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O processo saúde-doença-cuidado e a população em situação de rua

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Academic year: 2017

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O PROCESSO SAÚDE- DOENÇA- CUI DADO E A POPULAÇÃO EM SI TUAÇÃO DE RUA

1

Ander son da Silv a Rosa2 Mar ia Gabr iela Secco Cav icchioli3 Ana Cr ist ina Passar ella Br êt as4

Rosa AS, Cavicchioli MGS, Brêt as ACP. O processo saúde- doença- cuidado e a população em sit uação de rua. Rev Lat ino- am Enferm agem 2005 j ulho- agost o; 13( 4) : 576- 82.

Esse ensaio t r at a de for m a em pír ica e cont ex t ual o pr ocesso saúde- doença- cuidado na sua int er face com a pobr eza, enfat izando a pr oblem át ica de pessoas que v iv em na e da r ua. Est im ula a r eflex ão sobr e o papel t écnico, cient ífico e polít ico do( a) enfer m eir o( a) fr ent e à pr est ação do cuidado a essa população. Est á

est r ut ur ado em t r ês t ópicos: no pr im eir o apr esent a a pr oblem át ica do pov o em sit uação de r ua na cidade de São Pau lo, car act er izan d o su as p ecu liar id ad es, d est acan d o f or m as d e sob r ev iv ên cia. No seg u n d o, sit u a o cam po t eór ico do est u do discu t in do o pr ocesso saú de- doen ça- cu idado e a su a in t er face com a pobr eza, ao

m esm o t em po em qu e t r az par a discu ssão a qu est ão do cu idado de en f er m agem . Fin alm en t e, n o t er ceir o, pr ocu r a- se t ecer as con sider ações fin ais.

DESCRI TORES: saúde; doença; em pat ia; enfer m agem ; sem - t et o

HEALTH-SI CKNESS-CARE PROCESS AND THE STREET POPULATI ON

This paper gives an em pir ical and cont ext ualized pr esent at ion of t he healt h- sickness- car e pr ocess and it s relat ion wit h povert y, em phasizing t he problem of people who live in and of t he st reet . We t ry t o st im ulat e a reflect ion on t he t echnical, scient ific and polit ical funct ion of nursing care for t he st reet populat ion. This paper is st r uct ur ed in t hr ee t opics: fir st , w e pr esent t he pr oblem of people liv ing in t he st r eet s of São Paulo cit y ,

charact erizing t heir peculiarit ies and em phasizing w ays of survival. Next , w e sit uat e t he t heoret ical st udy area, discussing t he healt h- sick ness- car e pr ocess and it s r elat ion w it h pov er t y , as w ell as nur sing car e. Finally , w e pr esent som e final consider at ions.

DESCRI PTORS: healt h; disease; em pat hy ; nur sing; hom eless per sons

PROCESO SALUD- ENFERMEDAD- CUI DADOS Y LA POBLACI ÓN DE LA CALLE

Est e en say o t r at a, de m an er a em pír ica y con t ex t u al, el pr oceso salu d- en f er m edad- cu idados en su int er faz con la pobr eza. Dest aca la pr oblem át ica de las per sonas que no sólo v iv en en la calle com o t am bién

t ien en allí su m edio de su bsist en cia. Est im u la la r ef lex ión r espect o al papel t écn ico, cien t íf ico y polít ico de enferm eros ant e la acción de cuidar a ese t ipo de población. El t rabaj o est á est ruct urado en t res t ópicos: en el prim ero, se present a la problem át ica de los habit ant es de calle en la ciudad de São Paulo ( Brasil) , caract erizando

sus peculiaridades y dest acando las form as de sobrevida. En el segundo, se sit úa el cam po t eórico del est udio y se discut e el pr oceso salud- enfer m edad- cuidados en su int er faz con la pobr eza, adem ás de los cuidados en el ár ea de enfer m er ía. Por últ im o, en el t er cer t ópico, se pr esent a las consider aciones finales.

DESCRI PTORES: salud; enfer m edad; em pat ía; enfer m er ía; per sonas sin hogar

1 Trabalho ext raído da pesquisa de iniciação cient ífica subvencionada pelo PI BI C/ CNPq - 2003/ 2004, por m eio da Universidade Federal de São Paulo; 2

Graduando de Enferm agem , Bolsist a PI BI C/ CNPq, e- m ail: anderson.epm @bol.com .br; 3 Graduando de Enferm agem , e- m ail: m cavic@uol.com .br; 4

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I NTRODUÇÃO

O

present e ensaio t rat a de form a em pírica

e contextual o processo saúde- doença- cuidado na sua int erface com a pobreza, enfat iza a problem át ica de pessoas que v iv em na e da r ua na cidade de São Paulo. Ao discutir tal questão busca subsídios teórico-conceit uais que possam cont r ibuir com a for m ação de enferm eiros( as) crít icos, conscient es do seu papel t écn ico, cien t ífico e polít ico fr en t e à pr est ação do cuidado a essa população.

Fundam enta- se nas prem issas de que um dos papéis da universidade é instigar o pensam ento crítico e, par t icular m ent e, à univ er sidade pública com pet e b u sca r f o r m a s p a r a m i n i m i za çã o d o so f r i m e n t o h u m an o, in f lu en ciad o d e f or m a sig n if icat iv a p ela desigualdade social. Assim , contribuir com a form ação cidadã de enferm eiros( as) e, no que se ent ende por isso, passa pela necessidade de r eflet ir sobr e t ais desigualdades e est im ular educandos e educador es p a r a r e i n v e n t a r f o r m a s d e cu i d a r, t e n d o co m o pr essu post os básicos os pr in cípios dou t r in ár ios do Si st e m a Ún i co d e Sa ú d e ( SUS) : a e q ü i d a d e , u n iv er salid ad e e in t eg r alid ad e; e os p ar ad ig m as principialist as da Ét ica: aut onom ia, beneficência, não m aleficência e j ust iça.

Basead o n essas cr en ças e n a ex p er iên cia co m o cu i d a d o r d o “ p o v o d e r u a ” e m ca sa s d e con v iv ên cia, est e t ex t o est á est r u t u r ad o em t r ês tópicos: no prim eiro apresenta a problem ática do povo e m si t u a çã o d e r u a n a ci d a d e d e Sã o Pa u l o , ca r a ct e r i za n d o su a s p e cu l i a r i d a d e s, d e st a ca n d o form as de sobrevivência. No segundo, sit ua o cam po t eór ico d o est u d o, d iscu t in d o o p r ocesso saú d e-doença- cuidado e a sua int erface com a pobreza, ao m esm o t em p o em q u e se t r az p ar a d i scu ssão a quest ão do cuidado de enferm agem . Finalm ent e, no terceiro, procura- se em tecer as considerações finais.

O POVO EM SI TUAÇÃO DE RUA NA CI DADE

DE SÃO PAULO

O Brasil é considerado um a das dez m aiores e co n o m i a s i n d u st r i a i s d o m u n d o , e n t r e t a n t o , apresent a um a das piores dist ribuições de renda do

planet a, ocupando a 73ª posição no r anking m undial

do Í ndice de Desenvolvim ento Hum ano ( I DH)( 1). Essa

discr epância social se r epr oduz dent r o das cidades b r asileir as. Esse est u d o f oi r ealizad o t en d o com o

cenário a cidade de São Paulo, no ent ant o, poderia ter sido utilizado qualquer outro centro urbano do país, consider ando que a m isér ia r om peu os lim it es dos t errit órios geopolít icos, saiu dos bolsões de pobreza para os logradouros dos m unicípios de m édio e grande por t e br asileir os.

A cid ad e d e São Pau lo é con h ecid a com o sendo a t erra do t rabalho, da alt a concent ração do ca p i t a l e m á d i st r i b u i çã o d e r e n d a . É p a l co d a desigualdade social, agr av ada por quase dez anos de baix o cr escim en t o econ ôm ico. Apen as seis dos seus 96 dist r it os adm inist r at iv os t êm I DH elev ado, co r r e sp o n d e n d o a o p a d r ã o d e d e se n v o l v i m e n t o h u m a n o d a r e g i ã o e u r o p é i a , 4 0 % d o s d i st r i t o s possuem I DH m uit o baix o, indicando condições de vida sim ilar es às obser vadas nas r egiões afr icanas. A população r esident e nos seis dist r it os m ais r icos represent a 3,5% dos habit ant es da cidade, enquant o nos 38 m ais pobres residem 55,4% da população. Os b olsões d e m isér ia est ão d ist r ib u íd os p or t od a a

cidade( 1 ). É n esse espaço desigu al, on de h abit am

10434252 pessoas( 2), sendo 10394 em sit uação de

rua( 3) que foi const ruído o present e ensaio.

A definição de população de rua é difícil. A m ult iplicidade de condições pessoais, a div er sidade de soluções dadas à subsist ência e à m or adia são fatores que dificultam a form ulação de conceitos livres de am bigüidades. É const it uída por pessoas que não t ê m m o r a d i a , p e r n o i t a m e m a l b e r g u e s, n o s l o g r a d o u r o s d a ci d a d e, em ca sa s a b a n d o n a d a s, cem it érios, carcaças de veículos, t errenos baldios ou em depósit os de papelão e sucat a.

São m ilhar es de pessoas, de fam ílias, que

vivem na e da rua, ent ret ant o, quando organizadas,

pr efer em a denom inação de “ pessoas em sit uação d e r u a ”, v i sa n d o ca r a ct e r i za r o p r i n cíp i o d a t ransit oriedade desse processo de absolut a exclusão social, m esm o que, no fundo, m uitos saibam que sair da rua não é tão sim ples. As políticas públicas voltadas a essa população são basicam ent e com pensat ór ias, assist encialist as, r ar as v ezes v isam um pr oj et o de inclusão social.

Quando não são ignorados, são tratados com o obj etos da tutela estatal, da filantropia privada ou da caridade das igrej as. Se, por um lado, são tidos com o incôm odos ocupant es das v ias públicas, por out r o, sent em - se incom odados pelos olhar es que lhes são

direcionados( 4). A relação público- privado se m ist ura

no cot idiano do povo da rua.

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de Geografia e Est at íst ica ( I BGE) , um a vez que não possuem casa, por t ant o, não par t icipam de censos dem ogr áficos. Mesm o assim , est ão cada v ez m ais present es nas ruas, vít im as do desem prego, da falt a de m oradia, do aum ent o da m iséria provocada pela polít ica econôm ica recessiva, prat icada pelo governo f ed er al h á v ár ias g est ões. Além d esses f at or es é im port ant e salient ar que algum as pessoas vão para a rua em decorrência de problem as m ent ais, abuso de drogas lícit as e ilícit as e/ ou por vont ade própria.

Apesar das diferent es causas possíveis para a r u a se r a d o t a d a co m o l a r, se u s m o r a d o r e s part ilham inúm eras caract eríst icas. São t odos m uit o p o b r e s, p e sso a s p a r a a s q u a i s a l g u m a s d a s i n st i t u i çõ es b ási cas d a so ci ed ad e – p r o p r i ed ad e privada, fam ília, m ercado – deixaram de propiciar as est rat égias usuais de sobrevivência. A t raj et ória de vida que os levou às ruas desenha, na m aioria das vezes, um a seqüência de fat os e fracassos pessoais

e desam paro inst it ucional( 3).

Se a ex clu são e o desam par o os igu alam frente aos olhares da sociedade de um a form a geral, algu n s f at or es os dif er en ciam : os m ot iv os qu e os levaram para a rua, o t em po de perm anência nela e o grau de vínculos fam iliares exist ent es. A int erface desses cont ribui para classificar o “ povo de rua” em t r ê s si t u a çõ e s d i st i n t a s: f i ca r n a r u a ( cir cunst ancialm ent e) , est ar na r ua ( r ecent em ent e) e ser d a r u a ( p er m an en t em en t e) . “ Ficar n a r u a” caracteriza transitoriedade, a pessoa possui ainda um proj et o de vida e m ant ém fort es vínculos fam iliares; “ est ar na rua” im plica na dim inuição do cont at o com a fam ília e o est abelecim ent o de novos vínculos na rua; “ ser da rua” traz em si a identidade e identificação co m a p r ó p r i a r u a , q u e p a ssa a ser o l u g a r d e referência e espaço de relações - o corpo se m odifica,

bem com o as form as de conviver e ver o m undo( 5).

Essa const at ação lev a à defesa da t ese de que o tem po de rua pode ser o determ inante da saída ou não dessa situação, fato que deve ser considerado no m om ent o do cuidado pr est ado pelo enfer m eir o. Assi m , “ se o s esf o r ço s q u e u m a p esso a r ecém -deslocada faz para sair das ruas são cont inuam ent e m al- su cedidos, ela f r eqü en t em en t e m u da a au t o-or ien t ação e o com po-or t am en t o. O m edo qu e u m a pessoa tem do am biente dos m oradores de rua tende

a dim inuir à m edida que ele se t orna fam iliar”( 6).

Te n d o a r u a co m o m o r a d a , r e i n v e n t a m d i ar i am en t e so l u çõ es p ar a su a so b r ev i v ên ci a. A m aioria cont inua t endo no t rabalho a principal font e

de renda, sendo cat adores de “ lixos” recicláveis. Não obst ant e, obser va- se pessoas de t odas as idades a em purrar um a carroça pelos logradouros da cidade. Out r os, por ém , v iv em da m endicância, à m er cê da bondade paliat iva de um e out ro cidadão, com ovidos pelo cen ár io, qu e lh es of er ecem algu n s t r ocados. Pode- se observá- los em grupos sob os viadutos, m as a principal form a de convívio na rua é a solidão dentre cent enas de pessoas que cont inuam a passar sem not á- los, ou t em endo- os.

Em 2003, a Fundação I nst it ut o de Pesquisas Econ ôm icas ( FI PE) , p or m eio d e con t r at o com a p r e f e i t u r a d e Sã o Pa u l o , r e a l i zo u co n t a g e m d a população de rua, regist rando 10394 pessoas nessa sit uação. Desses, 6186 foram localizados nas ruas e 4 2 0 8 em alber gu es. Em su a m aior ia são do sex o m asculino ( 84% ) , não brancos ( 64% ) , concent rando-se no intervalo de 41 a 55 anos de idade ( 35% ) . Foram encont rados em t odos os 96 dist rit os adm inist rat ivos d a cid ad e, p r ed om in an d o n os m ais cen t r ais e n a

r eg ião su d est e( 3 ), on d e o com ér cio e ser v iços se

concent r am , facilit ando a obt enção de alim ent os e r ecu r sos f in an ceir os; em con t r apar t ida, du r an t e a noit e esses locais são despovoados, t ransform

ando-se em abrigos( 7).

I n d u b i t a v el m en t e essa p o p u l a çã o p o ssu i caract eríst icas que lhe são próprias, o que referenda a necessidade de est udá- la m ais det alhadam ent e. No que tange à área da Saúde, tem - se observado que é a t e n d i d a a p e n a s e m si t u a çõ e s d e u r g ê n ci a e em ergência, m uit as vezes sem preparo dos t écnicos para com preender a sua sit uação.

O d e sco n h e ci m e n t o l e v a a o d e sp r e p a r o t écnico que, ent ende- se, pode ser solucionado por m eio de capacit ação e gr upos de vivência. Apont a-se com o out ra dificuldade a ( des) organização int erna dos serviços de saúde e as cont radições do Sist em a Único de Saúde ( SUS) que, ao m esm o t em po que defende a eqüidade e universalidade do atendim ento, ex ige dos u su ár ios com pr ov ação de m or adia par a d e f i n i r b a se t e r r i t o r i a l . Nã o h á , a q u i , cr ít i ca à t er r i t o r i a l i za çã o , en t r et a n t o , h á n ecessi d a d e d e r el a t i v i za r su a i m p l em en t a çã o , co n si d er a n d o a s especificidades de cada segm ento populacional. Exigir docum entação do povo de rua, m uitas vezes, im plica em bloquear o seu acesso à Saúde, rom pendo com os princípios dout rinários previst os na legislação do SUS.

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processo saúde- doença- cuidado para o “ povo da rua”, partindo da prem issa de que esse é regido por códigos cult urais const ruídos socialm ent e.

O PROCESSO SAÚDE- DOENÇA- CUI DADO E

O POVO EM SI TUAÇÃO DE RUA

Quant o m aior for a desigualdade social de um país, m aior será a repercussão na qualidade de v ida e, conseqüent em ent e de saúde, da sociedade de um a form a geral e do indivíduo e sua fam ília em part icular. O em pobrecim ent o populacional brasileiro exerce influências significativas na qualidade de saúde dos indivíduos, um a vez que a saúde individual não se lim it a às suas dim ensões biológica e psicológica; ao cont r ár io, est á dir et am ent e r elacionada com as co n d i çõ e s d e v i d a d o s se r e s h u m a n o s e so f r e influência das políticas sociais e econôm icas adotadas

pelos países( 8).

A p o b r e za “ é u m f e n ô m e n o co m p l e x o , p od en d o ser d ef in id a d e f or m a g en ér ica com o a sit uação na qual as necessidades não são at endidas d e f o r m a a d e q u a d a ”( 9 ). Va l e r e f l e t i r so b r e q u e necessidades são essas, bem com o o que significa nível de at endim ent o adequado. Cert am ent e exist em v al o r es su b j et i v o s at r i b u íd o s a esses co n cei t o s, ent ret ant o, visando obj et ivar t al discussão t om a- se, aqui, a renda com o parâm etro para definir a pobreza, em que se est abelece um valor m onet ário associado ao cust o do at endim ent o das necessidades m édias de um a pessoa em um a det erm inada população.

Assim , ao se analisar sit uações de privação, const at a- se um a que se car act er iza com o pobr eza r e l a t i v a , q u e d e l i m i t a u m co n j u n t o d e p e sso a s ‘relativam ente pobres’, em sociedades onde o m ínim o vital* j á está garantido para todos, outra reconhecida p o r p o b r eza ab so l u t a, v i n cu l ad a às q u est õ es d e sobrevivência física, im plicando no não at endim ent o às necessidades vitais do ser hum ano. Nessa segunda cat eg or ia t em - se p essoas com r en d a in cap az d e at ender ao conj unt o de necessidades consider adas m ínim as em um a dada sociedade e, pessoas na linha da indigência ou pobreza extrem a, com renda inferior

à m ínim a para suprir as necessidades nut ricionais( 9).

O foco de at enção dest e est udo direciona- se às pessoas nessa segunda sit uação, part icularm ent e àquelas que m oram na rua, port ant o, cabe o desafio epist em ológico de cont ext ualizar a reflexão sobre o processo saúde- doença- cuidado para essa população.

Saú d e

A Organização Mundial da Saúde ( OMS) define saúde com o um com pleto estado de bem - estar físico, m ent al e social e não a m era ausência de m olést ia ou doença. Há concordância com alguns profissionais

da ár ea( 8 ) qu an do t ecem cr ít icas a esse con ceit o,

alegando ser utópico e inatingível para grande parcela da população m undial. A utopia sustenta- se no term o b e m - e st a r, d e f i n i d o co m o o e st a d o d e p e r f e i t a sat isfação física ou m or al. Aqui, o per feit o escapa por m eio das possibilidades e im perfeições hum anas, inviabilizando a conquist a plena da sat isfação.

Post eriorm ent e depara- se com o t ripé físico, m en t al e social pr opost o pela OMS, qu e est im u la

alguns questionam entos: com o assegurar o st at us de

saudável para pessoas com doenças crônicas? Com o analisar o bem - est ar m ent al, quando há dificuldade na aut o- avaliação, m esm o de profissionais, perant e um univ er so de subj et iv idades que const it ui o ser h u m an o? Com o d ef in ir o b em - est ar social n u m a sociedade capit alist a com predom inância de polít icas d e cu n h o n eolib er al* * q u e g er am d esig u ald ad es, l e v a n d o p a r ce l a si g n i f i ca t i v a d a s p e sso a s a o sofrim ent o? Enquant o profissionais da Saúde, pode-se obpode-servar que na sociedade at ual alguns t êm m ais d o q u e p r e ci sa m e , m e sm o a ssi m , co n t i n u a m quer endo m ais do que podem t er, por out r o lado, out r os, infelizm ent e a m aior ia, não t êm acesso às co n d i çõ e s b á si ca s p a r a su b si st ê n ci a h u m a n a , com prom et endo a qualidade de vida e de saúde.

Essas in d ag ações lev am a p en sar em u m conceito de Saúde m ais am plo, capaz de teoricam ente possibilitar a inclusão de m ais pessoas a esse atributo. Sendo assim , acredit a- se que a saúde é a habilidade q u e o i n d i v íd u o t e m d e su p e r a r i n ca p a ci d a d e s, u t ilizan do o m eio on de v iv e a seu f av or, t en do a ap t i d ão d e r esp on d er sat i sf at or i am en t e a cer t as variações do m esm o. Tal conceit o leva à reflexão de

* Na definição de pobreza o m ínim o vit al é represent ado apenas pelo suprim ent o das necessidades nut ricionais, um a vez que out ras necessidades básicas ( habit ação, vest uário et c) não dispõem de parâm et ros de consum o essencial(9)

* * O t erm o neoliberal associa- se a post uras polít icas profundam ent e conservadoras, defensoras de um processo acelerado de privat ização, flexibilização e desregulam ent ação financeira e das relações t rabalhist as, reest rut uração das polít icas sociais. O pensam ent o neoliberal apresent a caract eríst icas m undiais delineadas pela ret ração das polít icas públicas nas áreas da saúde, educação e prom oção social e pela redução das conquist as sociais válidas para o conj unt o

(5)

que não é possível im aginar que a vida se desenvolva na solidão do organism o individual, nem que se possa alcan çar u m con h ecim en t o d ela p ela com p ar ação entre os organism os. O ser vivo e o m eio não podem ser cham ados de norm ais se forem considerados em separado. Ao se definir saúde é necessário part ir da dim ensão do ser, pois, é neste contexto que ocorrem as definições do que é norm al ou patológico. O que é consider ado nor m al em um indiv íduo pode não ser para out ro; não há higidez nesse processo. A saúde t orna- se a capacidade que a pessoa t em de gast ar,

consum ir a própria vida( 11).

O ser hum ano não sent e o bem - est ar, pois esse é a consciência de viver; é o seu im pedim ent o q u e p r ov oca a r eação d o in d iv íd u o com v ist as a rest abelecê- lo. Vale dest acar que a vida não adm it e a reversibilidade, ela aceit a apenas reparações. Cada vez que a pessoa fica doente está reduzindo o poder que tem de enfrentar outros agravos, ela gasta o seu seguro biológico, sem o qual não estaria nem m esm o viva( 11).

Mesm o pensando em saúde, na dim ensão do coletivo, é im prescindível considerar o indivíduo com o pont o de referência. Só exist e o social porque exist e o ser. Pensa- se a Saúde nest a lógica: por m ais que se possa abor dar a per spect iva populacional, quem adoece é o indivíduo e com o tal deve ser considerado. A m aneira com o cada ser, na sua especificidade, gasta a vida será o delim itador da qualidade de sua saúde, v i v e - se p o r q u e se co n so m e v i d a . Qu e m n ã o a consom e não a tem , sim plesm ente porque não existe

enquant o ser( 8).

Saú d e- Doen ça

Algum as vezes, condições desfavor áveis do m eio in f lu en ciam dir et am en t e n a possibilidade de m anut enção da saúde: “ a saúde não é só a vida no silêncio dos ór gãos, é t am bém a v ida na descr ição

das r elações sociais”( 1 1 ). Nessa ót ica, nem sem pr e

cab e ao in d iv íd u o a escolh a d a m elh or f or m a d e “ consum ir sua vida”, pois algum as vezes o m eio acaba det er m inando a escolha. Esse t al pr ocesso, o m eio n ã o é a l g o n e u t r o , é co n ce b i d o co m o ce n á r i o so ci o cu l t u r a l e p o l ít i co e so f r e i n f l u ê n ci a s d e d e t e r m i n a n t e s p si co l ó g i co s e so ci a i s, g e r a n d o iniqüidades. Assim , ao se pensar sobr e a doença é necessário considerar as iniqüidades com o diferenças inj ust as, der iv adas de com por t am ent os insalubr es,

com prom etendo a escolha das pessoas sobre a m elhor form a de consum ir a própria vida. Tal const at ação é obj et o de at enção, um a vez que opt a- se por discut ir o v iv er em sit u ação d e r u a e b u scar m eios p ar a su b si d i a r a p r á t i ca d a En f e r m a g e m co m e ssa popu lação.

É nat ural adm it ir- se a doença quando ocorre a ruptura do bem - estar biológico, psicológico e social t al com o pr opost o pela OMS. No en t an t o, aqu i, a doença é o desequilíbrio do indivíduo, consigo m esm o, co m o s o u t r o s e / o u co m o m e i o , i n d o a l é m d e a l t e r a çõ e s m o r f o f u n ci o n a i s. Esse co n ce i t o cor r esponde a ex per iências singular es e obj et iv as, difíceis de serem expressas por m eio da palavra. A saú d e é silen ciosa, p or su a v ez a d oen ça p r od u z ruídos, nem sem pre audíveis aos profissionais. É por m eio da palavra que o profissional da saúde guia seu olhar clínico, e transform a a subj etividade do discurso na obj et ividade do diagnóst ico pat ológico.

Ten d e- se a associar n or m alid ad e à saú d e assim com o anom alia à doença. A nor m alidade se define em t erm os de freqüência est at íst ica, com o o que se encontra com m aior prevalência na população. Quando se define esses valores de norm alidade, nota-se um a nota-seqüência infinita desnota-ses intervalos, nota-sem que suas variações indiquem algum a alt eração funcional. Sob essa ót ica, o norm al é obj et ivo e propriam ent e defin ido com o aqu ele cu j a fu n ção est á em acor do com o seu desenho. A doença, por sua vez, é o estado de um indiv íduo que int er fer e nas funções nor m ais ou no funcionam ent o nor m al de alguns ór gãos ou

sist em a de ór gãos( 12). Adm it e- se, aqui, a v alidade

desse con ceit o, por ém , é con sider ado lim it ado às quest ões biológicas do corpo.

Com o p r of ission al d a saú d e, n o en t an t o, est á- se ocu pado, a m aior par t e do t em po, com a doença. A epidem iologia possui gr ande dificuldade em definir indicador es de saúde sem basear - se na quantificação de doenças, entretanto, acredita- se que a saú d e é u m o b j et o al h ei o ao cam p o d o sab er obj etivo. A partir do m om ento em que se fala da saúde co m o u m f e n ô m e n o n ã o co n t a b i l i za d o , n ã o condicionado, não m edido por aparelhos, parece que ela deixa de ser um obj et o exclusivo daquele que se

diz ou im agina especialist a em saúde( 11).

(6)

Saú de- Doen ça- Cu idado

Ant es de se falar do cuidado dir ecionado à popu lação em sit u ação de r u a, pode- se r elem br ar essa qualidade na qual a vida se t raduz num m odo de ser essencial. O cuidado pode ser com preendido na dim ensão ontológica, ou sej a, o ser hum ano cuida do out r o por zelo, por desv elo, por pr azer - cuida

porque é hum ano( 13). Quando se pensa o cuidado na

perspectiva da filogênese, observa- se que o indivíduo cuida sim plesm ent e para m ant er a espécie viva. Por sua v ez, o cuidado pr ofissional é a som at ór ia dos an t er ior es, acr escid o d e con h ecim en t o t écn ico e cien t íf ico. Os v alor es h u m an os in er en t es a cad a pr ofissional ir ão ser det er m inant es da qualidade do cu i d a d o p r o f i ssi o n a l , i sso v a l e p a r a q u a l q u e r pr ofissão, m as, n est e en saio, est á v olt ado par a a equipe de enfer m agem .

O se r h u m a n o m o d e r n o , co m t o d a su a pr et ensão, t ent a “ br incar de ser Deus” e assist e a u m p r o ce sso d e d e s- h u m a n i za çã o . Mi l h õ e s d e pessoas e um planet a são v ít im as do descaso ( da ausência de cuidado) e penam para m anter- se vivos. Tudo que precisam os est á na const it uição do ser. Só exist im os pelo cuidado, por m ais que na vida adult a se negue esse fat o. A filologia da palav r a cuidado rem ete à cura e, em sua form a m ais antiga, era usada

n u m con t ex t o de r elações de am or e am izade( 1 4 ).

Po r é m , co m o co n t e x t o d o t r a b a l h o n o m u n d o ca p i t a l i st a , v i v e - se e scr a v i za d o p o r e st r u t u r a s m on t adas, pelos pr ópr ios ser es h u m an os. Há, por conseqüência de um a vida at ribulada, a banalização do sof r im en t o alh eio. O ser h u m an o, qu an do n ão per cebe a inj ust iça, não se m obiliza polit icam ent e, reproduzindo o m odelo de desigualdade social. Est á-se p er d id o em p r ol d e u m d eá-sen v olv im en t o q u e sim plesm ente não existe para dois terços da população m undial, condenada à m iséria.

A Or g an ização d as Nações Un id as ( ONU) a d m i t e “ d e se n v o l v i m e n t o co m o u m p r o ce sso econôm ico, social, cultural, político e abrangente, que visa o constante m elhoram ento do bem - estar de toda p o p u l a çã o e d e ca d a p e sso a , n a b a se d e su a par t icipação at iv a, liv r e e sign ificat iv a, e n a j u st a

dist ribuição dos benefícios result ant es dela”( 13).

Esse con ceit o n ad a f ez além d e en f eit ar folhas de papel e colocar brilho nos olhos de quem sonha com um m undo m elhor e m ais j ust o. Falt ou v o n t a d e p o l ít i ca n a v i a b i l i za çã o d e ssa u t o p i a ?

Acredit a- se que a ut opia, ao m esm o t em po em que rej eit a a realidade concret a, inst iga o ser hum ano a idealizar, de for m a r ev olucionár ia, a cr iação de um m undo onde as cont r adições básicas da sociedade

são solucionadas( 15). Ela ocor r e n a t en são en t r e a

denúncia de um present e int olerável e a visualização de um fut uro que será const ruído polít ica, est ét ica e et icam en t e pelos ser es h u m an os qu e acr edit am e

defendem um a sociedade m enos desigual( 16).

A nossa ut opia é cont ribuir para dim inuir as iniqüidades sociais de tal form a que não existam m ais pessoas vivendo na e da rua. Ent ret ant o, com o esse processo é coletivo, pautado na Ética, há a consciência de que não será breve, porém , a fom e e a dignidade hum ana t êm pressa. Nest a concepção visualiza- se o cuidado de enferm agem com o um a das possibilidades d e a t e n d e r à s d e m a n d a s d e sse se g m e n t o

populacional( 17). Para t al, há necessidade de elaborar

ações m ais dirigidas a esse grupo específico, o que cer t am ent e im plicar á na ( r e) est r ut ur ação cur r icular de vários cursos de graduação e pós- graduação em en f er m agem .

O cuidado de enfer m agem ao pov o de r ua passa necessariam ent e pela com preensão da “ cult ura da rua”, na qual é preciso considerar alguns fat ores: ( 1) quem são essas pessoas?; ( 2) com o vivem ?; ( 3) com o con seg u em sob r ev iv er f ísica, p sicológ ica e socialm ente? e ( 4) que sentido atribuem às suas vidas que, para a m aioria das pessoas, parecem pesadelos

acor dados?( 6)

A realidade, no trabalho com essa população, revela pessoas carentes não só de recursos m ateriais, m as carentes de atenção, carinho e am or. Acreditando

queo cuidado som ente surge quando a existência de

alguém t em im port ância para m im , nesse prism a, a id en t if icação d o p r of ission al com os su j eit os q u e

receberão o cuidado é im prescindível( 13). Para cuidar

de pessoas em sit uação de r ua pr ecisa- se at r ibuir um significado de hum anidade ao cuidado e acreditar na possibilidade de transform ação da realidade posta. A conv iv ência com o pov o em sit uação de rua tem levado a crer que, para m uitos, estar na rua

significa t er descido ao nív el m ais baix o do st at u s

(7)

CONSI DERAÇÕES FI NAI S

Esper a- se t er conseguido t r azer a quest ão da desigualdade e exclusão social para dentro da área d a Saú d e, p ar t icu lar m en t e d a En f er m ag em , p ois acr edit a- se ser necessár ia a t om ada de consciência de que o pr ocesso saúde- doença- cuidado ex t r apola esse cam p o t eór ico. É n a esf er a d a Ét ica q u e se com preende que a doença e os agravos dem andam esforço concent rado de t oda a sociedade – não só a acad êm ica – p ar a b u scar f or m as d e r ein v en t ar o pr esent e. I sso acar r et ar á em m udança est r ut ur al e paradigm ática na form a de conceber a sociedade e a divisão de classe social. É necessário rom per com a onipot ência dos discur sos polít icos e t écnicos par a viabilizar a assist ência à Saúde de um a form a geral, o cuidado de Enferm agem em part icular.

Cab e ao s ó r g ão s f o r m ad o r es d a ár ea d a

saúde, em especial da enfer m agem , adicionar nos seus currículos tal tem ática dada a diversidade cultural e social do país. É necessário am pliar a discussão e rever os paradigm as até então pautados basicam ente no posit iv ism o, com o cor r ent e do pensam ent o que o p e r a n o ca m p o d a n e u t r a l i d a d e ci e n t íf i ca , d a r acionalidade obj et iv a, da nat ur alidade biológica e organicist a dos fenôm enos. A pós- m odernidade cobra t a l p r á x i s, p r o p o n d o a su p e r a çã o d a d i co t o m i a ex ist en t e en t r e as ciên cias n at u r ais e as ciên cias sociais, im p lican d o em r ev alor ização d os est u d os

hum aníst icos( 18).

Cabe a reflexão pedagógica e política - quem ed u ca o ed u cad or p ar a est a “ n ov a” r ealid ad e? A int rodução da área das ciências hum anas e sociais é vit al para essa const rução paradigm át ica. O cuidado, observado apenas pelo prism a biológico e t ecnicist a, não é suficiente para com preender o processo saúde-doença- cuidado do povo da rua.

REFERÊNCI AS BI BLI OGRÁFI CAS

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