início da gestação, são

funções de baixa prioridade, dentro da escala de direcionamento dos nutrientes, e só

serão ativadas quando a demanda por manutenção, crescimento e reserva de

nutrientes forem supridas (FRANCO et al., 2004). Por isso, qualquer balanço

energético nutricional negativo age diretamente sobre a eficiência reprodutiva

causando modificação hormonal relacionada à reprodução. Sendo assim, a nutrição

pode afetar a atividade do estro, a taxa ovulatória e a sobrevivência embrionária em

ovinos (MORI et al., 2006). Segundo Scaramuzzi et al. (2006), Viñoles (2005) e

Robinson et al. (2002), a nutrição pode ainda ter reflexos sobre a concepção, peso

(38)

avaliado relacionando o peso e escore da condição corporal (ECC) com todos estes

parâmetros reprodutivos, assim como pela análise de hormônios metabólicos como

insulina e leptina que influenciam diretamente em funções reprodutivas.

1.3.4.1. Escore da Condição Corporal (ECC)

Em ovinos, o peso corporal é tido como uma medida indireta e pouco sensível

para se avaliar o estado nutricional dos animais. Nessa espécie, aspectos como a

presença ou ausência de lã, diferenças entre os grupos genéticos e o estado

gestacional, limitam o uso de peso para estimar o estado nutricional dos animais

(NRC, 2007). Por isso a avaliação do escore da condição corporal (ECC) tem sido

utilizada como ferramenta para ajustar o manejo nutricional e reprodutivo dos

rebanhos, com intuito de maximizar o potencial produtivo e minimizar as desordens

reprodutivas (CEZAR; SOUZA, 2006).

O método para análise do ECC, proposto por Russel et al. (1969) e adaptado

por Thompson; Meyer (1994), baseia-se na palpação da região dorsal da coluna

vertebral para avaliar a quantidade de gordura e músculo encontrado no ângulo

formado pelos processos dorsais e transversos das vértebras lombares, sendo

atribuídos valores de 1 a 5, onde 1 representa um animal esquelético, e 5 um animal

obeso. Desta forma tornou-se um instrumento útil no controle da alimentação, pois

há relação com distintas variáveis produtivas, como a fertilidade (MOLINA et al.,

1992), a prolificidade (PARAMIO; FOLCH, 1985) e o incremento da produção leiteira

das ovelhas (MOLINA et al., 1994).

Sabe-se que a nutrição adequada, de forma que a ovelha consiga parir com

condição corporal boa, e mantenha este escore durante o pós-parto, mesmo com os

transtornos relacionadas a esse período (estresse, balanço energético negativo,

lactação, etc.), acelera um equilíbrio de todas as funções normais da fêmea e

permite, além de maior aporte de leite para suas crias, acarretando em maior

desempenho dos cordeiros, um retorno precoce à atividade reprodutiva. No entanto

são poucas as informações sobre a relação entre ECC e a atividade sexual (COSTA et al., 2007).

De acordo com Rondon et al. (2001), o início do anestro foi relatado ser mais

(39)

com ovelhas com ECC médio para baixo, sendo que ECC acima de 3,5, causaram

efeitos deletérios sobre a atividade do estro.

1.3.4.2. “Flushing”

A maneira mais conhecida de melhorar a condição corporal, durante o

período de acasalamento, e alcançar melhor eficiência reprodutiva é a prática

denominada “flushing”. Essa prática de manejo nutricional consiste em proporcionar

aos animais uma dieta de alto nível energético, como também energético e protéico,

por algumas semanas, antes e durante o período de acasalamento, para que essas

fêmeas entrem no período de acasalamento ganhando peso, ou seja, melhorando

sua condição corpórea, com o propósito de aumentar a taxa de ovulação, a

fecundação e a implantação futura do embrião, melhorando a eficiência reprodutiva

dos rebanhos ovinos (BRANCA et al., 2000)

1.3.4.3 Insulina

A insulina é uma proteína globular relativamente pequena (5,7 kDa) que difere

entre as espécies, é secretada pelas células β das ilhotas pancreáticas em todas as espécies (KRASNOW; STEINER, 2006). Sabe-se que a insulina tem efeito

hipoglicêmico e que promove a formação de reservas no tecido periférico. A cada

minuto esse hormônio regula as concentrações de glicose e o movimento direto da

glicose, aminoácidos e possíveis ácidos graxos voláteis para o fígado e ou os

tecidos periféricos. Em ruminantes, devido à atividade microbiana ruminal e da

pouca ou nenhuma absorção de glicose no intestino delgado, o propionato e em

menor proporção o butirato, são potentes estimuladores da secreção de insulina

(BROCKMAN, 2005).

Nos processos reprodutivos das fêmeas, a insulina foi relatada como

importante moduladora do crescimento folicular, da esteroidogênese e da maturação

oocitária e conseqüentemente, do desenvolvimento embrionário (KRASNOW;

STEINER, 2006; KAWASHIMA et al., 2007). A insulina influencia a atividade

ovariana por meio da liberação de GnRH e da secreção de FSH, LH e progesterona,

(40)

hipofisárias, estimulando assim a produção de estradiol (KRASNOW; STEINER,

2006).

Durante a última década, tem-se evidenciado que não somente as

gonadotrofinas, FSH e LH, mas também a insulina, o fator de crescimento

semelhante à insulina, e a somatomedina (IGF-I), exerce importante papel na

fisiologia ovariana (PIRES; RIBEIRO, 2006). O tratamento combinando insulina e

FSH aumentou significativamente a secreção de progesterona pelas células da

granulosa do folículo incubadas in vitro (AMSTERDAM et al., 2002). Esses autores

também indicaram que a insulina age sinergicamente com o FSH na diferenciação

morfológica das células da granulosa, e ainda que a insulina promove o aumento da

capacidade de ligação do LH com seus receptores no folículo ovariano. De acordo

com Hernandez et al. (1988), a insulina estimula a produção de progesterona pelo

corpo lúteo, além de estimular a síntese de prostaglandinas (PGF2a).

O fornecimento de suplementação concentrada propicia o aumento nas

concentrações de glicose circulante e conseqüentemente de insulina, aumentando a

quantidade de receptores de LH nas células luteínicas estimulando a síntese de

progesterona (FRANCO et al., 2004).

Segundo Canfield; Butler (1991), a insulina pode ser o sinal para o ovário no

restabelecimento metabólico da prenhez e lactação, porque as concentrações de

insulina foram maiores para vacas não lactantes, sugerindo o papel limitante da

insulina sobre a atividade ovariana e receptividade à ação das gonadotrofinas.

CATUNDA (2011) verificou que ovelhas deslanadas suplementadas

apresentam maior concentração plasmática de insulina, sendo que esta sofre maior

variação em ovelhas da raça Santa Inês do que nas ovelhas Morada Nova. Foi

observada ainda correlação positiva entre os valores de insulina com leptina e

correlação negativa entre os valores de insulina e prolificidade. Porém demais

parâmetros de ovelhas deslanadas devem ser verificados para melhor compreensão

da fisiologia nutricional e reprodutiva da espécie.

1.3.4.4 Leptina

A leptina é um hormônio peptídico secretado pelos adipócitos que possui

(41)

funções reprodutivas, sendo considerado um marcador da interação nutrição e

reprodução (ZIEBA, 2008). No entanto, inicialmente os trabalhos foram realizados

em humanos e roedores visando o entendimento do mecanismo responsável pelo

controle da ingestão de alimentos e regulação do peso corporal. Apenas

recentemente iniciaram-se experimentos pesquisando sua influencia na reprodução

em outras espécies animais como ruminantes, sendo assim, os dados para esta

espécie ainda são escassos.

Receptores deste hormônio são encontrados em muitas áreas do cérebro que

tem implicações na regulação do balanço energético e da reprodução, além de ser

encontrado em outros tecidos, incluindo os ovários (SAHU, 2003). Diversos

trabalhos demonstram a influência da leptina na reprodução, sendo que os primeiros

comprovaram a partir da deleção dos genes de leptina terem levado a infertilidade

em ratos (AHIMA, 2000). Outros observaram que a infusão de leptina no hipotálamo

de ratos em jejum levou a liberação de GnRH e a normalização da indução GnRh/

LH (WATANOBE, 2002).

Em ruminantes sabe-se que a leptina atua em núcleos hipotalâmicos na

liberação de GnRH por meio da inibição do neuropeptídio Y (BERNE et al., 2004) e

consequentemente promove o aumento da pulsatilidade do LH na hipófise anterior

(KRASNOW; STEINER, 2006), mas alguns trabalhos demonstram que ela pode

ainda ter efeito direto na hipófise anterior (ZIEBA, 2008). Além disso, a leptina

exerce ainda regulação do crescimento folicular e da qualidade dos ovócitos

(BOLAND et al., 2001).

Outros autores observaram que a leptina pode ter efeito inibitório ou

estimulatório sobre a liberação de GnRH em função da espécie e do sexo

(BOCQUIER et al., 2004). Em ruminantes, o efeito estimulatório da leptina sobre o

eixo hipotalâmico-hipofisário-gonádico tem sido mais pronunciado, sobretudo em

animais submetidos a estresse nutricional (WILLIAMS; ZIEBA; AMSTALDEN, 2005;

KRASNOW ; STEINER, 2006).

As concentrações de leptina circulantes estão relacionadas de forma direta

com a quantidade de RNAm para a leptina no tecido adiposo, e a sua concentração

pode variar de acordo com a distribuição de gordura que é diferente entre os

Referências

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