FUND~~\ÇÃO GETOLIO Vt'\RG:\S
ESCOLA BRi\SILEIRA DE I~D:'lnnSTRAçÃO p(rnLICA
CURSO DE HESTRl\DO EH lillI'-lINISTPAÇÃO PÜBLICA
199009 717 T/EBAP S729t
III~IIIIIIIIIIIII
1000056071A TEORIA
GEP~LDA
'ADMINISTRAÇÃO ~UMA
TEORIA GERALDA
ADHINISTRAÇI~O?UMA REFLEXÃO COH BASE NAS ID~IAS
DA
ESCOLA DEFRANKFURT
MONOGRAFIA APRESENTADA À
ES-COLA BRASILEIRA DE
ADJ.lIUTS-. TRAÇÃO POBLICA PARA A Of3TE~~
çÃO DO GRAU DE MESTRE Ei·; AC
MINISTRAÇÃO POBLICA.
JOS~ ALUIZIO BELISÁRIO DE SOUZA
FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS
ESCOLA BRASILEIRA DE ADfvIINlSTRAÇÃO PÚBLICA
CURSO DE NESTRADO Elo! ADr'lINISTRAÇÃO PÚBLICA
E
A TEORIA GERAL DA An:!U1USTRr\ÇÃO É tmA TEOPJA GE?Jú. DA ADl!UlUS'T3AÇÃO?
tmA REFLEXÃO COJIli BASE nAS IDÉ:u...s
DA ESCOLA DE ~~úST
MONOGRAFIA DE MESTRADO APRESENTADA POR
JOSÉ ALUIZIO BELISÁRIO DE SOUZA
APROVADA EM
~rv
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1 /8~
PELA COMISSÃO JULGADORA
EDUARDO COELHO
PAULO RO ERTO DE !.1ENDONÇA MOTTA
L",~~
"CONTER O PROCESSO AO
COMPREEND~-LO,ESTA É A ESPERANÇA DA TEORIA"
,
À minha m~e~ Amélia Pereira de Souza,
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EiNVICE
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• AGiRADECIMENTOS
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CAPiTULO I : INTRODUÇ~O A MONOGRAFIA
Definiç~o do Problema • Objetivos e limites
Referencial Teóri~o
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• E s t. t-U t.1_~ r-CI.
CAPiTULO II : A SOCIEDADE CAPITALISTA COMO CONTEXTO GERAL DE
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11
25
27
At~A L I SE . . . . • . • . • • • . . . • • • • • .•.• " • • • • . • • . . . • . 41
• Capit.al como Relaç~o Social de S~bordinaç~o ••••.•••••.••••
• Processo de Valorizaç~o do Capit.al ••••••••••••••••.••.•••.
Ger@ncia como Instrumento da Acumulaç.o •••.••••••••••••.••
• CAPiTULOIII: CRiTICA
A
TEORIA GERAL DA ADMINISTRAçaO· Formulaç~es Básicas •••••.•••••••••••••••••••••••••••.•.•••
• Conteúdo Ideológico ••.••••••.••••.••••••••.••••••.•••.••••
• Dissimulaç~o do Conteúdo Ideológico ••••.•.••••••••.•••••••
• CAPiTULO IV : DESENVOLVIMENTO TEóRICO: RESPOSTA A
PROBLEMAS NA ADMINISTRAÇ~O DO CAPITAL
Estruturas de Controle do Trabalho E s t. t-ut.l.~ t-as
Tt-abCi.l h.::.
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• Cont.role de Quem Cont.rola as Est.ruturas de Cont.role das Est.ruturas de Cont.role do Trabalho
• CAPiTULO
V
:
TEORIA SOCIAL CRiTICA E TEORIA ORGANIZACIONAL45
49
70
7,-, c'
91
94
• Conceitos Básicos da Teoria Social Critica e da Dialética 98
• Modelo Dialét.ico de Análise Organizacional ....•••••..•••.• 114
· Est.ruturas de Int.ermediaç~o: Estado e Gerªncia •.•••..•.••• 120
• CAPiTULO VI : CONClUSôES
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134· Questões Relativas à Teoria Administrat.iva Tradicional 137
• Cc~tribuiç~o à Reformulaç~o Teórica ••••••.•••.••.••••••••• 140
Observaçô~s Finais ••• ~ .••.••. ~ ••...••••••.•.•••..• ~ •..•••• 142
BIBlIOr;F\AFIA
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145A G. i-':: A I> E
c:
I ME N T CI SEmbora este Texto seja assinado por uma s6 pessoa, sua elaboraç~o, de
acordo com o pensamento marxlsta, com o qual me identifico, é fruto da
coletividade, do esforço milenar do homem. em busca de uma sociedade
mais justa onde todas as suas potencialidades possam realizar-se em proveito de toda a humanidade.
Assim, independentemente de autores citados ao longo do texto,
gosta-ria de lembrar 6s nomes de algumas pessoas que, ~ais diretamente con~
tribuiram para que eu acumulasse con~ecimentos suficientes Para a sua
Aos meus pais, Jo~é Belisário de Souza, Amélia Pereira de Souza,
Mano-el Acciari de MMano-ello, Ecyla Pereira, José da Costa Pereira e Antonieta
da Costa Perei~a, o agradecimento pelo que sei e pelo que ainda posso
~prender na vida.
A primeira professora. Isabel Figueira, °0
.0 ...
agradecimento pelo primeiro
Aos professores Délio Maranh~o. Miriam Limoeiro. Mauricio Tragtenberg,
n~o apenas pelos conhecimentos transmitidos, mas principalmente. por
set~ '~>::ernl=1 1 Cr.
Aos colegas da EBAP. através de Wanda Bastos e Vera L~cia. pelo seu
7.
Aos irm~os Jo~o Cesar Belisário de Souza. Carlos Eduardo Pereira de
Mello, Roberto da Silva Amorim. Paulo Sérgio Ferracioli~ Lúcio Flávio
Mac@do de Oliveira. Clarilza Prado de Sousa e Angelo Cesar Jachelli,
Paulo Sergio Amorim e Marta Nery Amorim. pelo carinho. exemplo,
confi-an.;a e amizade.
Aos amigos~ José Eudes. James Lewis. José Luiz Mello, Moisés
8alassia-no e Helio Eduardo da Silva. pelo carinho e inc~ntivo à luta.
Aos colegas. amigos, orientadores e membros da Ban~a Examinadora, José
Eduardo Messeder. Luciano ZajdsznaJder" e Paulo Motta. pela confiança e
Ao companheiro e amigo Gustavo Frarlcisco Bayer .. sem o qual esta
Mono-graFia .. definitivamente .. n~o existiria.
~ minha companheira .. Denise
T.
de Castro Tor6s .. por existirMuito Obrigado.
Aluizio Belisário
i
I
I
II
I
CAP±TULO
I
.INTRODUÇ~O
A
MONOGRAFIA
~.~
'0
.. A formulaç~o de
um
problema é frequentemente maisessencial que sua soluç~o~ que pode ser meramente
u-ma quest~o de manipulação matemática ou
experimenta-ç~o_ Encontrar novas quest~es~ novas possibilidades,
para olhar de
um
novo ângulo~ velhos problemas~re-quer imaginaç~o criativa e marca um real avanço na
Ciência."
Albert Einstein1
1 1).
A Teoria Organizacional é, sem sombra de d~vida.um dos campos de
estu-do mais atraentes das Ciências Sociais, seja pela importSncia de seu
desenvolvimento para a compreens~o das relaçôes entre os homens, seja
pela necessidade de"geraç~o de intrumental que permita uma intervençgo
eficiente na esfera da produç~o. •
f
. !
No entanto, se há uma enorme riqueza em têrmos de material esct"ito a
este respeIto. é possivel afirmar-se a grande fragilidade deste mate-rial~ quanto à adoç~o de uma postura" critica em relaç~o aos conceitos
emitidos e tradicionalmente postos em prática.
t
I
•
"Nesta área, como em qual~uer outra área de conhecimento humano, o modo
1
sgo do mundo real, é fundamental para qualquer reflex~o.
J
I
Esta Monografia propõe-se. como será descrito mais detalhadamente neste
Capitulo.a rever criticamente a Teoria Geral da Administraç~o,à luz de
uma interpretaç~o marxista da realidade. partindo dos pressupostos
bá-sicos da Teoria Social Critica, tO esponsé.ve I por uma .~~.'. lnterpretaç~o c . . " . dlS-tinta da utilizada pela maioria dos autores no campo Organizacional.
"Repensar uma teoria, é tarefa cotidiana de quantos se dediquem à
pes-quisa em qualquer campo de conhecimento. ~. porém, trabalho que
ultra-passa" o escOpo de uma Monografia de Mestrado e,neste sentido, este tex-to pretende apenas apontar para a necessidade de revis~o dos conceitos
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11112.
bém de sua própria linha teórica:
Burrell e Morgan tratam desta quest~o, discutindo. em primeiro lugar.o
que se assume e se entende por nature~a da ciência social, em segundo lugar, quais os pressupostos para o entendimento da naturêza da
socie-dade.para em seguida. tratar da definiç~o de quatro paradigmas básicos
da sociologia. a norte~r as formulaçôes de teorias sociais.
tro ~aradigmas que,por sua vez, fundamentam-·se em·diferentes conjuntos
de pressupostos acerca da ciência social e da sociedade, formando bases
conceituais. mutuamente exclusivas. do mundo social. cada qual
f'-~nda-mentando uma análise distinta das demais.
o
campo organizacional. como os demais. ·tem uma grande parte de teoriae pesquisa balisadas pe16s limites de um destes paradigmas, o que
im-plica em afirmar que. boa parte das teorias sociais é construida dentro
de limites bastante estreitos de interpretaç~o. Tal fato conduz a uma ot-t.üdo::-::ia dC1minant.e e fot-t.e. a tal pont.o. q'-~e faz cc:[n ql_~e vise;es
dist.in-"
ta3. ainda que dentro de um mesmo paradigma. sejam percebidas apenas
como pontos de vista alternativos sem maior significado.
do conhecimento que o cientista
radigma e dos demais.
Deste modo.o ponto de partida ~ar2 a análise.é o reconheci~ento de que
na
13.
e na teoria soclal.
Natureza da Ciência Social
t possivel conceituar-se cigncia social~ em termos de quatro conjuntos de pressupostos filosóficos que subscrevem as teorias sociais: a
onto-10gia, epistemologia, natureza humana e metodolo~ia.
Com ~elaç~o à ontologia,é possivel afirmar-se que trata da essência do
fenOmeno investigado. Cientistas sociais se vêm à frente de uma série
de questões ontológicas: se a realidade é externa ao individuo ou
pro-duto de consciência individual;se é de natureza objetiva ou produto do
conhecimento, etc.
Quanto à epi~temologia, sua preocupaçgo consiste em procurar
compreen-mento, ou seja~que formas de conhecimento podem ser obtidas e como
ve-rificar o que é falso e o que é verdadeiro. Outras questões dizem
res-peito a saber se é possivel identificar a natureza do conhecimento co-mo firme, real e capaz de ser c~municada de forma" tangivel,ou maleável,
subjetiva.espiritual e transcendental, baseada n~ experiência pessoal.
Com res~eito à natureza humana;a preocupaç~o maior reside na tentativa
de entendimento do relaciobamento entre o "modo de ser do homem e seu
ambi~nte.~ possivel encontrar-se nas ciências sociais, quem veja o
com-portamento humano como produto do ambiente e outros~que o entendam
14.
Quanto às implicaçôes na natureza da metodologia~ ou seja~ na forma de
obtenç~o de con.~cimentos,é possivel afirmar-se a importància da
defi-niç~o das questôes de ordem ontológica, epistemológica e da natureza
humana, sendo que, existem metodologias que empregam, nas pesquisas em
ciências SOClalS. métodos das ciências naturais, em busca de leis
uni-versais que expliqu~m ~ governem a realidade observada, ou métodos de
pesquisa mais sofisticados, que tratem de analisar os
e regularidades dos elementos componentes do mundo social.
~ possivel esquematizar-se estes diversos pontos de partida, no quadro
'=I'-~e se segt-te3 :
DIMENS~O SUBJETIVA - OBJETIVA
Abordagem Subjetivista das Ci~ncias Sociais
Nominalismo
Anti-positivismo
Voluntarismo
Ideogt-áfica
Ont.ologia
Epistemologia
Natureza Humana
Metodologia
Abordagem Objetivista das Ci@ncias Sociais
Realismo
Positivismo
Det.erminismo
Nomotética
---~---
---mento do individuo~ é feito.de nomes. conceitos e rótulos, usados para estruturar a realidadci, entendendo a rl~o existência de uma estrutura
15.
ao conhecimento do individuo e feito de estruturas firmes, tangíveis e
relativamente imutáveis,ou seja,nomeadas ou n~o,as estruturas existem. numa vis~o de que o mundo social existe,independentemente de uma
apre-ciaç~o individual e é t~o concreto quanto
o
mundo natural.Quanto ao debate epistemológico: anti-positivismo x positivismo;é
pos-sivel afirmar-se, em relaç~o ao positivi~mo, que este, procura explicar e predizer o que acontece no mundo 5cial,a partir das suas
regularida-des e relacionamentos causais entre seus elementos constituintes, sendo
identificado como uma abordagem tradicionalista e; o anti-positivismo,
entende que o mundo é relativista e só pode ser entendido a partir do
pon~o de vista dos individuos que est~o diretamente envolvidos com
atividades que est~o sendo estudadas.
Com respeito à natureza humana:voluntarismo x determinismo, enquanto
o determinismo entende o homem como sendo completamente determinado
pela situaç~o e ambiente em que se localiza; o voluntarismo o entende,
como completamente autônomo e auto construido, responsável pela
cons-truç~o do mundo social.
o
debate sobre a metodologia: ideográfica x nomotética, apresenta umaconceituaç~o de ideográfica, como sendo a metodologia que procura
en-tend~r o mundo social, a partir da obtenç~o de informaç~es de 1ª mâo,
do sujeito investigado, através da exploraçgo de seu background,
his-tória de vida e análise de consideraç~es subjetivas; enquanto que por
nomotética, entende-se a utilizaçgo d~ métodos das ci@ncias naturais,
como testes cientificos com o uso de técnicas de análise quantitativa
i 6.
Estes debates acerca dos pressupostos básicos levou, nos ultimas
dUZEI1-tos anos. a que as posiçôes extremas, caracterizassem as duas maiores
tradiçôes intelectuais a dominar o pensamento humano:
.
-
.o
Positivismo Sociológico, que aplica os modelos e métodos das,=
1 ~t-ll=l asnaturais no estudo da sociedade. com uma abordagem realista. do
de vista ontológico; positivista, do ponto de vista
epistemológico;de-terministico,com resp~ito ao entendimento da natureza humana e
nomoté--P ' -,
o
Idealismo Germânico, que entende que a realidade do universoencon-tra-se no espírito, na idéia. mais que no que pode ser percebido,
se~1-do nominalista, anti-positivista, voluntarista e ideográfico.
Nos ultimos anos, pode-se afirmar, ocorreu uma crescente interaç~o
en-çôes intermediárias, particularmente no nível sócio-filosófico.
Natureza da Sociedade
Quanto aos pressupostos relativos à natureza da sociedade,
afirmar-se o alinhamento de todas as abordagens, numa ou noutra linha
de pen~amento, ainda que, muitas vezes; isto n~o se verifique de forma
explicita,ou seja, diferentes teorlas apresentam diferentes
perspecti-vas ou abordagens, refletindo uma vis~o particular da natureza do
Sy-jeito sob investigaç~o.
soci-17. 6logos em delinear às diferenças entre as varias escolas de pensanlento
a
os conjuntos de pressupostos que as fundamentam. Porém, a proposiç~odê dar por encerrado o debate: ordem x conrlito. ou melhor, o debate
que p~e de um lado aqueles que entendem a sociologia como ciência
so-eial que trataria da ordem e equilibrio social e outros, que a vêm
co-mo responsável pelo estudo dos problemas relativo~ à mudança, conflito
rando-o como tratando da discuss~o de dois lados da mesma moeda, pode
ter prejudicado sobremaneira esta tentativa.
Uma possibilidade de recuperar o debate. sem incorrer nos mesmos
equf-vocos anteriores. é a proposiç~o de modificaç~es no modelo. de modo a
expor as diferenças de modo mais explicito e radical~ consistindo-se.
ent.o. na ~egunda dimens.o de análise: a Sociologia da Regulaç~o e a
Sociologia da Mudança Radical.
da sociedade. com ênfase na sua Mnidade e coesividade,sendo
essencial-.mente voltada.para a necessidade de regulaç~o das relaç~es humanas.fo-calizando primo~dialmente.a necessidade de se entender porque a
socie-.:~
dade se mantém como uma entidade. porque mantém-se junta, ao invés de apat-t.ar-se.
a mudança radical. entendendb o conflito como estrutural e baseando-s~
em modelos de dominaç~o e contradiç~es. que sgo entendidas como
carac-teristicas básicas da so~iedade moderna. ~ uma sociologia preocupada
bási-ca, a privaç~o material e psíquica do homem. ~ frequentemente. utÓpic~
ou visionária, na medida em que, n~o trata exclusivamente do mundo
so-eial como ele é.e sim das suas alternativas. de suas potencialidades.
Para melhor ilustrar estas diferenças. verifique-se o seguinte quadro;
DIMENS~Q REGULAÇ~O
- MUDANçA RADICAL
Sociologia da Regulaç~o Sociologia da Mudança Radical
Status-qyO MYdança Radical
Ordem social Conflito.estrytural
Consenso Modos de dominaç~o
Integraç~o social/coes~o Contradiç~o
'Solidariedade Emancipaç~o
Necessidade de satisfaç~o
Atyalidade Potencialidade
Tendo tratado dos pressupostos-chave para caracterizar as diferentas
abordagens da teoria social e. descrito sucintamente as duas dimensões
de análise: SYbjetivismo - Objetivismo, em se tratando da natureza da
ci@ncia social e; Regylaç~o - MYdança Radical, relativa à natureza da
sociedade. torna-se necessário efetuar o relacionamento entre elas. de
modo a permitir a elab6raç~o de um esquema para análise da teoria
so-4 - (Iç •• cito P. 18. (2).
o
debate produzido a partir dos anos 60, tratou estas duas dimensões.de forma isolada, levando. no caso da primeira. à formaç~o de duas
es-colas: a sociologia interpretativa e o funiionalismo. enquanto que. no
contexto da segunda dimes~o, enfatizou-se a diferença entre os
aspec-tos mais subjetivistas do marxismo (Lukács e Escola de Frankfurt) e
u-ma abordagem u-mais objetivista (Althusser).
Tomadas juntas. no entanto. estas dim~nsôes permitem a definiç~o de 4
paradigmas sociológicos que podem ser utilizados para analisar a J.. . _ _
I_.~I_I-ria sOClal~ ~onforme mostra o quadro abaixoe :
SUBJETIVISMO
SOCIOLOGIA DA MUDANÇA RADICAL
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HUMANISTA
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ESTRUTURALI-STARADICAL
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RADICAL·
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INTERPRETATIVA : FUNCIONALISTA
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---SOCIOLOGIA DA REGULAç~O
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·
OBJETIVISMOParadigmas, podem ser entendidos como conjuntos de pressupostos bási-.
cos a subscreverem linhas de referência. modos de teorizaç~o e de
ope-raç~o, dos teóricos sociais que os utilizam.
Embora estes para~igm~s sejam mutuamente e~=ludenles. o ~ebate t1~O
processa apenas entre eles. mas também. no interior de cad2 llffi d81~s.
g~~ando distintas vis~es da guest~o social. De qualquer modo.e3tG3
pa-radigmas servem de balisamento para vários ci~ntistas e/ou trabalhos. ~
já que a cada um deles~ cor responde uma realidade cientifico-social.
a - Paradigma Funcionalista
Este paradigma constitue-se na linha de conduta dominante na
so-ciologia acadê~ica e no estudo das organizaçôes. representando UMa
alternativa profundamente enraizada na sociologia da regulaç~o.
a-bordando seu sujeito. de forma objetivista, caracterizando-se
ain-da. pela preocu?aç~o em prover explicaç~es acerca do status-quo.or~
dem social. conseenso. integraç~o social. solidariedade.
necessi-dade de satisfaçgo e atualinecessi-dade e. pela abordagem destes conceitos
sociológicos gerais.de um pc~to de vista realista.
positivista.de-terminista enomotético.
Este paradigma gera uma sociologia regulativa em sua forma mais
completa e desenvolvida. persegue uma explicaçgo essencialmente
ra-cional e é ~laramente orientado para a prática. ou seja. busca so-luçôes práticas para problemas práticos. tratando prioritariamente.
das questôes relativas à ordem, equilibrio e
estabilidade,pratica-mente ignorando as questôes que dizem respeito à mudança. além de
estar profundamente enraizado no positivismo sociológico.
Outra de suas características é a utilizaç~o de modelos e métodos
assumir que o mundo social é composto de artefatos empíricos
r"elá-tivamente concretos. embora neste século, tenha sofrido forte3
i~-fluências do Idealismo Germânico. que rejeita o uso de modelos
me-cânicos ou biológicos na análise social e lhe introduz
d~o ênfase à importância de entender-se a sociedade a partir de
s.el.AS B. t.c. r" es •
b - Paradigma Interpretativo
Também ligado à sociologia da regulaç~o. porém. com umaabord~se~
subjetivista em sua análise do mundo social. ·procura enten~er o mundo como ele é, de modo a entender a natureza do mundo social.ao
nível da experiência ,subjetiva.
Persegue uma explicaç~o no dominio da consciência individual e da
subjetividade, com uma linha de referência no participante. ao
in-'vés de no observador da aç~o.
Tende a ser nominalista, anti-positivista, voluntarista e
ideográ-fico, vendo o mundo social, como um processo emergente, concebido
pelos individuos. entendendo-o como coesivo, ordenado e integrado.
~. portanto, subscrito por um envolvimento com abordagens relativas
à natureza do status-quo, ordem social, consenso, integraç~o soci-aI e coes~o, solidaried~de e atualidade,n~o manifestando
preocup~-ç~o com as questôes relativas ao conflito.dominaç~o,contradiç~o, e potencialidade e, sendo produto direto do Idealismo Germânico,
c Paradigma do Humanismo Radical
Este paradigma define~se pela sua preocupação com o
desenvolvimen-to da sociologia da mudança radical, p6rém~ revestido de uma vis~o
subj.:=:t i v i st.a.
Sua abordagem tem muito em comum com o paradigma interpretativo,na
medida em que v@ o mundo social .como nominalista,anti-positivista,
ideográ~ico, entretanto sua linha de refer@ncia
ligada a um entendimento da sociedade, de um ponto de vista
volta-do para a superaç~o ou transcend@ncia das limitaçôes dos
sociais eXIstentes.
Compreende que a consciência do homem é dominada pelas
superestru-turas ideológicas 'com as quais ele interage e.isto conduz a um
ca-minho cognitivo entre ele e sua verdadeira consciência.
Tal paradigma v@ a sociedade como anti-humana, preocupando-se. em articular meios, nos quais o comportamento humano possa
t.ransc.:=:n-der os limites espirituais e amarras, que o atam aos padrôes
soci-ais existentes, de modo a realizar seu potencial.
Sua ên~ase esta na mudança radical. modelos de
dominaç~o,emancipa-ç~o, privaçgo e pctencialidade. n§o dando uma atençgo mais
proemi-nente ao ~onflito estrutural e contradiçôes e , que s~o questôes
ob-6 - Aql.li, parer:e que Burrell e lt\organ tiveram uma cc'rm:'re.~ns~o limitada ':':J significado de r:ontradiç~ü e c(~'If1ito,pois,
ao afirmareül est.a n~,j pr,~e!iiin~ru:ia ,:S!stas ql.,iesttes no paradigma hlJ'iianista radical e,posterio)rmer,te, ir..:!l.Iít·em,
et·,-tre os pensal~Üres qt.~e se enqlJadrariam rf12ste parõdig",.a,a Escola Ô~ Frankfl.Jrt, eSGlJecerarn-se de ç .. e ü ,:ünriit:.o e as
ffio),jo,es-.-
.. -,...:... _'"'l.
jetivas~ mais concernentes ~o paradigma do estruturaliSMo radical.
Seus fundamentos int~lectuais~ como já se afirmou, s~o traçados na mesma linha que o paradigma interpretativo, já que, também é resul-tante do Idealismo Germânico, porém, com forte influência marxista.
Trata-se, quase. de uma inversâo do paradigma funcionalista. tendo
mudança noz~modbs .de conhecimento e consciência.
d -
Paradigma do Estruturalismo RadicalEste paradigma enquadra-se na so~iologia da mudança radical. tendo
um ponto de vista objetivista.
Seus fundamentos abordam a ciência social, com similaridades com o
funcionalismo. sob o aspecto do objetivismo, porém. conduz a uma
posiç~o final. bastante distinta.
Sya preocupaç~o principal reside nas questões relativas à mudança
radical, emancipaç~o e potencialidade. enfatizando sua análise no conflito estrutural, modos de dominaç~o. contradiç~es e privaç~o;
minista e nomotética.
Enquanto o humanismo radical forja sua perspectiva enfocando a
ta afirmaç~,j rt~oj irwalida a incllJs~o da: Escola ~ Frankfl;rt neste paradigma, na medida em que, CC(l!O já se afir-;n,xl
..••• _"!.
conscientizaç~o, como bas~ pará uma critica radical da soci~d~de.
os ~struturalistas radicais conc~ntram-se sobre o
estrutural, dentro de um mundo social realista.em outras palavr2s.
Este rápido e superficial resumo do trabalho de Burrell e
Morgan,apre-senta um leque de alternativas como bases fundamentais das teorias 5 0
-ciais que. permite ~ cpmpreens~o da import~ncia de se procurar
identi-ficar qUáis os presspostos metateóricos que balizam esta ou aque12
t2-oria social. ou. sendo mais explicito. esta ou aquela tet2-oria
organiza-Tal identificaç~o é imprescindivel. já que estes pressupostos n~o se
encontram explicitado~ na teoria organizacional. servindo. esta n~o
ex-plicitaç~o. para dissimular seu conte~do ideológico. transformando-a elo
instrumento de dominaç~o. como se verá. de forma detalhada. no
Capitu-lo 111 desta Monografia.
Qualquer. pensador ou estudioso das ci@ncias sociais. cuja preocupaç~o
concentre-se nas quest~es relativas à organizaç~o e administraç~o do
processo produti~o, necessita enfatizar a quest~o da clari~icaç~o dos
pressupostos teóricos que norteam a tradicional·-teoria organizacion21.
se é que pretende realizar um estudo critico a~erca destes
conhecimen-tos. Por outro lado.o simples fato de haver uma lacuna praticamente
a-berta. no que tange à análise destas teorias sob este ponto de vist.a.
DEFINIÇ~O DO PROBLEMA
Ao longo dêste século surgiram,em todo o mundo, incontáveis
Organiza-çôes, trazendo como consequência uma complexa sociedade industrial
on-de, hoje. é p~aticamente impossivel encontrar-se um individuo que n~o
represente diversos papéis no seio destas Organizaçôes ou, que nâo te-nha sua vida de algum modo a elas ligada.
Ta 1 f~t.o. sem de dl4vida, t-evest.e .::le suma importância o
estudo das questôe~ organizacionais e/ou administrativas. na medi~a em que s~o responsáveis pelas formulaçôes teórica~ que permitem. n~p
ape-nas"a compreensâo do modo de funcionamento destas Organizaçôes, mas
também a geraç~o de instrumentos de intervenç~o nas mesmas, cujo
obje-tivo é aprimorar o processo produtivo~
Por esta raz~o inómeros autores, de diversos paises, têm se debruçado
s6bre o assunto, criando uma obra escrita sóbre as Organizaçôes. que
deve chegar à casa dos ~ilhares de livros.
Apesar de, nest~s autores, já ser possivel encontrar-se criticas
bas-tante fortes à formulaç~o de uma é
ainda nos textos filosóficos e de Ciência F~litica e Sociologia ,que é
possivel depreender-se uma ~ritica mais sistemática e aprofundada. nâo
apenas em relaç~o às propostas desta Teoria, mas principalmente c~m
respeito a seu próprio processo de formulaç~o.
inter-.-:
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venç~o social,comprometida com os Interesses de uma das. forçassociai3
que atuam no processo de produç~o capitalista - o Capital.A
consequgn-cia de tal fato é uma proposiç~O teórica que,se por um lado pode
apre-sentar um instrumental analítico e interve0cionista extremaMente
efi-ciente no que diz respeito à Or9anizaç~0 da Produç~o, por outro lado,
tem se mostrado bastante vulnerável às criticas, quando se trata de ver
as coisas sob o 8ngulo de vis~o de outra força social
da sociedade capitalista: o Trabalho.
o
Problema que se coloca para reflex~o, portanto, vema ser a necessidade de se desnudar a Teoria
Organi-zacional de seu conteúdo ideol6gico, de modo a
per-mitir o seu urepensar", sob uma ótica interessada no
nografia. a formulaç~o de uma nova proposta teórica. mas t~o sómente,o
fornecimento de subsidios à esta formulaçgo.a partir das discuss~es a-qui levantadas. Neste sentido. o texto apresenta um Modélo de Análise
Organizacional que. tomando por base os conceitos da Teoria Critica e
consequentemente. o raciocinio dialético. permite uma vis~o da
proble-mática organizacional e administrativa. sem a máscara de neutralidade
que reveste as análises organizacionais feitas a partir da Teoria
REFERENCIAL TEóRICO
Rever criticamente os conceitos fundamentais da Teoria Organizacional.
impõe a necessidade de definiç~o de um referencial teórico. capaz de possibilitar uma base de interpretaç~o da realidade social, distinta
daquela que levou à construç~o desta proposta teórica, já tradicional,
do estudo das questões relativas à organizaç~o e administraç~o do
pro-Este Trabalho trata de realizar esta reflex~o. tomando por
concepç~o dialética da teoria social e fundamentando seu
desenvolvi-mento na Teoria Social Critica. que pode ser entendida como uma
genera-lizaç~o da dialética enquanto método da teoria soclal.
A Teoria Social Critica. fruto das investigaçôes levadas a
efeito,pri-meiramente por Walter Benjamin. Theodor W. Adorno e Max Horkheimer e,
mai~ adiante,por Jurgen Habermas,constitui o núcleo teórico central da
conhecida Escola de Frankfur~ (Instituto de Pesquisa Social de
Frank-fu~t), cuja caracteristica principal.é a adoç~o deuma postura de clara
vinculaç~o a uma Escola de Pensamento (marxlsta). mas ao mesmo tempo.
entendendo-a em sua dimens~o critica e como perspectiva aberta. ou
se-ja~ sem que a vinculaç~o ao pensamento marxista implique em prejuízo dos seus fins criticos e intelectuais.
Embora no corpo desta Monografia, mais particularmente no Capitulo que
trata especificamente da ligaç~o entre Teoria Critica e Teoria
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..ra o desenvolvimento de uma proposta de uma Teoria Critica da
Organi-zaç~o seriam os seguIntes:
o
primeiro passo consiste na elaboraç~o de um conceito dialético dao~gani=aç!o capitalista, envolvendo os seguintes aspectos:
• Definiçgo de seu principio metodológico, a partir da afirmaç~o de
Theodor Adbrno,de que "Sistema e particularidade s~a reciprocas e só
podem set- aprendidos em sua reciprocidade".
Abandono de uma concepç~o genérica e indeterminada de organizaç~o e.
consequente adoçgo de uma concepç~o desta. enquanto processo de
es-truturaç~o institucionalizada de relaçôes sociais especificas.
Determinaç~o do objeto de análise: organi=aç~o capitalista como
pro-cesso de institucionalizaç~o das relaçôes sociais capitalistas.
Definiç~o de mod@lo especifico de análise, te~do em vista o princi-pio metodológico firmado:
Contradições ~ Intermediaç~o ~ Superaç~o Provisória ~ Contradições Modificadas
• Entendimento de que a base para compreensgo da organi=aç~o
capita-lista reside no seu movimento enquanto estrutura de intermediaç~o da
relaç~o capital/trabalho. através de suas duas dimensôes de açgo: a
o Capital e o Trabalho. através dos seguint~s aspectos~
o
monopólio dos meios ~e produç~o é caracteristica D2S1ca ~ origemdo próprio sistema capitalista de produç~o;
A organizaç~o trata, em verdade, de organizar o Trabalho modo
este opere em condições técnicas predeterminadas. subordinando-o que
1 ._
d~
necessidades de operaç~o dos meios de produç~o,as quais s~o
determi-nadas. n~o ?or condiç~es objetivas. mas sim, pela necessidade ~e 7~
proceder à acumulaç~o do Capital - necessát"ia ao reinvestimento na
produç~o, de modo a ampliar o monopólio e~ consequentemente.a
subor-dinaç~o do Trabalho. Isto implica em reconhecer o Capital. nâo atra-vés de suas formas aparentes: o dinheiro e a propriedade~mas
sim.co-mo uma relaç~o social de subordinaç~o do Trabalho;
• Compreens~o de que esta acumulaçgo só ~e viabiliza, a partir de. uma
sistemática desvalorizaç~o do Trabalho. gerad6ra do excedente
que.a-propriado pelo Capital, retorna à produç~o. no sentido de gerar ~ai~
ores excedentes. num processo sem limites.
METODOLOGIA
Esta Monografia é fruto de pesquisa bibliográfica acerca dos
concei-tos básicos da. chamada. Teoria Geral da Administraç~o e,principalmehte. dbs trabalhos que adotam uma postura critica em relaç~o à estas
formy-lações, particularmente.no que diz respeito à sua pretensa neutralida-de i neutralida-deo l,~,,~ i cõ:~.
relações entre os homens e. obviamente, referencia-se na dialética
ma-terialista e no materialismo histórico.
a
materialismo histórico·n~o pode ser entendido apenas enquanto teoriasociológica geral. mas principalmente, como um método filosófico e, em
se tratando de ci@nci~s sociais, ele impõe a necessidade do estudo dos
fenômenos sociais através do d~senvolvimento e embate das forças
soci-ais contraditórias, forças estas, responsáveis pelo movimento soclal.
Quanto à dialética, esta exige o estudo muitilateral dos fenômenos 5 0
-fundamentais.
~ de suma importância assumir que,só é possivel alcançar o
entendimen-tc. da t.ot.al idElde, a pat-tit- da anál i':;e e cCJmPt-eens~cl de SL~as pat-tes
,=0111-ponentes e vice-versa. A n~o concord~ncia com esta afirmaç~o,conduz ao risco de se atribuir um exagerado valor a uma verdade
parcial,prejudi-cando a compreens~o de uma verdade mais geral; sendo mais explicito, é
conhecimen-tos sobre as organizaç~es produtivas, isolando-o de seu contexto
econÔ-mico, social e politico mais ampló, induz a um. erro de análise e,
con-sequentemente.compromete as aç~esou propostas oriundas desta análise,
na medida de sua utilizaç.o intervencionistica na esfera da produç~o.
Assim, aceitar na Teoria Organizacional. a indeterminaç~o de seu
obje-to de análise, ou seja, a sua generalidade de aplicaç~o; bem como, no
conte~to capitalista de produç~o,ignorar ou fazer vista grossa à
exis-tª~cia de conflito en~re o Capit~l e o Trabalho é ignorar a existência
das contradiç~es SOC121S e das estruturas de m2diaçào
destas.desenvol-vidas no sentido da reproduç~o da ideologia dominante. Aliás. é
facil-men~e identificável este tipo de equivoco, na sim~les leitura dos
con-~eitos básicos de algumas "Escolas" de Administraç~o. quando. apesar de
negarem a existência de conflito de interesses entre empregados e
ad-ministraç~0.preg2m o ~xercicio de um rigoroso controle sobre os
traba-lhadores. no processo de produç~o.
o
pensamento fundamental a orientar metodologicamente odesenvolvi-mento desta Monografia. é a afi~maç~o marxista.de que o modo d~
produ-ç~o material,ou.seja, as relaç~es econômicas de produç~o estabelecidas
entre os homens é a base determjnante das relaç~es sociais, politicas
e juridicas da sociedade. sendo portanto. o modo de pensar dos homens,
consequência de seu modo de organizaç~o econÔmica e n~o vice-versa.
o
modo de produç~o dos bens materiais manifesta-se pela unidade dosseus dois elementos constitutivos: as forças produtivas e as relações
~5.
Por forças produtivas entenda-se c homem e seus instrumentos de
traba-. Ihotraba-.O desenvolvimento destas forças implica n~o apenas no
aprimoramen-to dos instrumentos de trabalho, mas principalmente, da personalidade
humana. O que implica em dizer que,em se tratando de analisar a
estru-tura das forças produtivas, é necessárib que se proceda à análise da
base técnico-material da sociedade e da técnica, como fenômeno social.
Quanto às relaç~es de produç~o, estas podem ser entendidas como
rela-ç~es que se desenvolv~m entre os home~s~no processo de produç~o e
tro-ca,sendo sel~S principais elementos formadores. as relações de
proprie-dade dos meios de produç~o, as relações entre as classes e grupos
so-ciais no processo de produç~o e, as formas e métodos de distribuição dos bens materiais; podendo afirmar-se que a forma de propriedade é, a
o mais importante destes elementos, na medida em que, dele se originam
diversas formas e tipos de relaç~es de produç~o.
Considerando-se que a análise dialética do modo de produç~o n~o
permi-te a dissociaç~o de seus elementos básicos, é de suma importgncia a
a-tenç~o aos seguintes aspectos:
Tendo em vista que as forças produtivas e as relações de produç~o.
constituem-se na própria forma e conte~do do modo de produç~o, isto significa dizer que. as forças produtivas n~o funcionam ou
desenvol-vem-se além da sua forma sócio-econÔmica, ou seja, além das relações
d~ produç~o. enquanto que estas ultimas constituem-se, em verdade,no
~odo de organizaç~o e funcionamento da produç~o;
• As forças produtivas 5~O o elemento mais móvel e
do um papel determinante nas variaç~es das relaç~es de produç~o;
• -As relaç~es de produç~o~ por~m, possuem uma relativa autonomia e
di-namismo, o que a~ leva, em um momeno~ a criar estimulos ao
desenvol-vimento da produç~o e, em outros, a restringir este desenvolvimento;
A interaç~p entre e~tes dois elementos tem, entretanto, um carater
contraditório~pois em funç~o do constante desenvolvimento das forças produtivas, ocorrem,' periodicamente.s~rios descompassos entre elas e
Assim. o método de investigaç~o adotado. determina a realizaç~o de uma
reflex~o acerca das idéias básicas da Teoria Geral da Admi~istraçâo. a
a partir da identificaç~o de suas principais contradiçôes e propostas
de intermediaç~o. conduzindo a seguir, ao desenvolvimento de uma visâo alternativa das quest~es organIzacIonaIs. o que .
.
. ~ feito. com base nas idéias da Escola de Frankfurt. conforme foi explicitado no itemESTRUTURA
A estrutura desta Monografia procura refletir, passo a passo,o
proces-50 de análise da Teoria Organizacional, conforme explicitado no it.em
anterior, deste modo, é a seguinte a sua organizaç~o:
I - Introduç~o à Monografia
o
presente Capitulo tr~ta, obviam~nte, da justificativa teórica eprá-tica do desenvolvimento da Monografia? elaborada com base no . trabalho de Burrell e Morgan, bem como do Problema central de pesquisa, seus
ob-balho adotado e, da apresentaçâo de um pequeno resumo dos Capitulos.
11 - A Sociedad~ Capitalista como Contexto Geral de Análise
Numa visâo Marxista a infraestrutura econômica surge como
condiciona-dora das demais superestruturas: a politica, jurídica. social, etc.,ou
seja, o modo como se organiza a produç~o é o condicionante básico das
relaçôes que se~stabelecem entre os homens em uma determinada
socie-dade. Assim, n@ste Capitulo, trata-se de descrever a lógica da
acumu-laç~o capitalista,a partir do entendimento do Capital enquanto relaç~o
social de subordinaç~o do Trabalho e. consequentemente, de como a
Ge-r@ncia pode ser entendida como fenômeno tipico e imprescindível à
Or-9anizaç~o do Trabalho no modo de produç~o capitalista.
Na realidade. o Capitulo trata de estabelecer a base sobre a qual será
...
"-"':.' ..
de um instrumental intervencionista nas organizaç~es modernas. que S l l
-pere o mero conceito de instrumento de dominaç~o ideológica.
111 - Crítica à Teoria Geral da Administraç~o
A Teoria Organizacional Tradicional, embora de uma aplicabilidade
prá-tica inconte~tável no que diz respeito ao alcance de altos indices de
eficiência e pr6dutividade, na realidade. presta-se ao papel de
instru-.~
mento de domi~~ç~o i~eológica. travestida de uma pseudo-neutralidade que a transforma. ao menos aparentemente. em um
instrum0n-universalista de análise.
~ste CapitUlo trata de caracterizar.em linhas gerais.a Teot-ia Geral da
Organizacional genéri~a,isto é,pretensamente aplicável a qualquer modo
de organizaç:o do Trabalho, sem uma definiç~o ideológica clara. O que
lhe permite constituir-se em instrumento de dominaç~o. dai entgo.
pro-cede a uma análise de como se dá a dissimulaç~o deste conteódo
ideo-lógico. que. em ultima análise, fornece as bases para uma visgo critica
destoa Tec.t- i a.
IV -
Desenvolvimento Teórico: Resposta a Problemas na Administraç~odo Capital
Tendo em vista a definiçgo do contexto capitalista como pano de fundo
.3';) •
processo de formaç~o da sociedade industrial. na qual.as relaç3es de
produç~o contraidas entre os homens tgm como base. os movimentos
gera-dos a partir das contradiçôes entre o Capital e o Trabalho.
Neste sentido. trata-se de reescrever a história do pensamento adminis-enquanto etapas no encam1nhame0to das respostas aos problemas ~-'
..
surgidos em momentos históricos especificas do desenvolvimento da
so-ciedade capitalista.
Esta vis~o é coerente com a idéia do d@s~nvolvimento da Teoria ser. ele próprio. componente desta mesma teoria. sendo parte indissociável dela
e. como tal. m~recedor de uma revis~o critica. no sentido ainda. da desmistificaç~o da Teoria como unive~salista.
v -
Teoria Critica e Teoria Organizacional~ste Capitulo trata de apresentar alguns conceitos básicos da Teo~ia
Social Critica"e da Dialética. que permitem a formulaç~o de um "Mod~lo
tos gerados pelas contradiçôes entre o Capital e o Trabalho.
Devido à própria profundidade do tema e o escÔpo desta Monografia.
es-te Capitulo esta estruturado sobre uma série de citaçôes extraidas dos
principais trabalhos dos autores das Escola de Frankfurt. responsáveis
pela formulaç!o da Teoria Social Critica. que. no seu conjunto.
fu~ç~o da profundidade do, as~unto é tratado de forma ligeira, apenas a titulo de oferecer informações básicas sobre a argumetaç~o dialética
que permitam o desenvolvimento de um modêlo analítico critico.
A seguir, o Capitulo trata do desenvolvimento de um modelo de análise
dialética aplicável
necessidade do desenvolvimento de uma formulaç~o teórica critica em
relaç~o à organizaç~o do Trabalho.
~.
Encerrando o Capitulo, procede-se à discussgo da questào da aç~o do
Es-tado e da Ger@ncia enquanto estruturas de intermediaçâo entre as
con-tradições, à luz do modêlo de análise dialéti~a proposto, como um
exem-pIo do que pode ser realizado a partir de uma visâo critica da
organi-zaç~o do Trab~lho.
VI - Conclusões
Como o próprio titulo já o define,este Capitulo trata de alinhavar'al~
gumas observaç~es finais s6bre o assunto tratado nesta Monografia.tais
como:uma breve discussào s6bre a questào da Teoria Administrativa
Tra-dicional;a utilizaç~o da Teoria Geral de Administraç~o como
instrumen-to da Organizaç~o do Trabalho em países socialistas e comunistas e; os
inerentes à adoç~o da Teoria Social Critica como
CAP:f:TULO I I
A
SOCIEDADE
C A P I T A L I S T A COMO
"No curso da produçtio social dos meios de exist.ên.=ia
os homens contraem entre si relaç~es.determinadas ~
necessárias, independentes da própria vontade,
rela-ç~es de produçg:o que correspondem a um det.erminado
grau de desenvolvimento das forças materiais de
produçgo. O conjunto das relações de produçgo
cons-titui a estrutura econômica da sociedade, base
ver-dadeira s8bre a qual se edifica a superestrutura
jurídica e política e à qual cor respondem
det.ermi-nadas formas de pensamento social. O modo de
produ-çg:o da vida material determina em geral~ o
desen-volvimento da vida social, política e i nt.e I ectua 1 •
Ng:o é pois, a maneira de pensar dos h::>mens que lhes
détermina o modo de viver. É, pelo contrário~ a
--k::: •
-Como já se afirmou no Capitulo I, quando da descriç~o dos objetivo3 do
possivel pensar-se em aspectos particulares das relaç~es sociais, sem
ter como referência o contexto econômico,politico e social mais amplo.
onde se inserem estas relações, o que,em outras palavras,significa
di-zer que, q~alquer análise acêrca da Organizaç~o do Trabalho
reflex~o anterior acêrca do meio sócio-econômico em que esta se dá.
Neste sentido. é interessante cita~ o Prof. Paulo Motta2 que.ao tr~tar
das correntes de pensamento com relaç~o à existência de conflitos nas
Organizaçôes, apresenta o seguinte pensamento como uma destas visões:
"As fonnas de relaç~o de t.rabalho refletem a estt-u-t.ura social externa. As decisôes tomadas pela
dire-ç~o da empresa~no plano da produç~o e da coordenaç~o
das diversas unidades de serviço~ visam antes de tu-do gat-antit- a dist.ribuiç~o de poder de st.atus est.a-belecida fora e projetada internamente para a empre-sa. Assim, o poder na empresa tem origem num sistema
de produç~o e estratificaç~o social criado
externa-ment.e. Como um subsistema;s6 cabe à empresa garant.ir o funcionamento do sistema; n~o pode ir além. Nesse
sist.ema~a funç~o da empresa é produzir bens e
servi-ços rernunerand.::. o capital e cont.ratando m~o de obra assalariada.O mesmo tipo de conflito é encontrado em
todas as organizações7 mesmo as sem fins lucrativos~
pois sendo de natureza ext.erna,as relações de
subor-dinaç~o interna refletem meramente as relaçôes na
sociedade em que atuam."
1 - I='~~R:~, Karl. Cor.trib!jiç~!) ~ crítica da ecofio:aia F,:,litica. p. 24.
2 - MOTTA, Paulo Rüt'E:rto. A pr0posta de participar;~ü na teoria gerer:cial: a participc:ç~ü indireta. p. 7 e 8.
Com relaç~o às dE:i:iais correntes dE: pensarre,t() a trahr a q1.i,,=st~O d,) conflito nas ot"q:tnizaç~;E:s,l'.c,tta as define
co-mo ser,di): uma, a que enterlce Ct cC!f:flitú como serldlj ~s-;encidlt:ent.e de papéis a nivei -ürgardzaciüflaL,rt:slJlt~nt.: de
ada?t...aç~e; sociai s irr:pc~t~s à (ir93rdz2.ç~c, da prch::'ti;~I), CüffiO frutü da evc,11Jç:~(. tecnol,)gica e ecot"IÔ;:liC3. e; Ol.~tra" a
que trat.a o cm-,flHo cc,m,) s-~-P:lo esse(lCÍalmente de p.::rsonalida,je e de percep';ões a nível individual e de pequenos
t.ransforma at.ivame~te a realidade~ mas
ritmo e as condições dessa transforma
é~ em ultima análise~ a realidade
ob-. ob-. ob-. ob-. ob-. 0 homem
quem i ropt;e o
ç~o ao sujeit.o
jet.iva.".
Trata-se, ent~o, de procurar entender em primeiro lugar, a lógica
--1-4.
acumulaçgo capitalista, como pano de fundo para o estabelecimento das
dernét.i s e, portanto, para a própria compreens~o do processo organizacionál e do corpo ~eórico de conhecimentos, cujo
ob-jetivo é o de deSC~2ver.provoc&r 2 compreens~o e gerar instru~e;1tos de
intervenç~o neste processo.